Solstício (I Capítulo completo)

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Solstício (I Capítulo completo)

Mensagem por Fillipe Seghetto Seg 25 Abr 2011, 19:00

Bem, aqui está o primeiro capítulo, completo. Os próximos posts serão apenas passagens. (Direito de autoria!! XD)


“O meio ambiente já não suporta tanta debilitação, ser degradado tantas e tantas vezes sem que ninguém se manifeste. É hora de agir.”
Gaea

CAPÍTULO I
Dons


E
ra o início do inverno na Itália. O jovem Fillipe Montecchio tinha apenas 17 anos, mas seu destino estava traçado: estudar Ciências Exatas na Inglaterra. Não era um garoto rebelde, pelo contrário, era sereno como o ambiente de sua cidade, Ravenna. Os longos cabelos negros, herdados de seu bisavô, andavam sempre amarrados num comprido rabo-de-cavalo às costas. Seus olhos eram azul-escuros, enigmáticos e misteriosos, emoldurados por óculos de armação fina que lhe conferiam um ar intelectual.
Andava calmamente até a pizzaria de seu avô quando a fonte da praça lhe chamou a atenção. Havia algumas pessoas ao redor e ao se aproximar da escultura descobriu o porquê: a força da água estava diminuindo. Alguns diziam ser o gelo da estação obstruindo o encanamento.
Com a cabeça absorta em pensamentos caminhou até a pizzaria. No meio do caminho tropeçou e caiu, deixando cair todos os livros que carregava. Já acostumado (era muito propício a acidentes), levantou-se, limpou os joelhos dos jeans e começou a pegar os livros. Sentiu um arrepio estranho, que nada tinha a ver com o vento frio. Recolheu os livros e entrou no recinto. Não via nada de anormal. Cumprimentou a avó e subiu para seu quarto. Colocou os livros na mesa de cabeceira, ajeitou os cabelos no espelho e foi em direção à porta para voltar à pizzaria, mas no instante em que tocou a maçaneta o quarto tremeu. O ambiente saiu de foco e tudo se tornou escuro.
Ficou suspenso no limbo por um curto espaço de tempo até que sentiu o chão novamente sob seus pés. Ergueu os olhos, vislumbrou uma mulher de longos cabelos negros e caiu inconsciente.


A capital francesa se preparava para o inverno. Anne vestia seu conjunto recém comprado: uma jeans escura, blusa de mangas compridas verde-escura e um casaco longo e preto. Suas botas de salto alto pisavam na fina camada de neve que se formava. Caminhava tranquilamente pelas ruas parisienses em direção ao Arc de Triomphe, sua parada favorita na cidade. O vento gelado a fez se encolher, abraçando o corpo com os próprios braços. Andava mais lentamente agora. O frio se instalava de tal maneira que Anne pensou seriamente em voltar para casa.
Estava começando a ficar tonta. “Deve ser o frio” pensou a menina. Decidiu retornar. Virou-se e andou um pouco mais depressa. A noite estava caindo e algumas pessoas já a cumprimentavam com “Bonsoir”. Andava rapidamente em direção à Tour Eiffel quando viu um vulto claramente feminino nas vielas escuras. Acelerou o passo e já avistava a Rue Saint Dominique. Quase correndo abriu o portão de metal e respirou aliviada. Estava em casa.
Abriu a porta da sala, cumprimentou rapidamente o pai, advogado, que lia o Le Monde, e a mãe, que preparava o jantar ao som de Edith Piaf. Subiu para o segundo andar onde se trancou no quarto. Ainda abalada com os acontecimentos da noite, largou-se na cama decidida a manter os olhos fechados até que sua mãe a chamasse para cear. De repente, a francesa alarmada abre os olhos.
Sentiu o quarto vibrar e diante de seus olhos tudo se dissolveu. Estava flutuando num mundo cinzento até que seus pés tocaram uma rocha fria. Seus olhos captaram o mesmo vulto de horas atrás e depois disso, Anne não viu mais nada.


Ammanda olhava a lareira da sala de estar desanimada. O frio era o menor de seus problemas. Na madrugada daquele domingo nevara bastante, o que impediu que Jack, seu melhor amigo, fosse visitá-la. Amy sentia falta dele, os dois nunca ficavam muito tempo longe, sem se falar, mas por algum motivo Jack não atendia aos seus telefonemas. Deixara recados várias vezes na caixa postal e mandara uma série de torpedos. Sem resposta. Uma corrente de ar frio percorreu a sala e a menina se aconchegou no cobertor no qual se embrulhara sobre o sofá.
Eram quase cinco horas, e daqui a pouco sua mãe iria lhe chamar para to-mar um chá. Como uma inglesa tradicional, Ammanda apreciava um chá no meio da tarde. Mas não era a mesma coisa sem Jack. Seu pai lhe dizia que ela estava começando a ficar dependente do amigo. Mas ela não podia suportar o fato de deixá-lo. Ainda que fosse apenas por um dia.
Verificou novamente o celular, em busca de uma nova mensagem ou o que fosse que a pusesse em contato com o amigo. Desanimada, voltou sua atenção para o livro à sua frente: A Velha Inglaterra, de um escritor recente, sem muita fama, mas com idéias fantásticas. O livro contava a história do país em sua época mais mística, quando magos e criaturas mitológicas eram tidos como reais. Mas não conseguia se concentrar, por mais que tentasse.
Ammanda cochilou por alguns instantes, e quando levantou assustada, es-tava em um penhasco frio, ar rarefeito e onde a neve sob seus pés era tão homogênea que parecia artificial. Quando ergueu os olhos, viu apenas uma sombra antes da tontura lhe dominar e perder o controle sobre seu corpo.


A maior cidade do mundo árabe. Apesar de viver num lugar com esse título, Renan Haez não se sentia tão privilegiado, uma vez que desde a separação de seus pais, não tinha amigos verdadeiros. Vinha de uma família onde o pai, um comerciante, morava separado de sua mãe, uma assistente hospitalar. A avó materna cuidava dele enquanto sua mãe trabalhava. Por esse motivo, mantinha uma relação de confiança com Amine e, mesmo já aos 14 anos, passava horas em sua casa depois do colégio. Recentemente isso começara a mudar. Ia com freqüência à casa de uma amiga: Arella Wazim. Renan parava, finalmente, de resmungar a falta de amigos.
As noites frias de Cairo durante aquele inverno não incomodavam mais Renan, uma vez que passava o tempo no computador conversando pela internet com Arella. Naquela noite de inverno, especificamente, seu modem não o conectava à rede de maneira nenhuma, por mais que tentasse. Por fim desistiu e contentou-se em ver televisão enquanto a avó preparava o jantar. Durante o jantar, enquanto saboreavam a berinjela com pimentão e molho árabe, a mãe chegou do trabalho parecendo cansada, mas satisfeita consigo mesma.
Cumprimentando a mãe e o filho, lavou suas mãos e sentaram-se para o jantar. Conversaram durante muito tempo sobre o trabalho de Maia, o clube de tricô de Amine, o colégio de Renan. Quando o relógio bateu dez horas, Maia ordenou que o filho fosse se deitar. Depois de despedir-se, o garoto foi até seu quarto e se despiu. Colocou os pijamas alaranjados e, sem dar atenção aos cobertores largou-se na cama. O computador, porém estava ligado.
Renan levantou-se e tornou a tentar conexão com a rede. Nada. Deu uma espiada no termômetro em sua parede: cinqüenta graus Fahrenheit, o equivalente a dez graus na escala Celsius. Estendeu a mão para pegar os cobertores quando tudo sumiu e ele mergulhou na luz.


Frio. Era isso que o jovem Gusthav Holtz sentia. Frio. O inverno nunca fora sua estação preferida. Se lhe perguntassem, trocaria, sem pensar duas vezes, os três meses de inverno por mais três de verão. Praticante de esportes, não deixava que a baixa temperatura do fim do ano o desanimasse. Mas naquele dia não havia jeito. O frio o fez trancar-se no quarto o dia inteiro, saindo apenas para almoçar. O pai estava trabalhando. Igualmente a mãe. A avó, Lillian, estava no anexo, atendendo alguns pacientes. Era uma britânica que havia aprendido as Artes Antigas, e utilizava seus conhecimentos de Medicina Alternativa para ajudar as pessoas.
Embora Lillian fosse uma mística e tivesse uma formação em astrologia, seu neto pouco se interessava por esse campo. Referia-se a seu trabalho como “mágica” ou “maluquice oriental” e até mesmo “bruxaria disfarçada”. Mesmo assim, Lillian não se importava e aplicava em sua família suas técnicas holísticas. Gusthav raramente entrava no consultório particular de sua avó, que ficava no anexo da casa da família Holtz, mas naquele dia se sentiu estranhamente atraído pelo local.
Ao vê-lo entrar Lillian sorriu e, depois de despedir-se de sua paciente, serviu um chá em sua xícara. Sabia que Gusthav não aceitaria. O garoto ficou conversando com a terapeuta até que mais um paciente chegou e, vendo sua avó atarefada novamente, dirigiu-se ao seu quarto.
Saindo do anexo e passando pelo corredor com amplas janelas, naquele momento abertas, Gus abraçou o próprio corpo, algo que nunca fizera, e, sem dar atenção às cortinas que ondulavam na brisa gelada, entrou no hall de sua casa. Subiu as escadas indo ao andar superior da habitação desejando cobertores e o prazer de ver um filme deitado em sua cama. Mal chegou ao segundo andar, o mundo perdeu a luz e seu corpo ficou pesado. Gusthav Holtz desmaiava.



Enquanto se levantava após recuperar a consciência, Ammanda fitava a neve e ficava intrigada por perceber a rocha dura e fria além dela. Era uma sensação nova e ao mesmo tempo prazerosa, que lhe dava firmeza e estabilidade. Sentia-se curiosa com isso.
— Vejo que tem uma nova sensação! – disse uma voz grave às suas costas.
Ammanda virou rapidamente o rosto, espantada, e mirou um homem alto, de rosto jovial, com cabelos castanho-escuros lisos e despenteados e olhos verde-vivos que a fitavam com interesse. Suas roupas eram pesadas para suportar o frio da montanha, feitas de uma malha grossa com matizes marrons e verde-escuras que contrastavam com seus olhos brilhantes.
— Quem é você? – perguntou a menina.
— Em breve você terá mais detalhes. Por enquanto me chame de Geo. Ve-nha comigo, está frio e uma nevasca se aproxima. Estará mais segura dentro das paredes daquele castelo.
O homem, Geo, apontou com uma grossa luva para uma edificação bem perto de onde estavam. O castelo era grandioso, antigo e ainda assim, mantinha seu esplendor. Vendo que não havia muito que fazer, Ammanda o acompanhou até o muro externo. Geo colocou a palma da mão sobre a parede e uma passagem se abriu. Com seu anfitrião à frente, Ammanda entrou no castelo.


Sua cabeça zumbia de modo irritante. Depois da profusão de manchas em escala de cinza, Anne fitava um castelo suntuoso. O estilo era magnífico. Todo trabalhado em pedra, o castelo possuía muros de quatro metros de altura ao seu redor, num terreno de cerca de vinte mil metros quadrados.
Um vulto, que ela reconheceu como o mesmo que a perseguira em Paris, andava em sua direção. Como estava na beira de um penhasco, não tinha escapatória. A sombra tornou-se nítida gradualmente, até tomar a forma de uma mulher. A recém-chegada sorria para ela. Anne sentia que, em seu inconsciente, podia confiar nela. A francesa andou em direção à mulher, que completou a distancia em segundos.
— Que bom que está bem! – disse ela.
— Porque não estaria? – indagou a menina.
— Porque uma viagem destas estando consciente e pela primeira vez deixa as pessoas desorientadas.
— Era você que me perseguia pelas ruas parisienses?
— Sim. Eu tentava fazer com que fosse para casa. Todos os outros desmaiaram em casa sem ninguém por perto. No seu caso, desmaiar no meio de Paris poderia acabar mal. No momento, seus pais pensam que está dormindo tranquilamente em seu quarto e não irão incomodá-la.
— Então eu estou aqui e ao mesmo tempo não estou?
— Você receberá mais informações dentro do castelo.
— E quem são os “outros”?
— Você receberá mais informações dentro do castelo.
— Entendi. Tenho que entrar neste bendito castelo antes de receber qual-quer informação.
— Sim! Todos receberão as mesmas orientações e ao mesmo tempo.
Anne não tinha outra opção senão acompanhá-la e fugir do frio. O chão de-sapareceu sob seus pés e as duas voavam em direção à entrada do castelo.


A luz desaparecera. Renan fitava com intensidade o castelo a sua frente. Não sabia como fora parar ali nem o porquê. Só sabia que não estava em casa. A paisagem era certamente européia, mas a edificação tinha leves traços dos outros continentes.
Como não havia brisa, o frio não era tão intenso. Estava de frente para o castelo e às suas costas havia um grande despenhadeiro. Sentia frio e desejava uma roupa mais quente além das que estava vestindo antes de deitar-se. Não sabia como, mas não estava de pijamas. Ainda assim, estava interessado na construção.
Renan parou de observá-lo quando viu um vulto agasalhado andando em sua direção. Procurando respostas, Renan virou-se para ele. Era um rapaz alto e magro. Tinha um ar agitado e levemente ruborizado. Seus cabelos curtos eram loiro-avermelhados e se agitavam mesmo sem vento.
— Bem vindo, Renan. – disse ele
— Quem é você?
— Você terá mais respostas dentro do Castelo. Por enquanto me chame de Termo.
— Certo. Mas por que entraria naquele lugar que não conheço?
— Respostas – respondeu Termo.
— E como eu vou saber se posso confiar? E se eu quiser voltar? Por outro lado, estou curioso.
— É uma decisão difícil, mas você pode decidir voltar e tudo será eliminado de sua mente. Mas você nunca saberá o que teria acontecido se desistir agora.
Renan olhou fixamente para os olhos de Termo antes de responder.
— Certo. Eu vou com você.
Termo abriu um leve sorriso e guiou o garoto até o castelo.


A mulher era alta e magra. Seus cabelos eram longos e de um tom alourado muito claro. Agitavam-se de acordo com a ventania, como se a orientasse. Gusthav olhava-a extasiado. Finalmente ela parou. Estavam próximos e Gusthav se convenceu que seus cabelos comandavam os ventos.
Apesar de ter sido muito tímido na infância, Gus desconfiava que a avó colocara Remédios Florais em suas bebidas no café da manhã (Lillian lhe explicara que podiam ajudar em casos de timidez, medo e outras emoções), pois no momento fez algo que jamais teria feito.
— Quem é você? – indagou o garoto, espantado consigo mesmo.
— Ainda não é a hora de saber quem eu sou. Muito menos o que eu sou. Pode me chamar de Atmos. – sua voz era aguda e suave como a brisa.
— Certo. Mas o que eu faço aqui?
— Você saberá no momento oportuno, que não é esse. Se puder me acompanhar até aquele castelo...
— E como sei que você não me fará mal?
— Não tem como. Você precisa apenas confiar.
— É uma difícil decisão.
— Concordo. É uma decisão difícil.
— Mas para você é muito mais fácil. – respondeu com amargura.
— Acha que é fácil esconder um segredo dessa magnitude?
— Me conte que segredo é esse que eu poderei avaliar.
— Boa tentativa. Mas não irei contar nada. Apenas naquele castelo terá as informações que deseja. A decisão cabe a você.
Minutos depois, Gusthav acompanhava Atmos.


