— Jardim do Luar: MOPCI para Rose Katz

Rose Katz

Perséfone

Donzela Floral

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Os raios solares aqueciam a pele da jovem a despertando lentamente para um novo dia. Uma brisa suave soprava as cortinas de voil refrescando o quarto branco simples. Donzelas não eram autorizadas a decorar os espaços onde dormiam até que florescessem; era como um presente para elas por chegarem a maior idade.

Remexendo-se na cama, a jovem soltou um longo suspiro jogando o braço direito sobre os olhos na tentativa de bloquear a claridade. Queria voltar ao mundo dos sonhos e descobrir o que quer que tenha presenciado lá, infelizmente não recordava, mas sentia-se estranha, inquieta.

— Rose, se apresse ou vai se atrasar. — A voz vinda da porta do quarto acompanhada de pequenas batidas era o aviso definitivo de que não poderia mais enrolar na cama e voltar a dormir. — Senhorita, você ainda precisa ajudar a Senhorita Violet.

Com a menção do nome, Rose pulou da cama, deixando as cobertas caírem no chão. Hoje aconteceria a cerimônia de maioridade de Violet e ela deveria estar pronta para à noite, entretanto sua preparação começava logo cedo e Katz havia sido escolhida para ajuda-la.

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— Senhorita Violet, seu banho está pronto — avisou a donzela abaixando a cabeça assim que a outra adentrou o pequeno aposento assim que chamada.

Pela visão periférica, Rose viu os pés descalços da outra garota se encaminharem para a banheira cheia com óleos e perfumes especiais para aquela ocasião. A outra não falou nada consigo desde que havia chegado para ajudá-la, mas a jovem compreendia a situação de Violet. Rose não gostava da ideia de que seu florescer fosse um espetáculo onde teria sua virgindade retirada para uma plateia.

O simples pensamento fez o peito de Rose apertar-se, trazendo uma sensação de desconforto, a obrigando a erguer a mão e massagear a região. Estranhamente aquilo a recordou do sonho que havia tido, mas nada lembrava.

— Você pode sair se quiser. — A voz de Violet era baixa e melancólica. — Eu não irei fugir.

Concordando com a cabeça, Rose apressou-se em deixar a Donzela Floral a sós com seus próprios pensamentos.

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O quarto de preparação conseguia ser mais vazio que os dormitórios. O único toque que cor presente nele era um tapete vermelho no centro do aposento sem janelas. As rupas de Violet estavam jogadas de qualquer forma perto da porta, por isso a jovem correu para arruma-las, afinal precisava de algo para entreter sua mente e esquecer o que aconteceria com a outra garota.

Ao levantar o tecido branco, algo caiu no chão e com assombro Rose encarou a adaga. O medo de que Violet estivesse planejando tirar sua própria vida fez seu coração bater rápido no peito. Ela não seria a única a tentar isso, houveram alguns acidentes no passado e por esse motivo agora as Donzelas Florais eram obrigadas a terem companhia até o momento de sua meditação.

Ouvindo um barulho vindo do quarto de banhos, Kose abaixou-se rápido pegando a arma e a escondendo entre as dobras do seu próprio vestido. Dobrando as roupas da outra o mais rápido que conseguia, os deixou no chão onde estavam originalmente e voltou a ficar a cabeça baixa e as mãos juntas à frente do corpo a espera.

— Obrigada pela companhia, senhorita, mas meu tempo de meditação deverá começar. — Anunciou Violet saindo do outro cômodo.

— Esteja bem, senhorita. — murmurou sem ser capaz de olhar para a outra e acabar gaguejando.

Apressando-se, saiu do recinto ouvindo os guardas que a todo o momento mantinham a segurança fecharem o cadeado trancando a Donzela Floral sozinha dentro do quarto. Acenou para eles andando o mais natural que podia apesar de ainda sentir o peso da arma que agora carregava consigo.

Com uma prece silenciosa a alguma divindade, pediu para que intercedesse por Violet e aliviasse seu coração naquele momento.

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Seu tempo como acompanhante tomou grande parte de sua manhã, tendo sido liberada há poucos minutos antes de sua primeira aula, Rose não teve tempo para passar em seu quarto e tentar descansar. Levemente irritada, a jovem seguiu com a expressão fechada pelo labirinto de corredores encontrando vez ou outra alguma Donzela Floral.

Quando o sinal do inicio das aulas soou a jovem precisou se apressar. Sua corrida não durou muito, mas foi o suficiente para deixa-la um pouco sem fôlego pelo nervosismo. Não queria se atrasar.

Segurando a maçaneta da porta, um movimento captado pela sua visão periférica chamou sua atenção. Girando a cabeça, reconheceu os cachos de Daisy — a mesma garota que tinha lhe chamado à porta mais cedo — virando uma esquina e desaparecendo em um dos corredores. Sua curiosidade a impulsionava a segui-la, mas novamente o medo de ser repreendida pelo professor foi mais forte.

Girando a maçaneta, Rose adentrou a sala de aula.  

Florescer: