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Mensagem por Alexia Sinclair Seg 03 Jan 2011, 15:21

Capitulo 1: Os primeiros visitantes.


O Olímpio tremeu quando Zeus bateu sua mão em punho no seu trono. A ira estava estampada em seus olhos que lançava raios, literalmente.

_Vocês fizeram simplesmente nada! Espera que nós o recebamos com cortesia? – Zeus exclamou esbravejando.

A Sala do Trono nunca antes esteve em um ambiente tão tenso. Havia intrusos, mas não eram intrusos quaisquer. Os doze deuses encaravam receosos os quatro deuses nórdicos ali presentes, não havia simpatia nos olhos dos olimpianos.

_Meu caro, se ousamos tomar a decisão de virmos aqui é porque queremos mesmo nos desculpar – disse uma voz suave, melodiosa.

A mulher deu um passo à frente, a sua sensualidade expirava em todos os seus poros. Os cabelos em tom vermelho único estavam trançados e caindo sobre o seu ombro, suas vestias eram de um tecido mais macio que seda e o casaco que usava era de pele de algum animal felpudo e branco. Ela era Freya, a deusa nórdica matriarca dos Vanir.

_Não queremos hostilidade perante nossos vizinhos. Haveria um desequilíbrio irreparável no universo – Freya continuou com sua voz suave e um tanto rouca.

_Nos mantivemos unidos durante milênios, permitindo a sua dominação no ocidente, olimpianos – uma voz trovejante soou, era Thor que finalmente se pronunciava - E até perdoamos sua invasão em nossos territórios nas guerras mundiais.

Zeus comprimiu os lábios em desgosto. Os outros deuses estavam ficando agitados, sussurrando entre si.

_Creio que a ajuda de vocês teriam poupado muitas perdas – Athena falou – Não podemos negar também que a coexistência com os nórdicos nos evita um caos universal.

_A união sempre foi formidável para os dois lados – Frigga ressaltou – Não viemos em prol de sentimentos hostis, apenas garantindo a paz.

Havia um poder que envolvia a deusa matriarca da dinastia Aesir que até mesmo os outros deuses podiam sentir. Ela usava roupas mais pesadas, casacos e botas de couro de animais, seus cabelos castanhos desciam como cascata em suas costas. Não havia como negar a bondade em seus olhos, afinal era a deusa da união, da família e da fertilidade.

_Loki já foi devidamente castigado por ter feito um trato com o titã Cronos – disse o deus nórdico Frey, irmão de Freya – O acordo de aprisionar os nórdicos em Asgard colocando-nos para dormir durante um ano e que as pessoas em Midgard fossem poupadas não deixa de ser um erro perante nossas obrigações. Caso contrário, não estaríamos aqui.

Sempre o travesso deus Loki, o deus do fogo. Trapaça e maldade talvez fosse parte de seu caráter. Ares resmungou e inclinou seu corpo para frente em desafio.

_Fizemos todo o trabalho, no final das contas, não precisamos de vocês.

_Se for posto em questão necessidades entraríamos em conflito, deus da guerra – Frigga contradisse sem perder a postura – Sabemos que a profecia não poderia ser modificada com ou sem nossa presença em batalha, é o destino. Não se esqueça que também tenho o dom da profecia, apesar de não poder pronunciar uma palavra sobre isto a não ser com Odin.

_Vocês tem uma nova profecia em mãos – lembrou Thor – Nos certificaremos do nosso apoio, assim como vocês nos ajudarão no Ragnarok.

_Os nórdicos e o Ragnarok – retrucou Afrodite.

_Os olimpianos e os problemas familiares sem fim – atacou Freya.

As duas se encararam como inimigas. Ambas eram deusas do amor e da sedução. Mas aquilo sacudiu todos os outros olimpianos, fazendo com que Zeus batesse novamente o punho em seu trono para manter a ordem.

_Não aceito qualquer tipo de comentário desrespeitoso em meu palácio – Hera avisou em tom de alerta.

_Peço perdão pela minha irmã – Frey pediu educadamente.

_Já que tudo indica que nós e os nórdicos seremos amigos novamente – começou Apolo – Porque não provar essa união?

_O que sua mente infantil planejou irmão? – Artemis questionou ao lado do irmão.

_Dessa vez foi algo muito bom, irmãzinha – Apolo sorriu – Porque não uma temporada dos prodígios nórdicos junto com nossos filhos?

_Uma temporada no Acampamento Meio-Sangue?! – Dionísio finalmente se manifestou – Não mesmo, já me basta ter de cuidar daquelas crianças!

_Ora Dionísio, não se preocupe, faltam apenas dois anos para que seu castigo acabe – disse Poseidon – Parece-me uma idéia bastante curiosa a de Apolo.

Os nórdicos pareciam hesitar. O próprio Hercules já tivera encontros com os nórdicos e posteriormente alguns insignificante. Mas um convívio direto e por tanto tempo seria mesmo um desafio, um choque que colocaria em prova a suposta união. Freya mordeu seu lábio rapidamente antes de suspirar e tomar uma decisão.

_Mandarei uma de minhas filhas para esse acampamento, junto com alguns outros.

_Assim feito – Zeus deu a palavra final – Agora que as formalidades acabaram espero que nos dê a oportunidade de comemorar esse encontro raro...

Os deuses pareceram esquecer todos os problemas e Dionísio promoveu logo uma rápida festa com a ajuda de Apolo e alguns de seus músicos.

E só então eu acordei e me sentei rapidamente na cama ofegante e em grande temor. Não havia dúvidas de que eu seria a filha de Freya a ir para os Estados Unidos ou não teria sentido aquele sonho esquisito. Cai novamente na cama sem conseguir fechar os olhos em choque, passei a mão no rosto limpando o suor.

_Não faça isso comigo mãe – pedi em um sussurro.

Suspirei sabendo que dessa vez minhas preces não seriam atendidas.


_________________

Bom, para deixar claro, essa história não tem nada a ver com a situação dos nórdicos no pjbr. Essa fic foi criada na data de 30/05/2010, eu mal jogava RPG na época ^^
Então, como eu já disse essa fic já esta pronta e publicada no Nyah! Fanfiction, porém vou postar ela aqui também. Espero que para quem tirou o seu tempinho para ler a fic goste e se divirta com a fic =D
PS: não estranhem se eu postar os capitulos com algumas de minhas fakes aqui do pj ;)
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Re: Visitors (Visitantes)

Mensagem por Athilya B. Myller Ter 04 Jan 2011, 13:02

Muito bom ^^
A propósito, quem você é no Nyah! Fanfiction? Eu tenho uma conta por lá também xD
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Re: Visitors (Visitantes)

Mensagem por Kyra Fireheart Ter 04 Jan 2011, 17:29

Capítulo 2: A escolhida de Freya


Eu entrei nos jardins de minha casa usando apenas um jeans e uma camiseta. Podia estar frio, mas para mim o frio era agradável, gostoso e eu o apreciava. Ser filha de uma deusa nórdica tinha essa vantagem. Sim, sou Nicole Keller Sanx, filha de um grande empresário irlandês e moro em uma mansão que mais me lembrava um pequeno castelo. Minha mãe é Freya, deusa equivalente a Afrodite para os gregos, porém minha mãe era ainda mais. Tinha domínios sobre a magia, as almas e a musica, o que para mim a tornava incrível.

Sentei-me em um banco embaixo de uma antiga árvore e olhei para as estrelas. O mundo era bem mais complexo do que qualquer um pode imaginar, tantas divindades, tantos mistérios e um universo todo girando em torno de destinos e escolhas. Era algo bonito de se viver e algo perigoso de se enfrentar. Mas eu não tinha medo, eu gostava do meu mundo, gostava da Irlanda, dos meus quase nenhum amigos e parentes, tanto deuses quanto humanos.

_Espero que esteja procurando por mim lá encima.

Eu não me assustei com aquela voz baixa e rouca. O timbre era parecido com o meu, era uma característica da deusa da sedução que eu herdei. Olhei para o lado e admirei minha mãe por um momento, eu havia puxado o mesmo cabelo vermelho brilhoso e único, mas os olhos dela eram de um verde intenso, um verde que nenhum outro ser possui enquanto os meus eram verde-azulados.

_Estaria com ciúmes se eu estivesse pensando em outro deus? – perguntei em tom de brincadeira.

_Claro que sim – ela sorriu meio de lado – Mas eu não a culparia, é minha filha e tem um coração enorme.

A relação entre deuses nórdicos e os seus filhos era diferente dos olimpianos pelo o que eu escutei. Minha mãe sempre foi presente em minha vida considerando o seu papel como deusa matriarca dos Vanir, ela nunca deixou de olhar por mim ou que me deixasse duvidar que ela não pensava em mim. Talvez fosse porque eram poucos os seus filhos com os humanos, os nórdicos tinham serias dificuldades em engravidar.

_Eu tive um sonho – revelei tentando esconder minha tensão.

_Então sabe que é a minha eleita – minha mãe disse suavemente.

_Porque não Trisha? Ela está na Alemanha, é mais jovem e vai adorar viajar – retruquei.

_Ela não é madura para encarar a situação. Você é mais qualificada, é a que mais domina meus poderes e é treinada por Kara e Mist, que são valkyries. É a garota que eu mais me orgulho – Freya disse enquanto colocava meu cabelo atrás da orelha.

_Não me eleja como favorita mãe, não quero confusão com meus meio-irmãos – pedi.

Eu estremecia com o toque sereno dela, o calor que ela irradiava chegava até mim fazendo meu sangue circular mais rápido e acelerar meu coração. Eu a fitei e quase afundei na imensidão verde de seus olhos. Suspirei derrotada.

_Mas sabe também que não recusaria um pedido seu.

_Essa é minha menina – Freya sorriu – Frey está mandando a sua prima Roselyn Lewis, e Thor o Ryan O’Connel, acho que Skadi nos oferecerá Tyler Blake.

_Ótimo, é uma boa equipe – analisei um pouco seria – E também já nos conhecemos um pouco.

_Você e Roselyn sempre se deram bem, ouso dizer que ela também tem um... carinho especial do meu irmão Frey.

_Você ousa muita coisa mamãe...

Ela riu e eu sorri por tê-la feito feliz. Eu a amava com todas as minhas forças, não hesitaria nem por um segundo em dar minha vida por ela. E eu sabia que era assim com todos os semideuses nórdicos. Para nós a família era o que mais importava, a união que Frigga sustentava nos ensinava a ser fortes como um todo.

_Estarei sempre com você filha, mesmo que não note minha presença – Freya disse em tom baixo.

_Eu sei mãe, eu sei porque a trago em meu coração.

Freya sorriu suave, colocou a mão no coração em punho fechado para logo depois passar a centímetros do meu rosto com a palma aberta. Fechei os olhos para sentir o calor que aquele gesto sempre me causava, era um gesto que todos os nórdicos faziam com quem gostavam, seja para despedida ou para mostrar afeto.

Quando tornei a abrir os olhos ela havia desaparecido e no lugar onde ela estava sentada tinha um envelope com uma flor lilás encima, era minha flor favorita. Peguei a flor e a vi desabrochar na palma da minha mão lentamente em movimentos harmônicos e belos, sorri quase sem perceber. Olhei o envelope momentos depois, era minha passagem de avião para Nova York e algumas moedas de ouro.

Pela primeira vez na vida eu teria uma missão que eu não teria de enfrentar monstros conhecidos, apenas filhos de outros deuses. E isso me parecia ainda mais arriscado do que qualquer outra coisa que eu já vivi. Porém logo depois outra preocupação me veio na mente... Quais roupas eu teria de levar? Afinal eu era a filha de Freya, aparência era uma coisa importante sim!
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Re: Visitors (Visitantes)

Mensagem por Tobias Colt Ter 11 Jan 2011, 13:03

to curtindo a fic, posta mais.
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Re: Visitors (Visitantes)

Mensagem por Alexia Sinclair Dom 06 Fev 2011, 17:42

Quando entrei no aeroporto senti os olhares caindo sobre mim. Os homens paravam de andar e as mulheres depois de um segundo me olhavam com inveja. Aprendi que para mim, isso era natural. Naquela manhã de frio, eu optei por calças e botas, além de uma blusa de mangas compridas e um colete grosso. Meu cabelo vermelho sempre, sem exceção, chamava a atenção. Era como o da deusa Freya, porém com cachos naturalmente definidos, devo acrescentar.
_Senhorita Sanx, tem certeza que não quer que eu acompanhe? – perguntou o meu motorista olhando para os lados – Não tem nenhum segurança para te proteger e...
_Pierre – virei rapidamente e coloquei o meu dedo indicador sobre os lábios dele o silenciando – Eu sei me cuidar, não se preocupe.
_Mas...
_Sem mas, Pierre, volte para casa e diga a papai que eu estou bem e viva se quiser acrescentar – falei usando o meu melhor sorriso.
Ele corou e suspirou. Puxei a minha enorme mala de rodas para dentro do aeroporto, coloquei os óculos escuros e caminhei tranquilamente sabendo que iria parecer que eu estava desfilando. Não escolhi ser assim, apenas vinha naturalmente, eram os genes ativos da deusa da sedução agindo em meu ser.
Quando ia passar pelos detectores de metais tirei minhas jóias e deixei minha bolsa passar pelo scanner, porém quando passei entre o arco magnético ele deu o sinal de alerta. Eu gelei sabendo o que havia esquecido de tirar, o meu bracelete de braço mágico. Era uma peça dada diretamente da minha mãe, feita pelos anões do país do fogo. O bracelete não aparecia na manga, mas estava lá enrolado no meu braço como uma serpente em ouro branco e olhos de rubi.
Era a minha principal arma, pois quando é necessário, basta apenas pensar no feitiço que a cobra se estica flexível pelo meu braço em espiral até chegar a minha mão e formar a arma que eu precisar. Poderia ter uma lança, uma espada, ou faca ou um arco em segundos da mesma forma que eu poderia mudar de arma no calor da batalha.
Freya não era apenas um rosto bonito no panteão nórdico, era a deusa das Valkyries, mulheres guerreiras que a serviam com vigor e paixão. Kara e Mist, minhas mentoras de batalha, uma valiosa lição era que o amor não era apenas prazer, mas também o poder mais forte.
_Retirou todo o metal do corpo? – perguntou o policial me analisando.
Eu sorri sedutoramente, não havia porque não usar os meus dons. Tirei os óculos escuros e o fitei, sabia que meu olhar era intenso, meus olhos azul-esverdeados eram de um tom mais claro que o comum, que deixaria qualquer homem mortal desconcertado e pensando segundas intenções.
_Ah meu senhor, eu carrego um bracelete no meu braço que realmente não posso tirar – falei suavemente dando um passo a frente.
O homem recuou, começava a suar frio e a ficar em duvida se me encarava de volta ou ao resto de mim. Sorri até divertida, sempre achei graça das reações dos humanos quando eu resolvia agir assim. Coloquei o meu cabelo atrás da orelha e o olhei como se fosse implorar.
_Por favor, é simplesmente um bracelete e eu não posso tirar pois teria que... que tirar a minha blusa. Perdoe minha imprudência, eu devia saber que teria de tirar quando passasse no detector.
_Tudo bem, tudo bem! – ele arfou – É apenas um bracelete.
Aproximei-me rapidamente para que ele não fugisse, fiquei na ponta dos pés e depositei um beijo no rosto do policial. Ele corou forte e eu considerei se ele iria desmaiar. Coloquei novamente os meus óculos escuros e avancei para o check-in.
_Você usa descaradamente seus poderes, Nick.
Olhei para o lado em alerta, mas logo relaxei e abri um sorriso verdadeiro. Encostado na parede estava um garoto de 15 anos, era misteriosamente belo com seus cabelos e olhos negros como o breu.
_Olá Tyler! – cumprimentei alegre – Fez um intercambio?
_Sim, não queria ir sozinho.
Tyler cruzou os braços e tinha uma cara seria, mas os seus olhos eram suaves e eu sabia que ele estava aliviado por ter me encontrado. Tyler Blake era filho de Skadi, a deusa do inverno e da caça, sempre que chegava perto dele o clima esfriava. O que para nós nórdicos, era uma coisa realmente legal.
Eu já o havia encontrado em Asgard antes, ele era sempre sério e calmo, mas eu apostava que era um garoto observador por ter o seu instinto de caça apurado. Esperei ele pegar sua mala para seguir a viagem. Não hesitei em usar da minha influência para convencer o homem que estava sentando ao lado de Tyler para trocar de lugar comigo.
_Ansioso para conhecer a América do Norte? – perguntei para Tyler relaxando no banco.
_Um pouco, não gosto de ficar longe das montanhas escocesas – Tyler murmurou – Mas se minha mãe quer que eu vá, eu irei conviver com os olimpianos. Para restaurar a honra dos nórdicos.
_Loki estava apenas protegendo a família ao seu modo – defendi sem querer – Apesar de ser errado.
_Aquele deus sempre faz as coisas erradas por motivos bons, ele tem talento para isso – Tyler resmungou.
_Nem por isso deixou de ser família – eu ri – Acho que temos sorte pelo time que temos, já pensou se Joana Hill, a filha de Tyr viesse, ela como filha do deus da batalha ia arranjar confusão do mesmo modo quando desafiou Ryan para uma luta apostada e acabaram os dois de castigo, lembra?
Tyler deu um pequeno sorriso com a lembrança, era algo realmente incrível vindo dele, por ser tão raro nele. Logo no inicio da viagem ele adormeceu e encostou-se em mim em seu sono. Eu não reclamei, o frio que vinha dele me agradava e me fazia lembrar de meu lar. Tyler estava certo, fora bom tê-lo encontrado naquela viagem, talvez fosse o destino começando a guiar aquela aventura.
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Re: Visitors (Visitantes)

Mensagem por Alexia Sinclair Dom 06 Fev 2011, 17:46

Quente, Nova York fervia em minha pele. Mal havia descido do avião quando fui me trocar urgente ou iria derreter, temia que fosse literalmente. Troquei minhas roupas pesadas por um short curto, blusa branca com bolinhas pretas e sandálias rasteira. Tentei prender meu cabelo, mas sempre havia mechas vermelhas caindo.
Tyler também havia se trocado, usava agora uma calça jeans, allstar e uma camiseta cavada mostrando os braços fortes para um garoto daquela idade. Chamamos a atenção como se fossemos celebridades, mas não nos importamos. Havíamos parado um táxi para nos levar até a Colina Meio-Sangue, eu estava eufórica e animada, até agora tudo certo.
_Para onde?
O susto foi inevitável, olhei para o homem a minha frente que sorria brincalhão como se dissesse: peguei vocês.
_Frey! – exclamei surpresa.
_Olá sobrinha – ele riu um pouco – Como tua mãe, é bela até na face de surpresa.
_O que faz aqui? – perguntou Tyler tentando conter o tom impressionado.
_Estou levando todos os semideuses nórdicos até o acampamento – Frey respondeu – Vocês são os primeiros a chegar aos Estados Unidos.
Frey começou a dirigir tranquilamente, ele usava uma calça e camisa pólo apenas. Ele não tinha cabelos vermelhos, mas tinha os mesmo olhos verdes que minha mãe, não tão intensos sugerindo paixão, mas não menos belos.
_Os semideuses olimpianos ainda não sabem da chegada de vocês, ao que parece só entra em contato com o que acontece quando vão ao acampamento ou quando estão enfrentando monstros – Frey contou.
_Ao menos a parte de monstros nos temos em comum – comentou Tyler – Os Homens da Neve parecem perder cada vez a capacidade de raciocínio e vem atacando sem cessar. Pedi ao meu irmão Kaio proteger as vilas em meu lugar.
_Ghouls* também estavam atormentando uma vila na Irlanda – acrescentei pensativa – Tio tem certeza que essa nossa temporada é mesmo necessário?
_Sim querida, Apolo nos desafiou a um convívio – Frey suspirou e sorriu – Mas não fiquem tão preocupados, tenham fé em vossos irmãos e em nós.
Eu sorri, fé era uma das minhas maiores forças. A viagem foi divertida, Frey era o deus da alegria, só sua presença nos fazia rir e nos sentir leves. Tyler mantinha o sorriso suave e estava relaxado, eu mesma me sentia tranqüila.
_Poderíamos fazer uma brincadeira com os semideuses ocidentais – disse divertida com minha idéia – Já que eles não sabem quem somos, por que revelar quem são nossos pais? Porque não deixar que eles brinquem e descubram?
Frey riu jogando a cabeça para trás.
_Parece mesmo uma idéia divertida, mas cuidado querida, eles se irritam muito fácil, não deixe que chegue a esse nível.
O táxi então parou no meio da estrada. Frey desceu do carro para pegar nossas malas, encarei Tyler confusa e ele deu de ombros. Desci do carro e observei Frey segurando as malas com um sorriso sapeca.
_Bom agora vocês devem ir andando, é apenas seguir aquela estrada de chão e subir a colina. Eu irei levar as malas – Frey anunciou.
O tempo foi apenas de que eu abrisse a boca e meu tio e o seu táxi sumissem junto com nossas malas. Fechei a boca sem conseguir falar o que queria e revirei os olhos. Tyler rodava o seu anel em seu dedo indicador e eu soube que ele voltara a ser o de antes, serio e observador e com o olhar tranqüilo.
_Acho melhor irmos – Tyler falou.
_Esse é o anel Kirkner? – perguntei encarando o anel enquanto começava a andar.
Era um anel grosso, em um material preto que eu não conhecia, mas havia um símbolo visível de um arco e uma montanha em relevo atrás. Era um símbolo de Skadi, era um anel mágico que ele ganhou em seu aniversário de 15 anos. Foi algo comentado por todos os semideuses.
_Sim, é – ele respondeu me acompanhando – E esse bracelete é a Nathair. Presente da própria Freya e das Valkyries.
_Sim, é – repeti o fazendo sorri levemente.
Seguimos a estrada em um silêncio confortável, estávamos ansiosos para o mundo novo dos olimpianos, imaginando como teríamos de agir. Porém, quando nos aproximamos da colina ouvimos um grito de desespero. Trocamos um rápido olhar e corremos até o inicio da colina e travamos no lugar com a visão que tínhamos.
Era um grupo de crianças de 10 a 13 anos, havia mais dois sátiros, metade homem e metade bode, e um garoto ao lado dele. Porém eles não estavam sozinhos, havia uma enorme quimera rugindo com sua cabeça de leão. A metade de seu corpo traseiro era de touro de couro marrom e sua calda era de duas serpentes que estavam em posição de ataque.
_Eu distraio aquele monstro e você o congela – planejei rapidamente.
_E se der errado? – Tyler pensou.
_Nos viramos, mas não vamos deixá-los sozinhos!
Comecei a correr em uma velocidade humanamente impossível. Eu não tinha muita força, mas minhas técnicas e velocidades eram a minha vantagem. Quando me aproximei o suficiente por trás do monstro parei sem ofegar e assobiei fino fazendo o som soar por toda a colina.
A cabeça de leão virou-se para mim surpresa, depois as serpentes que eram o seu rabo viraram-se e fizeram aquele som medonho de sibilo de cobra. Sorri de canto tentando mostrar minha confiança. Comecei a cantar uma musica grave, em timbre de ameaça, cantei em irlandês arcaico deixando as palavras confusas para o monstro intimidando-o ainda mais. Era um canto mágico que deixaria a quimera mais lenta, ou assim eu esperava que fosse.
_Cuidado! – uma das crianças gritou.
Mal ela me alertou para a pata de leão se erguer e o rugido de leão espalhar-se pelo ar causando terror nos semideuses olimpianos. Eu não me movi, fitei os olhos da besta sem medo e isso a irritou ainda mais. A pata desceu para destruir qualquer coisa que estivesse embaixo dela, mas antes que me alcançasse uma flecha negra atingiu a besta fazendo a pata desviar caindo um metro de mim. Logo depois o ar em sua pata foi ficando densamente frio até que a pata começasse a congelar a pata de leão rapidamente.
Tyler estava se aproximando segurando o seu arco negro em punho, não havia flechas em suas mãos, mas assim que ele puxou a corda do arco novamente uma flecha apareceu pronta para o disparo. Quando ele a soltou dessa vez acertou uma das serpentes congelando instantaneamente.
_Corram – eu ordenei para as crianças.
_Por aqui! – um dos sátiros chamou.
Eu corria de um lado para o outro tentando distrair a besta enquanto Tyler a congelava com suas flechas. Porém em um momento, o garoto semideus saltou sobre a besta subindo em seu lombo, empunhou uma espada que não sei dizer de onde veio, tinha um brilho de bronze celestial, e apunhalou na junção do pescoço com os ombros.
A quimera cambaleou e caiu ao mesmo tempo em que se transformava em pó dourado. O garoto caiu sobre um joelho e levantou-se sem soltar de sua espada em tom de bronze. Eu o encarei admirando sua coragem, ele se aproximou curioso e hesitante sem me olhar nos olhos ou para o meu rosto. Encarava o chão.
_Quem são vocês? – ele questionou sem jeito.
_Nicole Sanx – apresentei-me e apontei para Tyler que se aproximava – E esse é Tyler Blake, imagino que esse seja o acampamento meio-sangue.
_Huhum – ele disse simplesmente – Eu sou Percy, Percy Jackson.
Eu o cumprimentei apertando sua mão e o Tyler fez o mesmo. Sorri e o vi corar no mesmo instante, o achei fofo. Percy era um garoto de cabelos escuros e lindos olhos, usava uma camisa azul, calça jeans e tênis, parecia ser do seu estilo ser um pouco desleixado com suas roupas. Eu não o culpava, quando se era um meio-sangue a primeira coisa que vinha como preocupação era sobreviver, a segunda sobreviver novamente e a terceira tentar ser normal.
_Vamos entrar, é mais seguro lá – Percy disse começando a andar – Acho que devem ir até Quíron.
Encarei Tyler e ele deu de ombros antes de seguir Percy. Suspirei antes de começar a andar, parecia que as coisas por ali eram mais agitadas do que eu pensei.
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Re: Visitors (Visitantes)