A neve sob seus pés decididamente não era parte do inverno italiano. Os ladrilhos de pedra de Ravenna haviam desaparecido e dado lugar a uma rocha nua coberta de neve e gelo. Fillipe olhou em volta, encolhendo-se para proteger a si mesmo do frio. O castelo a sua frente era magnífico. Tinha uma arquitetura que, mesmo não sendo um especialista, era possível perceber traços de todas as partes do planeta.
A torre à sua frente era uma das mais altas. Tinha um estilo medieval, no-tadamente uma mescla arquitetônica dos estilos inglês, italiano e alemão. Parecia haver uma tapeçaria no alto, mas a neve podia facilmente causar ilusões.
— É bonito, não?
Uma mulher de longos cabelos negros, levemente ondulados, estava ao seu lado admirando a construção com olhos azuis que emanavam uma emoção suave. Suas roupas eram longas, azul-escuras com detalhes em turquesa claro. Pareciam ser de uma malha grossa, preparada para a nevasca que parecia se aproximar.
— Scusi, signorina, mas quem é você. E de onde veio?
— Sua curiosidade será saciada se me acompanhar até lá.
— Lhe acompanho se findar minha curiosidade.
— Boa tentativa, italiano. – disse ela rindo.
— Você está em clara vantagem. Sabe até minha nacionalidade. Embora não seja difícil. Nosso sotaque é reconhecido em todo o mundo. – e riu.
— Não só sua nacionalidade, Fillipe Montecchio, residente em Ravenna no Nordeste da Itália. – ela olhou-o com ar de graça.
— OK. Agora você me mostrou toda a sua vantagem. – estava preocupado.
— Não precisa se preocupar. Não irei lhe fazer mal.
— Como posso ter certeza. Se ao menos soubesse seu nome.
— Pode me chamar de Hidro, embora não seja meu nome verdadeiro.
— Então... Hidro, pode me dizer por que eu estou aqui? E mais ainda, por-que justo eu. Não tenho nada de especial.
— No momento oportuno lhe responderei. Vamos?
Fillipe, mesmo receoso, a acompanhou.
Por obra da Natureza, todos entraram, em diferentes portas, ao mesmo tempo, no intrigante castelo. 
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Re: Solstício (I Capítulo completo)

Mensagem por Richard Tänhausen Seg 25 Abr 2011, 20:24

Fillipe sua fic está fantástica.

Primeiro a posta ahsahshashashashashas.
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Re: Solstício (I Capítulo completo)

Mensagem por Grimmjow Yuikimura Ter 26 Abr 2011, 00:45

~ 'Sem palavras, sempre impressionando de maneira imperiosa né, Fê? ;B

Está perfeita, conseguiu um leitor fiel.
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Re: Solstício (I Capítulo completo)

Mensagem por Luana C. Feither Ter 26 Abr 2011, 14:34

~ Uuuh. Ficou muuito legal. Minha Gêmea ta diva nessa história. 'u'
Conseguiu uma nova leitora, Cegueto. õ/
Posta mais ou eu coloco fogo no chalé de Athena! u.u
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Re: Solstício (I Capítulo completo)

Mensagem por Fillipe Seghetto Ter 26 Abr 2011, 18:53

Owns, valeu pelos comentários, pessoinhas de mon coer/mio core/mi corazón/my heart!! Assim que puder eu irei postar outros capítulos/passagens. Estou seriamente pensando em "saltar" para uma passagem que eu amei, onde aparecem alguns membros daqui (embora eu tenha alterado um pouquinho os nomes), como Eddie, Luh, Thaís (e seus filhotinhos), Jadenha, Drox, Grimmie, Jake, Khris, Cris & Alice, Janet, Renan, Richato, Icarius, Isa... enfim, é tanta gente *-*

(Sim, Grimmie/Sylar - pra mim sempre, forevermente in this life, Grimmie Shinysnow - a maneira imperiosa é a melhor para impressionar!!)

OBS.: Essa não é uma fic. É um livro em que estou trabalhando (há anos). Essa é a 7ª vez que o reescrevo.
OBS².: Luh, essa Anne que aí vêem não é ninguém daqui. Foi inspirada em uma amiga em off.
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Re: Solstício (I Capítulo completo)

Mensagem por Luana C. Feither Qui 28 Abr 2011, 16:43

Há... Anos?
Deus! Eu fico muuuito aliviada de saber disso. Tô revisando os três primeiros capitulos do meu livro há meses e ainda to me chamando de idiota.
Nha... Não é a Gêmea? Quee pena.
Uhul! Vou aparecer. Weee! *-*
Poosta logo.
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Re: Solstício (I Capítulo completo)

Mensagem por Fillipe Seghetto Qui 28 Abr 2011, 22:17

Conforme foi pedido, aqui está o segundo capítulo (concedi isso a vcs, burlando meu próprio juramento de não postar os capítulos seguintes completos). Enfim, cá está:

*Se alguém quiser os textos bonitinhos e ajeitadinhos, me manda MP com o e-mail que eu envio os arquivos (pdf).


