Ficha de Reclamação

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Ficha de Reclamação

Mensagem por 142-ExStaff Dom 09 Nov 2014, 03:49

Relembrando a primeira mensagem :


Fichas de Reclamação


Orientações


Este tópico foi criado para que o player possa ingressar na sua vida como semideus ou criatura mitológica. Esta ficha não é válida sob nenhuma hipótese para os 3 grandes (Hades, Poseidon e Zeus) devendo os interessados para estas filiações fazerem um teste específico, como consta aqui [[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]]. Para os demais semideuses, a avaliação é comum - o que não quer dizer que ao postar será aceito. Avaliamos na ficha os mesmos critérios que no restante do fórum, mas fichas comuns exigem uma margem menor de qualidade, mas ainda será observada a coesão, coerência, organização, ortografia e objetividade. Abaixo, a lista de deuses e criaturas disponíveis em ordem alfabética, com as devidas observações.



Deuses / Criaturas
Tipo de Avaliação
Afrodite
Comum
Apolo
Comum
Atena
Rigorosa
Ares
Comum
Centauros/ Centauras
Comum
Deimos
Comum
Deméter
Comum
Despina
Rigorosa
Dionísio
Comum
Dríades (apenas sexo feminino)
Comum
Éolo
Comum
Eos
Comum
Espíritos da Água (Naiádes, Nereidas e Tritões)
Comum
Hades
Especial (clique aqui)
Hécate
Rigorosa
Héracles
Comum
Hefesto
Comum
Hermes
Comum
Héstia
Comum
Hipnos
Comum
Íris
Comum
Melinoe
Rigorosa
Nêmesis
Rigorosa
Nix
Rigorosa
Perséfone
Rigorosa
Phobos
Comum
Poseidon
Especial (clique aqui)
Sátiros (apenas sexo masculino)
Comum
Selene
Comum
Thanatos
Comum
Zeus
Especial (clique aqui)




A ficha


A ficha é composta de algumas perguntas e o campo para o perfil físico e psicológico e a história do personagem e é a mesma seja para semideuses seja para criaturas. O personagem não é obrigado a ir para o Acampamento, mas DEVE narrar na história a descoberta de que é um semideus e sua reclamação. Os campos da ficha são:

- Por qual deus deseja ser reclamado/ qual criatura deseja ser e por quê?

- Perfil do Personagem (Características Físicas e Características Psicológicas - preferencialmente separadas)

- História do Personagem

Plágio não será tolerado e, ao ser detectado, acarretará um ban inicial de 3 dias + aviso, e reincidência acarretará em ban permanente. Plágio acarreta banimento por IP.

Aceitamos apenas histórias originais - então, ao usar um personagem criado para outro fórum não só não será reclamado como corre o risco de ser punido por plágio, caso não comprove autoria em 24h. Mesmo com a comprovação a ficha não será aceita.

Fichas com nomes inadequados não serão avaliadas a menos que avisem já ter realizado o pedido de mudança através de uma observação na ficha. As regras de nickname constam nas regras gerais no fórum.

Não é necessário a utilização de template, mas caso opte por fazê-lo, a largura mínima do texto deverá ser de 400px, preferencialmente sem barra de rolagem — caso tenha, a altura deve ter o mesmo tamanho da largura ou maior. Templates que não sigam o disposto farão a ficha ser ignorada, bem como fichas ilegíveis - utilize colorações adequadas no texto.

Lembrando que o único propósito da ficha é a reclamação do personagem. Qualquer item desejado, além da faca inicial ganha no momento de inscrição do fórum e dos presentes de reclamação (adquiridos caso a ficha seja efetivada) devem ser conseguidos in game, através de forjas, mercado, missões e/ou DIY.



  • Obs: Somente envie sua ficha UMA vez para cada avaliação. Fichas postadas seguidamente (como double-post) serão desconsideradas, reincidência acarretará em ban de 3 dias + aviso.




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Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por Zoya Bryonia Sáb 30 Jan 2016, 05:17

— Por qual deus deseja ser reclamado e por quê? Ursulla carrega traços que Nêmesis preza, como a justiça e equilíbrio, sendo o fator principal da escolha de sua reclamação. Por outro lado, eu não vejo qualquer outro deus regendo minha personagem, já que desde as escolhas a personalidade foram moldados em volta deste progenitor divino. E por fim, as habilidades e presentes de reclamação que fizeram eu me agradar imensamente de ter escolhido a respectiva deusa.

Cite as características físicas e emocionais de seu personagem: Corpo estreito, porte alto e uma pele branca e macia. Possui cabelo longo, liso e loiro, normalmente partido ao meio. Seus dedos são levemente tortos, detêm de sardas nas maças do rosto e em seu nariz. Calma, costuma ser um tanto robótica, demorando para mostrar seus sentimentos ou as vezes nem sequer os mostrando. Fala apenas quando pedem, assim como sua opinião, o que entra em conflito por ser justiceira e defender os oprimidos ou injustiçados. Tem o talento de perdoar com facilidade, e conseguir ver o melhor das pessoas, sendo normalmente isso que a faz sorrir.

— História de Ursulla Hetrovich Nadeaushka Tolegovnah:

A princípio, Ursulla soube que era semideusa desde que se entende por gente, diferente do clichê caso de pais que escondem dos filhos a magnificência que corre em suas veias para "protege-los". Tem como mãe biológica e progenitor divino a deusa Nêmesis, contudo teve sua criação pela esposa de seu pai biológico, que adotou a menina de sobrenomes complicados sem questionar. E assim tornou-se a primeira de sua família a ser reconhecida como semideus, um bastardo aceitável.

Seu pai era Tovinn Tolegovnah, de 32 anos e um dos melhores advogados da época, proporcionando todo os mimos e a riqueza de sua família. Trabalhava  em Nova Iorque, e lá residia em um bairro nobre com sua família, e apenas a deixava enquanto fazia curtas viagens a trabalho.

Logo no início de sua adolescência os mimos e privilégios tornaram-se constantes na vida da garota, e foi quando aflorou uma das heranças de seu progenitor divino: o equilíbrio, sabia como o dinheiro e o poder levavam a loucura e não queria sofrer a consequência. Com isso tornou-se simples, humilde e colocou a qualidade de equilibrar as coisas em praticamente tudo de seu cotidiano.

A maioria dos semideuses são frequentemente atacados por criaturas mitológicas, como se fossem um imã de monstros, no entanto Ursulla nunca sofreu destes ataques. Claro que isso parece incoerente e que o universo deve ter errado quanto a isso, porém sua mãe garantia que nenhuma criatura iria toca-la enquanto estivesse com ela.

Tolegovnah sabia da existência do Acampamento Meio-Sangue, porém seus familiares asseguravam que não havia a necessidade de passar as férias de verão lá, já que não acreditavam que algum mal pudesse acontece-la. E de fato assim foi, até seus dezesseis anos.

(...)

O inverno havia chegado, e com ele a selva de pedras que chamavam de New York estava coberta de neve. Ursulla não presenciou que estava nevando na noite anterior, portando o frio fluiu rápido feito um raio em seu corpo coberto apenas pelas vestes de dormir. Contudo, não foi o clima gélido que a acordou, e sim o som nada conveniente de rodinhas de mala deslizando pelo chão de madeira do corredor. Levantou com um pulo, calçando suas pantufas e dirigindo-se a cozinha, onde sua mãe devia estar preparando a costumeira e deliciosa refeição matinal.

— Eu ouvi som de mala, vamos viajar? — questionou a semideusa enquanto adentrava a cômodo da cozinha. Viajar foi a primeira explicação que veio a cabeça da jovem, afinal era quase véspera de natal e os Tolegovnah sempre viajavam naquela época.

No mesmo momento a mãe de Ursulla, Derllla que preparava ovos, virou-se demonstrando seu clássico sorriso de classe alta. — Bom dia querida! — respondeu a mulher — Infelizmente não... Seu pai foi a pouquíssimos minutos para uma conferência, em Connecticut.

A loira desanimou-se no momento, balançando os ombros e sentando-se a mesa.

— Não desanime meu docinho! Eu preparei algo especial para nós fazermos enquanto seu pai está fora: Acampamento das garotas! — falou Derlla forçando uma voz animada.

— Sem o papai? Nós seremos comidas por ursos, eu aposto... — respondeu a garota.

— Ah, vamos lá! Somos mulheres fortes e independentes, não precisamos de homens para nós assegurar, certo? — a mãe usou da ideologia da filha para convence-la a participar da atividade.

Ursulla riu junto da mãe e então acenou com a cabeça, aceitando a proposta. Orgulhava-se de ter uma mãe não biológica tão legal, conhecia casos de madrastas que odiavam seus filhos.

(...)

A princípio era apenas um acampamento de mulheres, porém a viagem tornou-se mais longa, indo a Long Island e lá começando uma caminhada as cinco horas da tarde. Derlla tomou a linha da frente e conduziu sua filha pelo trajeto, que  começou de dentro da floresta e foi levado até colinas que os galhos não alcançavam. A neve já não caia mais, contudo ainda havia muito dela para afundar o pé.

— É ali, eu te trouxe! — A madrasta disse com uma mistura de alivio e felicidade no rosto, mas tudo isso desapareceu quando sua pele desfez como a troca de pele de cobra e uma casca cinza e escura substituiu o seu antigo tecido natural. Sua mão tremia sem cessar, porém era fácil distinguir que ela apontava para o portão de pedra que estava logo a frente de Ursulla, neste havia marca de símbolos gregos. — Entre sua imunda, o que você está esperando!? — completou aos berros.

A gerade de Nêmesis pois-se a disparada contra o portão, adentrando e revelando a visão de um acampamento. Medo, fúria e confusão se misturavam na cabeça da garota, mas ela conseguiu então descobrir qual lugar era aquele. O Acampamento Meio-Sangue.





Abra, por favor <3:
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Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por Max King Sáb 30 Jan 2016, 18:31


Character
Ficha de Reclamação


- Por qual deus deseja ser reclamado/ qual criatura deseja ser e por quê?
 Apolo:
  - Eu sempre gostei de mitologia grega desde pequeno, e Apolo e Ártemis, sempre me chamaram a atenção, seria por serem gêmeos, não sei, mas sempre gostei dos 2.
  - Usuários de arcos e música, duas coisas que eu amo.
  - Podem dar buffs para aliados. eu quase sempre crio supports em RPGs, então não seria diferente.

- Perfil do Personagem: (Características Físicas e Características Psicológicas - preferencialmente separadas)
> Características físicas:
Maximilian King, tem 15 anos, cabelos louros, e lisos que caem levemente pelo seu rosto, olhos azuis arroxeados como o céu no fim da tarde, um corpo atlético distribuído em um metro de oitenta e três de altura, sua pele é um pouco bronzeada, usa sempre um pingente em forma de sol feito tem topázio imperial dado pela sua mãe antes de morrer.
> Características psicológicas:
Max como comumente é chamado, é um garoto alegre e divertido, consegue colocar o sorriso no rosto de várias pessoas com o seu jeito engraçado e extrovertido de ser e se sente bem desse jeito, "afinal a vida é tão curta, por que não aproveitá-la da melhor maneira?", sempre foi um garoto belo e que chamava a atenção, e não só das garotas, sempre fiel a seus amigos, não tolerava que ninguém os ferisse de qualquer forma, característica que fez com que Max ostentasse um olho roxo por uma semana ao brigar com Marcus Smith, um brutamontes encrenqueiro, conhecido na escola como Red Head, pela coloração castanho avermelhado dos seus cabelos, coisa que não afetou seu charme, pois agora todos queriam cuidar de seus ferimentos.
Mas toda essa alegria e vontade de fazer os outros felizes, partiu de um momento sombrio de sua vida, antes da sua mãe morrer de câncer, ela deu para Max um pingente em forma de sol e falou, que ela sempre estaria com ele todos os dias, e que era para ele sorrir, e fazer todos sorrirem pois esse seria o melhor presente que ele poderia dar a ela.

- História do Personagem:
Era um dia normal na Ouran quando tudo começou, era um dia de inverno, e nós não víamos o sol a mais de uma semana, isso me incomodava, me fazia pensar que nunca o veria novamente e isso me deixava um pouco triste, mas o pingente da minha mãe me lembrava, que deveria ser feliz sempre em sua memória, eu precisava me apressar eu era o presidente do clube de boas-vindas e festividades da Ouran School e eu não poderia de dar os retoques finais na festa de boas-vindas aos calouros e transferidos.
Saí do meu quarto no dormitório masculino e segui para o pátio de cerimônias, os outros membros do clube estavam lá, junto com membros voluntários de outros clubes, em sua maioria meninas, elas gostavam de estar ao nosso redor, mas haviam alguns meninos também, e entre eles Marcus, o Red Head, sim, o garoto que havia me dado um soco no olho semanas atrás, a diretora queria expulsá-lo por aquilo, era a 5 advertência dele e a escola só tolerava 3, eu conversei com a diretora e pedi que não o expulsasse, mas sim que o mesmo tivesse que ajudar na preparação do evento, ela concordou e ele parecia que preferiria ser expulso a me ajudar em alguma coisa.
Era Hora de Abrir as portas e deixar os alunos entrarem, eram muitos, mas pouco a pouco nós membros do clube, nos apresentamos e verificamos se todos estavam bem, mas um dos garotos me chamou a atenção. Kurt Meu melhor amigo, me seguia feito uma sombra, perguntei a ele várias vezes o que ele estava fazendo ou o que ele queria, ele só me respondia que poderia ser mais útil perto de mim, pois assim ele conseguiria assumir o controle da festa assim que eu fosse para o coreto, não perguntei mais, continuamos conversando sobre tudo e como nós éramos ao entrar na Ouran, vários sentimentos me vieram a memória naquele momento.
O evento ocorria bem, o clube de música tocava no Coreto que existia no centro do jardim, eu não estava lá pois estava organizando o evento, mas participaria de uma apresentação no meio do evento, faria participação como violinista, perdido entre os convidados, só percebi que era hora da minha apresentação quando Kurt veio até mim, e me alertou, segui para o coreto, e começamos nossa apresentação de as quatro estações de Vivaldi, todos olhavam para nós, e o sol parecia querer apreciar a música que tocávamos pois naquele momento as nuvens não existiam mais e o céu estava limpo, tocávamos cada nota com perfeição e alegria, todos se mantinham atentos, nos 2 minutos finais, com o ritmo mais acelerado, meu coração também acelerava, e ao final da apresentação, o som da salva de palmas invadia o local.
Minha apresentação havia acabado, e alguns dos veteranos vieram me parabenizar pela apresentação junto com a diretora, me despedi deles e fui em direção, a Kurt, que estava um pouco apreensivo, perguntei para o mesmo, qual era o problema e o mesmo me respondeu que havia perdido Marcus de vista, olhei em volta e não avistei Marcus também, ele com certeza estava colocando alguns dos calouros sobre sua influência amedrontadora, As crianças mal haviam chegado e aquela deveria ser uma experiência perfeita, não deixaria ninguém estragar aquilo, não na festa que eu me esforcei tanto para criar.
Falei com Kurt para que ele cuidasse, de tudo enquanto ia atrás de Marcus, o mesmo insistiu em ir comigo, até que eu não suportei mais e o deixei vir, falei para Ariadne que ela estaria no controle da festa enquanto estivéssemos fora, ela sempre quis aquilo, era a oportunidade que ela tinha de estar no controle, e ela não iria negar isso nem por um milhão de dólares, fomos para os corredores anexos, olhando cada sala para verificar o que estava acontecendo, encontramos Mung Son e sua namorada em uma das salas quase no ato, fechamos a porta o mais rápido possível e seguimos, até que ouvimos uma discussão. Existia uma voz desconhecida e a outra parecia a de Marcus mas parecia que ele estava chorando, ele falava em meio a soluços que não sabia, que não era para machucá-lo e então foi que ela gritou.
- Onde está o Filho de Apolo!
Ao ouvir isso, olhei para Kurt tentando entender o que estava acontecendo, mas o mesmo estava suando como nunca, ele puxou o meu braço e falou que nós deveríamos sair Dalí agora, não entendi, mas se aquela mulher estava ameaçando Marcus e ele estava mesmo assustado, deveríamos ajudar, olhei para Kurt e falei.
- Vamos Ajudar.
- Ah Não.- Dizia Kurt com pesar na voz. Pulamos para o corredor onde estavam a mulher e Marcus, e foi quando eu gritei.
- Senhora, o que está fazendo com ele, isso é crime, violência psicológica ou física, nós somos testemunhas e a senhora pode ser presa.- a mulher se virou ela tinha uma bolsa grande prateada e um guarda-chuva da mesma cor, vestia um vestido verde apertado no corpo cheio de curvas e um salto preto. Olhou para mim, e colocou a língua para fora, Kurt me empurrava assustado, ela gora olhava para mim como uma leoa faminta olha para a sua presa, meus pés estavam presos no chão, então Kurt Gritou.
- Corre Max!
Com aquilo eu acordei, pisquei os olhos algumas vezes e a mulher não era mais uma mulher, bem não mais da cintura para baixo, ela um tipo de cobra digna de um filme da anaconda, corri diretamente para onde nós tínhamos vindo, Kurt estava alguns passos atrás de mim e ele falou, para irmos para o clube de Arquearia, olhando mais uma vez para trás, olhei para suas mão e não havia mais guarda-chuva ou bolsa, mas sim uma espada e um escudo, ela dizia em voz alta.
- Que Sorte, minha primeira vítima será um filho de Apolo!
Estávamos chegando perto, era só mais uma curva para a esquerda, e eu não consegui mais saber o porquê ela me chamava de filho de Apolo, ele era um deus da mitologia grega, mas sinceramente não conseguia pensar em nada mais que fugir daquele monstro naquele momento.
Ao chegar no clube de arquearia, fechamos a porta colocamos um armário na frente da porta e ele falou.
- Pegue seu equipamento Max!
Peguei o meu kit de arco e flechas prendi a aljava nas minhas costas o mais rápido que nunca, era um campo, muito grande, para a prática de arco e flecha, Kurt me levou para perto do muro que separava os limites do colégio e fez uma concha com as mão para que eu pudesse pular, então, eu parei e perguntei.
- O que está acontecendo? tem um monstro no colégio e nós não vamos avisar ninguém?
- Ela está atrás de você e eu tenho que te proteger, então vamos pular esse muro logo?
- Porque ela está atrás de mim?
- Sim, eu explico tudo depois.
- Tudo bem mas você vai me explicar tudo.
Ele me subiu para cima do muro e depois eu o ajudei a subir, fomos para o meio do bosque que cercava o instituto, paramos em uma clareira, quando ele falou que nós deveríamos, estar seguros ali.
- Agora você vai me responder tudo!
- Tudo bem só se acalma, não é minha culpa!
- Tudo bem - Me tranquilizando falei em um tom mais baixo - Primeiro, O que era aquilo?
- Aquilo era uma Dracaena.
- E o que é uma Draecanea?
- Dracaena, é um monstro metade mulher metade cobra.
Isso eu poderia deduzir pelo que eu tinha visto, mas não era hora de brigar com o Kurt, ainda sim algumas coisas me intrigavam.
- Como você sabe o que ela era? Porque sabia que ela estava atrás de mim? E porquê... porque ela estava atrás de mim.
- Bem digamos que eu e você fazemos parte do mundo delas, nós estamos todos no mesmo barco e ela estava atrás de você porque você é um semideus, filho de um dos deuses mais especificamente, Apolo.
Isso é impossível, minha mãe falou que o meu pai era um viajante.
Uma luz muito forte vinha de um lugar perto da clareira, Kurt desviou o olhar e eu também desviei, não sabia o motivo mas sentia que deveria. depois de abrir os olhos um homem de pelo menos 20 anos bem bronzeado, mas não parecia artificial, roupas estilosas e cabelos loiros, iguais aos de algumas pessoas da Califórnia, chegou na clareira, eu não sabia o porquê, mas sentia que ele não me machucaria pelo menos não de imediato, então ele falou.
- E ela não mentiu para você garoto! Deixe-me adivinhar, ela falou que seu pai deu a volta ao mundo muitas vezes e falou para ela de muitos lugares que ele visitou?
Eu estava impressionado de como ela sabia disso? Era algum tipo de vidente? Olhei para Kurt e ele parecia mais espantado que eu daquele homem estar ali. Então eu perguntei.
- Quem é você?
Ele olhando para mim, foi como se duas flechas estivessem sendo miradas para mim, mas ao mesmo tempo sentia um calor agradável em mim.
- Não consegue reconhecer o próprio pai? Que vergonha. Eu mesmo mandei ela falar isso para você.
- Então você é... Apolo?
- Ding ding ding! Resposta Correta!
- Essa coisa dos deuses gregos é mesmo real? - Olhava para Apolo sem ao menos acreditar.
- Sátiro? Leve ele direto para os avós dele Ok? - Dizia ele para Kurt - E garoto? - Olhei para ele, assustado, muitas informações estavam passando pela minha cabeça. - Seu "Verão" estava muito bom...
Ele voltou para a mata e uma luz ofuscante mais uma vez inundou o bosque, quando recobrei a consciência, olhei para Kurt que agora estava tentando me ajudar a levantar, e pensei no que o homem havia falado.
- Kurt, você é mesmo, meio bode?  
- O Termo correto é Sátiro
- Ok, Ok...Espera! Meus avós sabiam disso?
- Sim, eles sabiam desde o momento que... aconteceu aquilo com sua mãe. Afinal eles eram os responsáveis por você e não queriam deixar você ir para o acampamento.
- Acampamento?
- O lugar para onde vamos... Acampamento Meio-Sangue.
Então saímos daquele bosque, eu, felizmente, estava com minha carteira, então seguimos para Nova York, onde meus avós moravam, no caminho perguntei a Kurt que se apolo era mesmo aquele cara e se ele era mesmo meu pai, por que que o mesmo não nos ajudou a chegar em Nova York, e ele me explicou que Deuses não podem ajudar seus filhos, coisa que eu achei uma afronta a ideia de uma família, chegando na casa dos meus avós, descobri que eles realmente sabiam sobre tudo e era por isso que eles optaram por uma escola que ensinasse Arquearia, música e tudo mais, fiquei super irritado, coisa que não acontecia com frequência, mas eles havia escondido isso de mim a minha vida toda eu me sentia traído, e uma coisa que eu não tolerava era traição.
Eles concordaram que eu deveria ir para o tal acampamento meio-sangue e então meu avô pegou sua Picape Strada Modelo 2014 Vermelha, e nos levou até Long Island, durante todo o caminho, eu fiquei de boca fechada, não dei uma palavra com meu avô, apesar de ter me despedido da minha avó, eu ainda me sentia traído, Kurt no banco de trás junto comigo me passava mais informações sobre mundo que eu passara 15 anos sem saber nada, fomos seguindo pela estrada até o local que Kurt mandou meu avô parar. No fundo eu sabia que eles tinham feito aquilo para me proteger, então desci do carro e meu avô desceu também, então dei um abraço nele, aquilo significava que eu havia entendido que eles fizeram aquilo para o meu bem, dei um beijo em seu rosto e ele deu um em minha testa como ele sempre fazia quando eu era pequeno. Me virei e lá estava Kurt com as calças na mão, literalmente, ele ostentava sua bunda peluda, que me tirou um riso de canto de boca e então subimos a colina juntos, no topo da colina parei, olhei para onde meu avô estava, olhei para o meu futuro, tirei o pingente de debaixo da minha camisa e dei um beijo, se essa era minha nova vida, seria o mais feliz que eu pudesse ser, em memória da minha mãe.
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Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por Oliver H. Greyback Sáb 30 Jan 2016, 23:50


Avaliação
A mão da reprovação chega a tremer
Ursulla - Aprovada

Sua ficha ficou interessante, principalmente a resposta às primeiras questões (exceto que não dividiu características físicas de psicológicas). Na história, porém, houve alguns erros que após se acostumar melhor com o fórum devem desaparecer. Sucintamente: erros de digitação bobos, a maioria deles acentuação errada (maças ao invés de maçãs; nós ao invés de nos), e a falta de detalhamento no enredo. Você cita, e explica (o que não é errado) o passado, porém ao falar do que mais importa, o faz de maneira muito concisa, deixando lacunas sobre como algumas coisas acontecem. Mesmo assim, a falta de descrição não foi suficiente, a meu ver, para que fosse reprovada. Bem-vinda, filha de Nêmesis.

Max - Reprovado

Sua história, apesar de ter sido bem desenvolvida contém muitos erros, que impossibilitam sua reclamação por hora. Dentre eles, o principal foi a escrita confusa, devido aos períodos muito grandes e recheados de vírgulas, que faz com que a leitura fique corrida, problema esse agravado pela extensão dos parágrafos (também tente colocar linhas entre eles para que a leitura fique menos pesada). Faça uma revisão de seu texto, para notar como a narração parece apressada (bem como para corrigir erros de digitação que passam despercebidos). Indico-lhe a ler outras fichas, que foram reclamadas, para que tenha uma ideia melhor de como deve escrever.

Além disso, houve alguns pontos de incoerência no texto, o mais importante deles sendo a  aparição do deus Apolo, uma vez que deuses raramente aparecem para seus filhos a não ser em sonho. Com essas dicas, creio que conseguirá passar da próxima vez e se tornar um escritor melhor.
♥ Thanks, Andy 'O' ♥
Oliver H. Greyback
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Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por Darya Archer-Gilligan Dom 31 Jan 2016, 21:18


Avaliação




Obs: O link para a ficha dos semideuses se encontra junto ao nome dos mesmos.

Penny Lane

Olá, moça. Sua ficha me trouxe um pouco de confusão, e não me refiro ao seu tamanho extenso. Apesar de contar com uma história bem estruturada, houveram erros que se repetiram no decorrer da narrativa e alguns problemas de coerência que necessitam ser revistos. Muitas palavras deixaram de ser acentuadas, assim como foram também recorrentes problemas com pontuação e de palavras escrita de forma errônea ou indevida (por exemplo: "se quer" no lugar de "sequer", "agente" no de "a gente", "traz" quando o correto seria "trás" e "concerto" em vez de "conserto")- algo que uma revisão ajudaria. Em alguns trechos houve repetição de termos, o que dificultou a compreensão, como nos seguintes:

"[...]já ja jurara a si mesma que um dia descobriria toda a verdade."
Mas a ultima coisa que queria era queria assusta-la ainda mais."

Contudo, não foram apenas os erros acima citados que comprometeram para a minha decisão, mas sim os relativos à coerência. Em primeiro lugar há licantropia de Frederick, um poder acessivo a poucos filhos da Lua por necessitar de um level bem alto. Na verdade, não se trata de um erro de fato, mas sim um comentário, dado que nada impede do semideus ser bem treinado e suficientemente poderoso - mas volto a ressaltar que é algo raro. Quanto ao bilhete, peço perdão pelo meu equivoco, mas o anteriormente dito sobre a interferência direta e contatos dos deuses com seus filhos segue valendo.

Apesar de você possuir uma história interessante, os motivos apontados me fizeram optar por reprová-la - por pouco, admito. Porém, não desanime: como disse, a história da sua personagem é boa e, uma vez corrigidos os erros, basta postar a ficha novamente. Seja bem-vinda e boa sorte!

Reprovada


[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]
Então, moça, serei bem objetiva. Não pude encontrar erros significativos na sua ficha que mereçam algum comentário. Pelo contrário, tudo saiu muito bem, desde a sua forma de narrar a personagem e a sua personalidade quanto a história em si. Assim sendo, parabéns, filha de Melinoe.

Aprovada



Dúvidas, comentários ou qualquer coisa em que eu possa ser útil de alguma forma basta contatar-me por mp.

Obs: Avaliação refeita em parte e repostada após constatação de erro na mesma.
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Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por 117-ExStaff Seg 01 Fev 2016, 21:37

Atualizado.
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Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por Yuki Maru Seg 01 Fev 2016, 23:02



 Por qual deus deseja ser reclamado/ qual criatura deseja ser e por quê?
A minha vontade de reclamar esse Deus é justamente porque ele é um dos meus preferidos na mitologia grega. Ser o filho do Deus do Sono é simplesmente incrível (as habilidades que eu consigo com isso me agradaram bastante) ainda mais depois de acompanhar a aparição dele no anime Cavaleiros do Zodiaco (também no Lost Canvas)

- Perfil do Personagem (Características Físicas e Características Psicológicas)
Características Físicas > Yuki possui treze anos de idade com as expressões faciais características de sua idade. Cabelos longos e finos de coloração dourada, seus olhos azuis como o céu dão contraste para a cor do cabelo. Vestindo uma roupa tipica da Igreja em que morava na Itália, um manto preto com detalhes dourados e uma corda roxa que firma seu manto. Imagem Para Referencia

Características Psicológicas > Durante sua vida, Yuki, sempre foi um garoto gentil e atencioso com todos, gostava de fazer amizade por mais difícil que isso fosse parecer para ele. Tal forma de tentar agradar todo mundo as vezes parecia bastante irritante para alguns o que trazia a dificuldade em fazer bons amigos. Sabia apreciar os pequenos bons momentos e admirava qualquer tipo de arte sendo um grande fã de pinturas.

Historia
Algumas humanas buscavam prazeres mas nada obtinham. Era um rigoroso inverno na Itália, uma pobre mulher, linda mas que não era valorizada por homem algum buscava o amor com seu próprio corpo, seus pensamentos na noite fria eram de puro libido que transbordava em forma de suor por todo seu corpo. Adormeceu com aquilo em mente enquanto o Deus do Sonho observava seus atos e seu sonho e aquilo tudo despertava seu interesse. Sua vinda para o mundo dos humanos foi por puro prazer, a fecundação de um ovulo mortal era proposital para gerar um amado filho, um Semideus. Cayla, como era chamada a futura mãe do Semideus, não sabia diferenciar a realidade do sonho e os prazeres que sentia ficavam como frutos de sua imaginação, porem, as consequência viriam apenas meses depois.

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Os primeiros sintomas foram aparecendo e a mulher descuidada ignorou durante os primeiros cinco meses. Os sintomas eram mais claros ainda, a barriga de Cayla crescia e a mesma já sabia o que estava acontecendo, enfim recorreu a seus últimos amantes nesses cinco meses antes da gravidez, porem, todos eles negavam a paternidade e a mesma se desesperava pensando em aborto. Usou os métodos mais básicos, tais como o uso de remédios para abortar, porem, o sangue de Semideus protegia a criança no útero , seu pai não deixaria um amado filho morrer nas mãos de meros mortais. Forçada a dar a luz para uma criança que não queria, Cayla, após o parto de Yuki, o levou para uma Igreja em um vilarejo na Italia, acolhido pelos padres do local o mesmo seria criado e educado com as crenças locais.

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O padre Lienel o alimentou, cuidou, educo e sempre o tratou como um discípulo. Hipnos, observava seu filho crescer, incapaz de ter contato com o mesmo e ensinar ele mesmo o caminho de um Semideus, foi enviado para os sonhos do Padre Lienel uma mensagem de que Yuki deveria seguir o caminho dos Deuses, um pingente foi enviado para a Igreja, enviado pelo próprio Hipnos para seu filho como uma lembrança de sua herança. No sonho de Lienel, Hipnos, contava tudo o que havia acontecido, os acontecimentos com a mãe de Yuki e as providencias que o Padre deveria tomar. Yuki deveria receber o colar quando estivesse pronto para ser enviado a treinamento no acampamento.

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Enfim seus quinze anos haviam chego e Lienel achava que estava na hora de enviar Yuki para o acampamento, porem, no dia da viagem o vilarejo inteiro parecia vazio, um clima frio e solitário ecoava pelos cantos e parecia mais uma grade cidade fantasma. Uma sombra na luz da lua, aquilo parecia um exercito mas a realidade era que uma grande Hydra estava destruindo tudo o que encontrava. O padre precisava agir, sua função naquele lugar era guiar o filho de Hipnos para seu caminho como Semideus. - Fuja, Yuki!! - O padre desesperado se pós frente a Hydra mas a grandiosidade da criatura era impossível de ser controlada por um mero mortal, tão incontrolável que em apenas um movimento, Leniel, teve seu corpo esmagado por uma das patas do monstro. O objetivo da criatura era claro ali, eliminar o Semideus. Ela sentia o desespero do jovem Yuki e o perseguiu até a Igreja. Atrás do alta, Yuki, parecia rezar e a Hydra furiosa corria destruindo diversos pilares da Igreja. A Hydra atingia Yuki em cheio, seu corpo se quebrava e sua imagem era uma perfeita pintura feita pelo padre Lienel, aquele que ensinou Yuki a gostar de arte e os ataques da Hydra trouxeram como consequência a fragilização da estrutura de toda a Igreja. Yuki notava a ação do monstro e corria para fora da Igreja buscando se esconder dentro da floresta enquanto toda a Igreja desabava em cima do monstro.

x

A vida seguiu para longe daquele lugar mesmo com a morte do Padre Lienel. Carregando o pingente mandado por Hipnos, Yuki, seguindo na floresta por alguns dias tentando sobreviver. Sua presença foi sentida por enviados de Hipnos que encontraram o menor desmaiado em uma árvore. Carregado para o desconhecido, Yuki acordou dentro de um acampamento, descobriu que agora estava no Acampamento Meio-Sangue.
Yuki Maru
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Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por Max King Seg 01 Fev 2016, 23:25


Apolo
Ficha de Reclamação


- Por qual deus deseja ser reclamado/ qual criatura deseja ser e por quê?
Apolo:
- Eu sempre gostei de mitologia grega desde pequeno, e Apolo e Ártemis sempre me chamaram a atenção. Seriam por serem gêmeos? Não sei. Mas sempre gostei dos dois.
- Usuários de arcos e música, duas coisas que eu amo.
- Podem dar buffs para aliados. Eu quase sempre crio supports em RPGs, então não seria diferente.

- Perfil do Personagem: (Características Físicas e Características Psicológicas - preferencialmente separadas)
> Descrição física:
Maximilian King tem dezessete anos, olhos azuis arroxeados como o céu da tarde, pele bronzeada pelo sol e cabelos loiros dignos de um californiano (mesmo sendo um nova-iorquino e nunca ter pisado o pé na costa oeste). Seu corpo é magro e atlético, mesmo sem nunca ter ido á academia com muita frequência em sua vida.
Tem uma proporção boa entre seus um metro e oitenta e três centímetros de altura e seus setenta e cinco quilos. Sempre usa roupas estilosas, preferindo os tons de vermelho, amarelo e laranja; usa um pingente em forma de sol, feito em topázio imperial dado pela sua mãe de presente.

> Descrição Psicológica:
Max é um garoto extrovertido, feliz e brincalhão, não suporta a sensação de traição e por isso sempre foi fiel e sincero. Protege todos os seus amigos com unhas e dentes, coisa que já o fez entrar em muitas brigas, porém sua habilidade é mesmo notada em se sair de situações de forma amigável (sempre usando seu charme e beleza para se safar de tais momentos.)

História:
--- O Sonho ---
Um homem e uma mulher, uma praia que eu nunca havia visto.
Suas mãos estavam dadas, muito provavelmente um casal.
A pele bronzeada do homem contrastava com a palidez da mulher, ela tinha olhos negros como a noite.
Agora eu a reconhecia! Aquela era minha mãe!
Já tinha visto nas fotos que minha avó havia me mostrado, e ela aparecia em meus sonhos constantemente.
Minha avó dizia que isso era prova de como ela ainda tentava me proteger, mesmo após a morte.

Então aquele ao seu lado seria o meu pai? Não saberia dizer. Nunca vi o seu rosto, nem por fotografias, não havia nenhuma.
Eu não conseguia vê-lo, por mais que tentasse enxergar o seu rosto, a luz do sol as suas costas ofuscavam  minha visão. Senti-me frustrado, sabia que era um sonho, mas não queria levantar.
Queria continuar ali perto da minha mãe, do meu pai, da minha família.
Infelizmente fui acordado, senti uma pressão em meu rosto e quando abri meus olhos, estava de volta no sofá da minha casa. Sentia a minha bochecha quente e via a minha frente meu melhor amigo Kurt e minha amiga de infância, Ariana. Esta estava vermelha de raiva enquanto Kurt não parava de rir, atrás dela.

— Por que você me deu um tapa? —Perguntei  para Ariana.

—Porque o senhor — Falou, com ênfase —Está atrasado para nossa apresentação no "POP Factory.” E é hoje à noite!

