— {Whimsical killer} — Bianca Hale Somerhalder

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Mensagem por Ash H. Kierkegaard Dom 04 Jan 2015, 16:25

Cada onda reflete na areia a nova lua cheia
DiY - Bianca Hale Somerhalder


Aqui serão postadas as DiY deste player, que pode ser meiga e delicada, mas que assumirá uma personalidade assassina. Se está esperando alguma coisa sem mortes e pessoas rebeldes, vá embora.

Espero que se divirtam.



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Re: — {Whimsical killer} — Bianca Hale Somerhalder

Mensagem por Ash H. Kierkegaard Sex 23 Jan 2015, 12:56

We'll be counting stars ♪
The somber visit


Quebec, 1998

Em um dia chuvoso na maior província do Canadá nascia Bianca, uma garota com a pele branca como neve e cabelos castanhos escuros. A garota, que não poderia crescer na presença da mãe, fora largada na porta do pai. Esse, que se chamava Luke, com sua pele clara e olhos tão pretos como os cabelos, havia tanto dinheiro quanto o presidente dos Estados Unidos, mas isso não era motivo para ele deixar de se encantar com a beleza da filha.

Nos primeiros dias ele a acolheu com um amor sereno, que quem avistasse aquilo poderia pensar que o próprio havia parido a filha de sua barriga, mas depois de algumas semanas o fato mudou completamente.

Eu significo perigo para ela, pensava ele toda vez que olhava para o rosto inocente da cria. Com esse pensamento o atormentando, o pai teve uma decisão difícil que, pensava ele, era benéfico para o futuro da menina.

Havia um primo que morava por perto, esse era pobre e nunca conseguira tocar sua vida em Quebec. Ele será perfeito, pensara Luke. Não se demorando muito o pai da inocente garota se dirigiu até a casa do parente mais próximo e bateu em sua porta.

Foi atendido de mau grado, como de costume, mas dizendo que era urgente se meteu dentro da casa caindo aos pedaços com Bianca no colo e sentou-se no sofá.

Raymond, o primo, não gostou nada dessa atitude, mas fez igual para descobrir o que o outro estava querendo. Esquecendo-se da educação que recebera foi um tanto ignorante, e logo estava dirigindo a Luke palavras de baixo escalão.

- Acalme-se, meu primo. – resmungava o homem. – Vim aqui para lhe pedir um favor.

- Favor? Você nunca fez nada por mim, porque eu lhe faria agora? – gritava o outro.

- Por favor, ouça-me. – pedia Luke com a cabeça abaixada, demonstrando humildade como nunca fizera antes. – Não posso cuidar de minha cria sem a condenar a uma vida de torturas.
Eu sei que além do seu ressentimento existe um bom coração, primo. Cuide de Bianca para mim. – Em seguida, o homem explicou ao outro que daria tudo de bom a eles em qualquer cidade longe dali, e que a única coisa necessária era que o primo não contasse a garota quem um dia foi seu pai, fingindo ser tal.

Raymond olhava atônito para a garota de colo, que naquele momento dormia como um anjo. Afirmando com a cabeça, ele lançou um olhar de surpresa ao primo, e em seguida murmurou:

- Sim, eu irei cuidar dela.


Acampamento Meio-Sangue, dias atuais

Bianca estava entediada em seu chalé no acampamento e procurava alguma coisa pra fazer, já que os campistas dali não faziam nada de interessante para os seus padrões. Pensou em todos os locais que podia visitar e no final não se animou com nenhum.

Desistindo da opção anterior, calmamente ela resolveu tentar dormir, mas antes de conseguir realizar tal coisa ouviu seu nome sendo chamado. Procurou de onde vinha com certa frustração, e encontrou um garoto parado na porta que exibia uma expressão cansada.

A filha de Selene se aproximou dele lenta e pacientemente, e depois de ser recebida com um sorriso, ouviu as informações que o garoto estava ali para lhe dar.

- Quíron quer falar com você na Casa Grande. – informou ele. Assim que Bianca acenou com a cabeça, afirmando ter entendido, o garoto foi embora.

Ela pensou por alguns segundos – quase entrando em pânico – mas não conseguiu encontrar em sua mente nada que tivesse feito de errado esses dias, então foi sem pressa para tal local. Pelo caminho, observou com indiferença os filhos de Ares treinando e alguns filhos de Apolo fazendo uma competição de arco e flecha. Nada de interessante, como sempre.

Bianca chegou à Casa Grande e encontrou Quíron a esperando com uma cara que não dizia absolutamente nada. Ela subiu os degraus tentando não demonstrar sua curiosidade, e chegou até a varanda da frente, ficando bem próxima do centauro.

- Queria falar comigo? – perguntou ela.

- Sim. – disse ele. – Lembra quando seu pai perguntou o telefone da escola interna em que você estudaria, e você deu o número do telefone que tem aqui na Casa Grande?

A garota afirmou pensativamente, e ficou com receio de que...

- Ele acabou de ligar querendo falar com você – Quíron finalizou.

Era disso que ela tinha receio. De que o pai estivesse tentando entrar em contato. Não que estivesse nutrindo um ódio mortal pelo seu único parente que não provinha da parte divina, mas é que estava bem naquele lugar como nunca estivera antes em sua casa antiga.

Mesmo assim, Bianca sorriu para o centauro e disse que falaria com o pai sendo, em seguida, conduzida até o local em que ficava o telefone. O aparelho não era muito utilizado no acampamento, mas mantinham-no ali, pois muitos parentes recusavam-se a perder o contato com os filhos, e aquele foi o único meio que encontraram de solucionar o problema. Bianca começava a odiar aquilo pelo simples fato de o pai poder entrar em contato.

Assim que Bianca avistou o telefone se sentiu ameaçada, mas continuou andando firmemente em direção a ele, pois não queria parecer fraca. Ficando de costas para o centauro, pegou o objeto e saudou o pai.

- Alô, pai?

- Bianca! Eu estava morrendo de saudade! – disse o pai, fazendo a garota ter que conter uma risada. Tamanha falsidade, pensou ela.

- Olá. O que quer comigo? – perguntou ela sem nenhuma cerimônia.

- Ora, cadê sua educação, filha? – reclamou ele. – Enfim, quero que venha me visitar. Estou morando em Los Angeles agora.

- Ah... Claro. – disse ela, meio relutante e insegura.  

- Mas quero que venha logo, pois estou com saudades.

Bianca estava ansiosa para desligar o telefone e não ter mais que ouvir a voz do pai, e por isso se despediu com uma simples promessa de ir até a casa dele em algum dia. Não que ela achasse que fosse cumprir essa promessa, mas se sentia tranquila pensando que o pai não ligaria mais, pois acharia que ela estava indo.

Assim que desligou, ela sentou-se no chão para pensar no que faria, mas percebeu que Quíron a observava. Tratou de esconder as emoções que estava sentindo – confusão, raiva e medo - e sorriu de um jeito desdenhoso.

- Meu pai quer que eu vá visitá-lo. – disse ela.

Ele assentiu e, em seguida, fez um breve discurso de como seria bom a garota passar um pouco de tempo com mortais, ao que fez a prole da lua segurar uma exclamação de tédio. Bianca fingiu estar ouvindo tudo e, depois que ele acabou, se levantou e voltou para o seu chalé.

Sem prestar atenção em nada pelo seu caminho, a garota simplesmente correu por todo o acampamento com uma sensação inquieta, e só parou quando chegou ao conforto de sua cama. Ela não pretendia ir a lugar nenhum. Não iria sair daquele lugar, onde finalmente tinha pessoas em que confiar, para ir visitar o pai.

- O que está acontecendo, Bia? – ouviu uma voz perguntar e, ao virar-se surpresa, deparou-se com Jade, uma de suas irmãs.

- Meu pai quer que eu vá visita-lo. – contou Bianca cansada, mas sem nenhuma hesitação.

- E qual o mal nisso?

- É que... – a garota pensou por alguns segundos e, frustrada, não conseguiu se lembrar de nenhum motivo que não parecesse bobo ou infantil.

- Você deveria ir. A maioria aqui daria qualquer coisa para visitar o pai.

Bianca acenou com a cabeça tentando se livrar da garota e Jade, sorrindo, se afastou dela. E isso foi a última coisa que a garota viu, pois dominada pelo cansaço dormiu em um piscar de olhos.


***


A filha de Selene corria desesperada por todos os lados enquanto gritava ajuda para qualquer um que passasse por perto. Mas eles não ouviam. Sua casa antiga no Brooklyn pegava fogo de um modo incessante, e ninguém parecia sequer estar notando o acontecimento. Mas não era um fogo normal, era fogo grego, e aquilo deixava Bianca cadê vez mais aflita.

Ela podia ouvir seu pai gritando dentro da residência. Era um grito de agonia e desespero que cortava o coração e os ouvidos da semideusa.
Eu irei te salvar, pensava ela.


***


Bianca acordou assustada. Tivera um sonho horrível que lhe despertara e tirara seu sono. A garota respirava como se tivesse ferro dentro de seu pulmão, e antes de tentar já havia constatado que não conseguiria dormir de novo.

Levantou-se arrastadamente e olhou no relógio. Sete horas da manhã. A filha de Selene era tão normal quantos outros adolescentes nesse quesito, pois odiava acordar cedo. Mas naquele caso não se importava com o horário, simplesmente não queria mais dormir, já que o pânico tinha a dominado.

Começou a pensar nas opções que tinha e, de repente, teve uma ideia que antes a abominaria. Depois desse sonho que a deixou perturbada, Bianca queria ir visitar o pai. Tinha medo de que aquilo realmente acontecesse com ele, pois apesar de tudo ela ainda o amava.

Revirando sua mochila, encontrou satisfeita um pouco de dinheiro mortal e, colocando roupas e armas em uma bolsa, saiu do chalé. O ar lá fora estava frio, o que a fez tremer momentaneamente. Apesar de gostar de locais frios, a garota não tinha nenhum poder contra ele, o que a tornava vulnerável ao mesmo. Isso a deixava inquieta às vezes, mas na maior parte do tempo conseguia ignorar.

Olhando para os lados, ela pôde ver com satisfação que não havia ninguém por perto, então se dirigiu para a colina. Ela não precisava deixar nenhum bilhete ou coisa do tipo avisando, sabia que Quíron ou Jade deduziriam para onde ela foi.

Subindo a colina ela pôde ver a neblina e, sorrindo, ela se lembrou com saudades de uma brincadeira de quando era criança. Ela e alguns amigos brincavam de correr atrás da bruma e tentar pegá-la, mas nunca conseguiam. Faziam isso por um dia inteiro sem nem se cansarem. Bianca sentia saudades da infância, quando ela não sabia que era uma semideusa e consequentemente não tinha monstros para combater.

Bianca continuava a tremer, mas a garota tentava a todo custo ignorar essa sensação. Muitas vezes, o seu ato de tremer significava medo, e ela não queria pensar que tinha medo de encontrar o pai. Estava somente aflita, mas não com medo. O que poderia dar errado, afinal? Não seja idiota Bianca, tudo dá errado para semideuses, pensou ela.


***


Havia alguns minutos que Bianca estava andando em direção a NY. Talvez horas, ela não fazia a mínima ideia. O peso de fazer aquilo invadia sua mente e fazia-a perder a noção de todas as coisas que antes não significariam problema. Tudo parecia diferente: O tempo, as ruas, o céu. Enquanto observava o sol fraco lá em cima ela sentiu saudade da lua e do seu brilho.

A garota já estava chegando perto da rodoviária, e cada vez mais a aflição enchia seu peito. Ela tinha vontade de chutar e esmurrar todos que passavam em sua frente, mas se controlava, pois poderia parecer uma maluca. Sua aparência já não estava muito boa: Usava um jeans surrado e um top preto em que estava escrito “The Beatles”. Nos pés calçava uma bota de cadarço que ia até sua canela. Sim, aos olhos dos outros poderia parecer uma psicopata.

Controlando suas emoções, a prole da lua comprou uma passagem para Los Angeles. O ônibus ao qual ela iria já estava saindo, e por isso ela entrou nele sem nem olhar para os lados. Bianca torcia para que nenhum monstro chegasse perto dela, pois seu humor já não era um dos melhores naquele momento. E por esse motivo ela o aniquilaria, ou simplesmente ficaria parada no mesmo lugar esperando a morte. Apostava mais na segunda opção...

