Olhos de Tempestade

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Olhos de Tempestade

Mensagem por Suzanna H. Kröhling Dom 17 Nov 2013, 14:09


Olhos de Tempestade
Prólogo, classificação, gêneros, avisos, personagens e capítulos.
Prólogo: O amor de fato é algo que nos machuca, até mesmo para uma semi-deusa fria como eu, quando aqueles que amamos vão embora, aquela ferida que tanto tentamos esconder aparece de novo, e a dor sentida é muito maior do que qualquer coisa, as vezes temos que deixar aquilo que mais amamos, para salvar a vida de alguém, eu fiz isso, deixei quem eu amava para salva-lo da morte, não me julgue por isso, já que apesar do tempo, eu nunca desisti.

Classificação: +18
Categorias: Percy Jackson e os Olimpianos
Personagens: Annabeth Chase, Apolo, Ártemis, Hades, Hefesto, Hera, Hermes, Poseidon, Katherine Lynch, Jim Raynor, Joe Foster.
Gêneros: Ação, Aventura, Fantasia, Hentai, Romance
Avisos: Heterossexualidade, Nudez, Sexo, Violência
Obs: Esta Fanfic foi postada no Nyah a alguns anos, mas ela é de minha autoria.
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Re: Olhos de Tempestade

Mensagem por Suzanna H. Kröhling Dom 17 Nov 2013, 14:13


A filha de Zeus
A garota digna de pena, tente sorrir, pequena
O que torna uma garota caçadora? O que a faz desistir de todos os homens?

Essa é a minha história, o motivo de eu ter me tornado quem sou hoje.

Katherine Lynch, general das caçadoras.

Tudo começou quando eu fiz sete anos...

. . .

–Katty, terei de leva-la a colina do acampamento meio sangue, já está perigoso pra você ficar comigo. —Mamãe disse aos prantos.

–Mas mamãe eu não quero ir, gosto de ficar com você—Eu disse enquanto a olhava com cara de choro.

–Princesa, você precisa ir, eu e seu pai fizemos um acordo, você já está velha demais para ficar comigo. —Ela disse me puxando até o topo da colina.

Um sátiro nos acompanhava todo orgulhoso, já que eu era a campista mais celebre que ele estava levando.

“Eu queria poder dizer que tudo deu certo, que chegamos todos á salvo, mas nada na minha vida é fácil...”.

Estávamos quase no topo da colina, o acampamento já podia ser visto a distancia, e alguns campistas já observavam nossa chegada.

Até que de repente, um rugido ao longe nos fez virar.

O que vi a seguir foi apenas um borrão, pois no segundo seguinte fui lançada contra uma arvore e as únicas coisas que ouvi antes de apagar foi “... Filha! Hécate... pelo amor de Zeus, salve-a!...”.

Quando acordei, eu me encontrava em um lugar estranho, algumas pessoas me observavam, e muitas exclamavam aliviadas ao me verem abrir os olhos.

–Di imortales! Eu estava preocupado. –Um centauro exclamou me olhando aliviado.

–Cadê a mamãe?—Perguntei olhando ao redor tentando vê-la.

O centauro abriu a boca para responder, mas se fechou quando uma mulher ruiva começou a falar:

–Ela está morta, ela me pediu para salva-la, e foi o que eu fiz agora você terá minha proteção eterna. –A mulher disse sem emoção.

–Proteção eterna? O que tudo isso significa? –Perguntei sem realmente entender.

–Minha querida, eu sou Quirón, diretor do acampamento meio sangue, você é uma semideusa, filha de Zeus, está - Ele disse apontando a ruiva - É Hécate, deusa da magia, ela a esta abençoando, e você precisa treinar para virar uma heroína.

–Então vou ser igual o super homem? –Perguntei o olhando ingenuamente.

–Não, você será melhor! –A deusa disse ainda me observando. –Mas agora preciso partir, tenho que dar as noticias para Zeus, mas antes que eu esqueça! –Ela disse retirando algo de sua capa negra. –Aqui tem alguns presentes meus e do seu pai, mas olhe apenas no chalé. –Então ela desapareceu em uma nuvem roxa.

–Então, esse é meu chalé? –Apontei para o chalé de numero um que tinha uma aparência fria.

–Isso mesmo. –Quirón disse me olhando apreensivo.

Abri a porta do chalé e o que vi lá dentro fez minha cara cair.

O chalé tinha as paredes e o teto azuis cor do céu, cheio de estrelas brilhantes, uma lua cheia parecia não fazer parte da paisagem, o que me fez pensar que talvez fosse um dos presentes de Hécate. Do teto pendiam alguns cristais que davam ao céu uma aparência 3D.

Uma cama de casal se dispunha pelo lugar, com uma cortina azul clara com mais cristais brilhando em volta, um guarda-roupa embutido na parede tinha como cor o branco, e nele havia vários desenhos das constelações do céu, um espelho gigantesco também parecia ter no chalé, junto com dois criados mudos em volta da cama. Mais pra frente se podia ver um banheiro branco, que parecia ser feito de nuvens, ao menos para uma criança de sete anos.

Apesar da aparência esplendorosa, o lugar ainda parecia frio, com todos os moveis que tinham no lugar, olhei para o centauro com cara de quem ia chorar e disse:

–Porque só tem uma cama? Onde estão meus irmãos? –Perguntei notando uma foto na parede com um garoto e uma garota com a mesma cor de olhos que o meu.

–Bom Zeus não tem muitos filhos, aquela garota da foto é Thalia Grace, o maior orgulho de seu pai, uma caçadora, e o outro garoto é o Jason, seu outro irmão, mas ele é filho de Zeus em forma romana, o que significa que não mora aqui. –Ele disse soando pensativo.

–Eu quero irmãos... Todos os outros chalés parecem lotados, menos esse. –Disse fazendo biquinho.

–Os chalés de Hades e Poseidon também estão vazios.

–Por quê? –Perguntei me sentando na cama de casal feita para mim.

–Os três grandes não podem ter filhos, os que existem são...

–Erros? Eu sou um erro?—Perguntei chorando.

–Não querida, digamos que você é um equivoco...

“Equivoco... naquela época eu não sabia o significado, mas eu não havia gostado da palavra, e agora que sei gosto menos...”.

Quirón me deixou sozinha no quarto escuro, e quando as portas do chalé se fecharam anunciando sua ida, a vontade de chorar e o aperto no coração me dominaram novamente.

Olhei para o embrulho dourado que se encontravam em cima da mesa de cabeceira, e estiquei minha mão para pega-lo.

O embrulho estava leve, me deixando curiosa para saber o que havia dentro.

Abri o laço bem feito e retirei um bilhete que dizia:

“... Minha pequena sei que sua vinda ao acampamento não foi fácil,

Com ela sua dor chegou, sinto muito pela sua mãe, eu realmente a amava,

Eu queria que soubesse que por mais ausente que eu seja, estarei aqui com você,

Lembre-se, quando precisar de mim, olhe para o céu e faça uma prece silenciosa...

Amo-te,

Zeus.”

Após ler o bilhete um sorriso se abriu no meu rosto, pois isso me fazia sentir menos sozinha.

Enfiei minha mão dentro do embrulho e de lá retirei um anel, ele era pequeno, mas bem pesado, na ponta do anel havia uma safira. Quando a toquei o anel se moveu, e antes que eu pudesse piscar se tornou um escudo grande, ele parecia ser feito de prata e era encrustado de safiras que formavam um símbolo, que pude notar ser o símbolo da deusa da magia, olhando o escudo com mais cuidado era possível notar algo gravado nele, estava escrito em grego e dizia “Eu estou aqui para conforta-la quando estiver na escuridão”.

A frase realmente pareceu me deixar mais confortada. Toquei a safira do centro fazendo o escudo voltar a ser um anel, e o coloquei no dedo.

Em seguida coloquei minha mão no embrulho retirando de lá um grampo de cabelo, não um grampo comum, esse tinha uma pedrinha de safira na ponta, assim como o escudo, fazendo-me pensar novamente na deusa da magia.

O grampo logo se transformou em uma adaga reluzente, toda cravejada em diamantes e safiras, fazendo o mesmo símbolo do escudo, e contendo no cabo da adaga outra frase “Lute pela honra e gloria”.