Levantei o mais rápido que pude, tinha me esquecido completamente sobre a apresentação de hoje. Fiquei tanto tempo estudando para o vestibular da BCM que acabei pegando no sono.

Aliás, que falta de educação. Nem me apresentei, não é mesmo?
Sou Maximilian King, mas pode me chamar de Max.

Depois dessa confusão na minha casa, entramos no carro de Ariana, que era a única da banda que tinha um automóvel.
Sim! Eu, Ariana, Becky e Cammy temos uma banda!
O nome é "Oracle". Legal, né? Quem deu a idéia do nome foi o Kurt.

Tocávamos em algumas festas de colegas nossos e na formatura do ano passado, nada muito grande. Mas agora, depois de muitas tentativas, nós estávamos prestes fazer uma apresentação no "POP Factory", o melhor bar de Nova York para apresentações Pop.
É um sonho sendo realizado! O lugar é sempre cheio.
O pior da história era que eu ainda chegaria atrasado, por estudar demais para o vestibular da Berklee, mas valia a pena.
Berklee é uma das melhores faculdades de musica dos Estados Unidos.

—Chegamos.
—Entrem logo! —Dizia Becky na porta do bar.

Não perdi tempo. Peguei minha guitarra, entrei no bar e fui logo para os bastidores. Kurt sentou em uma das cadeiras da frente, ele sempre fazia isso. Ariana e as meninas estavam terminado de arrumar seus cabelos, então fui me trocar.
Coloquei minha camisa "I ❤ NY" de uma tonalidade cinza. Junto com ela, uma jaqueta vermelha de couro falso, calça jeans e um coturno negro completavam meu figurino de vocalista/guitarrista.
Ariana, a tecladista, usava seu cabelo longo e platinado num rabo de cavalo alto. Estava vestindo um conjunto com cropped e mini shorts prateados, que combinavam com seu Roland Ax-7 no melhor estilo anos 80.
Becky, a baterista, penteou seu cabelo castanho claro e encaracolado em um rabo de cavalo baixo com tranças nas laterais. Também usava bodysuit branco e curto com um trançado no decote e saltos exageradamente grandes e extravagantes.
Cammy, a baixista (ou "Camaleoa", como gostávamos de chamá-la) não estava mais com o cabelo rosa da semana passada, ela agora exibia um cabelo curto, chanel, com mechas verdes. Seu vestido mais parecia que uma festa de aniversário tinha explodido em seu corpo:  vários cupcakes pequenos estavam estampados no tecido branco, e uma tiara com um cupcake de pelúcia enfeitava seu cabelo. Mas esse era o estilo dela, extravagante e engraçado.

Estávamos conversando, quando o organizador das apresentações veio nos falar que entraríamos em 10 minutos, nunca me senti tão nervoso em toda a minha vida e via o mesmo sentimento estampado no rosto de minhas amigas.
Aqueles últimos minutos passaram como se fossem segundos, e sem perceber já estávamos em nossos lugares e as luzes do bar haviam sido desligadas.
Peguei  meu pingente e o levei aos lábios, beijando-o. Sabia que minha mãe estava ali, me apoiando em minha jornada. Eu e as garotas juntamos nossas mãos e  nos olhamos nos olhos.

Aquilo estava acontecendo mesmo!Nosso sonho estava prestes a virar realidade! Ariana começou a tocar e as meninas também, as luzes se acenderam e o show estava começando.

(...)

"Hey...

I know what I came to do
And that ain't gonna change
So go ahead and talk your talk
Cause I won't take the bait
I'm over here doing what I like
I'm over here working day and night
And if my real ain't real enough
I'm sorry for you, bae"

(...)

A música que cantamos primeiro foi "Focus", e quem compôs foi nossa baixinha,  Ariana. Depois cantamos mais 2 musicas e saímos.
Afinal, era hora de outra banda se apresentar, mas conseguimos deixar o publico lá em cima. E para nós não havia coisa melhor.
Depois disso, deixei as garotas nos bastidores e  peguei a minha mochila, pedi para que Ariana me entregasse a guitarra na segunda e me preparei para sair.
Elas iriam continuar no bar, mas eu tinha que ir para casa, pois eram 23:45 e eu estava muito cansado.
Quando estava saindo Kurt disse que iria comigo, falei para ele curtir o sábado, mas o mesmo disse que não iria me deixar voltar sozinho. Ficamos conversando sobre várias coisas aleatórias, não sabíamos como pulávamos de um assunto para o outro, mas era uma coisa nossa. Já estávamos há 15 minutos andando e eram exatamente 00:00, foi quando recebi uma ligação da minha avó:

—Alô, vó.
—Onde você está?
—Já estou voltando da apresentação.
—Como foi? Vocês foram bem?
—Foi ótimo! Todos gostaram e nos aplaudiram de pé quando saímos.
—Que bom, está com alguém?
—Estou com o Kurt.
—Voltem logo, vocês dois.
—Tudo Bem, tchau. —Eu estava feliz por tudo que estava acontecendo, mas o Kurt parecia apreensivo, ele sempre ficava assim quando eu pegava o celular.

--- Choque de Realidades ---

—Você tem que atender sempre quando sua avó liga?
—Bem, ela é a minha avó e cuida de mim desde que minha mãe morreu, então... Sim.
—Tudo bem Max, eu entendi. É que eu me preocupo com você.
—Preocupa-se com o que? Uma ligação? Não vou pegar um câncer no cérebro por isso. Dramático.
—Tudo bem, tudo bem.

Andamos por mais 2 quarteirões, continuávamos a conversar aleatoriedades.
Passamos na frente de um Nigth Club chamado “Elísios”, esse tinha um fila enorme.
Na porta haviam dois brutamontes gigantes, tinham pelo menos 2 metros de altura e trajavam  ternos negros e camisas formais de cor branca.
Parecia um club muito bom, daqueles que recebem as celebridades e famosos.

Passamos pelo club e alguns metros a frente, na esquina, viramos a direita.
Várias mulheres passaram por nós, todas falando muito alto sobre como iam ficar loucas na Elísios. Porém  ouvi uma voz mais intimidadora e seca, vinda de trás de mim, dizendo:
—Filhote de deus—
E parecia que eu não era o único que havia ouvido, pois  Kurt olhou para mim assustado. Pegou-me pelo braço e me puxou descendo a rua o mais rápido possível, só parou num beco que havia mais a frente.

—Porque você tinha que atender aquela ligação? —Dizia Kurt, desesperado e falando para o céu.
—Isso de novo?
—Droga, nós temos que ir para a casa da sua avó, urgente.
—É você está certo. Se eu chegar um pouquinho mais tarde minha avó cortará minha cabeça.
—É uma pena, mas vou ter que negar esse prazer à sua avó.

Então uma voz penetrante e intimidadora se fez ouvir  no beco.
Procuramos  a fonte mas não achamos.
Aos poucos uma mulher foi saindo das sombras do beco escuro, ela tinha um guarda-chuva prateado em mãos. Vestia um cropped metálico e usa saia justíssima de cintura alta, verde. Era muito bonita para estar num dos becos de Nova York.

Ela se aproximou de nós lentamente, Kurt e eu demos alguns passos para trás. Pelo que ela falou antes, estávamos atrapalhando os negócios dela.
Era situação estranha, e de situações estranhas eu entendia muito bem. Sempre caia em muitas, mas graças a isso me tornei mestre em me desvencilhar delas.
Abri a boca e disse:

—Desculpe. A senhora deve estar esperando alguém, não é? Então... Eu e meu amigo vamos indo, boa noite.
—Sim, garoto. Estava esperando por você.

Então ela avançou com o guarda-chuva em direção ao meu rosto, minha reação foi me abaixar na hora.
Senti o vento passando pelos meus cabelos e ao voltar a olhar para a mulher, ela não era mais uma humana. Era um monstro digno de um MMORPG: Sua parte de baixo era agora uma cauda reptiliana e  esverdeada, cheia de escamas. O guarda-chuva havia se transformado em uma espada de aço.

O monstro desferiu um golpe na vertical. Desta vez, com uma agilidade que nem eu sabia que tinha, rolei para o lado em direção a Kurt. Ao olhar para meu amigo, este esticou sua mão para mim e entregou uma faca grande com um material semelhante a bronze. Ele esperava que eu lutasse com aquilo? Não sei como explicar, mas eu me sentia capaz de fazê-lo.
A besta atacou novamente, e desta vez  eu pulei para cima de um deposito de lixo do edifício ao lado. O monstro parecia estar com raiva por ter seus planos frustrados e desferiu vários golpes em seguida. Horizontalmente, visando cortar minhas pernas fora. Pulava toda vez que sentia que deveria, e no final funcionou. Estava incrivelmente tranquilo, Não sabia o porquê


—Parece que você não quer que eu fuja mesmo, hein?

Porque eu falei aquilo?

O monstro tinha uma ira imensa em seus olhos. Olhei para os lados e Kurt havia sumido, ainda bem que ele se salvou.
Agora era vida ou morte. Mais um ataque vertical foi aplicado pela mulher, eu desviei e sua espada ficou presa no metal por algum tempo do deposito de lixo. Desci para o chão e a mulher-serpente conseguiu retirar a espada da lixeira.
Agora demonstrava  querer desferir um ataque em diagonal contra mim. Então era a hora de agir. Avancei contra a besta quando seu braço ainda estava no alto. Enquanto a mesma traçava seu golpe, segurei em seu braço e o cortei.

Para minha surpresa, o sangue verde que esperava que saísse de seu antebraço não veio, mas sim um monte de areia dourada.  Mesmo assim eu havia causado algum dano, pois com o reflexo a serpente deixou sua espada cair com um baque surdo no solo. Ainda abaixado e do lado direito da mulher, vi patas de algum animal caprino acertar suas costas. Não demorei a correr para cima dela e cravar a faca em seu peito, como se fazem com os vampiros em filmes.

Agora estava montado em cima de um monte de areia dourada, não sabia como aquilo era possível. Olhei para o local onde havia vindo a ajuda. O que uma cabra estaria fazendo em um beco de Nova York?
Para a minha surpresa, era Kurt. Mas não exatamente, pois Kurt era metade cabra. Apesar de surpreso, aquilo não me assustou, pois havia acabado de "matar" uma mulher metade serpente.
Daqui para frente tudo era possível, eu acho.
Kurt foi para a rua e pegou os sapatos dele e sua calça,  voltou para perto de mim e começou a se disfarçar novamente. Descobri então, os segredos de Kurt.  Ele era um ser mágico, coisa que eu não poderia nem imaginar que existisse segundos atrás. Kurt me ajudou a levantar, tentei entregar a faca novamente, mas ele  falou para eu mantê-la comigo pois iria precisar.
Guardei a faca em minha mochila que estava no chão do lado do deposito de lixo com a tampa cortada. Voltamos para  nosso caminho como se nada tivesse acontecido e não falamos nada por vários metros, o silencio liderava, até que eu decidi quebrar o gelo com perguntas:

—Eu sabia que você tinha uma bunda peluda, mas não tanto assim. — Ele riu e o objetivo estava completo, o gelo entre nos dois havia sido quebrado
—Tem muito pelo aqui em baixo, mesmo. Você não sabe o calor que faz no verão.
—Então você é metade bode?
—O termo correto é “sátiro”, S-Á-T-I-R-O.
—Como nos mitos Gregos?
—Você está me vendo, e somos amigos há bastante tempo para ser chamado de mito.
—Verdade, desculpe. Então... O que era aquilo lá atrás, e por que ela estava atrás de nós?
—Aquilo é uma dracaena, e ela não estava atrás de nós, estava atrás de você.
—De mim?
—Sim, você lembra o que  ouviu quando as mulheres passaram por nós perto do clube Elísios?
—Ouvi alguma coisa como “Filhote de deus”, ou “Filho de deus”. Algo assim
—E você ainda não ligou os pontos?
—Eu sou o filho de deus que ela falava?
—Sim...


Continuamos conversando sobre esse novo mundo até chegarmos na minha casa, não sei se era por participar desse universo  diferente ou pelo que tinha acabado de acontecer, mas ouvi todas as informações de forma calma e atenciosa.

--- A revelação ---

Eu e Kurt entramos na sala, minha avó tinha acendido alguns incensos e o cheiro havia invadido todo o local. Eu já estava acostumado com o cheiro, ela fazia isso todos os dias.
Ela olhou para a porta quando chegamos, com certeza iria me dar uma lição de moral por ter chegado tarde em casa. Se não fosse por Kurt, eu estaria preso em um discurso de 2 horas. Já estava preparando as minhas desculpas quando Kurt foi até a minha avó e falou com ela em um tom mais baixo, mas mesmo assim eu ouvi:

—Clarisse, chegou a hora. Nós temos que falar.
—Do acampamento?
—Sim, eu prometi que só falaria do acampamento se te avisasse antes. E estou te avisando.
—Mas porque agora?
—Max foi atacado hoje, por sorte eu estava com ele. Na verdade foi ele que cuidou de quase tudo sozinho.


Minha avó olhou para mim, não sabia o que ela sentia no momento.
Todos nós sentamos no sofá e na poltrona e começamos a conversar. Eles me explicaram sobre o acampamento e sobre as situações que poderiam acontecer se eu continuasse em minha casa ou se  fosse para lá. Também me explicaram que eles tinham decidido respeitar a minha opinião de querer ir ou não para o  tal “Acampamento meio-sangue.”

—Então, amor. A decisão é sua.
—Minha?
—Como eu sempre disse, eu sempre vou te amar em qualquer lugar que você estiver. Do jeito que você for, o mais importante é que esteja feliz e seguro.
—Mas e a senhora?
—Eu vou ficar bem.
—Eu não quero me separar da senhora.
—Seu bobo, o Acampamento é em Long Island, 1h daqui! Você não quer largar a barra da minha saia, não é mesmo? —
Todos rimos um pouco, mas logo cessamos. Eu olhava pro chão e a indecisão tomava conta da minha cabeça. Se ficasse, iria por não só a minha, mas também a vida de minha avó em perigo.
—Tudo bem, eu vou.
—Boa escolha, Max.
—Disse Kurt
—Agora vamos dormir, estou cansada.

Dei um beijo de boa noite nele, que subiu as escadas para dormir. Agora eu sabia o motivo de tantos livros sobre cultura grega na casa da minha avó, o motivo era eu ea minha origem.

Kurt deitou no sofá e em poucos minutos estava dormindo também. Comecei a pesquisar; li vários livros, e neles vi algumas das criaturas que Kurt havia falado.
Entre eles o Sátiro, que em sua ilustração parecia bem mais feio e aterrorizante do que na vida real. Com o tempo caí no sono, domínio de Hypnos.

—Acorda, Bela-Adormecida! Está na hora.
—Ahn? Ah, ok. Vamos. —Eu fui para parte de fora da casa  quando Kurt me guiou até a cozinha em meio a bocejos.
—É hora do café-da-manhã, não de ir embora.

Ao chegar na cozinha, minha avó tinha feito panquecas. Ela colocou-as em 3 pilhas e derramou mel sobre elas. Todos comemos, mas parecia que Kurt ainda estava com fome, pois comeu 1 garfo e 1 faca como lanche. Coisa que  deixou minha avó e eu boquiabertos. Em seguida fomos para a garagem, entramos na Kombi Volkswagen azul e branca da dona Clarisse. Minha avó nos levou até Long Island seguindo as instruções de Kurt até chegarmos em uma Colina com uma árvore no topo.

Todos desceram  do carro, dei um longo abraço em minha avó, que não parava de me dizer pra tomar cuidado com tudo e eu apenas concordei. Na verdade, queria que aquele abraço não acabasse mais, que eu pudesse ficar ali para sempre.
Só em pensar em me separar dela me deixou mal, mas eu tinha que ir.
Desvencilhei-me de seus braços, ela entrou na kombi e dirigiu de volta.
Lembrei de quando  fez isso também quando eu fui para a escola pela primeira vez, descobri depois de anos que ela não queria que eu a visse chorando. Voltei-me para Kurt e ele me guiou até o topo da colina.

—Bem vindo ao acampamento meio-sangue

--- O Acampamento ---

Ao chegar ao acampamento fui apresentado a Quíron, o guia de atividades do acampamento e mestre de vários heróis.
Kurt havia falado sobre ele antes, mas tinha esquecido de mencionar que ele era um centauro!

O acampamento era realmente muito bonito, o cheiro de frutas frescas era latente e eu não tinha visto gramados tão verdes na minha vida. Kurt me apresentou cada local; a parede se escalada (que para mim deveria se chamar muro do suicídio,) da qual sentia uma vontade estranha de escalar até o topo.
Os estábulos; onde ficavam os cavalos mais lindos que eu já havia visto, e pégasos são realmente criaturas maravilhosas. As forjas, onde pude ver alguns campistas trabalhando em construção de armas, Kurt falou que quase todos eram filhos de Hefesto. O pavilhão de jantar, onde sempre comiam o café, almoço e jantar.
O espaço no meio era para a grande fogueira de sacrifício para os deuses.

Ele ainda me deu um aviso, "Lembre-se que o sacrifício é sempre a melhor parte". Falou sobre a enfermaria, e sobre os chalés. Eu ficaria no chalé de Hermes por enquanto, e me deu uma dica
—Os filhos de Hermes são pessoas legais, mas cuidado com as suas coisas perto deles. Deus dos ladrões, lembra?—.

O monitor do chalé de Hermes me explicou como tudo funcionava, parecia até que ele fazia isso de forma automática. Quando adentramos o chalé, me senti entrando numa taverna medieval. Todos eles pareciam ladrões, saqueadores e afins. Impressão que passou com o tempo dentro do chalé, eles eram muito hospitaleiros.

O tempo correu  e chegou a hora do jantar, todos fizeram o sacrifício e estavam preparados para comer. Eu, como sempre fazia antes das refeições, retirei o meu pingente dei um beijo, falei o nome da minha mãe e o coloquei de volta debaixo da blusa.
Alguns filhos de Hermes me perguntaram o que era e eu disse que é um colar especial para mim, porém eles queriam saber mais sobre o assunto. Disse que era um assunto um pouco indigesto, então poderia falar com eles em outra hora.

Dito e feito. Assim que chegamos ao chalé de Hermes, tudo que eu queria era deitar e dormir, mas meus colegas de quarto não deixaram.

—Se eu falar a história do colar, vocês vão me deixar dormir? - Alguns fizeram  que sim com a cabeça, outros olhavam para o pingente com uma espécie de cobiça, lembrei da dica de Kurt. Hermes é deus dos ladrões.
—Esse colar era de Harley King, minha mãe.
Eu nasci em 11 de junho de 1998, dezessete anos atrás. Minha mãe viajou por um tempo depois de se formar na faculdade de fotografia. Ela viajou por todo território nacional, fotografando cada parte interessante da viagem. Minha avó me contou que ela conheceu o meu pai na Califórnia, 1 mês antes de voltar para Nova York.
Eles tiverem um relacionamento curto, minha mãe voltou para cá grávida de mim e com esse colar em mãos. Minha avó achou estranho ela estar feliz por estar grávida de um homem que conheceu numa viagem durante tão pouco tempo, mas apoiou da mesma forma.
Ao fim dos nove meses normais, eu nasci. Mas não foi uma semana feliz para a família. Na mesma semana, 4 dias depois do meu nascimento, minha mãe foi atropelada e internada no hospital com quadro grave. —
As pessoas sentiam o que viria a seguir — 3 dias depois ela morreu e deixou para mim esse pingente junto com um bilhete. Minha avó os entregou para mim há  2 anos. Era uma pequena carta para, dizendo que era para eu ser feliz em memória dela. Pois ela foi muito feliz me tendo como filho.

Algumas lágrimas escorreram  pelo meu rosto no final da história. Era a minha história, afinal.As pessoas se dispersaram aos poucos, alguns me davam um acalento no ombro, outros apenas saíram. Deitei-me e dormi, o desgaste físico e emocional dos últimos dias foi muito para mim, em 2 minutos eu já estava dormindo profundamente.

As semanas seguintes foram ficando mais e mais normais com o tempo, as apresentações musicais do chalé de Apolo me faziam lembrar as minhas amigas.
O que elas estariam fazendo? Seguiriam com a Oracle sem mim? Provavelmente, mas não poderia esperar que as pessoas parassem suas vidas por mim.
Ariana tinha uma voz muito boa, ela poderia ser a vocalista.

A aula que eu mais gostava era de Arco e flecha, os filhos de Apolo eram muito bons, e eu não ficava atrás. Sempre gostei muito de arquearia, mas nunca pude praticar de verdade. Minhas aulas eram usualmente com membros veteranos do chalé do deus do sol, mas a próxima seria com próprio Quíron. Já havia  me preparado para ver o famoso Quíron em ação, queria aprender com cada movimento dele.

Cheguei mais cedo na aula de arquearia naquela manhã, para não perder nenhum minuto. Alguns campistas de Apolo já estavam lá. Alguns desenhando, outros tocando instrumentos, e outros  praticando com o arco. Sentei em uma pedra ali por  perto e esperei, mas esperar me deixava ansioso.
Eu tinha que fazer alguma coisa, então comecei a cantarolar musicas que costumava cantar com a minha banda. O tempo passava mais devagar e eu vagueava pelas lembranças, enquanto alguns filhos de Hefesto, Hermes e Afrodite chegaram. Coisa que me fez lembrar da música que vinha da chalé 10 semana passada.

(...)

Tô pretérita, mulher!
O bofe é meu. Ta, querida?
É muita audácia, né?
Se manca, gata!

Quem nasceu piriga, nunca vai ser diva
Quem nasceu piriga, nunca vai ser diva
Já nasci no salto 15 sambando nas inimiga
Já nasci no salto 15 sambando nas inimiga

(...)



Enquanto cantava a metade do Refrão, percebi que todos olhavam para mim, até Quíron, que não tinha percebido que havia acabado de chegar. Talvez eu estivesse cantado muito alto? Estava morrendo de vergonha.
Percebi então que era uma coisa diferente, eles não olhavam para mim exatamente, mas para o topo da minha cabeça. Havia alguma coisa brilhando ali, em tons de laranja, Ao olhar para cima pude perceber era o símbolo de...

—Apolo! Deus da luz, da cura, da música e da razão, Senhor das profecias, Inspiração dos poetas. Salve Maximilian King, Filho do Deus do Sol. — Falou Quíron em voz alta para todos ouvissem.

Alguns amigos, que eram filhos de Apolo também vieram me abraçar e parabenizar. Assim como meus amigos filhos de Hermes, que tinham me acolhido até então.
Eu era um filho de Apolo?! Nem acreditava.
Quando troquei de chalé, fui muito bem recepcionado pelos meus irmãos.

Depois de me acomodar peguei meu pingente e percebi que estava na minha cara o tempo inteiro. O pingente em topázio imperial em forma de sol eram mais que um presente, era um pista da minha mãe. Beijei-o como era de costume, mas dessa vez falei:

- Obrigado mãe.

Armas usadas::

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Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por Calum Ross Qua 03 Fev 2016, 21:38


Por qual deus você deseja ser reclamado e por quê?
Sugiro que isto seja lido depois do texto, já que ler algo sem spoilers é mais legal. Contudo, se fizerem questão, podem encontrar lá embaixo, nas anedotas e considerações finais.

Características físicas e psicológicas
Calum é um garoto alto, de 1 metro e 80 centímetros, com cerca de setenta e dois quilos bem distribuídos. Apesar de não ser corpulento, o corpo é definido e firme. Os cabelos são louros, cacheados e curtos. Os olhos são chamativos, sedutores por si só, e passeiam do verde ao castanho com facilidade, divergindo opiniões. A estrutura óssea bem marcada do rosto dá-lhe o visual estereotipado de ascendência nórdico-europeia.

É um sujeito bacana, moderadamente sincero, bem-humorado, às vezes sarcástico, mas sempre de boa índole. Se necessário, não vê problema em ser sensível e mostrar que sente. No campo amoroso é flexível e atirado; impulsivo. Às vezes tende a ser infiel, ou apenas perde o interesse na pessoa, mas isto talvez possa ser resolvido com o par certo. Além de galante, é inteligente e tem um bom olho para as artes.

História

1.

Nova York é um lugar grande. Para todo o canto que Hol olhava, via ou prédios grandes e cinzas, ou prédios espelhados e com fachadas coloridas ou espalhafatosas. Os carros que circulavam variavam em cor, modelo e o quão caros podiam ser. O garoto não os conhecia bem, mas sabia o quão poluentes e degradantes eram ao meio-ambiente. As pessoas vestiam-se de modo chamativo, entupiam-se de perfumes e penduricalhos. Pareciam competir pela atenção uns dos outros quando, na verdade, deviam aprender que o que realmente importava era estarem bem consigo mesmos; estarem bem com a natureza.

A natureza chorava na grande Manhattan, como fazia em toda parte asfaltada do mundo. As árvores e arbustos podados revelavam dríades machucadas, danos psicológicos e físicos que talvez nunca fossem reparados. As náiades nos leitos d'água encaravam os humanos com olhares em parte tristes, em parte brabos. Dentro daquela selva pedregosa, Hol circulava com roupas batidas, agasalhos velhos e largos que cabiam bem. O moletom laranja estampava o logo de um centauro arqueiro, marca conhecida no mundo real, o mundo que a névoa escondia dos mortais. As calças marrom eram largas nas bocas e as botas de caminhada que o homem calçava eram mais largas ainda. Na cabeça, um gorro cinza escondia bem mais que os cabelos encaracolados e escuros. Mal-humorado, cansado e um tanto indisposto, ele bufou e desejou estar dentro da floresta; estar junto do seu povo. O garoto pigarreou e pôs um cigarro na boca.

— Cadê você? — ele deixou que as palavras escapassem enquanto espremia os olhos, tentando enxergar algo, ou alguém, que não encontrava.

2.

Um fato curioso sobre Calum: ele não consegue resistir ao interesse alheio. É impulsivo, às vezes bobo, mas uma troca de olhares é o suficiente para disparar um reagente no estômago do rapaz que faz com que borboletas disparem e digam "Ei, cara, avança lá!". Como bom ouvinte, ele as escutava sempre.

Lá estavam os dois: ela e ele. A música alta estremecia as paredes de madeira da casa velha. Calum e a garota estavam em um quarto com uma cama enferrujada sem lençóis, apenas com um colchão rasgado cujas molas saltavam para fora e se misturavam com uma camada de poeira. A janela à esquerda estava quebrada e a luz da lua misturava-se com a luz da lâmpada fraca. À direita, um espelho velho e retangular refletia a cena calorosa que se passava: a menina afundava as unhas na nuca do rapaz, enlaçando os dedos nos cabelos loiros dele. Ela se contorcia enquanto os corpos roçavam um no outro e a boca do garoto deslizava pelo pescoço dela em beijos bem colocados, cada qual com a maldade necessária para deixá-la sem folego. Quando a mão dele deslizou pelo vestido justo e preto que marcava o corpo esculpido e encontrou as partes íntimas da jovem, ela arregalou os olhos e ele sorriu. Sorriu como sempre fazia quando queria algo, um sorriso que conseguia tudo. Ele a encarou e ela relaxou, afundando o rosto no peito dele, deixando a coisa prosseguir. Eram apenas duas crianças em busca de diversão, no fim das contas. Contudo, o que nenhum dos dois percebeu é que enquanto a garota acariciava-se e Calum rasgava um envelope pequeno e prateado, o espelho não respondia à situação. O reflexo do rapaz, ao invés de copiá-lo e fazer o que ele fazia, encarava-o estatelado nas bordas do objeto. Encarava-o com desejo. Não líbido, nem algo do gênero. Algo agressivo e aterrorizante. Na imagem, as íris vermelhas, tais como as do diabo, mediam o espaço e tramavam algo. Sem dar bola, ou sequer notar, o casal apenas deu continuidade à pegação.

3.

O tempo passou de modo prazeroso. Quando saíram do quarto, a camisa mal-abotoada e o cabelo loiro pós-foda do garoto denunciavam o que se passara lá dentro. Ele ajeitava a braguilha da calça enquanto piscava para a menina que, desconsertada, um tanto corada e envergonhada, caminhava porta a fora. Ele não sabia o nome dela, ou onde morava, mas sabia que era flexível e que os seios firmes encaixavam-se bem nas palmas das mãos dele. Ele a perdeu de vista logo em seguida, quando ela dobrou no corredor. O corredor do casarão, tal como o quarto, era antigo e mal cuidado. O assoalho rangia — ele sabia que rangia, mesmo que não escutasse devido a música — e as paredes desbotadas descascavam. Algumas pessoas grudavam-se nos cantos e um moleque estava caído, apagado e bêbado, com uma garrafa vazia na mão. Calum desceu as escadas e encontrou uma multidão dançando sob um lustre pomposo cheio de teias de aranha. As pessoas riam, algumas dopadas, outras apenas felizes. Era uma noite boa e ele estava a deriva, até que sentiu uma mão boba apalpando-lhe o traseiro. Foi pego em seguida por um abraço que lhe envolveu o pescoço.

— Ótima festa, não? — perguntou a pessoa. Isabelle, uma amiga, dançava a batida eletrônica que enchia os ouvidos. Em uma saia preta plissada e uma regata vermelha repleta de brilho, a menina parecia uma modelo — o que, de fato, era. O corpo esguio, os olhos claros bem marcados em sombra escura e o cabelo castanho sedoso e ondulado faziam dela uma ótima visão.

— Melhor, impossível — ele rebateu, encarando-a. — Mas me diz ai. Me contaram que a anfitriã 'tá se atirando em qualquer um. O que 'cê sabe disso? — Calum completou com um olhar inquisidor. Ela riu, uma risada levemente alterada por conta da influência do álcool, mas nunca sem perder a compostura. Um bar improvisado contava com caras trajados como mágicos em roupas justas e pequenas — mágicos saídos de um filme erótico, diga-se de passagem — para atender o pessoal. Ao lado das escadas, em um palco improvisado, um cara que mesclava um visual tecno-gótico, com cabelo moicano espetado e verde, colete prateado e óculos escuros imensos, mixava a mesa de som. As caixas de som e os cabos ficavam por ai, largados.

— Sei que ela é uma ótima pessoa — ela disse, envolvendo a cintura do menino com os braços e dando um beijo afável na bochecha dele. — E que já é crescida — completou ela, soltando-o e puxando uma garrafa de vodca sabe-se lá de onde.

— E essa casa?

— Consegui com um amigo. Gostou, né? Eu sei que sim! — ela disse, exclamando algo e esticando os braços para o alto. A música mudou para Love Me Like You Do, de Ellie Goulding, e Isabelle comemorou com um pequeno grito. — Eu AMO essa música! — ela falou e puxou o garoto pelo pulso. — Vem, vamos dançar!

E ambos se perderam entre danças, pessoas e mãos. Rindo e pulando, Calum não imaginava que aquela era a última noite dele como um alguém comum.

4.

O espaço era aberto conforme Calum passava, um movimento quase involuntário; uma reação em cadeia. Os grupos seguiam-no com o olhar: uns resmungavam, apontando e encarando, outros acenavam e flertavam. O salão de entrada era grande e branco, decorado em tons pastéis. Viam-se sofás, vasos de planta estilizados e lustrosos. Televisores eram estrategicamente distribuídos e exibiam cenas de desfiles, artigos e reportagens sobre moda e a vida nas passarelas. A recepcionista, Gretel, ficava no canto direito. Era bonita, mas não o suficiente para o padrão elitista. O cabelo loiro armado em um coque ornava com a maquiagem bem aplicada. As roupas eram pretas e seguiam o padrão social. Na parede atrás de Gretel, como se já não bastasse o anuncio posto na fachada, lia-se: "LUFT MODELING: THE BEUTY UPON THE BEUTY". Dando cara à agência, os modelos haviam sido estampados nas paredes, emoldurados em quadros imensos e envidraçados. Um deles era Isabelle. Ela posava de costas, com as costas nuas. O rosto inclinado à esquerda revelava a maquiagem que mesclava azul e roxo. A garota usava uma máscara que lembrava a época Veneziana. Os cabelos estavam presos, um preso frouxo, na lateral. Os lábios haviam sido desenhados em preto. Em outro quadro, ao lado, uma jovem de cabelo curto e platinado armado em um topete posava com as mãos descansadas nos quadris. A expressão, ou falta de expressividade, dava-lhe um ar glacial. O vestido branco sem alças que usava tinha um corte diagonal cuja borda fora trabalhada com babados também brancos. Ao lado, viu a melhor imagem: um rapaz loiro, com o tronco nu e calças de algodão marrom. As barras das calças estavam dobradas até pouco abaixo do joelho. Ele posava bem, parecia ter tanta intimidade com a câmera quanto um pássaro com o céu. Calum via a si mesmo na imagem.

— Querido! Querido! — ele escutou alguém o chamando. Saiu do devaneio artístico, procurando pela pessoa, e encontrou uma senhora acenando. Um aceno classudo. Apesar da idade, a mulher era bonita. O cabelo escovado, loiro e ondulado ia até os ombros. Uma camisa jeans azul clara havia sido sobreposta por um blazer azul marinho. A camisa estava enfiada de modo despojado em calças brancas e o visual ornava com sapatos de salto pretos. Um cinto marrom discreto arrematava a composição. Ela caminhava até Calum, um caminhar digno de alguém que já estivera nas passarelas. — Venha cá, amor. — deu-lhe dois beijos rápidos no rosto e lançou um sorriso branco ao garoto.

— Senhora Luft, a senhora está cada vez mais linda.

— Ora, deixe de bobagens — ela riu, estapeando o ar.

— Nunca é bobagem quando se trata da senhora — o garoto falou e deu uma piscadela. Ela riu e eles conversaram algo rápido, batido. O jovem acabou intimado a uma bateria de fotografia que a agência teria à tarde, uma campanha que seria obrigado a representar. Após concordar, o garoto despediu-se e avançou por um corredor espelhado de ambos os lados, com o chão coberto por um parquê claro. O jovem viu-se nos espelhos, estava despojado, simples: uma camiseta jeans escura sobre uma camisa branca. Vestia calças verdes com a barra discretamente dobrada, de modo que os tornozelos ficassem à mostra, e tênis de um azul acinzentado. Uma bolsa carteiro de alça marrom e bagagem azul vinha consigo. Os cabelos estavam bagunçados, um bagunçado arrumado.

Conforme caminhava, uma sensação esquisita apoderava-se do rapaz. Uma espécie de bruma, aura ou vudu maligno tentava sufocá-lo. O mundo da moda era competitivo, ele sabia, mas não pensava que chegasse a tanto. Continuou caminhando sob aquela situação desagradável, tentando ignorá-la. Cada movimento ficava cada vez mais pesado. As coisas estavam estranhas e o ambiente parecia desconexo. Não, não o ambiente, apenas os espelhos. Por um momento, ele viu que o reflexo dele no espelho parara de segui-lo, mantendo-se estático, apenas observando-o. Os olhos tinham íris vermelhas, desejosas. Calum continuou caminhando, desconsertado e assustado, até encontrar a porta do camarim. Abriu-na e entrou, fechando-a em seguida. Respirou fundo e saiu para o corredor, desconfiado, para checar os espelhos. Estavam tão normais quanto possível. Fechou os olhos e suspirou, fechando a porta uma vez mais e puxando a bolsa para jogá-la em qualquer lugar. Contudo, ele parou o movimento quando encontrou uma criatura parada lá dentro, jogada no sofá cinza.

— E aí — falou o homem com agasalhos largos e uma touca desfiada e antiga. Os agasalhos e botas faziam jus nenhum à moda. Era uma combinação infeliz e aleatória de roupas. O sujeito fumava um cigarro tão barato que apenas de cheirar o odor do tabaco no ar já causava um câncer pulmonar.

— E aí? — Calum respondeu a pergunta com outra pergunta. — Posso ajudá-lo? Suas roupas me dizem que você não é o figurinista — ele falou, usando-se de um tom sarcástico e brincalhão. Jogou a bolsa em uma cadeira e recostou-se em uma parede, cruzando os braços em seguida.

— Eu preciso conversar com você — o homem do gorro falou, relaxado.

— Eu conheço você?

— Não.

— E sobre o que você quer falar?

— Sobre você — ele disse e Calum arqueou as sobrancelhas, como se tivesse entendido tudo.

— Senhora Luft não me contou que eu tinha uma entrevista agendada antes da bateria. Pra qual revista 'cê trabalha? — o loiro perguntou, sentando em uma cadeira junto à penteadeira.

— Não — o homem falou. Ainda mantinha o ar despojado. Puxou o cigarro e soprou a fumaça ao alto, fumaça que se espalhou em um borrão abstrato. — Não sou jornalista, colunista, ou qualquer coisa.

— Então o que... — o garoto seguia com a fala, mas ela foi cortada por um grupo que conversava de modo alegre e esganiçado. Eram dois maquiadores e uma figurinista que se vestiam com roupas coloridas e penteados chamativos.

— Oi, amor! Falando sozinho? — o homem mais velho do trio, com óculos escuros de armação rosa choque e um rabo de cavalo curto e grisalho perguntou.

— Não, não. Com esse cara aq... — Calum começou a falar, justificando-se. Virou em direção ao sujeito para indicá-lo, mas nada, se não o sofá vazio, estava lá. O rapaz franziu o cenho e ficou encarando o ponto vago, esperando que, a qualquer momento, o homem fosse surgir e dizer "Ei, aqui, meu chapa". Tendo a atenção chamada, o loiro começou a ser maquiado e arrumado. Desconfiado de talvez estar louco e certamente incerto do real e irreal, ele seguiu com o dia no limite da sanidade.

Se era possível ter alguma sanidade àquela altura.

5.

Calum seguia pensativo para casa. O dia havia sido estranho e tendia a piorar. A sensação de ser perseguido e observado apenas aumentava com o passar do tempo. Encarar não apenas espelhos, mas qualquer superfície reflexiva dava-lhe certa agonia. Hora ele via o que sempre havia visto, um rapaz boa pinta e simpático, hora algo diferente, um predador psicopata. As ruas de Manhattan estavam sempre cheias, observou, mesmo à noite. Eram cercadas por prédios luxuosos e clubes com fachadas em neon, com seguranças enormes em ternos pretos guardando as portas. O garoto seguia com o pé afundado no acelerador, movido ao som de Far East Movement. O volume estava tão alto dentro de seu carro que o estofado tremia em virtude dele.

Em certa altura, após ruas curvas e retas, ele parou diante de um sinal fechado. Aproveitou a pausa para regular o rádio e trocar a estação. Após o ajuste do aparelho, subiu os olhos ao espelho retrovisor para arrumá-lo. Ao ver o espelho, o corpo do homem pareceu ter sido eletrocutado. Ele não gritou, pois as palavras fugiram-lhe da garganta ao ver a cena. Ele estava no banco do motorista, estático e pálido. Atrás dele, nos demais banco, uma cópia estava sentada. A cópia sorria de modo diabólico, com as íris vermelhas e pele pálida. Ele se virou o mais rápido que pode para encará-la, mas não encontrou nada. Os bancos estavam vazios. O garoto perdeu-se nos pensamentos, mas foi trazido à realidade quando alguém buzinou, reclamando pela demora do avanço, já que o sinal havia aberto. Calum desligou o rádio e seguiu o resto da viagem em silêncio, abraçado em toda fé e rezas que já havia aprendido, se é que havia aprendido alguma na vida.

6.

O apartamento estava escuro. Calum chamou pelo pai, mas não recebeu resposta. Em virtude disso, foi dividido entre a alegria e a apreensão. Estava em casa e nada é mais seguro que a própria casa — talvez um posto policial, mas isso estava indisponível no momento —, e apreensivo por estar sozinho. Ele ligou as luzes e caminhou após trancar a porta atrás de si.. O jovem jogou-se no sofá da sala e ficou lá, morgado e cabisbaixo, cercado pela decoração colorida e festiva. O piso branco era decorado com um tapete azulado enorme e felpudo. À direita tinha uma enorme parede espelhada, do chão ao teto, com um corredor que desaguava nos quartos e banheiros. Na parede ao lado, à esquerda desta, as janelas imensas davam visão ao jardim da área externa. Era uma paisagem boa, considerando o ângulo superior do segundo andar. O sofá laranja fazia curvas, como se fosse uma onda, e uma mesa redonda de vidro fora posta em uma destas curvas. Na extremidade oposta, tinham-se mais cadeiras coloridas e a estante com a televisão. O tempo passava e o cansaço dominava o garoto aos poucos que, quando não aguentou mais, sucumbiu ao sono.

Acordou na penumbra tempos depois; a luz estava desligada. O loiro levantou, esfregando os olhos e bocejando, e checou o celular. Eram quase quatro horas da manhã. Chamou pelo pai outra vez e outra vez não teve respostas. Revirou os olhos e bufou, caminhando para o corredor. Acionou o interruptor, mas nada aconteceu. "Ótimo. Sozinho, sem luz e com uma pequena paranoia de perseguição", pensou ele, gozando da situação.

O apartamento era iluminado apenas pelo luar que, por sorte, estava cheio e estampava um céu limpo e estrelado. A luz atravessada as janelas, sombreando os móveis e dando aspectos macabros a eles. Calum, receoso, escutou um ruído que ecoou por toda a casa. Ele estremeceu, mas procurou manter a calma. Quando chegou às portas dos quartos, um estrondo partiu da cozinha. Pelo som, o rapaz imaginou várias panelas caindo. O loiro armou-se com a primeira coisa que encontrou, um guarda-chuva preto, e caminhou pé por pé. Na entrada da cozinha, ele esticou a cabeça porta a dentro para ter visão do cômodo e não encontrou coisa alguma. Estava vazio. As paredes brancas estavam intactas, bem como a geladeira e o fogão. O que lhe chamou a atenção, contudo, foi que os gaveteiros estavam abertos, revirados, e as portas dos armários estavam escancaradas, com o conteúdo que armazenavam espalhado pelo chão. O garoto espremeu os olhos e voltou à sala. Lá, alguém estava de costas para ele, encarando a parede espelhada. Calçava sapatos azuis acinzentados, calças verdes e camisa jeans escura por cima de uma camiseta branca. Calum viu a tudo embasbacado, pois a pessoa usava roupas iguais as suas. Não, não apenas as roupas. A pessoa era igual a ele, como um reflexo. A cópia virou-se e sorriu maliciosamente, piscando em seguida como o próprio Calum fazia. O reflexo do garoto ergueu a mão esquerda em um aceno, revelando uma faca grande empunhada. Atropelando as palavras, o original tentou falar algo.

— Você, quem — falou o rapaz, balançando a cabeça e organizando a sentença mentalmente. Os olhos estavam vidrados no ser surreal que via. — Quem é você?

— Eu sou você — a cópia riu e apertou os dedos, forçando os nós e as juntas. Ele deleitava-se, testando aquele corpo; aquela forma. — Você... não, melhor, EU sou lindo, devo admitir. Não resisti a este corpo. Tão simples, tão fácil.

— Do que você...

— CALE-SE, SEMIDEUS IMUNDO! — o clone rugiu entre os dentes, apontando a faca na direção do outro jovem. Por uma fração de segundo, os olhos da cópia refletiram as íris vermelhas, o que permitiu que Calum reconhecesse-o como seu perseguidor. Parecia ilógico, bobo, mas considerar a possibilidade de tudo ser real deu ao homem uma onda de pavor. A imitação afundou a cara no palmo livre, rindo descontrolado até retomar a compostura. — Sua espécie é a pior. Ficam com o mundo para si, como putas para os deuses — falou, carregando ódio nas palavras — Mas farei bom uso do seu corpo — completou, dando um passo em frente. Em resposta, Calum deu um passo para trás. O clone riu outra vez e continuou, cada vez mais encurralando o loiro na cozinha. O original piscou algumas vezes para tentar acordar do pesadelo, caso aquilo fosse um pesadelo, e a cópia aproveitou para avançar. Em questões de segundos ela estava quase colada no semideus que, em defesa, usou o guarda-chuva para bater em sua imitação; uma pancada de cima para baixo. A imitação usou o braço direito como defesa, erguendo-o em guarda, e o objeto espatifou-se quebrado. Pela expressão do atingido, o golpe surtiu alguma dor, mas nada significativo. O clone rangiu os dentes, raivoso, e usou a mão esquerda para estocar o ombro direto de Calum com a faca. O garoto atacado tentou sair da rota do golpe, mas não foi rápido o suficiente. A ponta da lâmina passou rente à carne e foi se aprofundando conforme o gume crescia até o cabo. Calum gritou e seu agressor riu, riu como havia rido até agora. Ferido e sangrando, o loiro tentou correr, vitimado pelas fisgadas torturantes que cresciam na área do corte. Quando viu a tentativa de fuga, a cópia pegou o menino pelo pulso e o segurou para, em seguida, cravar a faca na coxa esquerda do semideus. Sangrando como nunca, o garoto caiu no chão gritando, enquanto o agressor observava a obra que havia feito. O carpete azul e o piso branco eram empapados de vermelho conforme o sangue escorria.

— Eu podia te comer agora... — o clone falou e lambeu o lábio superior. — Em tantas maneiras diferentes — completou e deu um sorriso sacana, pisando nas costelas do rapaz machucado em seguida.Calum grunhiu por conta da pressão que o pé fazia e escutou um suspiro. A cópia revirou os olhos e pegou seu alvo pelos cabelos, levantando a cabeça do original para ficarem cara a cara. — Mas você já tem um destino traçado, e isso é uma pena — o maníaco falou, dissimulando uma pontada de tristeza. A imitação arrastou sua vitima pelos cabelos até a parede espelhada. O maníaco tocou o espelho e fechou os olhos, murmurando uma prece em grego, e expeliu um pulso magnético; uma onda energética que se manifestou em tudo na casa. Executar aquilo pareceu desgastá-lo, pois ele arfou e exibiu uma expressão cansada, mas não menos sadista e excitada. — Veja, semideus! É chegada sua hora! — exclamou de modo eufórico e afundou a mão na parede, como se os espelhos fossem uma superfície gelatinosa. Pequenas ondas manifestaram-se a partir do punho e o cenário que era refletido modificou-se: agora via-se um mundo construído em rochas cristalizadas, grandes blocos de cristais lilases e espelhados, e pedaços imensos de arenito. O céu e a terra invertiam-se, fazendo com que a parte inferior da imagem exibisse uma imensidão vermelha e gasosa, como uma bruma de sangue, e a parte superior apresentasse o chão de terra escura, batida e árida, como o teto de uma caverna. Pedregulhos de arenito com partes cristalizadas flutuavam dispersos, como ilhas que desafiavam as leis da gravidade, e refletiam cenas diferentes de todos os cantos do mundo, cada qual com uma imagem: alguns mostravam Paris, outros Veneza; viam-se casarões e quartos comuns. Pulando de pedregulho em pedregulho, massas cinzentas observavam o possível jantar. Elas chiaram, sibilaram e abriram bocarras com dentes enormes. — Você servirá de alimento aos meus irmãos e irmãs! — a cópia exclamou, esticando o braço à imagem como se anunciasse o começo de um espetáculo. — Bem-vindo a Antanáklasi, o mundo inverso! — o copiador disse e jogou a faca para longe. O clone agarrou Calum pelas costas da camisa, preparando-se para jogar o jovem ferido espelho a dentro. Porém, momentos antes de isto ser feito, um milagre aconteceu.

Pode ser chamado de milagre, acaso, coincidência ou de um cara em roupas feias aparatando com cuspe na sala de estar, porque foi isto que aconteceu. Calum estava sangrando, contorcendo-se para evitar ser jogado, tentando bater na cópia. O ombro doía e a perna machucada surtia uma sensação pior que a do ombro. As bestas preparavam-se do outro lado do espelho, prontas para o alimento que teriam. Contudo, antes que elas tivessem a fome saciada, um borrão cortou o espaço. Vinha da rua, rápido e corrosivo. Passou pelo vidro da janela como se ele não fosse nada e se grudou à nuca da cópia que soltou o garoto original — agora zonzo pela perda de sangue — e começou a gritar. A pele queimou como se ácido tivesse a tocado. Bolhas ergueram-se no clone e tanto a queimadura, quanto a substância que o queimava, exalavam um fedor horrível.

Calum tentou virar o corpo para ver o que se passava, mas a dor fez com que se movesse pouco. Algo pulou janela a dentro, um borrão ainda maior, e quebrou o vidro que caiu em uma chuva de cacos. A cópia gritou e em seguida correu atrás da faca. As bestas alarmaram-se e se preparavam para saltar, atravessar a passagem que ligava os dois espaços, mas foram frustradas por uma clava coberta por bronze que golpeou a estrutura e estilhaçou o portal. Os pedaços do espelho, grandes e pequenos, caíam no chão. — Besta imunda! — o clone gritou. Munido com a faca, o maníaco correu e tentou açoitar o rapaz do gorro que também fez alguma prece em grego e baixou a cabeça, parecendo estar pronto para receber o golpe. A cópia desceu uma facada para acertar o topo da cabeça do homem que, sorrindo, ficou parado. Da cabeça do recém chegado saíram chifres segundos antes da punhalada. Os chifres cresceram e tomaram proporções alarmantes, além de serem bem afiados. Um dos chifres acertou o pulso do clone que gritou e largou a faca sem sequer acertar o alvo.

— Ultimas palavras? — perguntou o garoto da clava, usando-se de um tom irônico. Calum mal via a cena, estava com a visão turva. Como um trator potente, o homem das roupas feias agarrou a cópia pelos braços e correu com ela, empurrando-a contra a parede da cozinha. O chifre perfurava o braço do copiador gradualmente e, por mais que o clone resistisse, estava sendo vencido. Quando ambos trombaram contra a parede, os cornos do guerreiro afundaram-se no peito da criatura imitadora que grunhiu e desapareceu, desfazendo-se em pó dourado. O homem se ajeitou, alongou os braços e olhou Calum. O salvador estranho caminhou até o rapaz ferido e parecia mancar durante seu avanço. Calum, não sabendo mais no que acreditava, perdeu a consciência. A última visão que teve foi um rosto de traços hispânicos, o rosto do homem da clava, colado ao dele.

6.

Calum acordou na cama, estava um tanto cansado, dolorido. Os olhos encontraram o teto branco. A colcha azul cobria-no do pescoço para baixo. Os sonhos estranhos que tivera na noite passada ainda estavam frescos na cabeça dele: um homem estranho; uma cópia sua; espelhos. O loiro espreguiçou-se e sentiu o ombro e a coxa fisgarem. Arregalando os olhos, eles destapou as pernas e viu que os lençóis estavam sujos de sangue. Ele estava com ataduras, tanto na perna, quanto no tronco desnudo. O garoto começou a hiperventilar, descontrolado, pensando no que havia acontecido. Apesar da situação em que se encontrava, a atenção do loiro foi atraída por três batidas na porta. Girando um anel estranho que usava no dedo indicador, lá estava ele: o hispânico. Ele entrou sem falar palavra alguma e Calum seguiu-o com os olhos.

— Oi — o hispânico falou de calmo tempos depois. — Quer café? — perguntou, mas não teve resposta. — Acho que 'cê não quer, né?

— Quem... quem é você? — o loiro perguntou, confuso.

— Pode me chamar de Hol.

—  Por que você está aqui? — ele perguntou, desconfiado. Hol suspirou e sentou no chão, com as costas apoiadas na parede e os braços sobre os joelhos. Parecia que já tinha um discurso ensaiado, algo que já havia contado antes. Ele explicou algo fantasioso sobre um mundo em que monstros existiam, bem como os deuses gregos. Neste mundo, os deuses tinham filhos com os humanos mortais e estes filhos eram chamados de "semideuses", além de algo sobre ser um protetor. Quando Calum escutou aquilo, a lembrança de seu clone tratando-o por "semideus"surgiu de modo involuntário. Aquilo não fazia sentido para Calum, que ponderava sobre o assunto. O garoto percebeu que, na verdade, nada fazia sentido. Nem a história, nem ser quase morto por um gêmeo mau.

— E aquela coisa... O que era aquela coisa? — o semideus perguntou.

— Um Duplo.

— Duplo?

— São monstros que roubam formas, quase como metamorfos. Eles tomam o lugar de quem roubam, como ia fazer com você — Hol contou como se fosse algo normal; cotidiano.

— E você espera que eu acredite nisso tudo?!

— Sinceramente? Não de primeira — ele respondeu de modo franco. Puxou um maço de cigarros do bolso e pegou um dos cigarros, acendendo-o com um isqueiro. De propósito, tirou as botas que calçava chutando os garrões dos calçados. Calum boquiabriu-se quando viu que Hol tinha cascos no lugar dos pés.

— SEUS PÉS! — gritou e se arrependeu por isso, pois uma fisgada de dor surgiu.

— Meus pés! — Hol falou, imitando o semideus com um tom de falsa animação. A voz estava abafada por conta do tabaco que tragava.

— São cascos!

— É, eu falei que existia esse tipo de coisa...

— Mas não disse que VOCÊ era uma coisa! —  o garoto enfatizou bem a palavra "você".

— Ei, ei. Coisa não. Sátiro.

Após isto, os dois ficaram em silêncio encarando um ao outro. Hol fumava com uma expressão tão serena que se podia acreditar que Buda havia reencarnado e estava usando o corpo do cabrito para meditar. A mente de Calum pensava e tentava juntar as peças. Era ilógico, mas até que se encaixava. Nunca havia conhecido a mãe e duvidava que o pai fosse algum deus. A mãe havia morrido quando ele era muito pequeno, pequeno o suficiente para não se lembrar dela. Contudo, ele via fotos dela pela casa e elas faziam com que Calum discordasse da possibilidade de ela ser uma deusa. Nas fotos que vira, o loiro enxergava uma mulher bonita, mas comum. Às vezes posava com o pai, às vezes sozinha e até mesmo, às vezes, com um bebê. Quando Calum tentava conversar com o pai sobre ela, o assunto era desviado e ele notava que o tópico era doloroso para o velho. Em virtude disso, o semideus conformou-se ao longo do tempo. Toda aquela informação, aquela duvida, enchia o peito com uma sensação estranha. Duvidar de sua própria vida era difícil, machucava.

— Sabe, eu sei que pode ser complicado — Hol falou, balançou a cabeça em negação logo que disse e corrigiu a frase. — Eu sei que é complicado, sério. Mas quanto mais cedo aceitar a verdade, mais fácil será.

— Não! — Calum protestou, desolado. — Não pode ser verdade.

— O.k. Me dê uma explicação para você ter sido quase morto por você mesmo, ter encarado um portal dimensional e meus pés serem cascos — o sátiro falou de modo impassível. Puxou o cigarro da boca e soprou a fumaça. O loiro abriu a boca para falar algo, tentar bolar uma desculpa, mas não conseguiu coisa alguma. Os olhos encheram-se de lágrimas e, sem motivo algum, ou com todos os motivos do mundo, ele começou a chorar. Chorou como se fosse uma criança pequena. Afundou o rosto nas mãos e ficou lá, sentado na cama, chorando. Após um tempo, sentiu o colchão afundar e um braço ser posto ao redor dos ombros. O cheiro do tabaco era tão forte que arrumava espaço forçosamente nas narinas do rapaz. Contudo, ele não se importou. precisava ser um abraço e deixou o sátiro abraçá-lo. Viu Hol de relance. O hispânico encarava-o.

— Calma, calma. Dá pra resolver. Pensa que, pelo menos, 'cê vai conhecer sua mãe — ele disse, tentando consertar as coisas. Em uma resposta rápida, uma espécie de símbolo holográfico apareceu na cabeça do menino. Uma pomba branca girava de modo lento. O sátiro arqueou as sobrancelhas e riu. Uma risada silenciosa. Calum não o escutou, mas pode sentir o corpo do homem chacolhando. — Ela sempre adora entradas dramáticas — ele comentou e Calum franziu o cenho, confuso. — Sua mãe. Ela está dando oi.

— Minha mãe? — perguntou, não entendendo.

— O símbolo — o sátiro falou, indicando-o com o queixo. O sinal se enfraquecia, perdia-se no ar como se fosse fumaça. — É o símbolo de Afrodite.

7.

Os dois saíram do quarto mais tarde e passaram pela sala. Calum viu os estragos, as manchas de sangue e as paredes quebradas. Os cacos estavam no chão. O loiro olhou aquilo tudo e pensou em como explicaria para o pai. Pensou aonde, diabos, havia se metido o homem. Como resposta, encontrou um papel caído, um bilhete. O garoto agachou-se e o pegou, lendo-o:

"Vou dormir na Deb.
Não me espere acordado.
Com amor,
papai"


Calum riu. O homem ainda insistia para que fosse chamado de papai. Além da risada, alegrou-se, pois o velho escolhera a melhor noite para ir dormir na casa da namorada. Após o pensamento, outro surgiu na mente, uma lacuna, e ele gritou a Hol que estava na cozinha.

— Estranho que ninguém apareceu ontem, apesar do barulho.

— Eles apareceram. Vários: vizinhos, a polícia — o sátiro falou, saindo da cozinha com uma maçã. Encheu a boca com uma mordida e continuou encarando o menino. — Eu dispensei eles.

— Dispensou? — Calum falou, não acreditando muito. Porém, logo que disse, pensou que não tinha motivos para não acreditar em Hol.

— É. A névoa. É algo fácil quando se pega o jeito — o bode falou como se fosse a coisa mais normal e esclarecedora do mundo, mesmo que não fosse. Outra pergunta surgiu na cabeça do filho de Afrodite que mancava até o sofá, agora vestido com seu pijama azul e branco.

— Na agência.... — o semideus começou a falar, chamando a atenção do hispânico. — Como fez para desaparecer?

— Eu nunca estive lá — o hispânico respondeu, dando de ombros.

— Nunca?!

— Não fisicamente, ao menos —  Calum franziu o cenho para a resposta, visivelmente confuso. Hol ergueu a mão em resposta e mostrou o anel que usava, uma peça estranha e colorida. Em seguida, o sátiro baixou a mão e nada disse, como se, novamente, apenas aquilo respondesse todas as perguntas. Cansado, o loiro apenas balançou a cabeça e se sentou. Hol sentou-se ao lado dele.

— Eu não sei o que eu faço agora — o jovem modelo falou com uma pontada sincera de tristeza na voz.

— Você pode vir comigo — o hispânico disse, em resposta. Havia terminado a maçã, comido inclusive o talo. — Ou melhor, você deve vir comigo.

— Ir com você?

— Agora que foi reconhecido por Afrodite, é bem simples te apontar como semideus. Os ataques vão apenas crescer e não vão ser só os Duplos — ele falou, gesticulando. — Lestrigões, ciclopes, dracaenae. Toda a corja do Tártaro está solta pelo mundo. Não digo que todos são ruins, mas a maioria é. Você precisa aprender a se defender. Precisa de segurança... e eu tenho um lugar que oferece os dois — ele terminou, encarando Calum fundo nos olhos. A maioria dos nomes não fazia sentido algum ao jovem, mas ele não fez menção de citar tal fato.

— Que lugar?

— O Acampamento Meio-Sangue! — ele falou com um sorriso no rosto. Os olhos brilharam de modo juvenil e Calum pensou que, pela empolgação do rapaz, devia ser um lugar ótimo. Os dois ficaram parados: Hol fumando e Calum decidindo o que fazer da vida.

Após tudo que passara, o semideus sabia que não era mais uma criança em busca de diversão. Pelo o que parecia, a diversão encontraria-o por conta própria, sem esforço algum.

Anedotas e considerações finais:

1. Desejo ser reclamado por Afrodite, pois venho bolando algo já há algum tempo e, caramba, é Afrodite.
2. Espero que eu tenha esclarecido o necessário para o entendimento, mesmo que alguns vários pontos tenham sido pouco tocados, ou não tenham sido completamente explicados (ex.: anel do Hol, o pai de Calum, a namorada do pai). Foi proposital e, sei lá, não havia a necessidade de serem explicados agora.
3. Eu dei uma pequena mexida nos Duplos, acrescentando algo aqui e acolá para criar uma atmosfera de terror (ou tentar, desculpa se não deu). Olhos vermelhos são legais e eles são metamorfos, podem trocar de formas e tal. Sei lá, me julguem. É um país livre.
4. Espero que eu tenha eliminado todo e qualquer erro de gramática, pontuação e acentuação. Se eu não o fiz, foi mal ai.
Calum Ross
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Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por Sadie Bronwen Sex 05 Fev 2016, 11:59

Yuki Maru


Oi, Yuki! De cara, o que se percebe no seu texto é a questão de virgulação: você utiliza períodos extremamente longos, com as vírgulas nos locais inadequados - ora faltando, ora sobrando algumas. Isso dificulta muito a leitura, quebra a fluidez e fluência e, adicionalmente, deixa o texto confuso - pontuação é algo extremamente importante para o entendimento do texto e, em alguns casos, pode mudar completamente o sentido do que esta sendo dito. Se fosse em apenas uma ou outra frase, seria aceitável, mas é algo frequente.

Outros erros de digitação apareceram também, mas creio serem mais por falta de revisão, assim como algumas coisas de concordância (puro libido/ pura libido - libido é uma palavra do gênero feminino, então, a concordância deve seguir isso).

Na batalha, o texto ficou extremamente confuso, com partes repetitivas/ desestruturadas, como este trecho:

Ela sentia o desespero do jovem Yuki e o perseguiu até a Igreja. Atrás do alta, Yuki, parecia rezar e a Hydra furiosa corria destruindo diversos pilares da Igreja. A Hydra atingia Yuki em cheio, seu corpo se quebrava e sua imagem era uma perfeita pintura feita pelo padre Lienel, aquele que ensinou Yuki a gostar de arte e os ataques da Hydra trouxeram como consequência a fragilização da estrutura de toda a Igreja. Yuki notava a ação do monstro e corria para fora da Igreja buscando se esconder dentro da floresta enquanto toda a Igreja desabava em cima do monstro.

Neste pequeno trecho há os todos os aspectos que abordeu antes, com o adicional da confusão: o que a hidra (minúsculo, com "i")acertou? Como o semideus escapou sem nenhum problema? (Como não há detalhes, o que se imagina é que um monstro deste tamanho não teria dificuldade nenhuma de ignorar o desabamento - e, como localizam semideuses pelo olfato - poderia continuar a perseguir o semideus).

Outros detalhes são importantes: Você quase não fala sobre a reação do semideus - ele descobriu nos sonhos ser filhod e Hipnos ou o padre contou o que ele era? Como ele reagiu? Note que em momento algum você cita a reclamação dele - algo obrigatório e que automaticamente anula a ficha.

Outros pontos: Semideuses na Europa possuem mais dificuldades, dado que o local é mais perigoso a eles e os deuses estão mais distantes, então, como foi a vida do personagem antes? Nada além dos sonhos? Os enviados fazem sim sentido, mas mesmo neste ponto faltou detalhamento: como levaram ele? Quanto tempo durou a viagem? Mesmo que só enha acordado no Acampamento, neste caso qual a reação sobre isso?

Lembre-se de que o avaliador não sabe o que você planejou ao personagem, dependemos unicamente do que está escrito. Outro ponto: Como pretende levar o personagem para o Acampamento, você podepostar nas atividades internas (como arenas, escalada e etc) mesmo sem ser reclamado, mas não poderá usar presentes de reclamação nem poderes - você treinaria como um humano comum. Além de poder adquirir xperiência, auxiliaria na escrita ao receber dicas de outros avaliadores. Utilizar um corretor ajuda a minimizar certas falhs, bem como ler em voz alta o próprio texto pode ajudar a identificar as pausas - e, se feito com atenção - serve de revisão.

Você tem boas idéias (como a concepção no sonho) mas peca no desenvolvimento.

Então, pelos motivos apontados, reprovado.





Max King


Max, encontrei algunserros, que não são tão graves mas são repetitivos, então, necessitam de atenção (uma ou outra palavra sem acentuação adequada; falta de espaçamento na pontuação - em especial entre o travessão e a fala em si). Alguns erros de concordância (a luz do sol ofuscava - luz é singular e na frase é com ela que o verbo deve concordar). Outro erro (bem comum, mas um pouco mais chato): não se usa "o mesmo" como sinônimo de pronome. Por exemplo, aqui: "Quando estava saindo Kurt disse que iria comigo, falei para ele curtir o sábado, mas o mesmo disse que não iria me deixar voltar sozinho." Caso ficasse repetitivo, então, seria necessário uma reformulação (e neste caso existem várias possibilidades). Erros similares apareceram em outros trechos (conjugação errada de um verbo, falta de pronome em uma frase, etc). Aqui, outra frase estranha (pela ordem das palavras): "Agora era vida ou morte. Mais um ataque vertical foi aplicado pela mulher, eu desviei e sua espada ficou presa no metal por algum tempo do deposito de lixo."

Em um trecho você trocou o tempo da frase - cuidado com isso, porque se narra no passado, deve tomar cuidado para manter assim, não ficar oscilando. Mais especificamente, foi essa frase: "Daqui para frente tudo era possível, eu acho."

Aqui, uma dica: cuidado com diálogos. Pense nos textos que lê; raramente são colocadas apenas as frases. Como o personagem está enquanto fala? Como era seu tom de voz? Seus gestos? Ele tem algum maneirismo? Isso deixa a narrativa mais dinâmica e evita aqueles blocos de texto separado entre narrativa/ fala. Por exemplo (incrementando sua própria narrativa):

"Já estava preparando as minhas desculpas quando Kurt foi até a minha avó e falou com ela em um tom mais baixo, mas mesmo assim eu ouvi:

— Clarisse, chegou a hora. Nós temos que falar.
— Do acampamento? - Ela franziu o rosto, preocupada
— Sim, eu prometi que só falaria do acampamento se te avisasse antes. E estou te avisando. - Kurt parecia mais calmo e sério do que de costume, falando com ela com uma intimidade que nunca demonstrou antes.
— Mas por que agora? - Ela ainda parecia não aceitar, sua voz estava trêmula.
— Max foi atacado hoje, por sorte eu estava com ele. Na verdade foi ele que cuidou de quase tudo sozinho. - Eles se encararam em silêncio por um momento, mas Kurt parecia decidido.

Minha avó então olhou para mim, não sabia o que ela sentia no momento."

Outro ponto, sobre organização: ou você pula as linhas entre todos os parágrafos (o que é mais indicado, deixa a aparência mais limpa e facilita a leitura) ou não pula em nenhum, mas não faça isso de forma aleatória como fez (lembrando que cada travessão, cada fala, também é um novo parágrafo).

Não vejo nesses erros motivo para reprovação: ao todo, a história foi coerente, coesa e a leitura fluiu relativamente bem. Apenas tome cuidado no futuro, pois isso certamente interferirá em outras avaliações.

No mais, reclamado como filho de Apolo!





Callum Ross


Não tenho muito o que dizer aqui (no máximo, você esqueceu algumas pontuações, ao alternar entre diálogo e narrativa, e a troca de minúscula/ maiúscula no mesmo caso). Dos pontos: não há problemas em alteraçoes que sejam explicadas, quando interferem em jogabilidade/ avaliação. No mais, bom equilíbrio entre desenvolvimento e descrição necessários para reclamação (adorei o sátiro!), e trama.

Reclamado como filho de Afrodite.

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Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por Justin McCain Sex 05 Fev 2016, 19:45

Ficha de Reclamação
para filho de Nêmesis



Por qual deus quer ser reclamado?

Nêmesis, a deusa da justiça e da vingança.

Perfil do personagem:

Psicológico:
Justin é agressivo e de caráter tortuoso na maior parte do tempo. Afirma que a justiça não existe e, por ter sofrido desde muito cedo, é revoltado e busca vingança. Culpa a mãe por tê-lo abandonado com um pai descontrolado e aprendeu sozinho a se defender dos mais fortes, ao mesmo tempo que passou a ser bruto com os mais fracos, a exemplo de seu pai.

Físico:
Cabelos loiros, olhos selvagens e escuros, sorriso maldoso e pele bem branca. É magro e alto, 1,79m, mas mais forte do que aparenta ser, esguio e rápido.

História do personagem:

É tarde, já passa da meia-noite quando passo pela surrada porta de madeira. Está tudo escuro, mal iluminado e o fedor azedo faz minhas narinas arderem. Eu odeio esse lugar, mas não tenho onde passar à noite, então acabo voltando.

— Moleque! A casa está um lixo! — Ele tinha a clássica voz engrolada dos bêbados. — E você vai limpar tudo!

Merda... Eu me pergunto o que fez esse gordo alcoólatra ter um filho se iria tratar-me assim. Suspeito que tenha a ver com a minha mãe, afinal ele reclama dela todos os dias. Seja como for, mais uma vez decido por ignorá-lo e seguir para o cubículo que chamo de quarto enquanto ele esbraveja, tenta se levantar e falha miseravelmente caindo no chão, todos os dias a mesma coisa. Todos os dias sinto aumentar o ódio pelo homem que deveria chamar de pai. Justiça não existe.


Acordei num sobressalto, encharcado de suor. Nem depois de deixar aquele antro as lembranças iam embora, era como viver num maldito replay de tudo que queria deixar para trás.

Havia fugido de minha casa no Kansas havia... céus, eu nem me lembrava mais. Tinha passado por diversos lugares, roubado e ameaçado sabe-se lá quantas pessoas no caminho e adquirido uns bons cortes e escoriações fugindo de caras do governo que queriam me levar para o reformatório.

Tudo que eu tinha para me defender era uma faca mal afiada e minha cara de pivete perigoso de rua que eu havia aprendido a exercitar. Não fazia ideia de para onde estava indo, apenas seguia o que meus instintos me mandavam seguir.

Tudo estava indo bem — bem até demais, ah, se eu soubesse — até eu chegar em Nova Iorque. Tinha conseguido uma faca nova (não me pergunte como eu consegui, ok?), então sentia-me um tanto mais seguro. Esse foi o meu erro.

O Sol tinha acabado de nascer quando as duas apareceram. Duas mulheres lindas de camiseta e saião florido surgindo à "porta" do meu beco isolado com sorrisos nem um pouco inocentes. Não podia imaginar o que queriam, mas, como eu imaginava, não era coisa boa.

— O que vocês querem? — Perguntei rispidamente, tão ameaçador quanto uma voz engrolada de sono saindo de um rapaz descabelado pode soar.

O que se seguiu foi a coisa mais estranha que eu já tinha visto até então. Antes que eu percebesse, a mulher da esquerda golpeou minha faca para fora de minha mão e me chutou bem no meio do peito, causando uma dor bastante inesperada.

Chutou não é bem a expressão correta. Na verdade ela me deu uma rabada ou sei lá como se chama quando uma serpente chicoteia a cauda em alguém. Por debaixo das enormes saias floridas, viam-se corpos de cobras, o que explicava o fato de elas deslizarem em vez de andar.

— Vocccccccê é o que queremossss! — Ambas sibilaram ao mesmo tempo, revelando línguas bifurcadas e aproximando seus corpos híbridos cada vez mais.

Elas tinham garras, notei, e apesar de carregarem grandes lanças às costas, não faziam uso delas. O espaço nesse beco é pequeno demais, pensei comigo mesmo, tentando inventar uma maneira de recuperar minha arma.

Acabei resolvendo fazer o impensável. Utilizando-me do elemento surpresa, mergulhei entre elas para causar-lhes espanto e recuperar minha faca. Como isso deu certo? Honestamente eu não sei. Era como se eu tivesse certeza que aquela era a única tática de batalha que daria certo, e eu tinha certeza que não havia aprendido isso na rua.

Já com a faca na mão, voltei-me para elas e fiquei de costas para o resto da cidade. Em algum lugar do meu subconsciente pensei em como ninguém tinha visto as mulheres-cobra se aproximarem. Será que não havia uma única pessoa que enxergasse aquilo?

— Vocccccccê é um ssssssemideusssss esssssperto. Massss não essssscapará da morte, filho dosssss deusssseeeeessssss!

Elas partiram com tudo para cima de mim, mas ainda sem as lanças. Instintivamente desferi dois arcos longos com a faca, ferindo-as nos braços e fazendo jorrar um líquido bastante estranho de suas feridas. E aí eu saí correndo.

O sangue pulsava forte em minhas veias, meu coração batia tão forte que eu o ouvia mais do que o som dos carros na agitada Nova Iorque. Nunca, desde que tinha passado a viver na rua, eu tinha golpeado alguém. Tinha aprendido bem demais a ameaçar e impor medo às vítimas de meus furtos, mas nunca tinha precisado ferir.

Valores? Não, nenhum. Eu só não queria o risco de aumentar minha pena caso os tiras me pegassem. Porém, a sensação que senti ao golpear as mulheres-cobra foi como se de repente eu estivesse funcionando verdadeiramente. Como se uma parte importante de mim tivesse passado minha vida inteira desligada e agora finalmente havia despertado.

Precisei interromper meus pensamentos quando achei um carro antigo estacionado numa rua isolada. Lá estava eu outra vez, repetindo o processo de acertar o vidro não blindado do velho Chevrolet, empurrar a ponta da faca na ignição e sair a toda velocidade possível para o próximo destino — que eu não sabia qual era. A diferença foi que, dessa vez, cometi um atropelamento.

Semideus, filho dos deuses, mas o quê? Minha mente girava. Mal consegui crer que roubara o carro a tempo, o fedor do hálito ácido delas ao me jurarem de morte ainda fazia minhas narinas arderem, mas eram as palavras que me intrigavam.

Como era possível que eu fosse um filho dos deuses? Do que elas estavam falando, afinal? Ao mesmo tempo, depois de ver aquelas coisas me seguindo — e, por sinal, elas continuavam deslizando atrás de mim, criando um caos entre os veículos —, nada mais poderia ser irreal.

Cheguei a uma estrada mais isolada. Estava me afastando da cidade de Nova Iorque. O rio corria ao meu lado e a selva de pedras ia dando lugar à vegetação. As mulheres-cobra empunhavam suas lanças agora e se aproximavam do carro cada vez mais... Ou, eu tinha esquecido um pequeno detalhe.

— Ah, não... Não! — Claro, num mundo onde há monstros humanoide-ofídicos que me perseguem e me chamam de semideus, um problema trivial como a falta de gasolina não deveria existir!

O carro ia ficando mais lento. Ver o velocímetro cair juntamente com o nível de gasolina acabava com minha animação, mas eu precisava cair fora dali logo. As criaturas sibilavam atrás de mim com olhar faminto e cheio de ódio. Eu não podia esperar mais.

Com o carro ainda em movimento, me atirei para fora com a adaga na mão e rolei perigosamente antes de conseguir me erguer e correr. Nunca corri tanto em toda a minha vida, mas eu sabia que estaria morto se parasse.

O chão de terra foi ficando apinhado de folhas secas e galhos caídos, ao meu redor as árvores ficavam cada vez mais numerosas. Nada, porém, impedia as criaturas de se aproximarem.

Eu já estava ao alcance delas quando senti o impulso de me virar e golpear. Bem a tempo, pois duas lanças estavam preste a serem cravadas em minhas costas. Me senti como aqueles ninjas que se defendem sem precisar olhar o ataque, embora eu não fizesse ideia de como desenvolvera um reflexo tão bom.

Tornei a correr, mas agora não conseguia tomar muita distância. A todo momento precisava desviar e atacar, ainda que já tivesse recebido uns dois ou três cortes nas costas, que ardiam terrivelmente. E como se não bastasse, o solo ficava cada vez mais íngreme! Parabéns, esperto. Você tá fugindo de monstro velozes subindo uma montanha, eu me xingava mentalmente.

O ar foi ficando mais quente, o que me fez concluir que as mulheres-cobra estavam fungando em minha nuca. Provavelmente só não tinham me matado ainda devido à diversão que seria me ver morrer de exaustão. Arrisquei um olhar para trás e... elas ainda não tinham me alcançado.

De onde viria aquele calor, então? Ouvi o som das lanças cortando o vento e dei um salto para frente, me livrando por pouco de ser fincado ao chão, mas não escapando de um corte profundo no tendão do tornozelo, o que me fez desabar.

Se eu fosse um semideus, como elas disseram, eu só esperava que minha fraqueza não fosse naquele tendão, igual Aquiles. Me pus de pé com dificuldade, me sustentando no outro pé, mancando de costas para continuar subindo, desferindo arcos descoordenados com a faca na tentativa de me manter vivo.

Minha visão começou a escurecer e meus dedos das mãos ficaram dormentes. Mal consegui resistir quando uma das monstras jogou minha faca longe, sorrindo com desdém. Era isso. Era o fim.

Tentei dar mais alguns passos, mas a dor lancinante me enfraquecia mais e mais. As criaturas apontaram suas lanças diretamente para o meu peito e duas flechas passaram dos lados de minha cabeça, acertando-lhes o peito e fazendo-as instantaneamente se desfazerem um fedorento pó amarelo.

E não vi mais nada.

* * *

Acordei num cômodo estranho com paredes cheias de vinhas, uma máquina de fliperama do Pac-Man, máscaras de teatro da Grécia Antiga, uma garotinha de cabelos castanhos e olhos verde-mar, e uma cabeça de leopardo que agarrava salsichas no ar, jogadas por um cara metade homem, metade cavalo.

— MAS QUE... Que lugar é esse? — Me sentei assustado, o que foi um erro terrível, pois minha cabeça quase explodiu de dor.

— Boa noite, Justin McCain. — O homem-cavalo disse calmamente. Como era o nome correto mesmo...? Centauro. Ai caramba, tinha um centauro na minha frente!

— Como sabe meu nome? Quem é você?

Ele sorriu de maneira piedosa, como se já tivesse passado por aquilo várias vezes. E ele disse "Boa noite"? Quanto tempo tinha dormido?

— Estávamos esperando por você. E, bom, nosso oráculo se encarregou de vislumbrar seu nome, já que você demorou a acordar.

Franzi o cenho. Oráculo?

— Não respondeu minha pergunta.

— Este lugar é o Acampamento Meio-Sangue. Único lugar seguro para os filhos dos deuses gregos, os semideuses. Justin... Você é um semideus. Seu pai ou sua mãe é um deus ou deusa do Olimpo.

Fui tomado por uma onda de ódio. Com certeza aquele velho bêbado no Kansas não era um deus grego, então... minha mãe era? A mesma que me largou com aquele louco? A mesma que nunca foi atrás de mim?

— Que espécie de brincadeira é essa?! — Meu coração martelava meu peito de maneira dolorosa. Odiosamente dolorosa. Me levantei, ignorando os pontos pretos diante de meus olhos. — Está me dizendo que minha mãe é uma deusa grega?! MAS QUE MERDA É ESSA?

O centauro fechou os olhos, novamente de maneira piedosa, e suspirou fundo. Eu estava ofegante, tomado de ódio e de uma sensação que havia muito tempo eu me proibira de sentir: vontade de chorar.

Eu tinha ódio da misteriosa mulher que era minha mãe. Ali, na frente daquele centauro, ouvir que ela era uma deusa grega aumentava tanto a injustiça do abandono que eu me sentia novamente como uma criança maltratada por um louco, enquanto todos os coleguinhas da escola corriam para a mãe com desenhos e presentinhos.

— Justin, eu entendo a confusão que isso deve gerar em sua cabeça. Mas é a verdade. Sua mãe, pelo que diz, é uma deusa, assim como os deuses dos mitos antigos. Bom... Não são mitos. Os deuses ainda hoje existem e tem filhos. Você é um deles. O acampamento é um refúgio para vocês, cada um em seu lugar. Um chalé para cada deus. E eu sou Quíron, o mentor destes heróis.

— DANE-SE QUEM VOCÊ É! — Esbravejei. Talvez não estivesse sendo justo com o mentor, mas e daí? Desde quando justiça existia em meu mundo? — Se está me dizendo que minha mãe é uma deusa grega, quer dizer que ela tinha poder suficiente pra ir me ver pelo menos uma vez em toda a minha vida! Ela podia estar perto! Podia ter me trazido pra cá ao invés de me largar com um bêbado imundo que deveria ser meu pai!

Quíron tinha um olhar assustado. Eu continuava gritando mil blasfêmias sobre a ausência da tal deusa quando percebi que estava envolto numa aura vermelho sangue. Alarmado e agora calado, olhei ao meu redor e acima de mim, notando uma figura holográfica de roda defeituosa. Faltava uma seção no formato de uma fatia de pizza.

O centauro "ajoelhou-se" respeitosamente em minha frente e me olhou de maneira alarmada, como se aquela incômoda luz vermelha e o estranho holograma fossem um perigo para o mundo.

— Ave, Justin McCain. Filho de Nêmesis, a deusa da justiça e da vingança.

Deusa... da justiça? JUSTIÇA?! Só podia ser brincadeira! Tinha que ser brincadeira! Era um truque de mágica, qualquer coisa! Aquilo não podia ser real, era o cúmulo da ironia com tudo que eu havia passado!

De repente, a garotinha de olhos verdes (que tinha uma cara de "sou criança, mas não mexa comigo") chamou o centauro, preocupada:

— Quíron... Nêmesis? Tem certeza? Não não temos nem mesmo um...

— Quieta, criança!
— Quíron alertou. Não tinham nem mesmo um...? O quê? Ele ficará no chalé XI.

— O que é chalé XI? O que vocês não têm? E qual é o problema com Nêmesis, além de tudo que ela me causou, é claro?

A garotinha e o centauro se entreolharam e travaram uma discussão silenciosa. Por fim, Quíron deve ter decidido que eu saberia o que era mais cedo ou mais tarde, então era melhor contar logo.

— Justin... É que nós... não temos um chalé para Nêmesis...

Senti como se tivesse engolido um tijolo. Se não havia um chalé para Nêmesis, não havia chalé para mim e nem havia outros filhos de Nêmesis no acampamento? A vontade de chorar retornou e lutei com ela outra vez, mas eu estava começando a perder. Minha voz embargou quando busquei a certeza.

— Então... Eu estou sozinho? É isso que você está me dizendo? Tem lugar para todos, cada um em seu lugar, mas não tem lugar pra mim? É isso...? E você diz que Nêmesis é a deusa da justiça?! É assim que ela é justa com os filhos dela?

Nenhum dos dois sabia como me responder. Quíron pareceu intimidado por meus questionamentos, envergonhado talvez. Ele não tinha resposta. Eu era um filho da justiça que havia sido injustiçado a vida toda e continuava sendo!

Eu não pertencia àquele lugar. Tinha ido parar lá instintivamente só para ter mais uma decepção! Sem me deter nem mais um minuto, saí em disparada daquela sala, pegando meu casaco, pendurado numa cadeira, no caminho.

Ao sair, vi-me diante de um casarão grego enorme em branco e azul bebê. Uma fogueira queimava no meio de um conjunto de construções um tanto singulares — os chalés —, uma paisagem incrível podia ser vista, e um dragão indicava a saída do acampamento, envolto num pinheiro enorme.

Meu coração foi completamente tomado pelo ódio. Lágrimas queimavam meu rosto enquanto eu caminhava decidido para fora, jurando que jamais voltaria ali, a menos que fosse para destruir tudo e acabar com a injustiça dos deuses. Eu me vingaria. Me vingaria de toda a tristeza que foi minha vida.

Quíron chamou os semideuses de heróis. A história sempre é contada do ponto de vista dos heróis e dos "mocinhos". Eu estava absolutamente decidido a mudar isso. Eu seria um vilão. E começaria destruindo minha mãe.


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Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por 117-ExStaff Sáb 06 Fev 2016, 12:25

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Ficha de Reclamação

Mensagem por Diovana Rodrigues Sáb 06 Fev 2016, 13:18

▬ Por qual Deus você deseja ser reclamado? Caso não queira ser um semideus, qual criatura mitológica deseja ser?

Gostaria de ser reclamada por Atena.

▬ Cite suas principais características físicas e emocionais.


 Sou baixa e magra, com apenas 1,51 m e 42 quilos. Meus cabelos são castanhos e ondulados, com mechas cor-de-mel. Pele branca como papel, pois detesto ficar ao sol.
 Muito perfeccionista, realista e franca. Gosto de ajudar e participar de tudo, mas nunca fui do tipo que tenta se enturmar em um grupo. Quando me conhecem, vêem que sou um pouco explosiva, mas determinada, alegre e uma amiga leal.

▬ Diga-nos: por quê quer ser filho de tal Deus - ou ser tal ser mitológico?


 Pois tenho semelhanças com a deusa. E, mais que isso, Atena é a deusa que considero mais importante, pois acredito que a sabedoria e a inteligência são a chave para o desenvolvimento da espécie humana

▬ Relate a história da sua personagem - não haverá um limite de linhas definidos, deixe a sua criatividade fluir.

    Minha vida nunca foi muito normal, mas eu a adorava. Meu lar era um trailer, e minha cidade era aquela em que estava naquele dia. Tinha aulas particulares com o homem mais brilhante que já conheci, e que também era a causa dessa vida conturbada – Nicola Rodrigues, o grande astrônomo, ou como eu o chamava: pai.

    Ele escolhera viver assim pois o trabalho exigia muitas viagens, além de ser bem mais divertido que um apartamento. Íamos juntos para qualquer lugar que fosse, independente se para uma pesquisa financiada pela própria NASA, ou se para uma pescaria no lago. Minha mãe... não cheguei a conhecê-la, mas meu pai vivia falando dela, sempre com aquela cara de adolescente apaixonado. Dizia que os dois haviam se conhecido em Cambridge, no estudo de um novo corpo celeste (tem como ser mais romântico?). Foi paixão ao primeiro cálculo, e eu fui concebida. Mas infelizmente meu nascimento teve um preço alto, pois ela morreu durante o parto – ou pelo menos era isso que ele me contava.

    Quatorze anos haviam se passado e tudo parecia bem, mas aí as coisas ficaram esquisitas. No dia do meu aniversário, escolhemos comemorar voltando a Nova Iorque, a minha cidade natal. Como deixei o lugar ainda muito nova, nunca tinha ido ao Central Park, e decidi que queria conhecê-lo. Chegamos ao parque. Coloquei meu velho casaco de moletom azul por cima de qualquer blusa que estava vestindo e prendi meus cabelos do jeito rápido habitual. O único "acessório" que me veio à cabeça foi meu livro, o qual não saía do trailer sem.  O dia estava ameno e convidativo, o sol pálido sendo ofuscado por nuvens esparsas. A primeira coisa que notei ao entrar no parque, foi a criatura muito estranha empoleirada em uma das árvores. Ela era como uma típica ave de rapina, tirando o fato de que tinha o busto e o rosto de uma mulher. Estava grasnando e batendo as asas vermelhas, incomodada com algo. Olhei para o chão perto das raízes da árvore e logo entendi o porquê da agitação. Havia uma garota de pele e cabelos verdes, tentando enxotar a ave. O mais estranho de tudo era que nenhuma das muitas pessoas que estavam ali parecia notá-las, o que me deixou terrivelmente incomodada. Afinal de contas, será que em Nova Iorque isso era comum? Fiquei estática, encarando a estranha cena.

— E aí, filha – papai disse ao meu lado, olhando o chão — Está com fome? Acho que por aqui está bom para estendermos a toalha. 

   Mal escutei o que ele havia dito — É, ótimo. — Respondi atônita.

— Olá, Terra para Diovana! — ele acenou na frente do meu rosto, e depois se virou para a direção em que eu estava olhando. — Nossa, que estranho.

— Isso! — disse com entusiasmo — Então você também está vendo?

— Claro que estou. Porque a garotinha está discutindo com o pardal?

    Garotinha, pardal... Então era isso que ele estava vendo? Não entendi nada, e continuaria inquieta até descobrir o que estava acontecendo. Odeio mentir, mas inventei que havia visto um local muito melhor para o piquenique. Apontei para o lugar mais distante possível e ele foi, me deixando livre para falar com as criaturas. Fiquei um pouco insegura, mas já estava observando o comportamento das duas a algum tempo, e  achei que não apresentavam ameaça – a partir deste dia, comecei a repensar minha suposições. Fui até elas tentando parecer calma, e no mesmo instante as duas pararam me fitaram em total silêncio. Novamente: terrivelmente incômodo. Olhando de perto, podia ver que que os cabelos da garota eram feitos das mesmas folhas da árvore, e que a ave era muito mais feia.

— Oi — serrei meus pulsos dentro dos bolsos do casaco, como sempre faço em momentos de nervosismo — O que está acontecendo? Posso ajudar.

    Sei que não foi a abordagem mais sutil, mas sou de ir direto ao ponto. Elas continuaram imóveis, exatamente do jeito que pararam ao me ver, até que a ave inclinou a cabeça curiosa, e com um guincho horrível gritou — Meio-sangue! 

    A garota de pele verde arregalou os olhos — Vá embora, rápido —  e desapareceu, parecendo se diluir e penetrar a árvore. Aquilo me impressionou tanto que demorei a lembrar de seu aviso. Saí apressadamente a procura do meu pai, pois ficar ali não me parecia mais muito atrativo. Fui até onde ele já havia esticado a toalha, mas nem consegui falar, pois várias aves como aquela já estavam nos rodeando. 

    Em menos de um minuto várias outras aves como aquela chegaram. Duas, quatro, oito... estávamos cercados. Quando a quantidade delas já era proporcional a quantidade de pessoas no parque, elas atacaram. A balbúrdia foi geral. Dezenas voaram para cima de todos, mas um grupo especialmente grande mantinha o foco em mim. Garras afiadas como navalhas rasgavam meu casaco e bicos pontudos furavam-me a pele. Eu sempre levava comigo um pequeno canivete suíço que ganhara do meu pai, e foi o que peguei para tentar me livrar daquela situação. Abri sua lâmina com dificuldade e acertei algumas das aves que me atacavam, mas em nada serviu.
— Não adianta! — ouvi meu pai gritando — Temos que fugir!

    Não discuti e saímos correndo em direção ao trailer, que por sorte não estava muito longe. Mas acredite, quando se está com várias aves loucas e assassinas tentando abrir sua cabeça à bicadas, um metro parece um quilômetro. Por pouco chegamos a tempo de não sermos devorados vivos. Fechamos a porta, mas os bicos ainda faziam buracos na lataria. Sentamos nos acentos e meu pai acelerou como nunca antes, provavelmente deixando uma série de passarinhos bem tristes. Queria muito entender tudo aquilo, mas tínhamos coisas mais urgentes no momento. Depois de algum tempo nos recuperando do ocorrido, meu pai finalmente falou: — Deuses, como fui idiota.

    Estava tão atordoada que nem indaguei a expressão que ele havia usado. Reparei nos seus braços; várias bicadas e rasgos estavam com uma aparência terrível. Tentei nem olhar para mim mesma. 

— O senhor está muito machucado. Pare em algum lugar para que possa cuidar disso.

— Sua mãe me avisou que isso poderia acontecer... — disse ele ainda focado — Como fui tão displicente? 

    Quando ele mencionou minha mãe, esqueci de todo o resto — Minha mãe? Pai, por favor pare. Me explique isso direito. — pedi com a voz trêmula.