O ônibus rodou e rodou, e horas depois ele havia chegado a seu destino. Lá estava Bianca em Los Angeles. Adoraria ter vindo aqui em outra ocasião, pensou ela. Descendo do transporte, a garota procurou um telefone por perto para ligar para seu pai. Achou um rapidamente, e discou o número sem nem pensar duas vezes. Se for pra fazer isso, que seja rápido, pensava ela.

O pai atendeu no terceiro toque, e ao ouvir a voz dele os pelos da pele de Bianca se eriçaram. Antes da ligação do dia anterior, havia meses que ela não ouvia aquela voz e, de uma hora para outra, aquilo se tornou um fato diário. Ela não sabia quanto tempo iria ficar por ali, mas esperava que não fosse mais de uma semana.

Depois de explicar sua situação ao pai, ele disse que iria busca-la naquele mesmo instante, e ela sentou-se em um banco próximo para esperar. Tudo ao ser redor parecia digno de desconfiança. Desde as mulheres trabalhando aos vendedores ambulantes. Nunca se sabe quando alguém pode virar um monstro...

Depois de registrar tudo aquilo em sua mente, a prole da lua pôde avistar alguém conhecido entrando no saguão, e o medo a atingiu em cheio quando percebeu que era o pai. Ele estava diferente. Não usava mais as roupas esfarrapadas e sujas de antes, mas sim algumas novinhas que pareciam até de marca. Bianca estranhou tal fato, mas não parou para pensar nele demais, já que seu único pensamento era que seriam dias totalmente diferentes.

- Olá, Bianca! – gritou o pai alegremente.

Então ela percebeu que aqueles dias não seriam somente diferentes, mas que a deixariam aflita a todo minuto.


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Re: — {Whimsical killer} — Bianca Hale Somerhalder

Mensagem por 095-ExStaff Qua 28 Jan 2015, 23:57

Avaliação




O texto ficou bem escrito, não notei nada gritante, mas ainda assim devo apontar alguns erros – quase todos bastante simples -, como ‘escalão’ escrito no lugar de ‘calão’, ou ‘buscá-la’ escrito sem acento. Notei também uma confusão entre masculino e feminino em “uma decisão difícil que, pensava ele, era benéfico”. Em “O ônibus ao qual ela iria já estava saindo”, o correto seria ‘no qual’, e em “encontrou um garoto parado na porta que exibia uma expressão cansada”, o modo como foi escrito deixa a impressão que é a porta que exibe uma expressão cansada, então peço que se atente a esses pequenos detalhes. O pronome ‘ela’ também foi repetido diversas vezes e sem necessidade, podendo ser substituído por termos como ‘a semideusa’, ‘a filha de Selene’, enfim. A falta do uso da crase também foi notável ao longo da narrativa, e um detalhe que me incomodou bastante no texto foi a narração sobre o pai da personagem. Você não deixou claro o motivo de não querer ir até ele, sendo que você mesma citou que o amava, então causou certa confusão. Não havia muito a ser dito sobre a DiY, então isso é tudo.

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Coesão, Estrutura e Fluidez: 98/100
Ortografia e Organização: 34/40
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Re: — {Whimsical killer} — Bianca Hale Somerhalder

Mensagem por Ash H. Kierkegaard Dom 08 Fev 2015, 14:54

E o desespero pode ser seu pior inimigo
A captura


Fazia um dia ensolarado lá fora, e Bianca estava deitada em sua cama no quarto de hóspedes. O pai e a madrasta estavam na cozinha, e conversavam sem nenhuma discrição sobre a garota. Enquanto o homem a defendia, dizendo que ela iria se comportar se saíssem na rua, a mulher gritava que com certeza a menina iria tirar uma espada do cinto e decepar quem quer que passasse em sua frente. Isso era idiotice, claro, porém nenhum dos dois enxergava tal coisa. Se irritando com aquilo, a prole da lua desceu e, com um sorriso sínico no rosto, se juntou aos adultos.

Assim que fez isso, os outros a olharam com uma cara confusa, e ela logo trocou o sorriso por uma cara séria.

— Podemos sair logo? Já estou cansada dessa discussão sem nexo.

— Para você revelar o monstro que é? — Disse a madrasta

— Cale a boca, Aline. Vamos logo. — Decidiu o pai.

Os três se dirigiram para a porta, e Bianca revelou uma cara zombeteira para a mulher mais velha. Ela nunca gostara dela, e agora que estava se hospedando na casa do pai, percebia que ela era mais insuportável do que pensara. Desde que ela tinha chegado ali Aline não parava de falar em cabeças decepadas, e a filha de Selene sempre achava graça do exagero contido na hipótese.

Entrando no carro do pai, a garota voltou a pensar na origem daquilo tudo: antes de ir pro acampamento, seu parente mortal não tinha uma casa em Los Angeles, e muito menos um veículo de milhões de dólares. Aquilo era bem suspeito, já que de uma hora pra outra ele passou a ser considerado rico. Bianca não parava de pensar naquilo, e tinha medo de que tudo viesse de coisas erradas.

Raymond dirigia o carro com cautela, e em certo ponto ele estacionou. Olhando em volta, a menina pôde perceber com surpresa que estavam em um parque, e que várias crianças brincavam por ali. Quando saiu do veículo, sentiu o cheiro forte de pipoca, e logo se pôs a sorrir. Ela amava pipoca.

O pai, percebendo o sorriso em seu rosto, logo se dirigiu ao carrinho, e voltou com dois saquinhos.

— Como nos velhos tempos! — Disse ele, sorridente.

Assentindo e sorrindo ao mesmo tempo, a menina pegou o que estava estendido para si, e em seguida começou a comer. Percebendo que estava salgado, ela aumentou seu sorriso mais ainda. Tudo parecia perfeito, até um grito ser ouvido.

Olhando em volta desesperadamente, ela conseguiu ver um menininho com uma espada na mão, e logo percebeu que com isso vinha um inimigo. Procurando, achou outro menino, esse mais velho, que mostrava uma expressão assassina.

Ignorando o resto, ela sacou sua própria katana, e assim foi ajudar. O pai gritava, mas ela não podia parar para ouvir. Podia não ser a pessoa mais sentimental do mundo, mas nunca deixaria alguém machucar uma criança.

Chegando perto, ela colocou o garotinho para trás e, com um olhar assassino, exigiu saber o que acontecia. O outro, que agora aparentava ferver de raiva, se recusou a respondê-la. Ouvindo um ruído baixo, ela se virou para trás, e pôde ver que a criança chorava. "Ele quer me levar com ele, mas eu não quero ir", ele não parava de repetir.

— Não irá levar ele! — Gritou ela.

Enquanto proferia tais palavras, Bianca avistou com os cantos dos olhos o pai, que corria em sua direção desesperadamente. Ela gritou para ele se afastar, mas já era tarde demais. Agora Raymond estava próximo, e o outro garoto atingiu seu estômago com a espada.

— Pai, não!

Ela iria correr para ele, porém pôde ver que o criminoso pretendia se afastar, então partiu para cima dele. Com sua katana atingiu sua perna, e enquanto ele gritava, acertou também o braço.

Ele largou a espada e correu. Percebendo que era perda de tempo ir atrás, Bianca aproximou-se do pai e, vendo que ele sangrava muito, começou a se desesperar.

A criança que antes estava em seu encalço agora tentava estancar os ferimentos do adulto, e ela logo se afeiçoou por ele. Ajoelhando-se perto dos dois viu que Aline também se aproximava, e tratou de ignorar a todos. Somente chorava ao perceber as exclamações de dor do pai.

— O que você fez com ele? — Gritava Aline.

Ignorando a madrasta, a garota olhou em volta e pôde ver que várias pessoas olhavam na direção deles. Ela não sabia o que eles viam, mas também não tinha o menor interesse em descobrir. O garoto menor, que havia desistido das ataduras, colocou a mão no ombro da prole da lua, e quando ela olhou para ele, um arquejo invadiu sua garganta. Em cima de sua cabeça havia uma lua como a que aparecera na cabeça dela mesma um dia, e com exaltação a garota percebeu que ele era seu irmão.

— O que isso quer dizer? — Perguntou ele.

— Você é filho de Selene, deusa da lua. É meu irmão.

Ele já ia responder, porém Aline havia voltado a gritar com eles, fazendo com que se virassem para olhar. Bianca não tentava entender, somente tinha em mente que ganhara um familiar, alguém que ela devia proteger. Ele parecia tão puro e inocente que a filha da lua se sentiu afeiçoada, logo se sentindo vulnerável. Gostar de alguém a tornava vulnerável.

Explorando os acontecimentos do momento, ela sentiu uma imensa raiva aglomerando-se em si, e a vingança em seguida. Queria se vingar daquele garoto, do que tinha feito mal ao seu pai.

Percebendo que o irmão falava com a mulher, ela prestou atenção, e pôde perceber que ele tentava lhe acalmar. Irritando-se, ela levantou a voz mais que todos, e se viu dizendo coisas que não estavam em sua mente.

— Cale a boca, Aline! — Gritou. — Olha só, eu preciso ir atrás daquele menino — apontou para onde esse tinha ido. —, e quero que você cuide do meu pai.

Aline lhe olhava surpresa, e ela aproveitou o momento de silêncio para beijar o rosto de seu parente mortal. Em seguida, puxou o irmão para o lado e, automaticamente, perguntou-lhe seu nome.

Concordando, ele se apresentou: Kai Welmed, sete anos. Falando seu nome, Bianca notou um objeto no chão e, se aproximando, viu que era a espada do garoto assassino. Talvez o pai ainda não tivesse morrido, mas ela sabia que isso aconteceria uma hora ou outra, já que o ferimento parecia ser feio.

Observando, viu que tinha um símbolo familiar no cabo, e logo ficou curiosa para descobrir o que era. Virando-se para Kai, perguntou se o mesmo reconhecia, e ele se pôs a afirmar assiduamente.

— Já vi isso em um galpão lá perto de onde eu morava.

— Podemos ir até lá?

Ele concordou sem nem pensar, e logo ela se despedia de Aline. Essa, que agora chorava ao lado do homem, simplesmente ignorou Bianca, que nem se incomodou em ficar magoada, partiu junto a Kai.

Eles começaram a andar calmamente, e logo ela percebeu que aquela viagem demoraria. Perfeito, assim eles poderiam conhecer um ao outro.

***

Durante o percurso Bianca ficou ciente de muitas coisas: O menino mais velho havia atacado Kai sem nenhum motivo; entre outras palavras, ele disse que queria capturar o menino, mas não havia revelado o verdadeiro motivo. Aquilo tudo parecia estranho demais, e a filha da lua ficava cada vez mais curiosa.

Naquele momento eles estavam em frente a um galpão velho de três andares que parecia abandonado, porém a noite caía e Bianca podia ouvir, com sua audição aguçada, barulhos vindos lá de dentro. Não eram barulhos normais, como conversas e risos, mas sim outros que ela não conseguia reconhecer. Olhando para o irmão, pôde perceber que ele estava com medo. Ela, pelo contrário, já havia passado por situações bem piores para ter medo. Somente estava curiosa.

Segurou a mão de Kai com força, e recebeu um sorriso em troca. O garoto podia ser novo, porém ela percebia que ele tinha maturidade o bastante para fazer aquilo. Soltando-o, ela se aproximou do local lentamente, e sentiu que o menino a seguia.

Abriu a porta devagar e, com sua bandana, fez com que todos os seus ruídos de movimentação desaparecessem. Sorriu ao perceber que o irmão fazia barulho para os dois. Ao adentrar no local com curiosidade pôde ver que ele não era limpo há um bom tempo, e que teias de aranhas enfeitavam todas as paredes.

Porém não teve muito tempo para reparar naquilo, porque sentiu com desespero um saco sendo enfiado em sua cabeça, e ela só sentiu uma agulha sendo pressionada contra seu braço antes de desmaiar.


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Re: — {Whimsical killer} — Bianca Hale Somerhalder

Mensagem por 100-ExStaff Sáb 14 Fev 2015, 18:22



D I Y {  }
 
Avaliação;


Recompensas :

Coerência195/200  exp ;
Coesão, estrutura e fluidez100/100 exp;
Objetividade e adequação à proposta50/60 exp ;
Ortografia e organização40/40 exp;

||Total: 385 exp

-  20 EP

Observações sobre o post:

Bem, Bianca. Sua missão foi muito boa e tudo o mais, não encontrei nenhum erro com relação à grafia do texto, e por isso dou-lhe os parabéns. De resto, chamo atenção no quesito de coerência: porque, além de o texto ter sido corrido, fiquei intrigada com a completa e total indiferença da personagem ao aceitar a morte do pai sem derramar uma só lágrima, sendo que: Bianca gostava dele, e não há nenhuma característica/maldição que neutralize suas emoções para justificar o que a garota fez. A vingança, sim, é compreensível, mas ainda é algo que vem após a aceitação. Isso tornou aquela parte meio mecânica demais, sem emoção, e por isso descontou também em objetividade.

Já sobre a luta, eu creio ter faltado algumas informações cruciais. Como que, por exemplo, a distância entre o agressor e Bianca, e a pouca dificuldade enfrentada ao lutar contra ele (o que torna a ação muito mais desinteressante). Não são "erros" merecedores de descontos, mas creio que a dica possa vir a ser útil em um outro momento. No demais, meus parabéns!

~Atualizado por Quíron~
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Re: — {Whimsical killer} — Bianca Hale Somerhalder

Mensagem por Ash H. Kierkegaard Sáb 20 Jun 2015, 14:27

baby, I'm preying on you tonight
Bloodshed


Bianca acordou confusa, sem ter a mínima ideia de onde se encontrava; sentia uma dor lacinante no braço esquerdo, e sua respiração era pesada. Movimentando a cabeça para olhar para os lados, achou que todos os seus miolos iriam explodir, mas ignorou. Por mais que a dor fosse um prazer para ela, tinha coisas mais importantes para fazer, como descobrir que lugar era aquele.

Ali havia um galpão quase vazio, exceto por uma mesa coberta de papéis — e de suas armas — encostada na parede direita, e da cadeira que ela mesma estava sentada. Sentada e amarrada, na verdade. Todas aquelas coisas ainda não faziam sentido, já que Hale não se lembrava de muita coisa. Sua última lembrança era de quando saiu da casa do pai junto com o mesmo e a madrasta.

A garota se remexeu na cadeira, tentando se libertar, mas tudo que conseguiu foi sentir mais dor, pois as cordas estavam bem apertadas em seu pulso. Soltou um rosnado de frustração, e com um arquejo percebeu que, embora a maioria de suas armas estivesse na mesa do outro lado da sala, sua adaga ainda estava escondida no cinto. Provavelmente não havia sido avistada por quem quer que tivesse sequestrado Bianca. O único pensamento claro da menina era: todos eles irão pagar por isso.

Ao contrário do que era esperado em uma situação daquelas, a filha de Selene não estava assustada ou intimidada. Se aquela fosse a intenção dos sequestradores, haviam claramente falhado. Hale mantinha os pensamentos em ordem, tentando primeiramente descobrir como se livrar da estúpida cadeira. Sua primeira ideia foi alcançar a adaga e cortar as cordas, mas percebeu antes de tentar que não seria possível com as amarras tão apertadas; depois, teve a memória de quando pessoas em filmes quebravam as cadeiras em que estavam amarradas nos inimigos, e se lamentou por não ter ninguém ali. De toda forma, teria sido bem divertido.

Bianca ainda pensava em suas possibilidades quando ouviu um barulho. Virou-se para trás por instinto, e deparou-se com uma figura preta saindo de uma porta que ela não havia percebido antes. Atrás dele, podia se avistar mais quatro pessoas; diferente do primeiro, essas estavam vestidas totalmente de vermelho, e tinha algo de sombrio nisso que Somerhalder não conseguia dizer o que era. Todas usavam capuz com a respectiva cor de sua roupa, e o andar das mesmas era silencioso.

Quando se aproximaram da menina, fizeram uma meia roda em sua frente: o de preto se mantinha um pouco mais à frente, enquanto os outros posicionavam-se dois de cada um de seus lados. Obviamente, o primeiro era o líder, já que sempre estava adiantado. Confirmando os pensamentos de Bianca, o anterior tirou seu capuz e revelou seu rosto. Sua pele era mais branca que a da menina, e marcas pretas que Hale não reconhecia a enfeitavam por inteiro; os olhos, totalmente pretos, pareciam distantes, mas ao mesmo tempo acusadores. Ele sorriu, revelando dentes afiados como de vampiros.

— Creio que você seja... Bianca? — Perguntou ele, apontando para a filha de Selene. — Não acho que seria apropriado revelar meu nome, então "senhor" está ótimo.

— Como sabe o meu nome... Babaca? — A menina sorriu com ironia, levantando as sobrancelhas. — Se me permite, parece melhor que "senhor".

O homem rangeu os dentes ao mesmo tempo em que suas mãos se transformaram em punhos, e aquilo poderia parecer assustador se seu rosto não estivesse vermelho. Ao redor, as pessoas balançaram a cabeça em sincronia, o que fez Bianca pensar que elas se pareciam com robôs.

— Eu não brincaria tanto se soubesse que seu irmãozinho está preso em nossas mãos — comentou Babaca com um sorriso. — Aliás, ele que nos contou seu nome.

Pelos primeiros instantes, Hale se perguntou do que ele estava falando. Mas, após refletir sobre as palavras, lembranças dos últimos momentos antes dela perder a consciência vieram à tona. Kai. Havia conhecido o irmãozinho — que era filho de Selene, no caso — naquele mesmo dia, porém seu ponto fraco era crianças, ainda mais as indefesas. Por isso, nunca permitiria que fizessem mal a Kai. Se já tinham feito enquanto ela esteve incapacitada de defendê-lo, com certeza iriam pagar por aquilo.

Mas, além daquela lembrança, veio outra mil vezes mais pertubadora. Bianca viu, com clareza, o pai sendo ferido; quando viu Kai — que ela ainda não sabia ser seu irmão — ser atacado por um garoto mais velho, Hale se adiantou para ajudá-lo, mas surpreendeu-se quando o pai foi ajudar a ela. Ele provavelmente sabia que a filha de Selene sabia se cuidar sozinha, mas isso não foi o bastante para contê-lo. Idiota.

Da última vez que Somerhalder o vira, ele estava deitado sangrando no parque com a mais nova esposa.

— O que... Você fez com ele? — Ela quase rosnou. Já havia voltado a falar de Kai, mas quase não se conteve em jogar a culpa do ferimento de seu pai naquele homem também. Seria tudo mais fácil.

Ele riu, o que a irritou mais ainda.

— Podemos dizer que ele está só um pouco ferido. Um braço quebrado ou coisa parecida — ao ver que Bianca havia rosnado e se jogado para frente em uma tentativa de se libertar, sorriu mais ainda. — Brincadeira, brincadeira. Só deve estar com alguns arranhões, querida.

Bianca estava com uma enorme vontade de arrancar a carne de Babaca com os próprios dentes, mas teve que se contentar com apenas uma ameaça.

— Se ele estiver com um arranhão sequer, eu arranco a sua cabeça e chamo lobos para comê-la — Hale começou, lenta e ameaçadoramente. — Isso se eu não o fazer por conta própria.

O homem pareceu abalado por alguns segundos, o que incentivou Bianca, mas logo recobrou sua postura. Naquele momento exibia um sorriso ainda mais confiante que anteriormente, e os ombros pareciam relaxados. Isso a irritou: ninguém ficava relaxado diante de uma ameaça dela.

— Sabe, queridinha, eu não me acharia tão superior se fosse você — ele acenou para os que estavam ao redor, e assim eles começaram a entoar alguma coisa em tom baixo em uma língua entranha. Babaca continuou falando alto: — Nesse momento, com esse cântico, uma maldição está sendo colocada em você. Você vai ser nosso brinquedinho em pessoa, e preciso dizer que vai querer morrer ao experimentar essa sensação.

A filha de Selene achou engraçado e idiota, mas sentiu receio ao ouvir a palavra "brinquedinho". Ela simplesmente odiava ser controlada, e deduziu que realmente iria querer morrer se aquilo acontecesse. Não era o caso; aquelas pessoas eram lunáticas.

Lunáticas. Enquanto Babaca começava a entoar o cântico juntamente com os outros, Bianca sorriu àquela palavra. Geralmente gostava dela, pois a lembrava da mãe, mas naquele momento não queria dizer uma coisa boa; não eram lunáticos como Hale, mas sim ao ponto de serem idiotas.

Mas ela foi tirada de suas divagações. Dois segundos depois que aqueles estranhos se calaram — tempo suficiente para uma expressão ansiosa aparecer em seus rostos —, um grito desesperado saiu da garganta da filha de Selene. Todas as partes de sua pele ardiam insuportavelmente, e seus olhos tinham assumido um tom vermelho sangue. Seus únicos pensamentos eram morte e retaliação.

E de repente parou.

— Eu disse, Bianca. Eu disse — começou Babaca enquanto Bianca recobrava seu fôlego. Sua pele não ardia mais, mas a lembrança era vívida e dolorida. Seus olhos estavam voltando ao normal aos poucos. — Precisa parar de ser tão esnobe e acreditar nos outros.

— O que aconteceu comigo?

— Já tinha dito: colocamos uma maldição em você. Agora, em uma noite de lua cheia de cada mês controlaremos sua mente. Prometo que será bem dolorido e torturante, e que ficará tudo marcado em sua pele para guardar lembrança pelos outros dias.

— Por que isso? O que querem comigo e quem são vocês? — Ela disse tudo rapidamente, embolando as palavras. Estava com medo, mas não queria admtir nem para si mesma. Era orgulhosa demais.

— Ah, finalmente perguntou! — Ele comemorou, e foi seguido por risinhos entusiasmados dos outro. — Temos pacto com o homem lá de baixo, srta. Bianca. Estamos fazendo isso somente porque invadiu nossa residência, e nos pareceu mais divertido que matá-la. Sinta-se honrada.

Bianca revirou os olhos, absorvendo as palavras com ansiosidade. Parecia excessivamente confuso, mas ela se esforçava para entender. Queria saber de cada detalhe antes de matar todos eles. Examinou-os com atenção antes de perguntar:

— Quer dizer... Que tem pacto com Hades?

Todos soltaram gargalhadas, o que foi ao mesmo tempo sinistro e surpreendente. Pareciam forçadas, até porque saíram todas no mesmo tom e ritmo, tirando a de Babaca.

— Não, não. É algo muito maior que os seus deuses, menina — ele disse, observando alguma coisa atrás dela. — É o homem lá de baixo, se é que me entende. O capeta em pessoa. — Ele pausou, e depois completou: — E sim, sabemos sobre os seus deuses e acreditamos que algo bem maior do que eles existe. Formamos essa instituição especialmente por mortais que veem através da névoa e odeiam os semideuses. Matamos alguns todos os dias.

Ele fez mais uma pausa, hesitando, depois voltou a se dirigir a ela com tédio.

— Agora, se não se importa, tenho mais coisas para fazer. Aposto que meus companheiros também — sorrindo, ele se voltou para os outros. — Podem soltá-la lá fora.

Assim que ele disse isso, as duas pessoas do lado esquerdo se aproximaram dela. De repente, a menina se lembrou do que havia pensado antes, sobre quebrar a cadeira nos inimigos. Foi exatamente o que fez. Apoiou os pés no chão com um impulso, e rodou o corpo com rapidez, levando o móvel consigo. Ele bateu na primeira pessoa com um estrondo, fazendo-a desmaiar, e assim que Bianca ficou livre — já que cada pulso estava amarrado com uma corda diferente, em barras diferentes da cadeira —, ela usou um pedaço de madeira para acertar o olho do outro que estava próximo, que caiu gritando.

Babaca ficou boquiaberto, literalmente, o que deu tempo para Hale pegar sua adaga e mirar dentro da boca dele. O homem caiu de joelhos, procurando a faca com as mãos e vomitando sangue ao mesmo tempo. Assim que os outros viram os três caídos, saíram correndo por uma porta diferente da que tinham vindo.

Bianca tirou as cordas de seus pulsos, recuperou sua adaga e o resto das armas, e observou satisfeita o sangue derramado. Porém, com tristeza, constatou que não tinha tempo para fazer qualquer coisa com as cabeças daquelas pessoas.

Tinha que achar Kai.


***


Havia uns bons quinze minutos desde que Bianca entrara pela porta por onde as pessoas estranhas tinham saído antes, e assim que o fez se sentiu completamente perdida. À sua frente havia não só uma, mas sim muitas portas; ela chutava que eram vinte, aproximadamente. Pelos primeiros minutos abriu algumas calmamente, na esperança de encontrar Kai, mas se irritou mais ou menos na quinta. Essas malditas portas nunca acabam!, pensava ela a cada passo.