Fiz a adaga voltar ao formato de grampo e o coloquei em meu cabelo observando pelo espelho seu brilho.

Dentro do saquinho parecia haver os últimos dois presentes.

Primeiro tirei uma bussola junto com um bilhete que dizia:

“Aponta para onde seu coração desejar”

Quando a abri, sua seta que deveria indicar onde ficavam o norte, sul, leste e oeste, começaram a girar loucamente, sem indicar direção alguma, me fazendo notar que eu não queria nada definido no momento. A fechei, achando o presente mais inútil que havia recebido.

Então abri a mão direita, onde se encontrava o ultimo presente do saquinho, era um colar, ou para ser mais exata, um frasco pendurado em uma gargantilha, no frasco um liquido brilhante como as estrelas parecia se mexer, eu podia sentir a corrente elétrica sair de dentro do pequeno frasco, e notei que ele também não era um simples colar, segurando-o por alguns instantes pude notar sua forma se alongando, e a energia contida se espalhar, era uma espada elétrica, com certeza um presente de meu pai.

Quando enfim ela assumiu sua forma inicial, a coloquei no pescoço e me preparei para dormir.
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Re: Olhos de Tempestade

Mensagem por Suzanna H. Kröhling Ter 19 Nov 2013, 02:03


O sonho sombrio
A garota digna de pena, tente sorrir, pequena
Eu estava em uma espécie de calabouço, uma mulher gritava ao fundo, e um gigante parecia mexer no fogo, eu estava escondida atrás de uma rocha, fazendo assim o gigante não me ver, mas a mulher acabou por encontrar meu olhar.

–... Por favor, ajude-me! –Ela disse aos lamentos.

No mesmo instante o gigante me viu, e veio em minha direção com uma maça pontiaguda.

Quando ele estava prestes a me acertar, tudo sumiu...

. . .

–AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA! –Acordei gritando noite adentro.

Demorei alguns instantes para me lembrar de onde estava, mas assim que me lembrei, respirei mais aliviada, a faixa em meu rosto que cobria um longo corte estava toda molhada de sangue e suor, minhas mão tremiam e meu rosto empalidecera.

O pesadelo parecia ter sido real, me fazendo sentir medo.

Levantei-me da cama e sai porta afora do chalé, indo até o lago do lugar.

Sentei-me a beira do lago e comecei a fitar o céu.

Mas a calmaria não demorou muito, pois algo parecia andar por perto, e eu não sabia o que era, e nem o que deveria esperar.

Por sorte um garoto de pele morena e de olhos escuros como a noite surgiu, ele deveria ter oito anos. O garoto me fitava curioso, me deixando constrangida, desviei o olhar para o chão enquanto ele se sentava ao meu lado.

–Porque você tá chorando? –Ele perguntou olhando para o lago.

–Eu tive um pesadelo, a mulher gritava e parecia querer minha ajuda. –Disse me encolhendo com o vento frio.

–Você é filha de Zeus, certo? –Ele me perguntou ainda sorrindo.

Assenti para o mesmo e voltei meu olhar para ele com certa curiosidade.

–Hera costuma fazer esse tipo de coisa, ela quer atrai-la para a morte. –Ele disse dando de ombros.

–E quem é você? Como sabe tudo isso?

–Bom deixe-me apresentar, eu sou James Raynor, mas me chame de Jim, sou filho de Hades, e estou aqui há seis meses. –Ele disse tentando soar simpático.

–Eu sou Katty, e acabei de chegar. –Disse humildemente.

–Eu sei, eu á vi chegar, sinto muito pela sua mãe. Você parece estar com frio. –Ele observou eu me encolher novamente.

–Ãn...é estou com um pouco de frio mesmo. Mas me diga uma coisa, nós não deveríamos nos odiar? –Perguntei olhando para o abismo de seus olhos.

Antes de me responder, ele tirou sua blusa e me fez vesti-la amenizando meu frio, e em seguida disse:

–Bom, talvez nos tornemos amanha, mas hoje estou com pena de você e de tudo que passou - Ele disse sorrindo divertido.

–Obrigada pela gentiliza—Disse fitando o chão ainda envergonhada.

–Não precisa agradecer, mas venha te levarei em segurança para o chalé, antes que as harpias da limpeza nos vejam. —Ele disse me puxando consigo.

O garoto acabou por me levar até meu chalé, com a promessa de que nos veríamos no dia seguinte.
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Re: Olhos de Tempestade

Mensagem por Suzanna H. Kröhling Sex 22 Nov 2013, 00:48


Acampamento meio sangue
A garota digna de pena, tente sorrir, pequena
A noite restante acabou por ser bem tranquila, o que de fato havia me deixado mais disposta.

Acordei ouvindo o soar de conchas, e por ser novata não sabia do que se tratava.

Levantei-me da cama no pulo e sai chalé afora com pijama procurando entender o que estava havendo.

Umas garotas muito bonitas me olhavam com desdenha e riam enquanto uma loira bonita que parecia ter dezoito anos fazia gestos e apontava.

Senti minhas bochechas corarem ao notar que apenas eu estava no pânico.

Um garoto bonitinho que parecia ter uns oitos anos se encaminhou em minha direção, ele tinha lindos olhos esverdeados e seu cabelo era meio loiro, e ele realmente era uma gracinha, e o único que não estava achando graça de me ver daquela maneira.

–Oi meu nome é Joe Foster, filho de Éolo, soube que você é Katherine, a mais nova filha de Zeus. —Ele disse com um sorriso no rosto.

–Katty, por favor, e é um prazer te conhecer, mas será que poderia me explicar o barulho dessas conchas?—Disse da forma mais humilde que pude.

Ele sorriu antes de responder e disse:

–Bom isso significa que o café da manhã vai ser servido, mas não acho que você deva ir assim - Ele disse apontando meu pijama de coelhinhos.

–É acho que você tem razão, eu vou me vestir. —Disse me virando para o chalé, mas voltando instintivamente. –Será que você... Não podia me esperar?—Perguntei envergonhada.

–Claro, estou te esperando aqui do lado de fora. —Ele disse se sentando ao lado da porta do chalé.

Essa foi então minha deixa, corri para dentro do chalé e tirei o ridículo pijama de coelhos que eu tinha vestindo um short de ginastica e uma camiseta esverdeada com a frase “Critique a autoridade” escrita em preto, em seguida coloquei meus tênis all stars e penteei meu cabelo tentando ficar um pouco mais apresentável, e isso tudo sem retirar os presentes ganhos de Hécate e papai. Quando achei que estava pronta e vestida de acordo, abri a porta dando de cara com um Joe sorridente.

–Então acho melhor irmos. –Disse andando ao seu lado.

Nesse momento, notei o filho de Hades da noite anterior, passar ao nosso lado e me dar um esbarrão.

–Ei! –Disse sem entender, mas ele apenas lançou-me um olhar frio.

–Não liga pro Jim, ele é um cara legal quando está de bom humor. – Joe me disse ainda sorrindo.

Caminhamos até o refeitório ao ar livre, e pude notar que havia uma mesa diferente para cada semideus. Joe me apontou uma mesa vazia e pude notar que aquela mesa me pertencia, e em seguida o vi acenar pra mim e ir correndo para junto de seus irmãos, me deixando triste e sozinha.

Servi-me com bastante comida e me dirigi ao braseiro que queimava entre nós, jogando uma parte da comida para meu pai e para Hécate agora minha protetora.

As pessoas me olharam surpresas, pois era minha primeira refeição no acampamento e os novatos raramente sabiam sobre a oferenda que por sorte havia sido contada por Joe.

Meu almoço foi bem solitário, eu não tinha irmãos e muito menos minha mãe. Eu sentia falta dela, e havia me acabado de chorar na noite anterior, mas eu sabia que nada a traria de volta.

Enquanto eu comia, pude notar que a maioria dos campistas deviam ter doze, treze, até quatorze anos de idade, mas que alguns pareciam ter mais de vinte.

Notei também que o filho de Hades não se sentava sozinho como eu esperava, junto a ele tinha uma garota, com os seus mesmos traços, o que provava que ela era sua irmã mais velha.

Quirón apareceu algum tempo depois, acompanhado com um homem barrigudo e com cara de brigão.

