Percy Jackson e os Olimpianos - A Guerra de Ares

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Percy Jackson e os Olimpianos - A Guerra de Ares

Mensagem por Convidad Ter 07 Set 2010, 19:33

Espero que gostem :D

- Eu acho que eles não devem ir juntos. - sugeriu Travis Stoll.
Em um momento eu queria socá-lo. Em outro percebi que tinha razão, mas não queria admitir.
- Isso é ridículo. - enfim abriu a boca Silena Beauregard.
Eu me senti constrangido. Na verdade, eu me senti muito constrangido. Silena, á uma semana atrás, tinda dado em cima de mim, e espalhado por aí um boato que eu havia á pedido em namoro, causando vários problemas á minha amizade com Annabeth.
- Eu acho que eles dois são perfeitos para mais uma missão. - disse Quíron, nosso diretor de atividades no acampamento. - Mas não irão sozinhos, claro que não.
Eu e Annabeth nos entre-olhamos. Nós dois pensávamos na mesma coisa: decepção.
Eu via Annabeth só como uma amiga que me chamava de Cabeça de Alga. Mas eu realmente gostava dela. Gostava muito.
E acho que ela sentia o mesmo por mim, quando explodiu de ciúmes com a história de Silena.
Quando me dei conta, campistas discutiam entre si sobre quem iria numa mini missão comigo e Annabeth. Nós dois, erámos considerados, os melhores guerreiros do acampamento, pelas nossas várias vitórias contra exercítos perigosos. Agora, uma missão nada perigosa (pelo menos eu acho. Quando se é meio sangue, você não deve achar nada. Tudo pode acontecer quando você menos espera). Era só Grover nos mandando um sinal de que achara uma nova meio sangue em Nova York. Minha cidade natal, eu adorava lá, e precisava ir.
Annabeth, se ofereçeu para ir, porque não via Grover á algum tempo, e, também, sem falar para Quíron, queria passar mais tempo comigo.
A briga foi se estendendo, até Quíron se estressar e gritar:
- Já chega! - todos ficaram quietos e olharam para o centauro. - Acho que Percy e Annabeth podiam escolher quem ia acompanhá-los.
Ferrou. Se você quiser que ninguém te odeie, não exclua ninguém no acampamento meio sangue. Annabeth fez uma coisa inteligente:
- Quem não gostaria de ir? - ela pergunta.
Somente Silena levanta a mão.
- Sou imprestável. - ela simplismente diz.
Annabeth arregala os olhos.
- Não é não. - ela diz, calmamente. - Mas alguém?
Ninguém se manifestou.
- Travis e Connor, por que querem ir? - perguntei.
- Porque é legal. - simplismente diz Connor.
- Cala a boca. - bateu em seu ombro Travis. - Eu quero ir porque quero sair um pouco desse acampamento.
Eu e Annabeth nos entre-olhamos novamente.
- Connor, você está fora. - Annabeth diz sem nenhuma piedade.
- Ah, droga! - simplismente diz Connor.
- Hahaha! - zomba Travis.
- Continue assim, Travis. - eu disse. - Assim ficará fora também.
Ele mantém a expressão séria.
- Clarisse. - diz Annabeth. - Você é uma guerreira muito corajosa, filha de Ares. Vou te colocar na fila, por minha própria vontade. Você nos será útil.
Clarisse sorriu, um pouco. Era uma coisa estranha de se ver.
- Obrigada. - ela murmurou.
Michael Yew levanta a mão.
- Também sou corajoso. - ele diz.
- Eu sei que é. - repeti.
Uns 10 minutos se passaram, de eliminatórias, até que chegamos á um vencedor: Clarisse.
- Ótimo. - disse Quíron, entediado. - Já acabaram?
- Sim. - respondemos juntos.
Alguns campistas murmuravam entre si, indignados. Eu, como odiava ser centro de fofocas, disse:
- Não tem como agradar á todos, gente. Numa próxima vocês vão!
Annabeth olhou para mim, e sorriu de um jeito fofo.
Então, no dia seguinte, eu, Annabeth e Clarisse, saímos para pegar um táxi para Nova York. Era dia de conheçer nossa nova amiga meio sangue.
Pela primeira vez eu não vi Annabeth com sua camiseta laranja do acampamento. E, pela primeira vez, Clarisse não estava com sua bandana. Estava com os cabelos numa única trança, os cabelos frizados.

Annabeth não levava nenhuma mala. Eu levava uma pequena só com algumas coisas necessárias, como outras peças de roupa, comida, lanterna... Coisas que são sempre úteis para uma missão. Annabeth nem ligava para isso, mas mesmo assim, furtei sua camiseta laranja do acampamento e soquei em minha mala, só por preucaução.
Clarisse não usava roupas combinando. Usava uma camiseta laranja surrada e uma bermuda vermelha. Ela não se importava com o que usava. E era terrivelmente alta, me fazendo sentir um anão, o que era constrangedor.
Ela estava com sua espada e uma faca na sua armadura. Não levava escudo.
Mas tinha percebido que ela havia emagreçido.
Estávamos dentro do táxi, em silêncio. O caminho era longo. Annabeth brincava com a fechadura de minha mala, Clarisse bufava de tédio. Eu ficava observando o caminho pela janela. E ria as vezes de situações que ocorriam no mundo mortal. As pessoas andavam tão despreucupadas, sem saber da existência de montros, e que Olimpo estava a quilômetros deles.
- No que está pensando? - perguntou Annabeth para mim, do nada.
- Hãn, em uma vida mortal. - respondi com sinceridade. - E você?
Ela franziu a testa.
- Pensando em como será essa meio sangue, e como reagiu quando soube. - ela pareçia pensativa. - Quantos anos ela deve ter?
- Não sei. Grover não mencionou isso.
Annabeth se virou para Clarisse.
- O que está pensando? - ela perguntou.
Por algum motivo, meu coração deu um pulo. Será que alguém algum dia havia feito essa pergunta para Clarisse?
- Por que quer saber? - ela perguntou, rude.
- Porque eu me importo. - Annabeth respondeu.
Clarisse ficou em silêncio, pensativa.
- Por que se importa comigo? Eu sou apenas uma menina filha do deus da guerra, briguenta, que não vai com a cara de ninguém. Nunca pensou das coisas ruins que eu penso de vocês?
Eu já, havia pensado muito nisso. Clarisse me odiou desde o dia que cheguei no acampamento.
- Sim. - respondi com sinceridade.
- Então, eu só estou aqui porque sou corajosa. Vocês não gostam de mim. Ninguém gosta de mim.
Ficamos em silêncio.
- Poucas pessoas tem a sua personalidade, Clarisse. - Annabeth disse por fim. - Você é muito diferente. As pessoas são tolas em pensarem coisas ruins sobre você. No fundo, você é uma pessoa muito boa.
Clarisse engoliu em seco.
- Obrigada. - ela murmurou. - Mas ainda não somos amigos.
- Claro que somos. - disse Annabeth, e sorriu. - Vamos descer. Chegamos.