Então, irritada pela possibilidade do irmão estar em alguma sala no final do corredor, começou a gritar. Não um grito qualquer, mas sim o nome de Kai. Repetia toda hora, esperando que ou fosse gritada de volta ou que alguém viesse pegá-la e desse algum indício da porta certa. Óbvio, a segunda opção foi a que se tornou real.

Dois homens de vermelho saíram de uma das últimas salas e vieram correndo pegar a menina. Esses eram mais fortes e preparados do que as pessoas que Bianca já havia enfrentado anteriormente, e ela ficou imaginando com curiosidade se suas funções eram divididas: matar pessoas ou entoar cânticos estranhos. Provavelmente sim.

Assim que estavam próximos o bastante, Hale sacou sua katana. Tentou acertar o primeiro no estômago, mas esse se desviou para o lado na hora certa. Então a menina lançou a arma para a esquerda, e assim atingiu a perna do segundo adversário. Ele começou a se contorcer de dor no chão, e Somerhalder teve tempo de acertar o pescoço do outro quando ele se permitiu ficar surpreso. Era uma vez alguém com cabeça.

Para completar o serviço, jogou no coração do cara que se contorcia um de seus shurikens, e desse modo fez com que ele ficasse quieto. Morto, provavelmente.

Durante cinco segundos ficou sorrindo enquanto observava o sangue, e até se permitiu passar a mão nele como se fosse água corrente. Mas depois, com a mão completamente vermelha e um sorriso assustador, se levantou e foi em direção à porta por onde aqueles homens haviam saído.

Agora ela já estava aberta, e Bianca só teve o trabalho de entrar. Assim que o fez, ficou confusa. A sala era pequena, e estava completamente vazia; porém, ao analisar melhor, viu que tinha uma cortina ali. Uma cortina? Mas nem janela tem aqui, pensou ao se lembrar de quando tinha analisado o prédio do lado de fora. Resolveu se aproximar para conferir o que era, e desse modo achou o que procurava. Uma porta.

A porta era branca, e com sua audição aguçada — coisa que a levou a descobrir que já era noite —, Bianca conseguiu escutar barulhos lá de dentro. Não compreendia o que era exatamente, mas certamente havia alguém ali dentro.

Tentou abrir pela maçaneta, e quase se decepcionou ao ver que estava destrancada. Gostava de desafios. A única coisa que a impediu de ter esse sentimento era a urgência de achar Kai. Entrou silenciosamente, e encontrou um ambiente enorme.

Era quase vazio, como o que ela estava inicialmente, mas tinha uma cadeira de couro inclinada, daquelas que se usa no cabeleireiro, porém sem o pequeno tanque atrás. Em volta dela estavam cinco mulheres, e provavelmente havia uma pessoa sentada também. Perto de uma das paredes laterais, tinha mais dois homens musculosos.

— INVASORA! INVASORA! — Começaram a gritar, o que fez Bianca soltar uma gargalhada. Assim que fizeram isso e todos se levantaram, um grito pôde ser ouvido.

— BIA! — Era Kai. — Eu tentei te gritar antes, mas eles não deixaram! Me tira daqui, por favor!

Sua voz era doce e desesperada. O sangue de Bianca ferveu ao constatar que realmente estavam fazendo alguma coisa com ele, e a menina começou a rosnar instintivamente. Ela somente esperou que os inimigos se aproximassem, e assim eles fizeram.

Vieram os dois guardas primeiro, enquanto as outras cinco continuaram onde estavam. Hale deduziu que elas eram do tipo que cantavam. Quando os homens se aproximaram, ela se abaixou diante de uma primeira tentativa de soco, e acertou com a adaga o peito do que tentou, matando-o. O segundo, que empunhava um revólver, caiu com uma rasteira da katana de Bianca, deixando a arma no chão. A menina pegou o objeto — sujando-o com o sangue que já estava em sua mão antes — e mirou na cabeça do adversário. Mais um à lista.

Em seguida, se dirigiu às pessoas encolhidas lá atrás. Sorriu e deu de ombros enquanto observava o revólver atentamente.

— Se vocês derem o fora daqui agora, eu deixo todo mundo viver — rosnou e se posicionou na frente das pessoas. — Ou não. Depende do quão feliz eu estiver.

Ela esperou, e finalmente uma voz feminina se pronunciou. Não disse o que Hale esperava, mas foi a única que teve coragem de se dirigir à menina diretamente.

— Não importa se vamos viver ou não — disse despreocupada, mas com um tom de raiva na voz. — Creio que a maldição já está em você, e outras bases da nossa instituição já foram avisadas. Você pagará por todas essas mortes.

Bianca pensou por alguns segundos sobre o atrevimento da menina, e lentamente se aproximou dela, que parecia não ser muito mais velha que a própria Hale. Encarou-a, e assim disse:

— Pois bem — girou o revólver na mão e apontou para a testa da garota, que não parecia assustada. — Você será a primeira a morrer.

O barulho soou por toda a sala, e o sangue começou a escorrer pela testa da garota. Bianca riu, e rapidamente se voltou para as outras.

— Vocês podem ir — disse com um aceno, e no mesmo momento todas as outras quatro correram para a porta. Hale adoraria matá-las, mas estava mais preocupada com o irmão.

Se virou para Kai, e esse observava sem nem piscar. Desamarrando-o da enorme cadeira, o abraçou sem hesitar. Ele não parecia estar com medo agora, e seus braços envolveram o pescoço da irmã.

— Desculpe. Não queria que você tivesse visto isso — sussurrou, passando a mão que não estava suja no rosto dele. Não queria perguntar o que haviam feito com ele agora, então esperou o menino dizer alguma coisa.

— Tudo... Tudo bem. Obrigada por me ajudar — Realmente parecia tudo bem, e Bianca ficou feliz por isso. — Suas mãos...

— O sangue não é meu — ela disse somente isso. Como dizer pro irmão mais novo que ela estava apreciando o sangue de outras pessoas? Era melhor deixar quieto. — Vamos embora daqui.

Eles saíram, e o vento quente de Los Angeles, juntamente com a luz do luar, atingiram o rosto de Hale assim que ela pisou na rua, fazendo-a ficar elétrica; nas últimas semanas, tinha aprendido a amar aquele lugar e aquele clima.

Ao longo da caminhada com Kai, a mente de Bianca sempre divagava para a história sobre a maldição, mas ela tentava continuamente evitar.

Afinal, tinha que aproveitar enquanto a vida não lhe tirava seu mais novo irmão.

Armas Levadas:
Poderes Utilizados:
Maldição almejada:



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Re: — {Whimsical killer} — Bianca Hale Somerhalder

Mensagem por 120-ExStaff Qua 24 Jun 2015, 20:34

AVALIAÇÃO




Ai, Deus, como adoro ler missões de veteranos. Sério. São tão bem organizadas, estruturadas e perfeitas que nem me surpreendo em ler e não encontrar erros aparentes em nenhuma parte de DIY's como a sua. Tanto que nem vou me demorar muito aqui. Gostaria de ressaltar, apenas, que fiquei surpresa com os membros dessa ordem do Capeta e em como você conseguiu assimilar as duas religiões (religiões?), além do modo como desenvolveu a personalidade fechosa da Bianca. É realmente uma pena que a recompensa almejada seja uma maldição - considerando que isso não te trará benefícios a não ser a progressão da sua trama. Bem, é isso. Nada a dizer que não seja um "parabéns" e um "continue sempre assim". Parabéns e continue sempre assim, lunática.


— Coerência: 200/200
— Coesão, estrutura e fluidez: 100/100
— Objetividade e adequação à proposta: 60/60
— Ortografia e organização: 40/40

— Descontos finais e penalidades: 50 HP e 50 MP.
— Recompensa final: 400 de exp + 75 dracmas + maldição:

{Psycho moon} / Maldição [Em uma noite de lua cheia de cada mês Bianca perde sua sanidade, pois sua mente será controlada por aqueles que lhe lançaram a maldição, que farão a menina ter ilusões. Como não estará vendo as coisas do modo como elas realmente são, ninguém poderá prever como ela reagirá aos acontecimentos, e é perigoso que mate alguém que ela mesmo ama. Nesses dias, seus olhos — que normalmente são castanhos — começarão a brilhar, e assim assumirão um tom vermelho sangue; sua pele também emanará um brilho quase imperceptível, e quem encostar na menina será queimado no local do toque. Cada vez que a maldição toma conta de Hale, uma runa antiga preta com significado de morte e retaliação é entalhada em alguma parte de seu corpo.] (Nível mínimo: 30) [Recebimento: DIY "Bloodshed", avaliada por Harmonia e atualizada por __________.]

~AGUARDANDO ATT~


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Re: — {Whimsical killer} — Bianca Hale Somerhalder

Mensagem por 117-ExStaff Sáb 27 Jun 2015, 21:20

Atualizado
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Re: — {Whimsical killer} — Bianca Hale Somerhalder

Mensagem por Ash H. Kierkegaard Sáb 26 Set 2015, 12:48

world, I hate you
Enquanto a chuva fina caía do céu em uma quantidade absurda, Bianca e Kai comiam — só ele, ela estava observando — em um dos inúmeros restaurantes da cidade — pelo que parecia, estavam em um MC Donald. O menino, satisfeito com seu hambúrguer, comentava sobre tudo e todos ao redor. Já havia falado da garçonete que usava roupas excessivamente curtas, da velhinha que comia ali todos os dias como se fosse criança e das reais crianças, que sempre compravam os brinquedos mais chatos. O irmão da garota havia informado que morava ali por perto, então por isso sabia de todas aquelas coisas inúteis.

— Uma vez li em um livro que a chuva significa que algo ruim está para acontecer — disse ele, olhando para a rua pela janela molhada. Lá fora as pessoas andavam com pressa, seja para simplesmente saírem da chuva ou porque estavam atrasadas para um compromisso. — Acredita nisso?

Bianca sabia que aquilo era uma bobeira, mas o que ia dizer para o irmão? Ele certamente ainda estava na fase de acreditar em coisas idiotas, como papai Noel e coelhinho da páscoa. Portanto, ela falou enquanto sorria que não tinha provas para o contrário. Kai não pareceu satisfeito com a resposta, mas mesmo assim deu de ombros e voltou a comer. 

— Por que não me conta sobre sua família? — Perguntou Hale de repente, querendo saber o motivo de o menino estar na rua, perdido e sendo atacado antes de ser achado por ela. Bianca tinha consciência de que cada um possuía motivos diferentes para estar em situações diferentes, e sendo assim sabia fazer as perguntas certas para descobrir o que precisava, mesmo quando o outro não queria contar. 

Kai, que anteriormente estava comendo sem prestar atenção em nada, engasgou e colocou o hambúrguer em cima da mesa; em seguida, perguntou o motivo da filha de Selene querer saber aquilo. Ele parecia receoso de contar sobre a família, o que fez a menina perceber que não era uma como qualquer outra, radiante e unida. Respondendo que estava curiosa, Somerhalder se debruçou sobre a mesa e esperou.

— Bem... Eu nunca conheci a minha mãe, e há pouco tempo o motivo me foi revelado. Você sabe, também já passou por isso. Ser filho de um deus não é fácil — assentindo, Hale pensou em como ele não tinha nem ideia do quanto era difícil, mas permaneceu calada. — Então eu briguei com meu pai, disse que não cabia a ele me esconder uma coisa tão grande assim. Tipo, eu queria mesmo que ele tivesse sido sincero desde o começo, seria mil vezes mais fácil.


Fez uma pausa e encarou Bianca, o que a fez perceber que ele queria ouvir um comentário sobre aquilo, saber o que a irmã achava. Assentindo, a menina somente disse que compreendia o que estava sendo dito, que já havia passado por aquilo. Foi suficiente para Kai continuar.

— E aí eu fugi de casa. Eu não queria ver meu pai nem pintado de ouro, e acho que continuo pensando isso, sabe. Por mais que a raiva inicial já tenha passado, a mentira continua a mesma. Aliás, como é sua relação com seu pai?

Assim que o menino disse a última frase, o coração de Bianca disparou. Eu não quero falar sobre meu pai, tinha a intenção de dizer; mas aquele também era um assunto delicado para o irmão, não? E ele havia contado tudo... Estremecendo e suspirando profundamente, a prole da lua deu de ombros.

— Eu o perdoei — ela comprimiu os lábios e, sem graça, passou um dos dedos pela madeira da mesa. — Por mais que ele tenha mentido, continua sendo meu pai. E meu único parente de parte mortal vivo também. Sempre fomos somente nós dois, e apesar de agora ele ter arrumado uma nova mulher de quem eu não gosto, ainda é a única pessoa que eu tenho com quem compartilho lembranças da infância.