Ele lançou-me um olhar confiante e começou a dizer:

–Semideuses! Quero que deem as boas vindas à senhorita Katty Lynch, a mais nova filha de Zeus! Ela chegou ontem de noite, como muitos de vocês puderam notar, ela precisará de ajuda e eu conto com todos vocês! –Enquanto ele falava meu rosto parecia inchar de vergonha, e meu coração ameaçava parar de bater, mas me mantive firme enquanto todos me olhavam.

–Ouvi dizer que ela é abençoada por minha mãe! –Um campista disse de uma mesa próxima.

–Sim senhor Robert, ela é a protegida de Hécate. –Ele disse de uma forma que encerrava o assunto.

Talvez fosse impressão minha, mas todos pareceram me olhar no resto do café da manha.

Os grupos iam se retirando devagar, e eu continuava sentada na mesa sem saber de fato o que fazer. Por sorte Joe me abriu um sorriso e veio até onde me encontrava dizendo:

–Vamos treinar e a Estela—Ele disse apontando para uma garota sorridente – A convidou para vir com a gente. E eu gostaria muito. –Ele acrescentou no final.

–Eu adoraria ir treinar com vocês, mas saiba que nunca manejei uma arma. –Disse envergonhada.

–Tudo bem, eu também estou aprendendo.

Segui o chalé de Éolo até a arena, e o caminho todo passei conversando com eles.

Pelo que eu podia entender, as loiras bonitas e os garotos populares eram filhos de Afrodite, os briguentos e de cara feia de Ares, os loiros ensolarados que jogavam na quadra era filhos de Apolo.

Cada chalé tinha uma peculiaridade, o de Éolo era que todos tinham olhos esverdeados misturados com cinza, e descobri mais tarde, que meus olhos azuis elétrico eram minha herança de Zeus.

Já na arena, percebi que todos pareceram se alinhar e fazer duplas, Joe parecia ser o mais novo e fazia dupla com um garoto de treze anos.

Olhei para Estela assustada, mas ela sorriu e disse:

–Ele é nosso segundo melhor lutador, só perde pra mim por enquanto. —Ela disse piscando e mandando-os começar.

Quando eles começaram a treinar, notei que seus movimentos eram rápidos e precisos, Joe apesar de ser o mais novo não parecia ter problema algum com a espada, e Estela sorria contente e dava ordens em voz alta corrigindo a postura.
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Re: Olhos de Tempestade

Mensagem por Suzanna H. Kröhling Dom 01 Dez 2013, 01:22


A benção de Zeus e os campos de morango
A garota digna de pena, tente sorrir, pequena
Em um momento ela se encaminhou em minha direção e com um sorriso disse:

–Lute comigo! –Sua aparência era de fato confiante o que me fez tremer um pouco, ela tinha aproximadamente vinte e tantos anos, e eu apenas sete. –Por favor, lute comigo! –Nesse instante ela retirou sua espada da bainha e tentou me golpear.

Por algum motivo, consegui desviar, e ela ficou me olhando com cara de espanto.

Retirei o grampo de cabelo e o transformei na adaga toda cravejada de safira de antes e a olhei tentando ser confiante.

O olhar de todos se prendeu por alguns instantes na adaga me fazendo também olha-la, me deixando distraída a ponto de ser atingida por Estela.

O golpe me acertou em cheio e eu bati de costas em um dos bonecos de palha que se encontravam presentes para os treinos.

Senti um liquido quente escorrer por minha nuca e não precisei olhar para saber que um pequeno corte havia sido aberto.

A olhei enraivecida e senti meu sangue ficar poderoso, cada musculo do meu corpo parecia mais forte, mais elétrico, e minha gargantinha brilhava de uma maneira cegante, e então como se o medo tivesse me deixado avancei em sua direção com apenas a adaga em mãos, ela esperava pelo ataque e se defendeu, mas não esperava que eu fosse impedi-la também, minha adaga fez um pequeno corte em seu braço direito e a plateia exclamou admirada.

Ouvi Joe soltar uma exclamação de surpresa quando consegui jogar a espada de sua irmã no chão e rende-la.