“Cada um tem lados bons e ruins. Devemos lutar para retificar nossos defeitos e melhorar nossas qualidades”
Termo

CAPÍTULO II
Respostas


A
grande porta de mogno tinha uma aparência antiga, mística e misteriosa. Abriu-se lentamente, revelando um aposento esplendoroso. Era uma sala ampla e bem iluminada, com uma lareira fumegante e um lustre dourado. A um canto, uma estante cheia de livros, enquanto no outro, uma espada reluzia com a luz solar que entrava pelas janelas.
O lugar era quente, mas Renan mal notou. Termo virou-se para o rapaz perguntou:
— Gosta daqui?
— Não é um mau lugar. – respondeu Renan.
— Tem razão. – respondeu o outro, rindo.
— É um lugar até que confortável. Me sinto meio que em casa.
— Eu sei disso. Quero dizer, imagino. Hidro seria quem poderia dizer exatamente o que está sentindo.
— Quem é essa Hidro?
— Você a conhecerá. Apenas estamos esperando o momento certo para poder conhecê-la. Não só ela, mas os outros também.
— Certo. – Renan olhou-o nos olhos – Você disse exatamente o que aconteceria. – e sorriu.
— Como assim? – perguntou Termo espantado.
— Você disse que quando entrasse no castelo receberia informações. Mal entrei e você já me disse muito mais do que deveria, não?
— Não deixa de estar certo. – disse ele rindo.
— Quando poderemos prosseguir?
— Agora mesmo. – respondeu Termo olhando pela janela. – Siga-me.
Termo conduziu-o a uma tapeçaria com uma chama bordada caprichosamente em fios de ouro. Murmurou alguma coisa e o enfeite se deslocou, revelando uma porta de carvalho. Na maçaneta dourada, um pequeno rubi chamou a atenção de Renan.
— Vamos entrar? – indagou.
— Logicamente!
— Estava apenas confirmando.
Com um simples piscar de olhos de Termo, a porta se abriu e entraram pela passagem a um lugar que Renan dificilmente se esqueceria.


Acompanhar Hidro havia sido a melhor decisão. Era o que passava pela mente de Fillipe enquanto analisava a enorme coleção de livros à sua frente. Minutos antes, eles avançaram em direção ao grande castelo e entraram por uma porta de carvalho. Depois que Hidro fixou o olhar na fechadura, a porta havia se aberto lentamente, mas de nada havia adiantado no que dizia respeito à visão. Muito pouca luz solar entrava pelas frestas. Entraram rapidamente e a porta se fechou. A escuridão, no entanto, não durou muito. Fillipe percebeu um movimento no ar úmido ao seu redor e no instante seguinte, dezenas de pequenos cristais revelavam um aposento repleto de estantes.
“Uma biblioteca!” pensou ele. “Um lugar onde estou em casa.”
— Que bom que se sente em casa aqui! – disse Hidro.
— Como...
— Simplesmente sei! Tenho uma tendência para sentir o que os outros estão sentindo.
— Percebi isso!
— Eu sei! – e riu.
Fillipe não pode deixar de rir com ela. Seus óculos começavam a embaçar devido ao ar frio que estava por ali. Mesmo assim, corria os dedos pelas lombadas dos livros nas estantes enquanto era observado atentamente pela mulher. Os títulos eram impressionantes. Fillipe parou e olhou para Hidro espantado quando viu um livro que ele mesmo tinha em sua estante: “Discorso intorno alle cose che stanno in su l'acqua o che in quella si muovono” de Galileu Galilei.
— Um livro de Física? Bem incomum num lugar como esse. – disse ele.
— Ora, Fillipe! – replicou Hidro – Esse livro de Galileu é um ícone. “Discurso sobre as coisas que estão na água ou que nela se movem”. É um livro maravilhoso.
— Eu sei que é. – respondeu o rapaz – Eu mesmo tenho um exemplar. No meu caso é mais natural, já que sou um cientista. Mas a última coisa que esperava encontrar aqui era um livro de Equilíbrio dos Fluidos. Menos ainda em italiano.
— Humpf/! – fez ela. – Você entenderá, espero, o porquê em cinco minutos.
— Mesmo?
— Com certeza. Você é inteligente! Está na hora das esperadas informações. Preste atenção e creio que desvendará essa e outras charadas que estão dentro de você.
— Grazie, Dio. Finalmente!
E saíram do recinto de uma maneira que Fillipe não conseguia se lembrar.


Anne olhava o lugar e constatava que deveria ser assombrado ou algo do tipo. A luz e as sombras estavam perfeitamente equilibradas e isso não era normal. Na realidade, esse desequilíbrio entre claro e escuro era uma das bases da moda. Ia contra as possibilidades de sua mente.
— Desconcertante? – indagou Tenebrus
— Um pouco. Foge à minha realidade.
— Por enquanto. – e sorriu.
A menina continuava a andar pelos corredores de pedra. “Preciso de luz” pensava ela, “ou de mais sombras”. Era agonizante andar por um local equilibrado de iluminação. A luz que entrava não era normal. Era uma luz fraca. No início havia pensado que eram as janelas, mas estas eram transparentes e enormes e do outro lado, o Sol brilhava intensamente.
— Eu não sou capaz de entender. – disse afinal.
— O quê? – perguntou Tenebrus.
— Esse equilíbrio. Mon Dieu, é irreal.
— Então se acostume com essa irrealidade! – respondeu a mulher. - Dependendo dos próximos minutos pode se tornar parte da sua vida.
— Como assim? – exclamou espantada.
— Ops, falei demais! – disse, levando as mãos à boca. – Vamos continuar.
As duas entraram em uma sala igualmente equilibrada de luz e sombras. Ainda assim, Anne percebia que era ampla. Possuía uma estante de livros capri-chosamente encadernados em uma das paredes. As janelas filtravam precisamente a luz. Havia uma mesa de madeira escura, talvez nogueira, com um candelabro apagado, trabalhado em prata sobre ela. Um confortável sofá branco estava na parede à sua direita. Suas fofas almofadas pretas combinavam perfeitamente.
— Mesmo com um sofá branco você coloca almofadas pretas para equilibrar. – Anne pronunciou a última palavra com um arrepio.
— Não combinou? – perguntou Tenebrus.
— Ficou perfeito! – disse Anne. – Ainda assim, equilibrou demais. Se pusesse apenas quatro almofadas ao invés de cinco...
— Deixemos de lado as discussões de moda. – interrompeu a outra. – Ape-nas por ora! – acrescentou ao ver o olhar levemente ofendido da francesa.
Fitou a estante e essa se dissolveu nas sombras, revelando uma entrada por onde as duas seguiram.



Gusthav ficou feliz ao ver o local onde estavam. Era uma área ampla e clara. Uma brisa suave passava por ali. Estava confortavelmente quente, mas não abafado. Lembrava levemente um templo oriental, principalmente devido à ausência de paredes. Apenas colunas, magnificamente trabalhadas, sustentavam o teto amplo e abobadado. Era um lugar muito bonito.
Além disso, Gus reparou certa simetria na construção. Olhava curioso para o conjunto arquitetônico quando ouviu um leve assobio. Atmos o fitava no centro do lugar. O garoto então, com certo atraso, percebeu que havia deixado sua anfitriã esperando. Rapidamente andou até ela com um olhar de desculpas sinceras.
— Não precisa ficar envergonhado Gusthav. Eu sei bem o que é visitar esse lugar pela primeira vez. Devo lhe confessar que escolhi aqui porque é minha parte favorita do complexo. – Atmos sorriu.
— OK! Ainda preciso me acostumar com você sabendo o que eu vou dizer. Devo admitir que é estranho. – respondeu o garoto.
— Não sei o que você vai dizer, Gusthav! – ela riu. – Apenas sou capaz de ler seus pensamentos. Principalmente quando estão estampados desse jeito.
— Como assim?
— Seus pensamentos, quando estão muito intensos são mais perceptíveis. Assim como idéias repentinas. Você se lembrou repentinamente que me deixou esperando. Logo depois veio o pensamento de vergonha. Mas não se preocupe.
— Ah! – fez ele timidamente. – Certo. Vou aprender a fazer isso?
— Tudo tem seu tempo. Mas no momento lhe trouxe apenas para olhar. Pelo visto você gostou daqui. O que mais lhe atrai?
— Essa brisa correndo. Aqui é agradavelmente quente. E amplo também.
— Eu acertei mais uma vez!
— Hã?
— E falei demais de novo.
Ela ficou parada no centro exato do piso e fez sinal para que o garoto a se-guisse. Prontamente, Gus atendeu ao pedido. Assim que tocou o chão próximo a ela, sentiu uma leveza se apoderar dele e, no momento seguinte, saiu dali para outro lugar completamente diferente.


Tudo era feito de rocha. As pedras frias, no entanto, pareceram acolhedoras. Entrava numa câmara espaçosa. Havia uma pequena estante de pedra a um canto, com livros encadernados em verde e bronze. Ammanda se sentia em casa. Aquilo lhe fazia vir à mente as histórias da Velha Inglaterra, das quais gostava. Lembrava um pouco os salões dos castelos medievais.
Mesmo na companhia de um estranho, Ammanda sabia que não iria lhe fa-zer mal. Mas uma coisa ainda a incomodava. Longe de se sentir mal com o formi-gamento nos pés, a garota não sabia o que isso significava. E se perguntava a cada segundo o que seria aquilo.
Notando que Geo ia em direção oposta à da parede com a estante, a inglesa sentiu obrigação em segui-lo. O homem, no entanto, estava ciente de cada movimento da menina. Percebera que ela se movia em sua direção. Soube o momento exato de sua decisão quando esta pressionou levemente a ponta dos pés para ir em sua direção.
— Ammanda, se é que posso lhe chamar assim, você está prestes a entrar em um lugar cheio de sabedoria antiga. – advertiu-lhe Geo.
— Certo! Agirei com todo o respeito possível. – respondeu educadamente.
— Não é só isso. É um lugar onde receberá as informações que desejar. Mas lembre-se: dependendo das suas escolhas, não se lembrará sequer de seu dia na Inglaterra.
A garota assentiu. Logo em seguida, ergueu os olhos na direção dos olhos de Geo. Havia algo nele que a fazia lembrar de alguém em sua família. Mas ainda não sabia o que era.
Geo estalou levemente os dedos da mão esquerda. A parede, para o espanto de Amy, começou a se mover, revelando um arco de pedra lindamente trabalhado.
— Espero realmente que tenha gostado desse lugar, Ammanda.
— Gostei muito! – respondeu ela sinceramente. – É um lugar onde eu me sinto em casa. Meu corpo não parece cansado e não creio que eu possa me sentir mais disposta em nenhum outro lugar da Terra.
— Perceberá a ironia dessa expressão, “lugar da Terra”, dentro de instantes. – respondeu Geo.
Juntos, eles atravessaram o arco, entrando em um túnel obscuro.