O menino a encarou com uma expressão triste, parecendo querer reencontrar o pai mais uma vez. Somerhalder não estava satisfeita por ter falado daquilo, então — quando o irmão acabou de comer —, ela deixou uma quantidade suficiente de dinheiro em cima da mesa e se levantou, incitando o outro a fazer o mesmo. Vendo que estava sendo observada pelo garotinho, deu de ombros e disse que era melhor irem embora. Ele não perguntou mais nada.

Sendo seguida de perto, Hale abriu a porta do restaurante e saiu para a rua, molhando-se de imediato ao pisar no asfalto. Não sabia para onde ir. Pela primeira vez Bianca tinha alguém para cuidar, alguém que realmente precisava dela. O que faria? Bianca Hale Somerhalder, uma assassina lunática, não sabia cuidar de crianças. Ele se machucará perto de mim, pensava ela. Sim, ele se machucaria. O melhor que eu faço é afastá-lo. Ensiná-lo como sobreviver e afastá-lo.

Ao virar-se para trás, encontrou Kai batendo o pé direito em uma poça de água enquanto a encarava com uma cara estranha. Seria preocupação com a irmã? Não, a filha de Selene nunca acreditaria que uma pessoa se importaria com ela tendo tão pouco tempo de convivência, então se limitou a pensar que o menino estava estranhando tudo aquilo. 

— Precisamos ir, Kai — disse, controlando a voz que há muito tempo já não queria mais ser controlada. Assim que o menino parou ao seu lado, Bianca olhou para os céus e, pela primeira vez, pediu algo à mãe. Pediu que ela o protegesse. — Preciso lhe ensinar a sobreviver.

***

Havia exatamente três horas que as gotas de água caíam do céu, e exatamente uma hora que Hale ajudava o irmão. Eles tinham saído de Los Angeles para treinarem, e naquele momento se encontravam em uma floresta qualquer que nenhum dos dois sabia o nome. Apesar de estarem completamente molhados, o calor e cansaço ainda estavam presentes. 

— Tudo bem, me diga por que você não pode se distrair em uma batalha — perguntou a filha de Selene, talvez pela terceira vez. Ela já tinha explicado praticamente tudo o que era necessário para Kai, e naquele momento o sol já tinha ido embora. Pelo visto a noite ia ser longa...

Enquanto o irmão falava, Bianca mudou sua tática e deu uma rasteira nele, imprensando-o pelo pescoço no chão. Levantando-se e levando o outro consigo depois de alguns segundos, disse que era por aquele motivo que ele não podia se distrair. O menino, todo sujo de lama e grama, sorriu e acenou com a cabeça, indicando ter entendido. 

— A gente vai ficar aqui por muito tempo, Bia? Estou morrendo de fome — comentou Sprigelman, sentando-se no chão e esticando as pernas. Comprimindo os lábios em uma linha fina, a filha de Selene deu de ombros. Ela não fazia a menor ideia, e não tinha a intenção de saber.

Mandou o garoto se levantar para continuarem, e ficou feliz quando ele o fez sem questionar. Gostava quando pessoas a obedeciam, o que estava acontecendo com demasiada frequência ao longo dos dias. O humor da menina, apesar de ainda explosivo, era um pouco menos mortal e perigoso ao lado do irmão, isso ela tinha de admitir. 

— Nós podemos repassar tudo uma última vez e...

Naquele momento, as palavras fugiram da boca da menina. Sua mente, antes cheia de planejamentos e estratégias, focava em uma única palavra: sangue. Por mais que fosse uma substância que mexesse com ela, Bianca nunca havia se sentido daquele jeito — insana e psicótica. Transformando as mãos em punhos, a filha de Selene fechou os olhos com força, tentando se livrar daquilo. Porém, teve o efeito contrário. 

Quando seus globos oculares se abriram novamente, as íris de ambos estavam em um tom vermelho vivo, igualmente à pele, que emanava um brilho fraco; Hale, que antes tentava tomar o controle da situação, já não sabia mais que tudo aquilo não era real. Podia-se dizer que o corpo e mente daquela haviam sido habitados por outro. Mas não era o caso, na verdade. Bianca ainda estava ali, mas suas reais visões, não; o que ela via ninguém sabia, mas aparentemente era uma ameaça.

Pegando sua katana da bainha em um movimento rápido, a menina partiu para cima de Kai — que, em sua mente, não era Kai. O irmão se virou para trás, pressentindo alguma coisa, e só teve tempo de um último grito antes da arma penetrar em seu coração. 

Puxando a espada e a largando em seguida, Bianca caiu junto dessa: seus joelhos sujos de lama se posicionavam bem ao lado da ponta da katana, no chão. Suspirando, a prole da lua caiu ao lado do corpo, desmaiando satisfeita em seu pesadelo — tinha acabado com o inimigo. 

O que ela não sabia é que o pesadelo só estava começando. 

***

Bianca Hale Somerhalder acordou confusa, levando a mão aos olhos para protegê-los do sol forte que acompanhava a chuva. Sua visão estava turva, e nada ali fazia sentido. Resolvendo se levantar, a menina apoiou a mão ao lado de seu corpo para se sentar. O estranho foi que, quando o fez, sentiu algo macio e molhado. Que porra é essa?, pensou. Olhou para o lado, e um grito agudo escapou de sua garganta.

Ali no chão, coberto de sangue, estava Kai Sprigelman, o irmão de Bianca. Essa, que até o momento jurava descobrir quem havia feito aquilo, avistou sua espada suja de sangue. Pegou-a nas mãos e, com um soluço, constatou a pior das hipóteses. Ela tinha matado o garoto.

Se debruçando sobre o menino de joelhos, lágrimas começaram a rolar pelo seu rosto. Ela não queria acreditar, não podia ser verdade. Tinha matado uma criança; ou, pior que isso, a única pessoa em meses que a entendia. Eu sou um monstro, repetia para si mesma. Um monstro

Limpando as lágrimas com as mãos sujas de sangue, Hale manchou todo o seu rosto de escarlate. Mas e daí? Ela não se importava com nada mais, a não ser o único e enorme fato de que era um monstro. Tentando se livrar daquela visão, levantou-se cambaleante e, recuperando a katana suja, Bianca deixou o corpo do irmão para trás e adentrou pela floresta, procurando alguma coisa que ela não tinha certeza. Em sua plena consciência não, ela não sabia o que procurava, mas lá no fundo isso martelava: queria se matar, e procurava apenas um motivo para não fazê-lo. 

Depois de andar o bastante para que não avistasse mais Kai, se sentou no chão e encostou as costas em uma árvore com tronco grosso. Suspirou uma, duas e três vezes, tentando se acalmar. Não estava dando muito certo, mas era o melhor que podia fazer. Até que ouviu um piado, uma coisa delicada e chorosa. Silenciou-se na hora para descobrir de onde vinha, até que se levantou e dirigiu-se até lá. 

Cinco árvores depois, Somerhalder encontrou um ovo no chão: ele estava quebrado, e observando a cena a menina pôde deduzir que ele havia acabo de cair de um ninho vazio, provavelmente abandonado. Aproximando-se, ela avistou uma pequena ave, piando.

Sem hesitar, a prole da lua a tomou nos braços com cuidado para não machucá-la e a fez se sentir confortável, dando energia para a pequena criaturinha. A respiração da menina agora estava devagar, e ela tentava passar para o animal toda a calma que não sentia. 

— Você está segura agora — murmurava, não sabendo se era para si mesma ou para a ave. Passando uma das mãos na cabeça dessa, permitiu-se sorrir por um momento. — Nada de ruim irá acontecer novamente.

E, mais uma vez, ela estava enganada; o pior ainda estava por vir.

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Re: — {Whimsical killer} — Bianca Hale Somerhalder

Mensagem por 123-ExStaff Sex 02 Out 2015, 09:59



AVALIAÇÃO
DO-IT-YOURSELF DE BIANCA SOMERHALDER

@avaliado pelo tio da morte
dúvidas ou reclamações? tell me and go to hell.

Com fulcro na língua portuguesa mais puritana, lírica e dialética, posso dizer que a sua postagem equipara-se à uma "Torre de Marfim", plagiando a expressão do saudoso Charles Augustin Sainte-Beuve. A narrativa que encontrei para avaliar é impecável e muito bem forjada, como uma torre de marfim. Todavia, embora o ser humano consiga criar monumentos tão belos, há de se dizer que ainda persistem algumas falhas.

Partindo agora para o simples e direto, sem melismas, eu gostei do seu texto, embora você tenha deixado passar dois pequenos "errinhos", sendo que um deles não foi intencional - não que o outro tenha sido, mas você entenderá em breve.

O primeiro deles refere-se ao fato da senhorita ter redigido "Páscoa" com inicial minúscula. Veja bem: Páscoa é a mesma coisa que Natal, ou seja, sinônimo. Logo, o correto seria: coelhinho da Páscoa.

O segundo, e então aqui reitero o fato de ter percebido que em sua própria avaliação como postadora, não tenha associado a frase com um percalço possível, trata-se da seguinte frase: "havia exatamente três horas que as gotas de água caíam do céu". Ora, chovia fazia três horas em Los Angeles? A chuva havia parado há três horas? Ou o quê? Então, mocinha, aqui é mais um desabafo e uma dica. Precisei ler três ou quatro vezes todo o parágrafo, e em especial o trecho destacado, para compreender. Quem sabe, em ocasião oportuna, você tente redigir este tipo de frase ambígua de uma outra forma, a fim de sanar a dúvida da cabeça do leitor, sim?

No mais, meus parabéns, filha de Selene.


Coerência
200/200
Coesão e Fluidez
98/100
Ortografia e Organização
39/40
Objetividade e Adequação
60/60
Total
397 EXP



Recompensas: 397 EXP

Decréscimos: -30 HP e -55MP

ESPÓLIO:


Obs. 1.: a recompensa da águia pode sofrer alterações antes de ser atualizada.
Obs. 2.: AO ATUALIZADOR DAS RECOMPENSAS, favor adequar na maldição da player o seguinte: "Runas: 1".

aguarda-se a atualização



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Re: — {Whimsical killer} — Bianca Hale Somerhalder

Mensagem por 117-ExStaff Sex 02 Out 2015, 19:38

Atualizado.

Recompensa em xp reduzida para 147 para balancear com o pet ganho.
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Re: — {Whimsical killer} — Bianca Hale Somerhalder

Mensagem por Ash H. Kierkegaard Sex 08 Jan 2016, 18:03

The cold
i'm The lunatic killer, baby

O AMOR PODE SE TRANSFORMAR EM ÓDIO

D
epois da mais recente perda de Hale, seus pensamentos não variavam muito: ela queria ver o pai, saber que ele ainda estava vivo depois de ser perfurado por uma espada. A menina, apesar de ainda estar lidando com a morte do irmão — adicionada ao fato de que ela mesma tinha o matado —, agora tinha uma nova companhia: Bifrörsk. Sua águia era a mais companheira possível, e isso a fazia se sentir confortável.

Então, em mais um dos rotineiros dias ensolarados de Los Angeles, Bianca resolveu que iria até a casa do pai, onde, nas palavras da esposa, ele esperava a morte chegar. Não era uma das coisas mais legais de se ouvir, mas foda-se. Bianca Hale Somerhalder não iria mostrar para a madrasta vadia que estava triste, não mesmo. Por isso, quando ouviu a notícia, se permitiu apenas contrair os lábios e dar de ombros, dizendo que o homem iria sofrer menos morto.

Assim que a empregada escancarou a porta e Hale entrou na casa, ela sentiu que o lugar estava sombrio em excesso até para ela. Todos os seus pelos se eriçaram, e irritada a menina começou a abrir as cortinas com violência ao mesmo tempo em que acendia as luzes. Rapidamente, Aline — a madrasta — chegou ao pé da escada, gritando para que Bianca parasse.

— Cala a boca, Aline! — Disse, não totalmente gritando. Sua relação com a mulher já não era das melhores, então quando estava irritada piorava muito mais. — Papai está morrendo, tudo bem. Mas não precisa deixar a casa tão sombria, isso não está ajudando-o em nada!

Sem querer ouvir nem uma palavra, Hale passou pela mulher e subiu a escada, logo chegando onde o pai estava deitado. Ele a viu assim que a menina passou pela soleira, e um sorriso gigante ocupou sua expressão antes triste. Fechando a porta para que Aline não interrompesse, Bianca abriu as janelas e cortinas do quarto, se sentando na beirada da cama em seguida.