Descemos do táxi (claro, depois de pagar). E começamos a andar pelas ruas de Nova York.
- Como é o nome da escola que eles estão? - pergunta Clarisse.
- Vierden High School. - me lembrei. - Não me perguntei onde fica isso.
Annebeth pareçeu pensativa.
- Já sei. - ela nos puxou e a seguimos.
Depois de andar quatro quarteirões, avistamos uma escola chique, e enorme, escrito VIERDEN HIGH SCHOOL em grande.
- Como sabia que era aqui? - perguntei.
- Quando ficava por aqui por um tempo, longe do acampamento, andava por aqui desorientada procurando a Goode High School. - ela fixou os olhos em mim. - Onde o cabeçudo aqui estuda.
Corei.
- Então achei essa escola perambulando por aí. - ela concluiu.
- Ótimo, então vamos até lá. - Clarisse disse, e seguimos até o portão da escola.
Grover estava sentado na calçada em frente á escola, de muletas (ele era um sátiro, usava pés falsos), do mesmo jeito de sempre, desde quando o conheçi á 4 anos atrás.
Do seu lado, uma garota, como dizem, estranha. Sua roupa toda era preta, e usava uma camiseta dos Beatles. Usava all stars surrados, tinha os cabelos pretos escorridos nos ombros. Os olhos eram verdes, ela se encontrava com os braços cruzados, impaciente. Ok, ela era bonita, mas tentei não pensar nisso.
Grover nos viu e abriu um grande sorriso. Cochichou algo para a menina e ela nos observou.
Chegamos mais perto.
- Gente! - Grover deu um "salto", deixando as muletas de lado e abraçou nós três de uma vez. Me senti sufocado. Ele aproveitou e pegou minha mala e colocou em seu ombro.
- É bom ver vocês! - ele gritou.
- Bom ver você também. - Eu disse.
- Seus chifres cresceram. - observou Clarisse.
- É... - ele passou as mãos nos chifres.
- E você me passou de tamanho! - protestou Annabeth, que sempre fora mais alta que Grover.
- É... E você a cada dia mais bonita.
- Obrigada. - disse Annabeth.
- É, gente, essa é a Janye. - ele apontou para a garota.
Ela observou cada um de nós dos pés a cabeça. Acentiu para Clarisse, fez cara feia para Annabeth (já sentia a química entre as duas) abriu um pequeno sorriso para mim.
- Esse é Percy, essa é Annabeth e essa é a Clarisse. - ele nos apresentou.
- Oi. - ela acenou brevemente.
- Ela... Já sabe de tudo? - perguntei.
- Hã, bem, sabe dos deuses, mortos, monstros, fadas, acampamento, névoa, semideuses, Olimpo, cães infernais... Bom, acho que sim. - Grover contava nos dedos.
- Como soube que ela é semi deusa? - Annabeth perguntou, rude, sem tirar os olhos da garota.
- Eu sempre percebo. As ações. - disse Grover, pareçendo estar em outro mundo.
- Sabe de quem ela é filha? - Clarisse perguntou.
- Ei, essa não é minha especialidade. - replicou Grover - agora vamos voltar ao acampamento. Estou com saudades do povo.

De repente, o céu começou a escureçer, e gotas começaram a caír.
- Era só o que faltava. - resmungou Annabeth.
Então, começou uma tempestade, com ventos fortes. Puxei a primeira mão que encontrei e corri para debaixo de uma lona de loja. Quando me dei conta, peguei a mão de Jayne, que estava ensopada.
- Obrigada. - ela murmurou.
- Ei gente, aqui! - eu gritei alto.
Annabeth tinha os cabelos na cara e pareçia uma cega desorientada. Conseguiu tirar os cabelos do olho e me viu com Jayne na calçada.
- Vêm, Annabeth. - Grover puxou ela e Clarisse para onde nós estávamos.
Annabeth mantinha a expressão raivosa, e gritava também.
- Por que não nos chamou??
- Estava desesperado, desculpe. - respondi.
Todos nós nos encontrávamos encolhidos, que nem gatos. Pessoas corriam de um lado para o outro desesperadas.
- Que chuva é essa?? - gritou Grover.
- Chama isso de chuva? - perguntou Clarisse. - Eu chamo de fim do mundo.
Abraçei Annabeth que pareçia estar congelando, mas ela se afastou.
- Até quando vamos ficar aqui? - ela perguntou para Grover.
- Até isso passar um pouco. - Grover não sentia frio, por seu corpo ser coberto de pelos.
Nossos queixos batiam.
Então, um homem de jaqueta de couro e óculos escuro (sim, óculos escuros na chuva) se aproximou de nós, e tirou o óculos.
Eu o reconheçi.
Clarisse arregalou os olhos.
- Pai? O que faz aqui? - ela perguntou.
Ele sorriu.
- Precisava falar com você.
Janye pareçia assustada.
- Quem é você? - ela gritou.
O deus juntou as sombrançelhas.
- Quem é você? - ele re-perguntou.
- Ela é uma nova meio sangue. Janye. - respondeu Grover - E, ele, é Ares.
Ares abriu um sorriso.
- Ares? Você não é Ares. - a garota replicou.
- Os deuses assumem a forma que eles querem. - cochichei em seu ouvido.
- Ok, chega de apresentações, vim por uma causa séria. - ele disse. - Preciso de vocês.
- Para que? - Annabeth perguntou.
A tempestade só piorava.
- Eu e Apolo, aquele idiota - disse Ares, e Clarisse assentiu. - estamos armando uma guerra entre nós.
- Como assim, uma guerra? - Clarisse perguntou.
- Uma guerra entre nós, para vermos quem é mais poderoso.
- Ah... - todos disseram. - Mas o que temos a ver com isso? - perguntou Annabeth.
- Podemos montar o exéricto que quisermos. Eu escolhi vocês.
Clarisse sorriu.
- Topamos. - ela disse.
- O que? - eu disse.
- Nós topamos. - ela repetiu.
- É, por que não? É uma guerra idiota mesmo. - disse Annabeth.
- Não, sabidinha, não é uma guerra idiota. - replicou Ares. - É uma guerra de poder, e vai exigir muito de vocês.
Assenti.
- Então você quer nos usar para vencer como mais poderoso? - eu perguntei.
- Não vou usar vocês. Serão recompençados.
Nos entre-olhamos.
- Ok, por mim tudo bem. - eu disse.
- Mas, e Jayne? - perguntou Grover. - Temos que levava ao acampamento.
- Você pode ir com ela. - disse Clarisse. - Nós ficamos.
- Não. - disse Jayne. - Eu fico.
Todos olhamos para ela.
- Não pode ficar. - disse Annabeth.
- Por que não? Agora sou uma meio sangue, tenho que aprender a lutar. Por que não agora?
- Não sabemos se você é uma meio sangue. - rungiu Annabeth.
- OK, vou avisar Quíron que vamos ficar. - Grover disse.
Jayne sorriu.
- Vamos! - disse Ares. - Temos muito o que preparar.