Novamente, o Destino fez com que os cinco entrassem, acompanhados por seus anfitriões, ao mesmo tempo numa sala ampla e antiga. Chamada Câmara da Sabedoria, o aposento ficava exatamente no centro do castelo.
Havia uma grande mesa, redonda, feita de carvalho. Os cinco anfitriões sentaram-se em cinco cadeiras, dispostas de forma que estivessem exatamente dispostos como uma estrela. Fizeram sinal para que os garotos os acompanhassem. Eles se sentaram do lado direito de seus respectivos orientadores, de modo que ficaram intercalados.
Com um rápido olhar a todos, Tenebrus se levantou e começou a falar.
— Bem vindos à Câmara da Sabedoria, meus jovens. Provavelmente vocês não se conhecem, mas estão aqui pela mesma razão: vocês receberão um convite, que já não é oferecido à humanidade há séculos. Literalmente.
“Primeiramente, gostaria de me apresentar aos que não me conhecem. – Tenebrus olhou para Anne sorrindo. – Sou Tenebrus, a primeira Elemental das Essências. Meu elemento é responsável pela transferência, ou não, da força vital de vocês. Quanto aos meus amigos, deixarei que eles mesmos se apresentem.”
Dito isto, ela se sentou. Logo em seguida, Geo, que estava à sua direita se levantou.
— Como disse minha cara amiga Tenebrus, bem vindos. Meu nome é Geo, ou assim devem conhecer-me. Sou o primeiro Elemental da Terra. Esse maravilhoso elemento é o grande responsável pela reserva energética em seu corpo, já que esta é sua instância: a materialidade. – e sentou-se.
A próxima a se levantar foi Hidro. Sorrindo para Fillipe, ela começou:
— Bem vindos, já devem estar cansados de ouvir isso! Eu me chamo Hidro. Tive a honra de ser nomeada a primeira Elemental da Água. A Água é a responsável pelo fluxo de energia e sua instância é a estrutura emocional. – com um sorriso sentou-se.
Assim, Termo ergueu-se.
— Não vou dar as boas vindas mais uma vez porque me parece exagero, mas sintam como se o tivesse feito. Sou Termo, primeiro Elemental do Fogo. O Elemento Fogo é responsável pela intensidade da energia. Ele regula o espírito de cada um de nós. – com um rápido olhar a todos, sentou-se.
Em seguida, Atmos se apresentou.
— Meu nome é Atmos e considerem-se bem vindos à Câmara da Sabedoria. Sou a primeira Elemental do Ar. Meu elemento representa a mente, as atividades psíquicas. Assim, o Ar é o elemento que regula a liberação da energia.
“Agora que as apresentações foram feitas, hora de vocês se apresentarem, ou melhor, vamos apresentar por vocês. Alguns parecem tímidos demais para isso.” – deu um rápido olhar a Gusthav que lhe pareceu agradecido.
— OK! – disse Geo. – Hidro, será que nos daria a honra?
— Com prazer. – respondeu ela. – Por favor, direi seus nomes e acenem para que os outros o saibam. É uma maneira de se enturmar.
“Iniciando na ordem inversa, primeiramente vou falar de Gusthav Holtz. Gusthav foi recebido por Atmos. Tem 17 anos, é estudante e pratica Futebol e Beisebol. Reside na África do Sul com os pais e a avó paterna. Gosta de boa comida e de dias ensolarados, mas frescos. Possui um grande coração e uma coragem excepcional.
O próximo, Renan Haez. Com 16 anos, Renan é estudante. Pratica também contrabaixo e vôlei. Mora no Egito, na cidade do Cairo, com a mãe e a avó materna. Gosta de sair com os amigos e se divertir com jogos. Não gosta de dias de chuva. Tem uma grande coragem e é determinado. Vai sempre em busca de seus objetivos.
Em seguida, temos Fillipe Montecchio. Italiano de Verona, residente em Ravenna, tem 19 anos e cursa o último período do curso de Ciências Exatas na Universidade de Roma. Ama livros e música. Formado em piano, pratica Hatha-Yoga e é muito inteligente e tem muita sensibilidade.
Na sequência, Ammanda Flattery. Ammanda possui também 16 anos e é do signo de Áries. Londrina, é estudante da Universidade de Cambridge. Mora com os pais e gosta de tocar violão, navegar na Internet e andar a cavalo. É bicampeã juvenil de Hipismo. É sensível e muito leal aos amigos.
A mais jovem, Anne Lumiére é parisiense e reside com os pais. Com 15 anos, entrou cedo na Universidade de Paris, cursando Moda. Iniciante em guitarra, Anne gosta de festas e diversão. É determinada e dona de uma tenacidade em equilíbrio com flexibilidade, o que a torna uma boa pessoa para se lidar.”
Feitas as apresentações. Os Elementais começaram a falar sobre a atual situação do planeta. A Terra estava prestes a entrar em colapso. O ambiente está sendo degradado; os recursos sendo esgotados; as pessoas sofrendo com o progresso inconsciente e a desenfreada busca por lucros.
— É por isso. – disse Termo. – Que precisamos de novas pessoas lá. É por esse motivo que foram trazidos para este lugar.
— Poderia me responder uma pergunta básica? – indagou Renan.