— Achei que não viria, luazinha — disse, citando o apelido de infância da garota. Bianca, que em qualquer outra hora reviraria os olhos e o mandaria chamá-la normalmente, sorriu e pegou a mão do pai. — Estou feliz por você estar aqui.

Sussurrando um “também estou”, a menina deixou que lágrimas rolassem pelo seu rosto. Não se importou se parecia vulnerável no momento, somente chorou. Ela o amava, e nunca tinha dito isso depois que saiu de casa, nunca tinha sequer o abraçado depois do acontecimento.

— Eu te amo, papai — quando o disse, se jogou em cima do homem, se arrependendo quando ouviu um gemido de dor. Mas o homem não a afastou, mas sim a abraçou de volta; ele chorava junto com Bianca, e a menina percebeu que nunca tinha se sentido tão triste até aquele momento, mesmo quando a morte de Kai ocorreu.

Mas o breve instante de emoção passou rápido, sendo que rapidamente Somerhalder se levantou da cama. Ela precisava ir embora, não podia ficar ali remoendo os sentimentos tristes. E só tinha um único jeito de afogar suas mágoas: sangue. Porém, quando ia se despedir, o pai a chamou para mais perto.

Assim que Bianca o fez, ele apontou para uma gaveta debaixo da cama. Dizendo que ali estava uma coisa importante para ela, ele sorriu. A menina não pôde esperar muito para abrir o móvel, se afogando em curiosidade; logo pegou as únicas coisas que tinham ali dentro: um envelope e um pacote pequeno.

Tirou o lacre da carta primeiramente, e viu na folha uma caligrafia perfeitamente cuidadosa que ela não conhecia. Bonita, bem parecida com a dela própria. Erguendo as sobrancelhas, ela começou a ler.

Querida Bianca,

Sei que não me conhece, mas meu nome é Luke Lirieksen. Sou, assim como você, um semideus. Um filho de Deimos. Mas essa não é a parte mais importante: acho que pôde perceber nosso sobrenome em comum, e confirmo que sou irmão de Raymond. Além disso, também sou seu pai.

Não se assuste, sei que é uma notícia e tanto. Posso te explicar tudo, se ainda estiver lendo essa carta. Espero que esteja. Bem, então vamos lá.

Quando você não tinha ainda nem um ano de idade, Selene a deixou em minha porta. Você era linda, me encantou desde o início. Mas eu não podia ficar com você. Por que não? Eu também sou um semideus, querida. Seria um imenso perigo nós dois juntos, sabe disso. Então, sem nenhuma alternativa, a dei para Raymond. Pedi que ele fingisse ser seu pai, a criasse longe de mim até você descobrir a verdade sobre tudo. Eu dei dinheiro suficiente a ele para que você crescesse bem e feliz; dei essa carta, para que lhe entregasse quando já fosse madura o suficiente.

Peço do fundo do meu coração que não fique com raiva, que entenda meus motivos. Se está lendo isso agora, provavelmente já está bem crescida para compreender essas coisas. Venha me procurar, por favor. Pergunte a Raymond onde estou atualmente. Ele sabe, tenha certeza.

Dentro desse outro pacote, há um presente para você. Ganhei isso em uma missão quando tinha dezesseis anos, mas nunca descobri como usar. Espero que seja mais inteligente que eu... Na verdade, tenho certeza que é.

Um beijo,
Raymond.

Bianca dobrou a carta ao meio e a encarou, perplexa. Tinha vontade de quebrar todos os móveis daquele quarto, de matar todos que encontrasse em sua frente. Mas não o fez simplesmente porque Raymond a encarava. Ele tinha lágrimas nos olhos e um bilhete na mão, onde continha uma única palavra... “Quebec”, a cidade em que Hale havia nascido.

— Não... Desperdice sua chance de conhecê-lo, filha — sua voz estava fraca, e então uma lágrima maior que todas as outras caiu. Raymond deu seu último suspiro para sempre, e Bianca não havia conseguido se despedir de verdade...

Porém, ao encarar a expressão triste do seu suposto pai, percebeu que queria conhecer Luke. Queria porque Raymond também queria. Se ele achava que valia a pena, então realmente valia. Enfiou os papéis que tinha recebido — a carta e o bilhete — juntamente com o pequeno pacote do presente no bolso, e assim pulou da janela do quarto para o ar quente de Los Angeles.

X X X

H
avia se passado somente um dia desde a morte de Raymond, mas Bianca já tinha tratado de seus devidos interesses com exímio. Naquele momento, às três horas da tarde, a filha de Selene se encontrava em Quebec. O local era bastante frio, diferente de Los Angeles, mas por conta de sua afiliação divina Hale não estava sendo afetada pelo clima.

A menina estava um pouco perdida, já que nunca tinha ido ali depois de crescida, então, por mais que não gostasse da ideia — simplesmente por não querer conversar com ninguém —, foi obrigada a utilizar seu francês para pedir informações, idioma que desde criança lhe foi ensinado.

Entrando em um bar que ficava na praça da cidade, Hale se acomodou no balcão.

— Salut, je cherche des informations. — Disse para o atendente, sorrindo. Ele era bonito e parecia ser somente um pouco mais velho que Bianca, mas ela foi obrigada a ignorar o fato devido a sua atual situação. — Pouvez-vous aider?

Antes de responder, o barman colocou um copo em frente à filha de Selene e despejou vodka nele, sorrindo ao perceber a satisfação da garota. Logo em seguida, se debruçou no balcão e arqueou as sobrancelhas.

— Vous semblez inquiet, donc je payé la vodka — Bianca, mesmo não querendo, sorriu. Não era sempre que um garoto desconhecido era legal, então ela tinha que aproveitar a oportunidade. — De quelles informations avez-vous besoin?

Somerhalder não deu detalhes, somente disse que estava procurando por um parente. Seu nome era Luke Lirieksen. Quando ela disse o nome, os olhos do garçom se arregalaram, e assim começou uma série de perguntas sobre a vida dela.

— Shut up — disse Bianca rispidamente, tentando cortar por ali a liberdade que o outro achava que tinha. Ninguém perguntava sobre a vida dela, não ia ser esse idiota que iria mudá-lo. — Vous ne pouvez pas me dire où il vit, est un inutile.

Quando estava prestes a atravessar a porta do bar, Hale foi agarrada pelo pulso; se virou na hora com o outro punho erguido, tendo a intenção de bater em quem quer que fosse, mas viu um homem que já havia notado no fundo do bar antes segurando seu murro.

— Vous voulez une adresse?

A filha de Selene, apesar de não ter tido sorte com o garçom, tinha a sua frente um homem bem apresentável, que mais tarde ofereceu-lhe o endereço de Luke. Pelo que Matthew — o cara — tinha dito, Lirieksen era uma das pessoas mais ricas e importantes de Quebec, justificando assim o apavoramento do barman.

A casa não ficava muito longe da praça, pelo que tinha sido informada, então a menina decidiu que iria visitá-lo naquele mesmo momento, podendo assim se livrar de tudo aquilo de uma vez. Andava calmamente, mas apesar disso sua respiração estava acelerada. Bianca não queria admitir, mas ela tinha esperanças; a sanguinária lunática tinha esperanças do amor, de ser recebida por alguém com carinho.

Não demorou muito tempo para que chegasse à casa de Luke, e quando o fez comprimiu os lábios para que eles não tremessem. Logo, sem nenhuma hesitação, bateu à porta. Ouviu gritos e passos lá de dentro, incluindo um “Janet foi embora”, em francês. Mas tudo isso passou em instantes e rapidamente um homem abriu a porta, ficando confuso ao encarar Bianca.

— Puis-je vous aider, petite fille?

— Je... je suis Bianca. Bianca Lirieksen — disse, usando um de seus sobrenomes pela primeira vez. Ao falar seu nome, viu a face do homem em sua frente ficar pálida e seus olhos se arregalarem. Fechando a porta atrás de si com pressa, Luke puxou a filha para a calçada.

— Aller loin d'ici, Bianca! Nous sommes mieux sans toi — assim que ele o disse, uma mulher saiu da casa segurando uma garotinha no colo e tentando fazer um menininho não sair da casa, perguntando quem era Bianca. Naquele momento, Hale se lembrou de Kai. Poderia ficar ali o dia todo encarando as crianças, mas o que o pai disse a seguir a afetou mais. — Il est juste une fille, elle est perdue.

Naquele momento, nada importava. A única esperança que Somerhalder tinha de ser amada, de ser entendida por alguém, tinha ido embora. O pai, a pessoa que deveria amá-la mais que todos, fingia que não a conhecia. O mundo realmente parecia estar desabando.

A menina, sem saber o que fazer, ficou alguns segundos encarando Luke. Pareceram eternidades, milênios. Porém, quando ela recobrou a fala, felizmente suas lágrimas ainda estavam seguras dentro de si, sem perigo de aparecerem. E por isso ela deu a Lirieksen uma despedida digna...

— Acho que você não é aquilo que seu irmão morto e sua filha esperavam — disse em inglês, experimentando as palavras em sua língua. Em seguida, virou-se de costas e partiu sem olhar para trás, desejando do fundo de seu coração nunca mais voltar.

X X X

S
omerhalder se encontrava em uma praça isolada da cidade, estrategicamente escolhida para que ninguém a visse chorar... Bianca Hale Krallem Lirieksen Somerhalder, a garota que há pouco havia se lembrado de seu nome completo, tal qual que sempre escondia alguns sobrenomes, se sentia vazia por dentro. Não tinha mais nada.

Lágrimas, que antes eram incomuns na face da pequena semideusa, rolavam soltas talvez pelo terceiro dia seguido. Porém tudo havia acontecido rápido demais. Kai e Raymond haviam morrido um após o outro, e em sequência o pai havia a rejeitado. Não podia conter a tristeza dentro de si.

Estava prestes a se levantar para ir embora, cansada de tudo aquilo, quando sentiu algo em seu bolso. O pequeno pacote! Havia se esquecido do presente que Luke havia lhe dado na carta, embora agora ela não fizesse questão dele. Porém, como ele mesmo tinha dito, ela era mais esperta; muito provavelmente podia usar aquele presente ao seu favor.

Desembrulhando o pacote, Bianca tirou dali um pequeno cálice dourado. Seu metal estava gelado, e quando olhou dentro dele a menina percebeu que ali continha água congelada. Ela não sabia como era possível, mas às vezes as coisas não faziam sentido no mundo semideus.

Pondo-se a examinar aquilo, Hale mal percebeu quando uma de suas lágrimas caiu de sua face, indo parar exatamente dentro do cálice. Na mesma hora ele começou a descongelar, assustando a semideusa e fazendo-a recuar, mas sem o largar.

Rapidamente, o que antes era água congelada virou líquido, e com um grande esforço Somerhalder o equilibrou nas mãos trêmulas. O que faria com aquilo? Acho que só tenho uma opção..., pensou ela.

Sem hesitar, Bianca virou todo o líquido em sua garganta, visando descobrir o que era aquilo. Poderia acontecer algo negativo, claro, mas a curiosidade da garota era maior que qualquer receio, coisa que ela tinha em falta.

Nos primeiros instantes a filha de Selene não sentiu nenhuma mudança, mas se passaram exatamente cinco segundos para que um frio aterrorizante penetrasse em seus ossos, fazendo-a tremer da cabeça aos pés. Seus dentes começaram a bater, e em desespero Hale largou o cálice.

O efeito continuou aumentando, fazendo Bianca sentir cada vez mais frio, até desmaiar. A menina repousou a cabeça com violência na grama verde do parque, e naquele momento um vento ainda mais gelado do que o normal passou por toda a província de Quebec.

Daquele momento em diante, durante todos os dias de sua vida, Somerhalder seria diferente. Ela teria em seu corpo um presente da pessoa que ela mais odiava em toda a sua vida; e, obviamente, ela daria um jeito de usar aquilo contra a tal pessoa.

This is blood, red blood:


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Re: — {Whimsical killer} — Bianca Hale Somerhalder

Mensagem por 116-ExStaff Qui 21 Jan 2016, 14:25


Avaliação


Olá, Bianca. Gostei bastante da sua DIY. Limpa, sem erros e coesa do começo ao fim. Fiquei realmente surpreso com a narração, pois o único combate que reparei foi o dos sentimentos na cabeça da personagem, ou seja, foi algo bem planejado e calculado. Espero que continue assim e melhore cada vez mais.