De repente, a tempestade terminou em questão de segundos. As pessoas olham para o céu, confusas. Como se tudo aquilo fosse uma entrada dramática para Ares.
Andamos pelas ruas de Nova York com o deus Ares, no meio das pessoas. É claro, as pessoas pensam que ele é um homem comum.
Por algum motivo, Annabeth estava muito brava comigo, e mal olhava na minha cara, nem andava perto de mim. Andava na frente, com Ares e Clarisse, enquanto eu, Jayne e Grover ficamos atrás, pelo fato de Grover ser obrigado á andar com seus pés falsos, o que era desconfortável para ele.
- Ei, qual é a dessa menina? - disse Jayne para mim - Por que ela me odeia?
Suspirei fundo.
- É típico de Annabeth. Não ligue para isso, logo ela para.
- Vocês dois são namorados? - ela perguntou de repente.
Arregalei os olhos.
- Não! - juntei as sombrançelhas.
- Mas você gosta dela.
Olhei para ela.
- Não gosto não! Por que diz esse tipo de coisa?
- Porque você pareçe um pimentão assado.
Corei, e virei meu rosto para o outro lado.
Ela ia falar mais alguma coisa quando Ares se virou para nós.
- Vamos entrar numa mata abandonada para treinar. Onde não tenha ninguém.
Todos concordaram.
Andamos, andamos, andamos... Clarisse e Annabeth iam conversando, mas eu não conseguia ouvir o que. Eu queria saber!
Estávamos já cansados, quando seguimos Ares por uma trilha, que certamente daria para uma mata abandonada.
- AAAAH! - gritou Jayne e todos á olharam.
- O que foi? - eu peguei seu braço, desesperado.
- Alguma coisa me cutucou por trás!
Annabeth riu, e foi sacárstica.
- Talvez algum monstro tenha te cutucado com a garra. - ela riu. - Foi uma planta!!
- Ah. - ela se virou e viu a ponta de uma planta atrás dela.
Sacudi a cabeça para Annabeth, mas ela se virou novamente.
- Ok, vamos continuar. - disse Ares com cara de pouco caso.
- É, ela não gosta nem um pouco de mim. - disse Jayne.
- Ela é... Assim com todos os novos meios sangues. - Menti completamente.
Ela sorriu.
Chegamos á um ponto na mata onde nenhuma pessoa teria coragem de alcançar. Sentamos no chão, cansados, inclusive Grover.
- Já avisei Quíron. Ele disse que temos que voltar daqui á 5 dias. - ele disse.
- 5 dias? - disse Ares. - Não há como treinarmos e lutarmos em 5 dias!
- Se ficarmos sentados feito sacos de batatas não tem mesmo. - disse Annabeth se levantando. - Vamos, vamos treinar!
- Ok, escolham uma pessoa para lutar. Menos o sátiro. Você será útil para tocar música durante a guerra para destrair o inimigo.
Annabeth me puxou tão rápido que não tive tempo de piscar.
- Eu vou lutar com você. - ela disse.
- Ta né... - eu disse, e Jayne me puxou pelo outro lado.
- Eu tenho que lutar com ele! Ele vai me ensinar a lutar com espadas. - ela disse.
- A Clarisse te ajuda. - Annabeth apontou para a garota.
- Ok. - disse Jayne e foi até a menina.
- Tudo bem. - disse Ares. - Agora, peguem as espadas e... Lutem.
Puxei Contracorrente do meu bolso (uma caneta/espada) e Annabeth pegou uma espada na mala que eu trouxe, que estava com Grover.
- Por quer lutar comigo? - perguntei.
- Porque quero te derrotar, ué. - ela respondeu.
- Por que? - a pergunta perfeita.
- Chega de blá blá blá Cabeça de Alga. Lute!
Nós lutamos. Nossas espadas se raspavam e batiam, nada atingia ninguém. Tentava atingi-lá, mas ela sempre se defendia, e eu o mesmo. Nada podia me distrair. Nada.
De repente, percebi que todos nos olhavam lutar, atraídos. Nenhuma espada nos tocava.
- Grover! - gritou Ares. - Toque uma música na sua flauta!
- Mas vai atrapalhar! - ele gritou de volta.
- Toque!
Grover tirou a flauta de seu bolso e começou a tocar uma música deprimente.
- Arrrgh. - conseguiu gemer Annabeth, sem se distrair.
- Awwn. - ouvi a voz de Jayne. - Você é tão fofo lutando.
Eu me distraí, e sua espada conseguiu tocar meu peito.
Seu rosto se aproximou do meu mais do que o normal.
- Eu venci. - ela disse.

A essa proximidade de nossos rostos, pensei que ela ia me beijar, mas em vez disso, me deu um empurrão.
Ares batia palmas.
- Muito bom, filha de Atena.
- Você é filha de Atena? - se admirou Jayne. - É minha deusa favorita!
- É claro que é. - respondeu com armagura Annabeth.
- A minha deusa favorita é Afrodite. - me intrometi completamente - ela é muito bonita.
Annabeth me lançou um olhar raivoso.
- Ninguém te perguntou nada. - ela rungiu.
- Ok, brigas amorosas para depois, sabemos que temos que treinar a novata com a espada... - começou Ares.
- Eu briguei um pouco com ela. - disse Clarisse. - Ela é muito boa.
Ares arregalou os olhos.
- É mesmo?
- É... - disse Jayne.
- Lute com Annabeth. - ele disse.
- O que? - as duas disseram juntas.
- Lutem. Juntas. - ele repetiu.
- Mas eu vou perder! - disse Jayne.
- Lutem.
Foi a coisa mais impressionante que eu já vi. Jayne dominava a espada com elegância, se defendendo de todos os ataques de Annabeth, até que a espada de Jayne tocou seu peito.
- Eu não acredito. - disse Annabeth.
- Ainda sem música. - acrescentou Grover.
Ares batia ainda mais palmas.
- Ela venceu Clarisse, Annabeth, que venceu Percy... Estou impressionado.
- Eu também. - disse Jayne.
- Bem-vinda ao meu exército.
Annabeth parecia que ia explodir de raiva.
- Ok, acho que já treinamos bastante por hoje. Já está tarde, que tal irmos para um hotel? - Ares sugere.
Todos concordam.
A noite caía, enquanto saíamos da mata e entramos no hotel mais próximo.
Todos ficaram no mesmo quarto, o que era constrangedor, pois só havia duas camas.
Hãn, eu não durmo. - disse Ares quando chegamos. - Podem ocupar as camas.
- Eu durmo no sofá. Não preciso de... - começou Grover.
- Precisa sim, vamos dormir em uma cama. - eu disse.
- Não cabe três pessoas nessa cama. - observou Clarisse.
- A Jayne pode dormir no sofá. - sugeriu Annabeth.
- Não! - protestou Jayne. - O ideal era o sátiro dormir no sofá.
- Eu também acho. - Grover disse.
- Eu não. - eu e Annabeth dissemos juntos.
- Você ainda não percebeu que não podemos deixar... Você sabe, meninos e meninas juntos. - disse Clarisse, embolorada com as palavras.
- Ah, entendi. - disse Jayne.
- Então como a maioria é meninas - observou Annabeth - Uma menina tem que dormir no sofá.
- Eu não vou. - disse Jayne.
Clarisse fez cara de piedade, o que era muito muito estranho.
- Eu durmo no sofá, pronto. - disse Annabeth e se atirou no
sofá.
- São sete horas da noite. - eu disse.
- Meninos, vamos descer para jantar. - disse Ares aparecendo do banheiro.
Todos saíram em disparada pela porta, menos Annabeth que ficou deitada no sofá.
- Ei, você não vêm? - a cutuquei.
- Não... - rungiu Annabeth com a cara no travesseiro.
Sentei no sofá.
- Você... Não está com ciúmes da Jayne, não é? - perguntei.
Ela se virou com o rosto para cima.
- Claro que não. - ela se levantou e sentou. - Por que eu estaria?
- Porque ela te derrotou na espada.
Ela bufou.
- Por causa disse eu estaria com ciúmes dela?
- Você é a Annabeth, se lembra? Gosta de ser a melhor em tudo.
Ela bufou outra vez.
- Não estou com ciúmes dela.
- E também... Porque talvez ela esteje 'gostando' de mim. - soltei antes que perdesse a coragem.
- E o que eu tenho a ver com isso?
Abaixei os olhos.
- Talvez depois eu te responda essa pergunta.
Ela desviou os olhos do meu rosto.
- Está parecendo um pimentão. - ela apontou.
- Eu vou descer. - mudei de assunto. - Você não vem mesmo?
- Não estou com fome.
- Ok. - eu ia saindo, quando ela disse:
- Percy!
- O que foi?
- Só queria te dizer que se estiver a fim da Jayne, pode ficar com ela.
Meu coração engoliu um batimento.
- E quem é você agora para me dizer com quem eu posso ficar ou não?
Saí pelo corredor do hotel, sem olhar para trás.