Mensagem por Alexia Sinclair Dom 06 Fev 2011, 17:50

O acampamento era enorme, isso eu tinha de admitir. Tinha várias construções em estilo grego, um anfiteatro, uma arena circular e várias outras coisas adaptadas para um acampamento especial. Havia também uma floresta de um lado, acesso a praia ao fundo e um campo. Enquanto andávamos passamos por chalés diferentes e com personalidade diferentes, não parei para contar mas era mais que uma dúzia. Encontrei as crianças de antes com alguns outros campistas e sátiros. Acenei para algumas e elas sorriram tímidas.
Não era nada do que eu imaginei. Vi alguns garotos de armadura grega, outros mais a arena treinando espadas e mais ao lado arco e flecha. Os que cravaram os olhos em nós ficavam surpresos e com uma cara de: quem são essas figuras?
Paramos enfrente a uma casa enorme, uma mansão digna de respeito por um brilhante arquiteto. Porém antes de subirmos as escadas uma garota loira saiu de dentro e correu para os braços de Percy. Era linda com seus cabelos loiros e olhos cinzentos, eu não precisei de meus poderes de filha da deusa do amor para saber que eram namorados. Eram almas predestinadas.
_Annabeth... – Percy tentou falar.
_Eu soube do ataque, você está bem? – a loira o encarou preocupada.
_Estou sim, na verdade eu tive ajuda.
E então ela finalmente me notou. Primeiro houve surpresa, para depois ela me olhar da cabeça aos pés e depois me analisar detalhadamente. Fiquei surpresa com a ultima ação, ela não sentia inveja, eu sei reconhecer esses olhares pois os recebi a vida toda, apenas estava curiosa como se quisesse me investigar.
_Ah finalmente chegaram.
Na porta apareceu finalmente o lendário centauro. O ser metade cavalo e metade homem tinha cabelos longos batendo em seus ombros e barbas. Ele sorriu como se tivesse dando as boas vindas e fez um gesto com as mãos mandando que entrasse.
_Entrem por favor, e se sintam em casa. Imagino que seja Nicole Keller Sanx e você Tyler Blake – disse Quíron.
Eu sorri e não voltei a olhar Percy e Annabeth quando segui o centauro. Entrei na Casa Grande e me deparei com uma sala e um homem jogando ao canto um jogo de tabuleiro qualquer. Eu senti o poder vindo dele, quando o olhei melhor o reconheci do meu sonho, um homem baixo e gorducho, com cabelos tão pretos que pareciam roxo, o que eu achava próprio para o que ele representava. Era Dionísio, o deus do vinho, das festas e da loucura.
_Os nórdicos chegaram enfim – Dionísio disse sem interesse e sem desviar sua atenção do jogo – Mais pirralhos.
_Creio eu que não tão pirralhos assim – comentei calma.
Ele ergueu os olhos e me analisou rapidamente para depois voltar sua atenção para o seu jogo. Revirei os olhos e voltei a encarar Quíron.
_Eu tenho um pedido, Sr. Quíron – falei com um pequeno sorriso – Sei que pode parecer um pouco... imprudente acho, mas gostaria de pedir que não dissesse o nome de nossos pais para os seus semideuses, queremos que eles descubram como em uma brincadeira.
_Interessante, seria uma forma deles aprenderem sobre vocês e os deuses nórdicos – aprovou Quíron.
_Vocês são as cópias de seus pais, creio que nosso amigos de existência tenham mandando os seus melhores – Dionísio finalmente se concentrou em mim e em Tyler – Filha de Freya e você rapaz, filho de Skadi. Isso chega a ser engraçado se for pensar que o pequeno é o tio dela.
Olhei para Tyler e o vi ficar surpreso e contive um riso. A deusa Skadi, mãe de Tyler, quando fora casada com Njord teve como filhos Frey e Freya, minha mãe. O que tornava Tyler uma espécie de meio-irmão para Freya, mas nunca levamos isso em consideração, seria quase um insulto em qualquer panteão, ao menos era o que eu imaginava
_Permita-me dizer que está enganado, vossa divindade – Tyler falou – E digo ainda que os mais fortes ficaram em casa protegendo.
_Ah sei bem o que é isso, Loki fez uma demonstração inesquecível desse seu estilo – Dionísio provocou.
Tyler ia dar um passo a frente, mas eu o segurei no braço. Desafiar um deus olimpiano não era uma boa idéia, ao menos não logo depois que chegamos. Tyler me fitou e eu o fitei novamente pedindo por calma. Ele retrocedeu e não se afastou de mim.
_Estamos fora de casa, Dionísio. Nos comportaremos perante a situação, mas também não espere que escutemos falar desta forma de nossos deuses e que fiquemos quietos. Como convidados dessa temporada espero que aja conforme sua situação.
_O que quer insinuar garota insolente?
_Que seja ao menos educado, senhor.
Eu não havia alterado minha voz, não queria insultar o deus do vinho, mas também não poderia deixar meus irmãos nórdicos sofrerem o que quer que seja, nenhum tipo de preconceito ou desvalorização, muito menos competição. Era o caminho certo para briga. Olhei para Dionísio calma e enfim sorri suave.
_É uma honra esta na sua presença, a fama de suas festas chega em Asgard – falei.
_Verdade? – Dionísio finalmente se interessou realmente.
_Sim, em todas as vezes que os olimpianos e nórdicos juntam-se para festejar os rumores de que a festa foi insanamente legal chega a todos, inclusive os semideuses.
_Acho que comecei a gostar mais de você.
Homens. Pegue-os pelo orgulho e os bajule que os terá em suas mãos. Tyler revirou os olhos e foi olhar o acampamento pela janela.
_Vocês e os outros que ainda estão por vim ficaram na Casa Grande até construirmos um chalé para... Visitantes. Seria difícil classificá-los e selecionar um chalé para vocês.
_Entendo – Tyler encostou-se na parede e cruzou os braços – Nick, por exemplo, tem o dom do amor, poderia fazer parte do chalé de Afrodite ou então o de Hécate por saber usar magia. E ainda o Chalé de Apolo por causa da musica ou Hades por Freya lidar com a morte...
Fiz uma careta discreta quando escutei sobre Apolo, fora culpa dele eu estar ali. Mas meus pensamentos foram interrompidos no momento em que a porta da casa se abriu e um ser pequeno e vibrante saltou sobre mim.
_Nick!!!
Aquele grito de felicidade era praticamente impossível de não se reconhecer. Eu cambaleei para trás mas segurei a garota de cabelos dourados rindo. A felicidade logo tomou conta do meu corpo e eu me senti bem novamente. Era Roselyn a filha de Frey.
_Ah finalmente alguém para ser vítima dessa força descontrolada chamada Rose.
Parado na porta estava Ryan O’Connel, filho de Thor. Ele era enorme com seus dois metros de altura e músculos definidos por todos os lados de seu corpo. O cabelo loiro estava curto, diferente da ultima vez que o vi, mas o sorriso fácil estava em seu rosto, exatamente como eu me lembrava.
_Olá Ryan – cumprimentei calorosamente.
_Por que eu não recebi oi? – queixou-se Roselyn fazendo beiço.
_Porque está me sufocando – brinquei, mas a abracei forte – Estava com saudades prima, você... não cresceu nada, mas tudo bem.
Ela resmungou meio zangada mas me abraçou ainda mais forte. Realmente pensei que seria esmagada entretanto não reclamei. Roselyn era a minha melhor amiga e a semideusa que eu mais gostava. A onde ela passava tudo parecia ficar melhor e em paz. Porém quando passei a mão em seu cabelo eu a encarei brava.
_Você se descuidou de novo, olhe esse cabelo! – reclamei.
_Ah Nick...
_Nada de ah, vou te dar um trato o mais rápido possível!
Roselyn revirou os olhos e Ryan riu, estávamos todos ali finalmente.
_São tão barulhento quanto os outros – Dionísio reclamou em tom áspero.
_Enfim não são tão diferentes – comentou Quíron sorrindo – Mostrarei os quartos de vocês e partirei para o meu trabalho, descansem da viagem que logo mais ao crepúsculo no Anfiteatro irei apresentar vocês aos campistas.
Roselyn deu continência e Quíron não conseguiu não rir. Era capaz da pequena loira fazer a pior piada do mundo que qualquer pessoa ou ser acharia divertido. Era a natureza dela trazer a alegria. Sorrindo caminhei na frente, agora estava mais animada e mais confiante para o que estava por vim. Porque eu não estava mais sozinha.
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Re: Visitors (Visitantes)

Mensagem por Convidad Qui 08 Set 2011, 00:21

*-*
Muuuuuito legal a sua fic!
Se você não for mais postar aqui me manda o link desse site que você disse que ela já ta publicada para mim dar uma olhada.
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Re: Visitors (Visitantes)

Mensagem por Morgana L. Cronworth Sáb 01 Out 2011, 15:44

Me fascinou totalmente. Gostei dos personagens e de como você descreve quase tudo, quero ver como eles vão sobreviver ao camp. Posta a continuação, please!
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Re: Visitors (Visitantes)

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