— Claro que pode. – respondeu.
— Creio que os outros também estão se perguntando. – disse ele. – Qual o motivo de terem escolhido justo nós. O que temos de especial. – os outros garotos concordaram com a cabeça e seus olhares se concentraram em Termo.
— Tínhamos que escolher alguém. – foi Atmos quem respondeu.
— Exatamente. – concordou Geo. – Passamos os últimos séculos esperando que surgissem pessoas que pudessem arcar com essas responsabilidades.
— E o que me diz de Irmã Dorothy, Madre Teresa de Calcutá, Mahatma Gandhi, o Dalai Lama? A lista é interminável. – questionou Anne.
— Realmente, esses são exemplos notáveis. – retrucou Atmos. – Mas eles conseguiram, sem dons, mover o mundo. Não precisávamos intervir porque eram tão divinamente providos que não havia necessidade nenhuma.
— Certo, certo. – disse Renan. – Mas ainda não disseram qual o critério que nos tornou dignos de vir aqui. O que foi que nos elegeu?
— Estão sendo humildes demais consigo mesmos, Renan. Claro que possuem tanto defeitos quanto qualidades, até mesmo nós os possuímos. Mas vocês todos possuíam uma matriz energética que só se encontram em outras cinco pessoas. – respondeu a Elemental do Ar.
— E essas cinco pessoas também estão sendo recebidas. – disse Geo sombriamente. – Mas estão sendo recebidas pelo Id de cada um de nós.
— Desculpe, Geo. – começou Fillipe. – Mas “Id” não é a manifestação psíquica irracional e inconsciente. Se estou certo, foi isso o que Sigmund Freud escreveu. Apesar de existirem correntes dizendo que é charlatanice.
— Se minha mãe ouvisse isso... – comentou Gus. – Ela é psicóloga. – expli-cou ao olhar indagador de Anne.
— Está certo Fillipe. – disse Atmos. – Freud estava certíssimo quando afirmou. “Id” é a parte maligna, negativa. Mas os Id de que estamos falando são como Elementais, mas usam seus dons em benefício próprio. Única e exclusivamente em seu favor. Por isso mesmo eles se autodenominaram Id.
— Espere um instante, Atmos. – disse Termo. – Mas não se lembra que eles só se denominaram Id depois daquele grupo de 1913. Naquela época, Freud já tinha estabelecido as bases da divisão da mente humana.
— Se me lembro, ele comparou a um iceberg, não foi? – indagou Geo.
— Exatamente. De icebergs eu entendo. – Hidro riu.
— Voltando ao assunto. – disse Tenebrus. – Suas matrizes energéticas são incrivelmente semelhantes às nossas. Foi isso que lhes fez vir para cá. Além disso, é um grupo muito bom.
— Exatamente. – disse Hidro. – Lembram um pouco aquele grupo de 1743. Enfim, vocês têm qualidades que se aliadas, podem transformar vocês nos mais notáveis Elementais da História.
— Tradução: teremos poderes também? – perguntou Gusthav.
— Obviamente. – disse Fillipe. – Mas qual critério vocês utilizaram para nos separar nos cinco elementos?
— Posso lhe chamar de Fillipe? – Ammanda perguntou.
— Claro.
— Obrigada. Fillipe, se nossa matriz energética é parecida com a deles, a sua deve ser mais parecida com a de Hidro, a minha com a de Geo, e assim com todos os outros.
— É a lógica. – Gus parecia animado. – Fomos recepcionados pelas pessoas mais parecidas conosco.
— Talvez sim, talvez não. – retrucou Anne. – Às vezes podem existir dife-renças. Quem sabe a matriz energética nos torne Elementais mas não defina o elemento.
— É isso que quero dizer. – acrescentou Fillipe. – Pelo que li em livros de misticismo, matriz energética é aquilo que mede a capacidade de gênese da energia. Em uma linguagem mais simplificada: produção.
— Mais uma vez tem razão, Fillipe. – disse Termo. – A matriz mede a capacidade de produção da energia de vocês. Essa é muito parecida com a nossa, com a dos Id, e com todos os grupos de Elementais e Id anteriores a vocês. Infelizmente, esses não podem estar presentes nem se comunicar com vocês.
— Mas podem pesquisar sobre eles... – começou Hidro.
— Mais tarde. – cortou Geo. – Não vamos nos desviar do assunto.
— Agora estou confuso. – disse Gusthav. – Se não foi nossa matriz energética que nos separou nos elementos. O que foi?
— É isso aí. Resta essa dúvida.
— Calma, calma. Um instante. – exclamou Anne. – Aqueles nomes que citei, Gandhi e os demais, tinham uma matriz energética parecida com a nossa.
— Gostei da sua atenção, garota. – aprovou Termo. – Realmente não ti-nham. Mas como dissemos, não precisavam.
— Continuando, o que separou vocês foi seu perfil energético. – explicou Hidro.
— Explicaremos a vocês tudo mais tarde. – disse Tenebrus. – O tempo é curto. Terão uma grande surpresa nos próximos dias. No momento apenas recebam seus dons.
Pronunciou a palavra como um sussurro. Os cinco jovens nem perceberam que estavam caindo mais uma vez na inconsciência.

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