A comida do jantar estava ótima, mas ficaria mais ainda se eu não tivesse mil em uma coisas correndo em minha mente.
Eu, Clarisse, Jayne, Grover e Ares nos sentamos numa mesa grande. Ares comia feito um leão. Clarisse estava de dieta e só pegou salada. Jayne comia de tudo um pouco. Eu não estava com tanta fome, e só olhava um lugar vazio na mesa, e me lembrava de Annabeth e do jeito que falei com ela ao sair.
Depois de comermos, fomos para o quarto descansar um pouco. Ares disse que amanhã iríamos ter mais um longo dia de treinamento.
Quando entramos no quarto, não encontramos Annabeth dormindo no sofá.
- Onde ela foi? - perguntou Clarisse.
Jayne correu para o banheiro.
- Ela não está aqui.
Gelei tanto, que parecia uma geladeira. Eu devia estar branco que nem giz.
- Ela deve ter descido para nos procurar. - sugeriu Grover.
- Nós teríamos encontrado ela. - disse Ares.
Clarisse respirava ofegando. Eu também.
- Ah, não! - eu gritei, nem me importando. - Não, não, não!
Todos estavam em silêncio.
- Temos que prcourá-la. - disse Grover.
- Eu desco com Grover e Ares. - disse Clarisse. - Vamos ver se ela está lá embaixo.
Eles desceram.
Eu sentei no sofá, deprimido.
- Onde? Onde ela está? - eu disse.
- Calma. - me consolou Jayne.
- Calma? Ela sumiu!
Eu respirava mais alto do que o normal, e percebi que suava.
- Percy, por favor, se acalme. - ela se sentou ao meu lado. - Nada de ruim aconteceu á ela. Nada.
Eu a abraçei. De um jeito estranho, Jayne fazia eu me sentir melhor.
- Obrigado.
Ficamos abraçados até eu ouvir passos no corredor. Me afastei rapidamente, torçendo, rezando, mas do que nunca para que Annabeth esteje com eles.
Esperanças perdidas.
- Ela não está em nenhum lugar! - disse Clarisse.
- Isso tudo é culpa minha. - eu disse. - Eu fui rude com ela antes de sair daqui.
- Mas pra onde ela foi? Isso não faz sentido! - dizia Grover. Só se ela...
Ela correu para a janela, onde todos os seguiram. Segui também, com um nó na garganta.
Todos olhamos pela janela, e vimos uma altura aterrorizante, e nada de Annabeth.
- Pra onde? Onde? - eu gritava olhando para o quarto.
- Só se ela estiver usando o boné dela da invisibilidade. - sugeriu a brilhante Clarisse.
- Annabeth. - eu disse. - Por favor, apareça.
Nada.
- Por favor, me desculpe se a magoei, por favor... - eu vi que caiu uma lágrima do meu olho. - Apareça. Por favor.
Nada.
- Annabeth... - eu caí de joelhos e pus as mãos ao rosto.
- Ela ja teria apareçido. - disse Ares.
Grover, como era muito emocional, chorava.
- Desculpem crianças, não há mais nada que possamos fazer. - disse Ares. - Mas não percam as esperanças. Ela pode reapareçer em qualquer momento.
Todos assentiram, e sem dizer nada, se atiraram nas camas, e adormeçeram.