Eu mesma exclamei ao ver tal ato, eu estava tão atônita quanto eles, e Estela parecia atordoada com a situação, mas ela rapidamente se levantou e me lançou um sorriso dizendo:

–Parabéns! Surpreendeu-me, é uma lutadora nata. —Depois se virou para Joe e disse: - Ela se machucou, ajude-a a trocar o curativo e a estancar o novo corte. –E em seguida foi para junto de seu chalé para voltar a treina-los.

Joe me puxou pela mão até um canto afastado da arena onde se encontrava uma pequena caixinha branca com uma cruz vermelha pintada, representando primeiros socorros.

–Senta ai, eu vou cuidar de você – Ele disse sorrindo e retirando curativos e um líquido estranho de dentro da caixa. Fiz o que ele disse e fiquei o observando arrumar tudo, quando enfim pegou tudo de que precisava, ele molhou uma gaze em um liquido avermelhado e colocou em cima do meu novo corte, fazendo minha cabeça toda arder, ele percebeu assim minha dor, mas continuou até estancar o sangramento. Em seguida ele olhou para o curativo gigante que cobria minha face esquerda, o curativo estava avermelhado por causa do sangue e ele parecia pensar se devia ou não retira-lo. Sua mão foi de encontro com o mesmo, mas a segurei com um olhar de desespero.

–Está tudo bem, eu vou cuidar disso. –Ele disse sorrindo.

–Não, o corte é horrível, ele estragou meu rosto, não quero que o veja. –Disse tentando não chorar de tristeza.

Ele sorriu e mesmo assim retirou o curativo, e sua expressão não se alterou enquanto ele limpava o corte. Eu havia levado doze pontos, o corte vinha de minha sobrancelha esquerda até o canto da minha boca, atravessando meu olho, mas ela não era muito visível, a não ser na parte da bochecha. Abaixei o rosto me sentindo anormal por ter algo tão grande no rosto, mas o garoto o levantou e olhando nos meus olhos disse:

–Você fica charmosa com a cicatriz. –E então levou seus lábios até o começo da mesma e a beijou até o final.

Eu podia ter sete anos na época, mas sabia muito bem que um ato de carinho desses era raro e que ele merecia todo o meu afeto. Assim que ele terminou de colocar o curativo, me levantei e o segui até o lugar onde seus irmãos treinavam.

....

–Estela, eu posso leva-la para passear? Ela não conhece o acampamento direito. –Ele disse quase implorando para sua irmã.

–Claro, mas volte antes do banho! –Ela disse o olhando.

Não tive nem tempo de acenar para Estela ou seus irmãos, pois Joe me arrastou arena afora todo eufórico.

–Venha te levarei para meu lugar preferido! –Ele falou me puxando contente.

O segui na mesma empolgação, pois eu queria de fato conhecer o acampamento, pois só conhecia os chalés, a praia, a arena, e o refeitório.

Enquanto caminhávamos, comecei a sentir um cheiro familiar me subindo até o nariz, então com um sorriso disse:

–Morangos!

E nem foi necessário Joe confirmar, pois em seguida um campo de morangos apareceu no horizonte, o lugar era incrível, cheio de sátiros tocando flautas, e campistas cuidando do lugar, e eu notei também que as plantas pareciam “acompanhar” a musica.

De fato era o lugar mais incrível que eu já havia visto, pois o cheiro de morangos me invadia o nariz e eu me lembrava do motivo de essa ser minha fruta preferida.

Caminhamos até a plantação enquanto alguns campistas nos cumprimentavam.

Joe parecia conhecer bem o lugar, pois me arrastou sem cogitar por toda aquela plantação, até chegarmos a um lugar onde os morangos pareciam dar um espaço entre si, fazendo assim uma “clareira”.

–Esse lugar será nosso segredo! –Ele disse feliz.

Sorri para o mesmo e assenti cúmplice do nosso segredo.

Joe se deitou no chão observando as nuvens, e de vez em quando exclamava uma forma diferente. Com o tempo me deitei ao seu lado e comecei a ver as nuvens também.

“Nossa amizade sempre foi assim, éramos cúmplices, claro que logo depois o Jim se juntou a nós, mas aquele lugar era conhecido apenas por nós dois...”.
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