→ Pontos


▬ Coerência: 200/200
▬ Estrutura, Coesão e Fluidez: 100/100
▬ Adequação à Proposta e Objetividade: 60/60
▬ Ortografia e Organização: 40/40

Total: 400 XP

Descontos: 15 MP pelo esforço/cansaço. Redução em 50% no XP por conquistar a recompensa.

→ Recompensa


{Ice of Death} / Poder Especial [Ao beber de um cálice enfeitiçado dado pelo pai, Bianca adquiriu um poder: Agora ela consegue congelar objetos ou criaturas de porte médio (para objetos, coisas de até 20kg que possam ser carregadas com duas mãos, e, para criaturas, no máximo tamanho humanóide, até 2m de altura). O congelamento não interfere poderes que estejam ativos sobre o item, mas pode interferir em seu uso/ capacidade de ser empunhado (exceto para fogo, que pode anulá-lo). O congelamento dura no máximo três turnos ou até que a semideusa use outro poder ativo, anulando este. As camadas de gelo resistem ao calor natural (exposição ao sol), mas podem ser quebradas por semideuses mais fortes ou por fogo provindo de itens mágicos - ainda que quebrar o gelo não cause dano à criatura congelada. Além disso, outros poderes não afetarão a criatura, o gelo servindo ao mesmo tempo como contenção e como barreira - ainda que a criatura congeladamantenha consciência do que se passa ao seu redor. Poderes mais fortes (10 níveis ou mais) que possam descongelar/ atravessar o gelo anularão o efeito. Só é possível congelar algo tocando diretamente o objeto/ criatura. Para objetos, considera-se o nível do item ou, caso esteja sendo carregado por alguém, o nível do usuário. O custo de MP é alto, já que o poder não é da natureza de Bianca. 3x por missão.] (Nível mínimo: 60) [Recebimento: DIY "The Cold", avaliada por Apolo e atualizada por ______.]

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Re: — {Whimsical killer} — Bianca Hale Somerhalder

Mensagem por 117-ExStaff Dom 24 Jan 2016, 20:12

Atualizado.
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Re: — {Whimsical killer} — Bianca Hale Somerhalder

Mensagem por Ash H. Kierkegaard Sáb 25 Mar 2017, 19:16

freedom

4:25AM

Somerhalder acordou repentinamente, assolada por mais um de seus inúmeros pesadelos; geralmente eles rondavam em volta de pais ou irmãos mortos — por ela, na maioria das vezes — e ambas as coisas eram desesperadoras para a semideusa. Sentou-se na cama de hotel suando, e arfando rápido tentou acalmar seus pensamentos. Não teve êxito. A cada vez que expirava, lembranças de sua terrível noite de sono voltavam à sua mente.

Levantou-se cambaleante e, ao mesmo tempo em que calçava sua bota, pegou suas armas. Não sabia exatamente para onde ia, mas não queria mais ficar ali; se hospedava naquele mesmo local há mais de uma semana, e nenhuma das noites ali fora boa. Bianca não era alguém supersticiosa, mas não suportava mais ter de dormir ali. Quase se sentia presa, enclausurada. Com falta de ar, abriu a janela dali e subiu no parapeito, observando a rua lá embaixo. Estava deserta.

Pulou. Quando seus pés tocaram a calçada bem nivelada, respirou fundo. A maioria das pessoas se sentiria assustada em uma rua tão deserta, fria e escura, talvez até desesperada, mas Hale era o contrário: depois de tantos anos sendo filha da lua, se sentia reconfortada e livre ali. As ruas eram, para a menina, o local em que podia fazer qualquer coisa.  

Sendo assim, Somerhalder começou a andar pela cidade, de modo que quem a visse acharia que estava ali de bobeira, sem nenhum destino certo; um engano, certamente. Como todas as outras vezes que andara por Quebec, Bianca tinha um destino: a casa de Luke Lirieksen. Não ficava muito longe de seu hotel, já que o havia escolhido estrategicamente.

Luke Lirieksen era o cara mais rico dali, dono de muitas empresas não só em Quebec, mas no Canadá inteiro. As pessoas da cidade não só o respeitavam como também o temiam, provavelmente por causa de sua fama: violento e insensível, desgastado pelo tempo. Hale não os julgava. Havia andado pesquisando sobre o homem, e no meio de suas investigações pôde descobrir que comandava A Máfia, um grupo de ladrões e assassinos.

Além de tudo isso, também era pai de Bianca. O pai que ela descobrira há pouco, e também há pouco tinha sido rejeitada. Por isso, prometera se vingar da pior maneira que julgasse possível. Desde o acontecimento, vigiava Luke em sua casa por vários períodos do dia; aprendera sua rotina e a rotina de sua família. Isso tudo fora beneficiado pelo homem morar em uma das partes privilegiadas da cidade, de modo que quase não se existia vizinhança. As florestas eram absurdas ao redor da casa.

Assim que chegou à Rua Oaky, se posicionou em frente ao número 713. Havia muitas árvore, e Hale encontrara ali um esconderijo perfeito. Tinha em mente que nenhuma movimentação aconteceria, já que era madrugada, mas foi surpreendida quando uma luz se acendeu no quarto andar. Tentou entender o que se passava, mas era muito difícil quando havia metros de asfalto entre ela e a residência. Por isso, decidiu que teria de se aproximar mais. Talvez fosse perigoso, mas Bianca não recusava desafios.  

Atravessou serenamente e respirou com calma, logo subindo em uma das árvores ao lado da casa. Tinha um galho exatamente na altura da janela do quarto aceso — que era da posse de Luke e da esposa —, e o vidro aberto — eles nunca o fechavam — contribuía para que ela ouvisse melhor, sem nem precisar de poderes.  

Arrumando-se ali de modo confortável, Bianca focou toda sua atenção dentro da casa, sem se importar com o que assolava ao redor. Pelo que sabia, nada nem ninguém frequentava aquele bairro.

— Pourquoi est-il venu de dormir si tard, Luke? Vous aviez promis de ne pas me travaille tellement... — a mulher parecia triste, tão inconsolável quanto Bianca ficara quando seus entes queridos morreram. Nem por isso a semideusa teve dó dela. — Vous savez que je m'inquiète, ce qui fait est si dangereux...

— Désolé, Jenna — Jenna. Agora Somerhalder tinha um nome para anotar mentalmente quando a matasse. — Est que l'un de nos morts de manière violente... Nous devons faire quelque chose, il ne peut en être ainsi.

A conversa durou por um tempo. Foi descoberto que um homem chamado Jude havia morrido, e aparentemente Luke gostava muito dele. A Máfia estava totalmente desorganizada e perdida, com medo de quem poderia ter feito aquilo com um dos mais fortes do bando, abaixo somente de Lirieksen. Muitos tinham dado um tempo nas atividades mafiosas, indo para casa rever suas famílias ou até mesmo abandonado tudo de vez, procurando um trabalho normal, por assim dizer. O grupo nunca havia ficado tão desunido.

— Je n'ai aucune idée de comment agir — lamentou-se Luke, quase desesperado, o que fez a menina sorrir. Bianca estava ciente de que a instituição era como uma segunda família para ele, e por isso se deliciava com a ideia de que estava tudo acabando. Mesmo assim, se preocupava pensando se o homem seria mais rápido do que ela mesma, restituindo tudo. Não podia permitir. — Mais je ne peux pas laisser cela continuer pendant une longue période.

Com essas palavras, Hale soube que era o momento. Havia esperado mais de uma semana, sondando e procurando brechas na armadura de Luke, e por fim tinha achado. Não só ele estava abalado, mas também sua Máfia, pra quem ele recorreria para pedir ajuda a qualquer problema. Pensou que se matasse o chefe, o mais forte do grupo, não viriam atrás dela — afinal já haviam se acovardado somente com a morte de Jude. Mas não podia agir naquele momento. Não sabia ao certo o motivo, entretanto queria passar o dia seguinte sabendo o que viria pela noite. Deliciar-se com assassinatos era o seu forte.

Desceu da árvore. Enquanto descia, pôde ouvir murmúrios em uma janela do terceiro andar. As duas crianças conversavam, ainda acordadas tão tarde da madrugada. Inicialmente Somerhalder pensou que também mataria essas, mas não conseguiria de fato. Assim que levantasse sua espada para degolar os dois filhos de Luke, se lembraria de Kai. Olharia para os olhos amendoados do menino e a expressão confusa da menina e pensaria no irmão. E, agora que já tinha certeza de quando seria a realização do ato, ainda não havia decidido o que fazer com eles. Tampouco importava. Ambos eram bem pequenos para sequer se lembrarem do rosto de Bianca futuramente.

Caminhando no meio da rua asfaltada há muito, deixou que seus ombros caíssem de modo relaxado e sua respiração ficasse descompassada. Não pensou em nada específico ou planejou algo. Somente caminhou.

Chegou ao quarto de hotel antes abafado, mas que naquele momento parecia arejado e amplo. Deitou na cama sem nem perceber que o colchão era duro e as molas rangiam. Com os pensamentos frescos e leves, Bianca dormiu. E pela primeira vez em muitas semanas, dormiu sem nenhum pesadelo ou perturbação.

Se sentia incrivelmente reconfortada.


X X X


11:10AM

Acordou com uma batida na porta. As camareiras do hotel tinham o costume de baterem para trazerem comida ou limpar o quarto, e Somerhalder sempre as recebia com impaciência. Mas, naquele dia, levantou-se tranquila e abriu a porta em silêncio. A mulher a olhou como se algo estivesse errado, mas não falou nada. Empurrou o carrinho de comida até o meio do recinto e saiu, tentando não manter contato visual com Bianca.

Essa, que não comia talvez há uns três dias, tirou as tampas das bandejas e observou québécois poutine — batata frita, coalhada e molho —, oka cheese — o queijo mais famoso em Quebec — e vitamina de morango, que era vitamina de morango em qualquer parte do mundo. Sentou-se na cama com a comida e deleitou-se com a refeição.

Após comer decentemente, deixou os talhares e bandejas no carrinho, sabendo que as camareiras iriam pegar. Olhou pela janela de relance, e por um milagre dos deuses percebeu que não chovia. Naquela época do ano não era tão frio em Quebec, de modo que se faziam uns vinte graus; em outra época, podia se encontrar menos sete graus. Mas, de qualquer jeito, Bianca não era atingida pelo clima, já que havia proteção contra as mudanças.  

O sol apontava minimamente no meio das nuvens, e a filha de Selene chegou a pensar que seria bom dar uma volta. Pegando armas, saiu do quarto e andou para a praça pública mais próxima. Não era muito difícil encontrar uma ali. Enquanto procurava um lugar para se distrair, uma parte de sua mente se ocupava em se deliciar com a noite que se seguiria — enquanto a outra parte praguejava contra os “mortais imundos”.

Quase se sentou ali para passar uma boa tarde exposta ao sol, mas quando a gritaria das crianças invadiu sua audição e a visão de pais irritados finalmente chegou a ela, Bianca resolveu se levantar. Revirou os olhos e apertou os punhos de irritação, olhando à sua volta para procurar algum lugar melhor. Viu um bar que até tinha boa aparência, mas parecia deveras mal frequentado. Dando de ombros, andou até lá.

Entrou sem fazer nenhum barulho, mas assim que passou do batente da porta inúmeros olhares se voltaram para ela; não havia ali ninguém que pudesse ser chamado de decente, mas há muito Hale havia parado de julgar pessoas — ela era uma assassina, afinal. Sentou-se em um banquinho à beira do balcão e fez um sinal com a mão para chamar algum atendente. Antes do mesmo chegar, uma voz embriagada instalou-se perto do ouvido de Bianca.

— Vous pouvez me dire ce qu'il fait dans un endroit comme celui-ci, angel? — o mau-hálito fez com que Somerhalder engasgasse, embora tenha tentado não deixar totalmente claro. O homem de cabelos loiros e pele pálida deslizou sua mão para a cintura da semideusa e sorriu. — Ici n'est pas l'endroit pour poupées comme vous.

A filha de Selene sorriu e pegou a mão do desconhecido com força; girando o seu corpo junto com o dele, fez com que sua cabeça batesse no balcão. Apertou-a com força na madeira até ouvir um gemido alto de dor. Em seguida, se abaixou até sua boca encostar-se ao ouvido dele. ”Acho que você que é a bonequinha aqui, meu amor”, sussurrou em francês. Largou o homem e voltou a se sentar com calma, sentindo que ele se afastava rapidamente.

O barman se aproximou com sobrancelhas erguidas e um sorriso sarcástico no rosto. Anotou o pedido de Bianca e o entregou sem muita pressa. Parecia impressionado com o que acabara de acontecer — situações como aquela não aconteciam todo dia. De todo modo, ninguém mais ousou incomodar a semideusa; ela tomou muitos copos de vodka enquanto listava jeitos de se matar alguém, sendo que seu preferido sempre era cortar-lhe a cabeça.

Às seis horas em ponto deixou alguns dólares sobre o balcão e saiu confiante do bar, suspirando de felicidade ao ser banhada pela luz do luar. O pôr do sol em Quebec acontecia, no mais tardar, às quatro da tarde, portanto a lua já estava bem visível naquele horário. Somerhalder acenou com a cabeça para a mãe e saiu caminhando displicente pelas calçadas da cidade, rumando o hotel.


X X X


10:05PM

Depois de enrolar e tomar um longo banho, Bianca vestiu uma calça jeans escura e uma camiseta preta, acompanhados de uma bota também preta; prendeu os cabelos em um rabo de cavalo e se equipou com algumas armas. Sorriu quando dirigiu seu olhar para a janela e subiu no parapeito. Seus pés tocaram a calçada e começaram a se mover até um destino muito bem conhecido.

Não era uma caminhada realmente longa, então com apenas cinco minutos a menina se encontrava parada em frente à casa dos Lirieksen; era majestosa e enorme, indicando poder e riqueza. Obviamente, Hale não se importava com indicações. Estava desafiando o inimigo. Um sorriso travesso brotou em seus lábios quando ela decidiu como seria a abordagem, mas logo foi substituído por uma expressão séria. Atravessou a rua.

Bateu à porta. Assim que o fez, a casa se calou: as crianças pararam a gritaria alegre e a conversa entre adultos foi silenciada. “Quem se atreve? Não é um bom horário para visitas”, ouviu Luke dizer. A mulher — Jenna — pronunciou alguma coisa qualquer e deu passos largos até a porta, irritada. A empregada provavelmente já havia indo embora, e isso fez Bianca pensar que não teria de matar alguém que não tinha nada a ver com a história. Não que ela se importasse em fazer isso.

— Puis-je vous aider, mademoiselle? — Um sorriso forçado era exibido no rosto de Jenna, e Bianca teve o enorme prazer de fazer o mesmo. A inocência parecia estampada em sua expressão, e provavelmente ninguém diria que era falsa. Concordando com a cabeça levemente, a garota enfiou a mão no bolso.

— J'ai un paquet pour vous, madame.

Jenna ficou levemente surpresa, mas não disse nada. Somente ficou imobilizada no vão da porta esperando a tal encomenda, e o tom de impaciência fora substituído por curiosidade. Quando Hale tirou do bolso o que procurava, a mulher não teve tempo nem de gritar. A adaga na mão da semideusa penetrou a garganta da outra rapidamente, fazendo com que seu corpo batesse no chão com um baque oco.

As crianças gritaram e Luke correu para a sala. Observaram Somerhalder recolher sua adaga e limpar o sangue dela na calça, para em seguida guardá-la na cintura; a menina ainda se permitiu apreciar o sangue: abaixou-se e passou a mão pelo líquido escarlate, levando-o na boca e sujando um pouco o rosto. O gosto era maravilhoso.

— Luke Hale Krallem Lirieksen Somerhalder. É um nome grande, não acha? — O sorriso com sangue de Bianca era um tanto quanto assassino, e ela pôde ver a confusão de Luke por ela saber seu nome completo. Devagar a compreensão foi chegando aos olhos do homem, e assim ele ficava cada vez mais surpreso. — Eu imaginava que um filho de Deimos pudesse causar mais medo nas pessoas, mas você... Sinceramente, você quase me causa pena, Luke.

Não era totalmente verdade. O pai de Bianca certamente parecia perigoso, e o ódio que há pouco chegara aos seus olhos dava a impressão de que mataria alguém naquele momento. Porém a filha de Selene não se sentia intimidada; ela era a assassina do dia, e já havia matado pessoas bem piores do que o homem à sua frente. Aquele ódio somente a excitava.

— Você não é minha filha e nunca vai ser, não importa o que faça — as palavras foram cuspidas para fora, e a menina acharia graça se não tivesse ficado magoada. Havia poucas coisas no mundo com que ela se importava, e uma delas era a família. Doía nela saber que o próprio pai a desprezava. Apertou os punhos com força e segurou as lágrimas. Não demonstraria sentimentos. — Você é lunática, Bianca.

Uma gargalhada escapou de repente. Sim, ela era totalmente lunática. A mágoa de antes foi substituída instantaneamente por prazer, e as suas opiniões mudaram juntamente. Ela percebeu que não queria mais amor ou carinho, mas sim reconhecimento. E se seu pai reconhecia que ela era lunática, tudo valia à pena.

— Sabe qual é o meu apelido, papai? Acho que você consegue adivinhar se fizer algum esforço. É bem fácil — Luke não se pronunciou, e Bianca continuou se aproximando dele enquanto falava. Lunatic Killer. É bem conveniente, não acha? Encaixa-se perfeitamente ao meu título de filha de Selene...

O silêncio predominou no ar. A prole da lua já estava prestes a pegar sua espada quando ouviu um choro baixo. Virando-se, pôde ver que os seus irmãozinhos estavam encolhidos atrás do sofá, embora suas cabeças espiassem o que acontecia. Com uma exclamação de surpresa, a menina foi até eles.

— Que crianças bonitas... Você tem mesmo o dom de fazer filhos, Luke — a menininha chorava muito, mas o menino se mantinha com uma expressão dura. Parecia querer causar medo em Bianca, mas desistiu após alguns segundos e passou a implorar pela vida do resto de sua família. A semideusa passou a mão suja de sangue no rosto angelical do irmão. — Ne vous inquiétez pas, l'amour. Je promets que ce sera très bien.

Promessas falsas, mas pareceram acalmar o menininho. De repente um Luke transtornando correu para Bianca, ameaçando-a com uma faca de cozinha. Ele dizia “tire as mãos das minhas crianças”, e parecia totalmente capaz de matar Bianca naquele mesmo momento. Isso tirou um sorriso da menina. Ela queria sentir o ódio dele.

Com uma voz suave e calma, prometeu não matar os irmãos se o pai lutasse com ela. Ele pareceu surpreso. Era óbvio que queria lutar, mas provavelmente pensara que a menina quisesse uma vitória injusta, sem uma luta decente. Além disso, faria qualquer coisa para proteger seus filhos. Mal sabia ele que a prole da lua era incapaz de encostar em crianças.

Ele concordou, parecendo satisfeito: protegeria suas crias amadas e teria a chance de matar a indesejada ao mesmo tempo. Dirigiu-se até a sala de estar e tirou da estante uma espada de prata. Ela parecia querer matar alguém, e Luke aparentava o mesmo, o que fez Bianca ter de segurar um sorriso involuntário. Gostava de poder ver às claras os desejos das pessoas, sem precisar de nenhum poder.

Ele se pôs diante da menina, mas não se moveu para começar a luta. Ela o fez. Avançou e, com Stetia na mão, tentou desferir um golpe no abdômen do adversário; Luke defendeu e levou a espada até o braço da menina, tentando cortá-lo. Esse também foi defendido.

A luta durou, no mínimo, uns dez minutos. Após isso, ambos se encontravam em situações parecidas, embora de gravidade diferentes: Bianca tinha um corte raso no braço do qual não saía muito sangue, enquanto Luke possuía uma ferida funda no estômago do qual o líquido escarlate escapava em uma quantidade considerável, deixando a menina louca para tocá-lo e saboreá-lo. Fazia uma força abundante para se concentrar na dança de espadas.

Embora menos ferida, a filha de Selene se encontrava cansada; geralmente aguentaria mais tempo do que aquilo, mas somente naquele momento havia percebido o quanto estava exausta de sua perseguição sem fim. A cabeça e os músculos doíam, e a semideusa tinha a impressão de que desmaiaria a qualquer momento. Luke era bom demais. Era difícil para ela admitir aquilo, mas estava tendo uma dificuldade absurda para matá-lo.

Então, quando seus olhos pesavam e seu corpo clamava por descanso, Bifrörsk entrou pela janela. A águia da menina sobrevoou o ambiente e, logo em seguida, enfiou as garras no rosto de seu adversário, fazendo sangue jorrar desse. Depois, pousou vôo no sofá e ficou observando a dona e o homem.

O joelho de ambos, pai e filha, bateram no chão no mesmo instante. Luke havia largado a espada no chão e gritava de dor enquanto segurava o rosto com as mãos, desesperado; enquanto isso, a prole da lua apertava sua bainha com força, fazendo esforço para continuar acordada. Precisava terminar o que começara. Levantou-se com as pernas tremendo e a cabeça martelando. Assim que conseguiu se manter de pé, caminhou até Lirieksen e usou boa parte de sua força para chutá-lo — quase caindo novamente no processo —, fazendo-o se deitar com violência. Posicionou Stetia rente ao pescoço dele.

— Tire as mãos do rosto e olhe para mim — ele obedeceu. Seus olhos cheios de ódio encaravam a filha com intensidade. Parecia querer torturá-la, embora não estivesse em posição para tal. Ao contrário de Bianca. Ela pisou em sua ferida no estômago, fazendo-o gritar. — Como se sente agora, Luke? Como se sente sendo derrotado pela filha que você não ama?

— Você é um monstro.

— Devo ter puxado você — a repentina onda de violência fazia Bianca ver as coisas com mais clareza e ter um pouco mais de força. Ela sorriu, vendo ele rosnar de raiva. Em seguida, cuspiu no rosto já ensanguentado do homem. Ele estava totalmente desprezível, e essa imagem era agradável aos olhos da semideusa. Enfim se cansando da brincadeira, ela levantou um pouco a espada para que pudesse dar seu golpe final. — Cortem-lhe a cabeça!

A cabeça de Luke Lirieksen rolou pelo carpete, e uma risada tenebrosa veio de Bianca ao mesmo tempo em que as crianças choravam e gritavam. A menina novamente se abaixou e experimentou o sangue derramado; seus olhos brilharam. Todas as dores de seu corpo foram substituídas pelo prazer absoluto. Como que em um milagre, se sentia novamente renovada. Tinha a teoria de que quanto mais odiasse alguém, mais o sangue se tornava delicioso, e o de seu pai era provavelmente o melhor que já provara. Depois de um tempo, levantou-se e se dirigiu até os irmãos.

— Vous êtes mieux sans leurs parents — em seguida, assoviou para Bifrörsk, que voou até seu ombro e deixou os outros dois boquiabertos com sua beleza. Mas a admiração só durou um segundo, porque eles voltaram a se lembrar da situação em que se encontravam. Bianca suspirou e saiu porta afora, imaginando que algum orfanato acharia os dois deixados para trás.

Assim que deixou a casa, olhou para a lua e achou que ela estava brilhando mais do que o normal; sorriu. Percebeu que o peso que anteriormente ocupara seus ombros não existia mais, e aquilo era tremendamente reconfortante. Sentia-se não apenas realizada, mas também livre.

E planejava aproveitar aquela liberdade da melhor maneira possível.

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Re: — {Whimsical killer} — Bianca Hale Somerhalder

Mensagem por 151 - ExStaff Ter 04 Abr 2017, 15:03

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DIY de Bianca Somerhalder


Em uma palavra: uau! Adorei a história que você criou e fiquei com muita vontade de saber mais sobre a trama da sua personagem. Acho que vou ler as postagens anteriores. Só houve dois ou três errinhos de digitação, mas nada pior do que isso. Vamos às notas!

Pontuação e recompensas:

A seguinte pontuação é feita com base no evento Level Up. Sendo uma DIY, todos os requisitos estão aumentados em 20%.
Coerência: 60/60;
Coesão, estrutura e fluidez: 30/30;
Objetividade e adequação à proposta: 18/18;
Ortografia e organização: 10/12;
Total (multiplicado por 4): 472 xp!!

73 dracmas

{Bifrörsk}/ Águia [319 HP/MP]
Águia [Bifrörsk possui penas totalmente brancas, e não obedece a mais ninguém além da própria dona, Bianca. Fora isso, possui as mesmas características descritas no bestiário.] [319 HP/ MP] [Adulto] [Recebimento: DIY "World, I hate you", avaliada por Tânatos e atualizada por Asclépio; evolução: DIY "Freedom", avaliada e atualizada por Hécate.]

Condição final: HP 682/970; MP 733/970

Atualizado!


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Re: — {Whimsical killer} — Bianca Hale Somerhalder

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