Estava tudo escuro. Olhei no relógio: duas e meia da manhã.
Levantei da minha cama com cuidado. Clarisse e Jayne estavam numa cama, e Grover em outra. Ares estava estirado no sofá, o que era estranho, pois ele disse que não dormia.
Então passei por trás dele e abri a porta com cuidado. Ele não percebeu.
Fechei a porta e saí em disparada pelo corredor. Era hora de reencontrar Annabeth.
Desci para o saguão, e estava totalmente deserto. Só havia uma mulher no bar, e um homem no laptop sentado em uma poltrona. Saí do hotel e senti o frio em meus braços.
As ruas estavam desertas e escuras. Poucos carros passavam.
Consegui atravessar a rua apesar da escuridão. Não havia levado nada comigo. Nada.
Algo sussurrou no meu ouvido e eu pulei de susto.
- Se quer ela de volta, venha buscar.
Quase chorei de medo, aquela voz sombria...
Destampei Contracorrente e apontei para trás.
- Quem? Quem é? Apareça! - gritei.
Nada.
- Apareça!! - gritei. - Eu quero ela de volta!
Nada. Corri a rua de novo e entrei no hotel em disparada.
Subi para o quarto e acendi a luz.
- Gente! Gente!! - eu gritava.
Eles acordaram meio que dormindo.
- O que foi, Percy? - gemeu Clarisse e olhou no relógio. - São três da manhã!
- Eu ouvi uma voz, que dizia: "se quer ela de volta, venha buscar".
Todos se olharam.
- Tem razão de que não está pensando coisas? - perguntou Ares.
- Absoluta.
- Onde você ouviu isso? - perguntou Jayne.
- Lá fora. Eu desci.
- E você não viu ninguém? - perguntou Grover, assustado.
- Não. Estava muito escuro. Eu gritei para ele apareçer. Mas nada.
Todos se entreolharam.
- Temos que resolver isso agora! - eu gritei.
- Não podemos fazer isso amanhã? - perguntou Jayne.
- Não! Annabeth foi sequestrada! Provavelmente por um deus, ou sei lá o que. Temos que procurá-la!
- Percy, eu vou procurar com você. O resto fica. - Ares disse.
- Ok.
Lá fomos nós, de volta a rua sombria, que não me trouxe boas lembranças.
- Onde foi que você ouviu a voz? - perguntou Ares.
- Atravessando a rua, em frente aquele poste. - apontei.
Atrávessamos a rua e olhamos em volta.
- Acho que você é louco. - ele disse.
- Não sou louco. Eu juro.
Ele pareçeu pensativo.
- Eu já sei quem foi. - ele disse.
- Quem?
Ele pensou de novo.
- Me siga.
Ele correu pelas ruas, quem nem um louco, e eu o seguia desastrado.
Deviam ser umas quatro da manhã, as pessoas olhavam para nós com cara de: dã?
Ele parou na entrada de uma floresta, e respirou ofegante apoiado é uma árvore.
- Ei cara. - eu disse - Enlouqueçeu?
- Tem coragem de entrar nessa mata agora? - ele perguntou.
Olhei para mata a dentro: Pura escuridão.
- Tem certeza de que Annabeth está aí? - gemi.
- Mais do que certeza.
Gemi outra vez.
- Tenho. Eu tenho coragem.
- Ok, então vamos.
Ele entrou mata a dentro e eu o segui.
Eu não enxergava absolutamente nada. Só sentia plantas esvossando em meu rosto. Não sabia onde eu estava pisando e muito menos onde eu estava indo. Nem sabia a quantos metros á frente Ares estava. Ah, se Annabeth não estiver aí...
Enfim, tombei a cara nas costas de Ares, e ele agarrou meu pulso.
- Ah, você ainda está aí. - ele sussurrou - pensei que tinha fugido.
Bufei.
- Vamos, á muito a andar ainda.
Andamos, andamos, andamos, até começar a amanheçer, e eu poder enxergar um pouco.
- Cara, onde estamos indo? - eu perguntei.
- Estamos quase chegando.
Então, o corredor de mato acaba, e nos enncontramos num círculo de grama, vazio.
- Awn... - disse Ares.
- AAAH! - eu me controlei para não gritar.
- Me desculpe, esse costumava ser o esconderijo...
Ouvimos mato se mecher, o que me deu um susto. Então, um homem de óculos de sol apareçe, sorrindo.
- Ora, ora... - disse o cara - Se não é Percy Jackson, filho de Poseidon.
- Apolo. - rungiu Ares - Onde está a garota?
- Ah, que garota? - ele perguntou.
- Annabeth Chase. - eu respondi.
Ele se virou para mim.
- Aah, a sua namoradinha. - ele disse, andando em círculos - Eu não sei.
- Onde está ela? - gritou Ares.
- Comigo. Bem segura. - ele disse.
- Onde ela está? - pela milésima vez.
- Nunca vão encontra-la.
Atrás de nós, ouvimos passos. Olhamos para trás: Clarisse e Jayne atrás de nós, com espadas.
- Como chegaram aqui? - perguntei.
- Ora, seu tolo. Até parece que iamos perder isso. Seguimos vocês. - disse Clarisse sem tirar os olhos de Apolo.
- Onde está Grover?
- Quis ficar no hotel. Tem medo de tudo. - disse Jayne.
- Olha se não é a durona, Clarisse. - disse Apolo.
Ela rungiu.
- Onde está Annabeth... - peguei Contracorrente de meu bolso e avançei para cima dele, fazendo-o cair no chão.
- Ok, vou falar onde ela está, mas saia de cima de mim... - ele disse ofegante, e eu saí.
- Onde ela está?
Em vez de responder, Apolo saiu correndo mata a dentro.
- Corram atrás dele! - eu gritei e todos me seguiram.
A mata que ele entrou era desvastada, cheia de plantas de uns 6 metros, o que dificultava a passagem, e fomos muito lentos para correr, perdendo Apolo de vista.
- Somos uns idiotas. - disse Clarisse.
Ares conseguiu disparar mata a dentro.
Sentamos no chão, cansados.
- Isso tudo é culpa minha. - eu murmurei.
- Não é não. - disse Jayne.
- Se eu não tivesse a deixado sozinha...
- Se você ficasse com ela, os dois seriam raptados!
- Não seríamos não! Eu lutaria com ele.
- Convencido... - disse ela desviando o olhar.
- Não sou não.
- Gente! - gritou Clarisse e se levantou. Me levantei em um salto, e vi Ares carregando Annabeth, totalmente machucada e desacordada.
- Annabeth! - gritei e fui ao encontro dos dois.
- Não sei onde Apolo foi... - disse Ares - Mas encontrei ela na mata.
Ele a colocou no chão e eu segurei seu pulso. Ainda batia.
- Ela está viva. - eu disse.
- Isso é óbvio! - disse Clarisse.
- Deve estar desmaiada. - disse Ares e deu um chute nela.
- Annabeth, acorde... - eu disse em seu ouvido.
Ela tremulou os olhos, mas não se mecheu.
- Sou eu, Percy. - eu disse.
Apolo veio correndo em nossa direção, desviou de Ares, e teve a cara de pau de puxar as pernas de Annabeth.
Eu a segurei pelo braços. Com esse puxa puxa, Annabeth acordou e começou a gritar.
- Largue ela! - eu a puxei com força, mas ele puxou mais forte.
Ele conseguiu que minha mão escorregasse do braço de Annabeth, mas Jayne, Clarisse e Ares a agarraram de novo.
- Você é maluco? - gritou Jayne.
- Me largue, seu idiota. - disse mais trânquila do que nós Annabeth.
Enfim, Apolo largou os pés de Annabeth, fazendo que ela caia com tudo no chão. Ela estava com as roupas rasgatas, totalmente ensanguentada e descabelada.
- Que diabos é isso? - gritou Clarisse.
- Eu não tenho ninguém para o meu exército. - respirou ofegante Apolo.
- É por isso que raptou Annabeth? - perguntei.
- Sim, mas eu não raptei exatamente ela. - ele disse.
- Claro que raptou! - disse Ares.
- Ela estava no quarto do hotel, você entrou lá e a pegou. - eu disse.
- Quarto de hotel? - perguntou Apolo.
- Não se faça de idiota outra vez! - disse Clarisse.
Annabeth mantia a cabeça baixa.
- Annabeth, o que aconteceu? - perguntei.
- Apolo não me raptou. Ele me salvou. - ela sussurrou.
- O que? - disse Jayne.
- Como assim? - disse Ares.
Eu não tinha voz.
- Ele não me pegou no hotel.
- Ele te pegou a onde? - Clarisse perguntou.
Annabeth hesitou.
- Na calçada.
Nos entreolhamos.
- Na calçada? - minha voz falhou.
- Sim.
- Como assim? Você saiu do hotel? - perguntou Jayne.
- Sair não seria a palavra certa a se usar...
- Annabeth, conte tudo, chega de enrolar. O que aconteceu? - explodi.
Ela suspirou fundo.
- Eu pulei... da janela.
Soltei um soluço. Jayne arregalou os grandes olhos verdes. Clarisse ficou a olhando fixamente. Ares parecia tonto.
- Como assim, pulou da janela? - eu gritei. - Enlouqueçeu?
Ela olhou para baixo novamente, e depois se ergueu.
- Por que? - perguntei.
Ela se virou para Apolo.
- Eu também não sei. - ele ergueu as mãos, na defensiva.
Ela se virou para mim.
- Eu atrapalho a sua vida, Percy. Eu não a torno fácil. Você não precisa de mim para vencer o mundo.
Eu a encarei, como se ela fosse um monstro de outro mundo.
- Do que está falando? - perguntei.
- Estou dizendo que vou me juntar ao exército de Apolo.
- O que? Vai se juntar ao inimigo? - se intrometeu Ares.
- Ele não é o inimigo. Ele é um deus, assim como você. Não estou do lado inimigo, só estou do lado onde me querem. - ela olhou para Jayne, e seguidamente para mim.
- Isso é ridículo. - disse finalmente Clarisse.
- Pode ser, ou não, mas vou me juntar á Apolo. Boa sorte para vocês. Ou não.
Ela começou a caminhar, mas depois se virou.
- Annabeth, não... - eu começei.
- Gente, eu preciso encontrar Grover, para ele me levar ao acampamento. Preciso saber de quem sou filha, não devia estar aqui... - disse Jayne, nervosa.
- Você nem sabe se é semideusa. - interveio Annabeth - Grover erra ás vezes. Você não tem certeza de nada.
Então, ela e Apolo caminharam mata a dentro, nos deixando sem nossa melhor guerreira (ou não).
- Preciso ir embora. - disse Jayne correndo o mais rápido possível de volta á assustadora mata.
- Não podemos deixa-la ir sozinha! - gritou Clarisse,e correu mata a dentro também.
Ares correu atrás delas, e eu fiz o mesmo, sem escolha.
Forçando para não chorar, olhei para trás no mínimo 5 vezes, me certificando de que Annabeth não estaria voltando para pedir desculpas, ou me desculpar. Mas não acontecera.
No fim da mata, Jayne corria pelas ruas. Consegui agarrar seu pulso e a virar.
- Onde está indo?
- Pra casa. - sua voz falhou.
- Não pode ir pra casa! Tem que ir ao acampamento!
- Meus pais devem estar preocupados. Me desculpe...
- Seus pais não estão preocupados, Jayne! Eles sabem da verdade, e sabem que ia chegar a hora de você não voltar!
- Você não tem certeza disso! Não tem certeza de que eu sou meio sei lá o que. Acharam a pessoa errada! - ela gritou e correu as ruas novamente.
Esperei Clarisse e Ares me alcançarem, sentado numa calçada.
- Onde ela foi? - perguntou Clarisse ofegante.
- Não sei. Talvez pra casa.
- Ela não pode ir para casa! Ah, Percy, devia te-la segurado!
- Desculpe... Ela estava ofendida pelo o que Annabeth disse, talvez.
Clarisse bufou.
- Talvez ela tenha ido pro hotel. Vamos.
Caminhamos até o hotel, deprimidos pelo ocorrido.
Entramos no hotel, e Grover estava sentado com Jayne no sofá.
- Você não foi embora. - eu simplismente disse.
Ela não sorriu.
- Esse menino me sequestrou.
- Não sou um menino. Sou um sátiro. - ele começou a tirar as calças.
- Ei, ei, ei... - ela tampou os olhos - Está maluco?
- Não tem problema. Olhe.
Ela olhou e viu as pernas de bode de Grover.
- Preciso ir embora daqui...
- Não pode! - sentei no sofá também.
- Isso não é real. Isso tudo não existe! Deuses não existem! - ela gritou.
Grover arregalou os olhos.
- Não pode dizer isso! - eu disse.
- Sim, eu posso, e sabe do que mais? - ela se levantou - Vocês são malucos. - ela se virou para Ares - E você não é Ares!
Clarisse segurou sua mão.
- Você já sabe de tudo. Não pode ir!
- Temos que saber de ela vê através da névoa. - Ares disse.
- Isso não existe! Mas que merda! - ela protestou contra a mão de Clarisse, inutilmente.
- Preciso falar com ela a sós. - eu disse.
- Ok... - Clarisse soltou sua mão, e Grover se retirou do lugar, com Clarisse a Ares.
Fiz ela se sentar no sofá novamente.
- Não sou uma semideusa. Mesmo se isso existe mesmo, eu não sou. - ela disse.
- Sim, você é.
- Não, eu não sou.
- E a sua habilidade com a espada?
- É só um dom, Percy. Mais nada.
- Por favor, tem que acreditar que é.
- Mas eu não sou!
Respirei fundo.
- Olhe... Eu também pensava assim quando eu soube. Eu pensava também que nada disso existia. Mas ela me convenceu e me mostrou o mundo. - eu pausei. Pensei que ela soubesse que esse "ela" se referia á Annabeth - Eu quero mostrá-lo a você também.
Ela suspirou.
- Mas Annabeth pode ter razão. Eu não sou semideusa.
- Annabeth está com ciúmes de você! Porque você é maior na esgrima!
- Ainda não me convenceu.
- Talvez isso convenca.
Quando eu a beijei, pensei em Annabeth e do jeito que ela me pegava de surpresa em situações inesperadas. Foi como fiz com Jayne. Ela pareceu sorrir, parecendo realmente convencida.
Ouvimos vozes e passos no corredor, e logo me distanciei de Jayne em um salto. Eu ainda tinha esperanças de que Annabeth apareçeria com eles, para se desculpar. Logo tudo se acabou outra vez.
Clarisse, Ares e Grover entraram no quarto.
- O exército deles está mais forte do que nunca. - afirmou Ares, e fez os pêlos de meus braços se arrepiarem.
- O que estamos fazendo aqui parados? - disse Jayne - Vamos treinar!
Clarisse trocou olhares com Grover, e quando Jayne se retirou do quarto, veio em minha direção:
- O que você fez? - ela sussurrou.
- Conversei com ela. - eu disse, e segui a gótica pelos corredores do hotel.
Todos nós estávamos reúnidos num banco de um parque perto da mata. Ares nos explicava os pontos fracos de Apolo.
- Ele odeia escuridão. - ele disse - Ele ama a claridade.
Nós acentíamos.
Ele nos disse mais um zilhão de coisas. Disse que Grover devia tocar músicas tristes e deprimentes. Nada do gênero de "Walking On Sunshine" que Grover adorava tocar.
- Ok, vamos partir para o ataque... - começou Ares, mas eu interferi.
- Hã, senhor Ares... Annabeth está no exército de Apolo, e lutei com ela durante muitos anos, e sei seus pontos fracos.
Ares sorriu.
- Muito bem, Percy. Pareçe que não está tão deprimido assim com a saída de sua namorada do exército...
- Ela não é minha namorada.
Jayne segurou a risada.
- Tanto faz. Nos diga: quais os pontos fracos dela?
Eu senti uma ponta de culpa dentro de mim. Eu estaria entragando Annebeth, minha amiga á 3 anos, que me chamava de Cabeça de Alga ás vezes, me deixava irritado, tirava meu tédio, me ensinava a lutar com monstros... E a ponto de se jogar da janela por algo que eu te disse.
- Hã, acho melhor pularmos essa parte. - eu disse.
- Ah, eu não. - disse Clarisse - Annabeth é a melhor do exército deles. Temos que dete-la.
- Mas... Nessa guerra não haverá mortes, não é?
Ares sorriu.
- Depende.
- Depende de que?
- Se eles quiserem, sim.
Abaixei a cabeça, enquanto eles conversavam entre si sobre como vencer a "guerra".
De noite, estava muito aflito para dormir. Estava sentado no sofá, trocando nervosamente os canais de TV, vendo só notícias de tragédias e mortes. Estava me deixando ainda pior.
Percebi que Grover estava vindo em minha direção, e se sentando ao meu lado.
- Ei, cara. - ele disse - Pare de ver essas coisas. Preciso conversar com você.
Desliguei a TV, nos deixando na mais profunda escuridão.
- O que foi? - me sentia falando com um fantasma, sem olhar o rosto de Grover.
- Quer mesmo fazer isso? Eu digo, lutar contra Annabeth.
Dizer que eu queria lutar com Annabeth não era mesmo verdade. Mas uma coisa que me icomodava por dentro, e que me fazia sentir com vontade de vencer, era ela ter nos traído e partido para o "outro lado". Talvez ela esteja planejando um jeito de nos matar, enquanto eu tenho dó de machucá-la.
- Cara, não sei mesmo se essa luta vai dar certo. Deus contra deus, meio-sangue contra meio-sangue... Não era uma coisa que devia estar acontecendo.
Grover suspirou.
- Eu acho a mesma coisa. Eu me pergunto o que Annabeth pensa sobre isso. Talvez a mesma coisa.
Minha mente foi invadida de pensamentos. Será mesmo que Annabeth estaria tentando nos matar, depois de tudo que passamos juntos? De cada risada, cada momento...
Eu tive vontade de chorar, mas não ia pagar esse mico. Se bem que Grover não conseguia me ver, mas quando choro, eu meio que soluço um pouco alto, e...
- Percy? - Grover me chamou.
- Hein?
- Ouviu o que eu falei?
- Não.
Grover bufou.
- Eu disse que devíamos acabar com isso.
Juntei as sombrançelhas.
- Não sei. Acho que não é necessário.
- Não é necessário? Eu ouvi Ares conversando com Apolo, e eles estavam combinando de ser uma guerra com mortes! Perrrcy, isso é horrível!
- Você deve ter ouvido errado.
- Tenha eu ouvido errado, ou não, isso não vai dar certo! Pense Percy, por favor!
Minha vontade de chorar se acumulou ainda mais, como um bolo em minha garganta.
- Vou pensar, menino bode. Agora vá dormir. Já passa das 3 da manhã. Amanhã teremos um longo dia.
Consegui dormir de verdade só ás 5 da manhã, e tive um sonho, muito, muito estranho.
Nós estávamos na colina do Acampamento Meio Sangue. Todos os campistas estavam lá, inclusive Beckdonford que morrera numa explosão de návio.
Nós estávamos divididos em grupos, por chalé (que eram dividos por filhos de cada deus). Eu certamente, estava sozinho. Eu vi Annabeth com seus companheiros, mas ela não olhava para mim. Estava em grupo com eles, cochichando.
Silena estava com suas companheiras de Afrodite, todas lindas, admito. E assim ia, todos os chalés reunidos, como o de Clarisse, e de Apolo.
E, os deuses estavam na frente da cada grupo. Meu pai, Poseidon, estava em minha frente, mas não olhava para mim.
Quíron, anuncia o ínicio de algo. Eu estava completamente confuso, quando todos se espalharam e começaram a atacar uns aos outros com suas espadas. Vi Annabeth lutando com Clarisse, Cornor Stoll lutando com Silena, e pior: Vi Nico Di Angelo e Jayne correndo atrás de Hades, atingindo outros campistas. Ninguém viera me atacar, e eu olhava tudo aquilo com uma expressão assustada. Então meu pai virou para mim e disse:
- Você tem que dete-los.
Acordei em um salto, e vi que Jayne estava em pé em minha cama.
- Você baba enquanto dorme.
Chacoalhei minha cabeça e pisquei os olhos.
- Que horas são?
- Não sei. Meio dia, talvez.
- Meio dia?! - eu gritei, saltando da cama.
- Sim Percy. A guerra já começou á meia hora.
- E o que está fazenedo aqui?
- Madaram eu te acordar. Mas você é tão fofo dormindo.
Fui até a porta correndo.
- Venha! Não podemos deixar isso acontecer!
Fomos correndo mata a dentro, o que demorou mais meia hora. Eu não tinha mais medo da mata, e já sabia o caminho de cor para a arena de luta.
Cheguei. Todos se golpeavam entre si. Vi Connor e Travis, do chalé de Apolo lutando com Clarisse, a única do nosso exército. Apolo e Ares lutavam entre si. Connor e Annabeth estavam sentados no chão, limpando as espadas. Até agora, ninguém tinha morrido.
Quando me viram, todos pararam.
- Eles chegaram. - disse Apolo.
- Oi Percy. - disseram Connor e Travis juntos.
- Oi. - murmurei.
- Espero que não morra. - disse Connor, e me deu um impulso no coração.
Franzi as sombrançelhas, mas decedi deixar para lá.
O exército de Apolo se arrumou em uma fila, com suas armas. Fizeram o mesmo o exército de Ares, ao meu lado.
Todos se encararam. Meu olhar encontrou o de Annabeth.
Seus olhos cinzas encaravam o meu. Tão, mas tão intenso, que parecia que ela via cenas em meus olhos. Seu rosto tinha expressão de tristeza. Ela estava diferente. Seu cabelo encaracolado loiro estava preso em um rabo de cavalo, e ela estava sem nenhuma armadura, apenas com sua pequena faca de bronze nas mãos. Ela não estava mais com a camiseta roxa, e sim com uma preta, e jeans. Ela continuava olhando para mim com tristeza.
- Podemos ir? - perguntou Connor para Annabeth.
Ela revirou o olhar, encontrando o de Jayne. As duas se olhavam com um ódio profundo.
- Armas. Atacar. - deu o comando Annabeth, e quase me fez desabar.
Travis foi para cima de mim, sem me dar tempo de pegar Contra corrente do meu bolso. Ele quase me golpeou, quando destampei a caneta e apontei para ele.
Nós lutamos, espada batia espada, em barulhos que me davam aflição.
De repente me lembrei de meu sonho. Dos chalés brigando entre si. Amigos lutando com amigos, sem piedade de matá-los para sempre.
O bolo voltou á minha garganta. Olhei para Annabeth, que lutava furiosamente com Jayne. Clarisse detonava Connor. Grover estava sentado em uma pedra tocando uma música deprimente.
De repente, Annabeth caiu no chão, e Jayne estava em cima dela. A faca de Annabeth tivera voado para muito longe, e a espada de Jayne apontava para o peito de Annabeth.
Todos pararam de lutaram e se vontaram para elas.
Eu nunca tinha visto Annabeth tão assustada. Jayne sorria, parecendo se divertir.
- Jayne. - disse Ares - Permissão concedida.
Arregalei os olhos. A única coisa que me lembro foi Jayne erguendo a espada para cima acompanhado de um grito. Eu me joguei para algum lugar, e tudo ficou escuro.
- Percy? Percy. - alguém me sacudia, e eu via tudo embaçado.
Abri os olhos, e vi Annabeth erguida sobre mim.
- Ele acordou. - ela gritou, e todos vieram.
- Você não morreu. - eu me sentei, tonto.
- Não, eu não morri. - ela disse - Graças a você.
- O que eu fiz?
Ela sorriu torto.
Se jogou em cima de Jayne e bateu a cabeça com força nessa pedra. Isso que dá ter um cabeção.
Consegui sorrir.
Jayne estava de pé ao meu lado, sorrindo por eu estar acordado.
- Você ia matar Annabeth.
Ela se agachou.
- Sim. Me desculpe Percy. Eu pensei que você não sentia mais nada por ela.
Devo ter ficado vermelho igual a um pimentão.
- Eu, não...
- Tudo bem, olha. O que importa é que está bem, e que ninguém se feriu. - disse Jayne - A guerra acabou á uma hora.
Eu me levantei, e me senti enjoado.
- Vocês não deviam lutar. São todos amigos. Lembram-se? Ok, Jayne, você não era amigos deles, você estava meio que certa. Mas, vocês... Ah meu Deus.
Annabeth abaixou a cabeça.
- Essa menina quase me matou.
- E ainda tenho essa vontade. - disse Jayne.
- Não, parem! - eu disse - Por favor.
Clarisse foi até Annabeth.
- Annabeth. Volte á ser nossa amiga, e deixe essa guerra estúpida de lado.
Ela sorriu.
- É claro.
Elas se abraçaram.
Connor e Travis vieram até mim e me comprimentaram, enquanto Annabeth ia abraçar Grover.
Todos estavam se comprimentando, quando vi Jayne sentada em uma pedra.
Fui até lá e sentei ao seu lado.
- Ei. Não precisa ficar aqui.
Ela deu de ombros.
- Eu sonhei com você. E já sei de quem você é filha.
Ela logo se virou.
- Quem? De quem?
Eu sorri.
- Você, é filha de Hades. Deus da morte.
Ela arregalou os olhos.
- Que... legal!
Ela sorriu.
- Hades é meu pai. Isso é mais do que demais. Então aquele pai chato que eu tenho em casa não é meu pai de verdade. É meu padrasto. AAAH!
Ela me abraçou.
- Eu sei que você só me beijou para eu não ir embora, para não perdermos a guerra. Mas eu gosto de você.
Me senti pisotiado.
- Eu não fiz isso para vencer a guerra. Eu não queria vencer. Eu não queria que tivesse.
Ela estava sem expressão.
- Tanto faz. Não precisa fingir gostar de mim, ok? Mas se você gostar...
- Eu gosto.
Ela sorriu.
Annabeth veio até nós.
Vão ficar aí mesmo, ou vão voltar com a gente para o acampamento?
Eu me levantei em um salto e sorri.
- Vamos. Jayne vai se juntar a Nico ao seu novo chalé no acampamento meio sangue.
No táxi, foi meio estranho, porque nos esprememos totalmente, com os dois deuses, três garotas, um menino e um menino bode.
Até lá, descemos do táxi e caminhamos a Colina Meio Sangue a cima.
Quando os campistas começaram a nos ver, abriam sorrisos alegres.
- Vocês voltaram! - disse Silena, e vários outros campistas começaram a chegar, inclusive Nico Di Angelo.
- Por que demoraram tanto? - perguntou Nico.
- Longa história. - disse Annabeth. - Onde está Apolo e... - ela olhou em volta.
- De repente, enquanto subíamos, os deuses desapareceram. - eu disse.
- Encontraram deuses? - perguntou alguém no fim do grupo.
- É, sim.
- E quem é essa? - perguntou Nico, apontando para Jayne.
Eu sorri.
- É a sua nova irmã.
Jayne sorriu, e fez Nico sorrir também.
Eles se abraçaram.
Grover estava com Juníper, sua namorada.
Clarisse comprimentava os outros campistas.
Eu e Annabeth estávamos de pé olhando o nada, até que resolvi quebrar o silêncio.
- Você pulou da janela mesmo pelo o que eu te disse? - eu perguntei.
- Ah, Percy, por favor. Não vamos terminar sempre as histórias com essa nossa conversa tola.
- Ei, mas isso não é tolo. Foi uma coisa de vida ou morte.
- Não foi não.
- Annabeth, o quarto era muito alto, podia ter morrido.
Ela deu de ombros.
- E quem se importa?
- Eu... E muitas mais pessoas.
- Você falou para a Jayne me matar, não é?
- Mas é claro que não! Eu não queria que essa estúpida guerra começasse!
Ela bufou.
- Ok, mas eu só quero que você saiba... Que eu nunca vou deixar de me intrometer na sua vida amorosa.
- Vida amorosa?
- Ah, você entendeu. - ela me deu um tapa na cabeça.
Essa era o meu acampamento de sempre: eu com Annabeth com tudo resolvido, e ninguém morto em uma missão. Era assim que eu esperava que ficasse daqui á alguns meses, pelo menos.

FIM.


[b]COMENTEM :d
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Re: Percy Jackson e os Olimpianos - A Guerra de Ares

Mensagem por Sarah H. Wright Ter 07 Set 2010, 20:21

Ei!!! Legal em!!!
Lê minha fic
ta na minha assinatura
Legal em!!!
Você já leu o último Olimpiano?
Sarah H. Wright
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Re: Percy Jackson e os Olimpianos - A Guerra de Ares

Mensagem por Convidad Qua 08 Set 2010, 20:01

já li sim o Último Olimpiano :D
Obrigada por comentar, vou ler a sua!
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Re: Percy Jackson e os Olimpianos - A Guerra de Ares

Mensagem por Sarah H. Wright Qua 08 Set 2010, 20:27

Brigada =]
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Re: Percy Jackson e os Olimpianos - A Guerra de Ares

Mensagem por Percy Jackson. Dom 19 Set 2010, 09:18

legal mas vcs sabem onde a jade está que não encontro ela no site
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