— Não posso. Você não está mais segura. — ele disse como se em transe.

    Ficou repetindo aquelas mesmas palavras, o que me deixou cada vez mais e mais nervosa. Cheguei ao ponto de ebulição — Pare! — gritei a plenos pulmões, batendo com as duas mãos no tabelier do trailer. 

    Papai finalmente pareceu me notar ali, e virou-se rapidamente para mim com os olhos já quase transbordando. Ele parou em um acostamento e respirou fundo.
— Tentei adiar isso por tempo demais. Achei que poderia manter você a salvo para sempre, porque não quero te perder... — ele falava olhando para a frente, fitando os carros que passavam — Já chega, estou sendo egoísta. Sua mãe não morreu, Diovana, e na verdade nunca vai morrer.  Você é filha da deusa Atena.
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Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por Leslie Lane Ter 09 Fev 2016, 20:14

Ficha de Reclamação


Por qual deus deseja ser reclamado?

Gostaria de ser reclamada como filha de Selene pois a considero uma deusa com características interessantes  e que se encaixam muito bem com a trama da minha personagem.

Características físicas:

Penny Lane é uma garota de 16 anos que possui um rosto de feições delicadas e a pele clara como marfim. Seus cabelos são castanho escuro e eventualmente tingidos de violeta formando suaves cachos nas pontas.

Os olhos, herança da família paterna, são de um tom escuro de azul, não vivos e vibrantes como é comum as filhas de Afrodite, mas profundos e densos, quase negros como a noite. No entanto, diferente de todos os familiares conhecidos até então, quando ao luar seus olhos azuis ganham um discreto e misterioso tom prateado.

A boca é bem desenhada, o sorriso é divertido e até bonito, apesar dos caninos levemente salientes. A estatura mediana e o corpo razoavelmente curvilíneo  fazem de Penny uma jovem bonita e até mesmo atraente.

Características psicológicas:

No geral é muito bem humorada (pelo menos na maior parte do tempo) e divertida, de um modo que alguns podem achar infantil. É também um tantinho mimada, irônica e avoada, mas no fim das contas é uma boa pessoa.

Penny Lane não gosta de ser subestimada por ninguém e busca sempre provar que é capaz seja la do que for. Persistente e inteligente esta sempre correndo atrás de que as pessoas não a julguem pela cara de menina e a levem a serio apesar do nome, obra do pai que é um velho professor de astronomia e fan inveterado dos Beatles.

Historia da personagem

17 anos atrás

Selene passeava pelos céus em sua carruagem puxada por belos animas brancos e imaculados, seus longos e negros cabelos esvoaçantes enchiam o céu e apesar do pensamento distante, ao olhar para a Terra não pode deixar de reparar, numa pequena cidade do interior dos Estados Unidos ignorada por todos, no jovem homem. Ela sabia que não podia ser o seu amado, milênios haviam se passado, mas ela precisava ver com seus próprios olhos.

Theodor Lane tinha acabado de montar seu novo telescópio na parte mais afastada da fazenda que herdara dos pais, falecidos em um acidente automobilístico. Perto dali apenas um pequeno chalé desabitado a anos e a casa principal, vista ao longe no horizonte.

O moreno apertou o play em seu discman e enquanto a voz dos Beatles soavam em seus ouvidos ele cuidadosamente focava o telescópio  na lua, seu astro preferido. Desde a infância costumava observa-la juntamente com o pai naqueles mesmos campos.

Era uma noite tranquila, o clima estava agradável e o aroma do campo se espalhava pelo ar. A lua encontrava-se em seu auge e esplendor, cheia, brilhante e aparentando estar mais próxima que nunca.

Theodor sentiu alguém se aproximar, levantou os olhos do telescópio e viu que caminhando em sua direção vinha uma bela jovem, saída sabe-se lá de onde, ela sorriu e olhou diretamente para ele com seus amendoados olhos prateados. Qualquer pensamento sobre o telescópio ou a infância na fazenda, foram imediatamente obliterados da mente do homem.

Ela se aproximava cada vez mais, vinha com movimentos graciosos  trajando apenas um leve vestido branco com finas alças. O jovem se esforçou em piscar e desviar os olhos, tentando reaver sua linha de raciocino normal, mas a garota parecia ter um certo magnetismo e era quase impossível não se virar para ela e fitar seus olhos.

Quando se deu conta, o desfile da garota já acabara e ela se encontrava sentada ao seu lado, sob a manta xadrez de flanela. Paul e John ainda soavam em seus ouvidos:

"...Penny lane is in my ears and in my eyes,
there beneath the blue suburban skies,
I sit and meanwhile back..."

Em seu íntimo sentia o instinto de toca-la, mas contentou-se em apenas retribuir o olhar que recebia.

A jovem sustentou o olhar por um tempo maior do que seria considerado normal e Theodor acreditou ver uma certa decepção em seus olhos. Temendo que a bela fosse embora se esforçou em perguntar:

— Que... Quem é você?

Ela riu, jogando os cabelos para trás, com a forma atrapalhada e até infantil com que o homem falou, resolveu então ignorar a pergunta e fazer uma nova, pois mesmo sabendo desde o início que não poderia ser seu querido Endmyon, o homem havia chamado sua atenção.

— O que você está observando? — Ela disse em sua voz profunda e suave enquanto acenava para o telescópio.

Por se tratar de suas  paixões a lua, o céu e as estrelas Theodor se sentiu mais a vontade e por consequências desatou a falar, com todo o entusiasmos possível. Explicou sobre suas pesquisas na faculdade, de como admirava a lua desde a infância e de como tudo aquilo lhe trazia uma certa paz, um sentimento bom de que a vida não era só aquilo que podiam ver.

A jovem se sentiu atraída pela emoção e a sinceridade encontradas nas palavras que ouvira, se mostrou então interessada, acrescentando mais informações a conversa. Quanto mais a noite escurecia e os astros noturnos brilhava, mais a conversa se expandia para novos assuntos.

Passaram-se horas de conversa animada quando um reconfortante silencio os envolveu. Ambos observavam o céu concientes um da presença do outro, então a jovem tateou procurando a mão do homem, este, ao sentir o toque buscou os olhos da moça e perguntou com a voz rouca:

— Quem é você?

— Isso realmente importa? — Ela respondeu aproximando-se ainda mais e tocando-lhe a face.

Os olhos da jovem exerciam um magnetismo ainda maior do que quando chegara, e Theodor podia sentir o perfume das flores da noite exalando de sua pele.

Os ombros se tocaram e o homem se virou completamente, fazendo com que ficassem frente a frente. A bela morena por sua vez inclinou-se afagando-lhe os charmosos cabelos, que quase chegavam ao queixo. Munido de coragem e cedendo ao desejo ele a segurou pelos ombros, deixando escapar as finas alças do vestido enquanto ela o beijava ardentemente.

Os dois se amaram apaixonadamente até pouco antes do amanhecer, quando com sua voz suave e profunda ela disse em um quase sussurro:

—  Eu tenho que ir.

— Podemos tomar café da manhã na minha casa. — Ele disse com a voz preguiçosa. — Você pode ficar lá, sabe? Se quiser...

A jovem o olhou com ternura, mas repetiu firme enquanto se levantava:

— Eu realmente tenho que ir.

O homem um pouco confuso e indignado respondeu:

— Eu não entendo. Porque? — Exasperado e já de pé ele completou. — Isso é tão absurdo, eu nem mesmo sei quem é você!

De forma seca porém demonstrando sinceridade ela disse:

— As coisa não são tão simples meu querido Thed.

A bela jovem já estava de pé, vestida e prestes a se afastar. O homem, passando as mãos nos cabelos, fez uma nova tentativa quase desesperada:

— Pelo amor de Deus! Quem é você?

Ela se aproximou com um sorriso no rosto e com um último beijo sussurrou em seu ouvido:

— Eu sou a Selene, deusa da lua.

Ao abrir os olhos, espantado, Theodor viu que ela desaparecia completamente, bem na sua frente.

6 meses atrás

Penny estava debruçada no peitoril da janela do seu quarto, já anoitecera, e lá fora a lua cheia iluminava a floresta no limiar da propriedade. As corujas piavam ao longe e o vento frio tocava o rosto da garota, que mais uma vez pensava com curiosidade na mãe, que nunca conhecera.

O dia tinha sido cansativo, cheio de atividades domésticas, afinal, não era fácil limpar um casarão da era vitoriana situado no interior da Inglaterra. Não que a jovem tivesse feito tudo sozinha, longe disso, sua madrasta Elizabeth trabalhara arduamente, e agora relaxava na banheira no fim do corredor.

O pai não chegara ainda e Penny continuava encarando a lua, percebendo como ela estava presente na maior parte de suas lembranças infantis. A primeira vez que aprendera a usar um telescópio, os piqueniques noturnos que fazia com o pai na varanda, quando ainda moravam nos Estados Unidos e também os mitos e histórias que o pai contava antes de dormir, com a luz da lua entrando pela janela e servindo de abajur.

Suas historias preferidas eram as de Selene a deusa da lua. Provavelmente, o único motivo para isso, é que curiosamente era o nome de sua mãe, uma das poucas informações que o pai lhe contara sobre sua progenitora.

A verdade, é que apesar de tudo não tinha raiva da mãe, possivelmente pelo fato do pai sempre se referir a ela com carinho, nas poucas ocasiões em que isso acontecia, é claro. No entanto, tinha curiosidade e já jurara a si mesma que um dia descobriria toda a verdade.

Seus devaneios foram interrompidos pela voz da madrasta:

— Penny, fecha essa janela! Quer nos matar de pneumonia?

A garota se virou e a viu passar pelo corredor naquele instante, ela estremecia em seu robe escuro e os cabelos ruivos e fartos ainda estavam molhados. Sorrindo, a menina fechou a janela dando uma última espiada na lua.

Elizabeth era uma mulher jovem, sequer tinha chegado a casa dos  trinta. Conhecera o marido na faculdade, ele era o professor ela a aluna. A historia era de fato clichê, mas a verdade era que o amava muito, mesmo com os vinte anos de diferença. Além do mais, foi uma batalha chegar ao coração de Theodor Lane, fato do qual se orgulhava grandemente.

Penny sabia que Elizabeth era uma boa pessoas, não tinha dúvidas quanto a alegria e o ânimo que ela trouxera, de volta, a vida do pai. Faziam cinco anos que os três moravam juntos e mesmo com as incontáveis situações embaraçosas, a garota se alegrava com a presença da madrasta.

O casarão da era vitoriana era da família de Elizabeth e Penny nunca entendeu porque o pai aceitara se mudar. Claro que não precisavam mais pagar aluguel e a casa era maior e melhor que o apartamento perto da faculdade, mas também sabia que o pai não era do tipo interesseiro e que ele gostava de se sentir o responsável pelo sustento familiar.

— Penny, vem logo! Eu te vi  fechar a janela, então você não pode ter sido congelada.

A garota se sobressaltou com o novo chamado da madrasta, que continuou:

— Seu pai já deve estar chegando, e hoje é dia de chocolate quente! Você não quer?

Penny desceu as escadas saltitando, os cabelos presos em um coque desleixado, a franja curta caindo sobre a testa e a voz acompanhando a musica animada que vinha da cozinha:

" ...I wanna hold your hand
I wanna hold your hand
I wanna hold your hand
And when a I touch you I..."

Assim que entrou na cozinha a campainha tocou e a garota foi receber o pai, enquanto a madrasta levava as xícaras fumegantes para a sala.

— Penny querida. — Disse o homem sorrindo cansado e bagunçando a franja da filha, que revirava os olhos reclamando:

— Pai! Não! E vem logo, que a Lizzy Já tá esperando a gente.

Theodor Lane ainda era um homem atraente, estava em forma e os cabelos compridos, apesar de grisalhos e um pouco mais ralos, ainda lhe caiam bem e em conjunto com a barba crescida lhe dava um aspecto excêntrico, mas charmoso.

A filha adolescente reclamava divertida de dor nos braços, por limpar as janelas, e ele sorria levemente, vendo a esposa chamando-o da sala e oferecendo-lhe uma xícara e um lugar ao seu lado para o filme da noite.

— Vocês dois! Vamos logo, ou o chocolate esfria e eu acabo caindo no sono! - Disse Elizabeth com sua voz doce se espreguiçando no sofá.


1 semana atrás

Era fim de tarde e o sol já estava quase se pondo. Theodor ainda estava na faculdade e Elizabeth recebia a visita de uma amiga de infância. Já faziam horas que Penny andava vagando pela casa, pois aquele tinha sido o último dia de aula do semestre e os alunos foram liberados mais cedo.

Apesar de ser fim de ano, mais uma vezes, eles não poderiam viajar, pois Theodor foi incumbido de um projeto de férias. Penny nem se lembrava da última vez que tinham viajado, o pai sempre encontrava uma desculpa.

A garota nem tinha mais esperanças de convencer o pai a sair dali, apesar dele sempre dizer que gostaria de visitar a fazenda da família e de Elizabeth, invariavelmente, deixar escapar a vontade de conhecer outros países.

Quase chegava a sentir falta antecipada da escola, não que fosse uma maravilha. Na verdade era um tanto desagradável, já que até o fim do Ensino Fundamental, ela estudara em casa. Sim! Isso mesmo, a garota era esse tipo de aberração.

Penny amava muito seu pai, mas com certeza  não entendia e nem apoiava algumas paranóias dele. Por ser professor, ele conseguiu uma autorização para dar aulas à garota, que somente ia até a escola uma vez a cada seis meses para fazer as provas.

Toda essa circunstância, mais o fato de os vizinhos mais próximos e com crianças morarem a mais de meia hora da casa dos Lane, fizeram de Penny uma garota bastante sozinha e habituada a isso.  

Agora no seu primeiro ano na escola "normal", a jovem sentia que tudo estava a beira do desastre completo. Os professores não eram tão compreensivos com a sua dificuldade de atenção, e até já fora diagnosticada como tendo TDH . Os alunos eram adolescentes do Ensino Médio, que sabiam ser bem cruéis quando queriam.

Cansada de andar pela casa, Penny resolveu dar uma escapadela para a floresta, localizada na parte de traz dos limites da propriedade. O pai não costumava deixa-la ir até lá, mas a madrasta abria pequenas exceções, desde que fosse de dia e a garota desse hora para voltar.

Penny ainda usava o antiquado uniforme da escola, em tons de azul e branco, quando pegou seu Ipod, colocou os fones e saiu sorrateiramente pela porta de traz. Ela conhecia bem o lugar e pretendia apenas dar uma volta na orla, ninguém se quer perceberia sua ausência.

Após meia hora de caminhada, ao som de Taylor Swift, a noite já havia caído completamente. A lua que a garota tanto admirava e observava já estava lá, olhando para ela, brilhante e indiferente como sempre.

Penny ouviu um ruído diferente, que não era comum ali na floresta, achou estranho e começou a voltar tranquilamente. Não tinha dado sequer cinco passos em direção a casa, quando ouviu um uivo profundo e não muito distante, que a deixou completamente estática e fez arrepiar até o último fio de cabelo.

A garota sabia que existiam pequenos animais na floresta e até mesmo cervos, mas nunca ouvira falar de lobos pela região. Ela nunca teria tido permissão para passear por ali se realmente houvesse esse tipo de animais.

Tentou acalmar a respiração e se esforçando, voltou a caminhar, apressando os passos em direção a casa. Olhou rapidamente para cima e agradeceu a lua por estar em seu auge, cheia e brilhante, e nesse momento não a sentiu tão distante e indiferente.

Os pinheiros, que exalavam seu aroma pela noite, não eram tão juntos nessa parte da floresta, mas as raízes eram altas o que dificultava a quase corrida da garota. Pelos seus cálculos, nesse passo, ainda faltavam cerca de cinco minutos para sair da floresta.

Penny ouviu o som estranho novamente, e o pior, parecia estar mais próximo do que antes e se acercando com uma certa velocidade. O som não era natural e também não dava a sensação de fazer parte da floresta. A garota já estava correndo quase sem fôlego e sem sequer imaginar o que poderia estar acontecendo.

Em meio a corrida, vindo do lado direito da garota, surgiu uma criatura que ela não acreditava estar vendo. Os cabelos eram chamas vivas e a pele branca como giz se destacava na noite, antes que pudesse prestar atenção em mais alguma coisa, a jovem sentiu aquelas orbes vermelhas fitando-a. A criatura parecia estar em dúvida se atacava ou corria, seu olhos estavam  esbugalhados de medo e encarava a garota com ódio.

Penny tentou se virar e correr para o outro lado, mas acabou tropeçando em uma das raízes, seu Ipod voou aterrissando a cerca de um metro e quebrando a tela. Caída no chão, a garota percebeu que a estranha criatura tinha uma das pernas feita de metal e a outra parecia de bode, para aumentar a bizarrice ela usava um uniforme de líder de torcida.

A monstra, tomando sua decisão, partiu para cima da garota, que apesar do esforço, não conseguia se levantar e correr. Apavorada Penny sequer fechou os olhos, e assim pode ver que segundos antes de ser atacada pela criatura, a mesma, foi atingida por uma fera que saiu do meio da floresta com um pulo, derrubando a líder de torcida monstruosa.

A fera, percebendo a presença da garota se virou para ela, esse simples movimento foi o bastante para sua presa escapar e se esconder na floresta. A fera urrou de raiva, mas  de repente, não era mais uma fera, e sim, um jovem de vinte e poucos anos, com cabelos castanhos e ombros largos, que olhava com frustração para as raízes, encharcadas de sangue, onde segundos antes a criatura estivera. Numa decisão rápida ele se voltou para a garota que ainda estava caída no chão.

A floresta parecia ter se acalmado, a lua se mostrava mais brilhante do que antes, o aroma dos pinheiros invadiam os sentidos e apesar da recente ação os sons noturnos voltavam ao normal, trazendo a sensação familiar de paz que Penny conhecia naquele lugar.

O jovem fitou a garota nos olhos e foi se aproximando lentamente, buscando transmitir confiança. Ele não sabia exatamente o que ela tinha visto e nem porque a Empousa tentara ataca-la. Mas a última  coisa que queria era assusta-la ainda mais.

Quanto mais se aproximava, mais ele sentia aquela áurea de magnetismo que a garota exercia. Ela parecia ter uma beleza incomum e o jovem tinha a sensação de que toda a luz da lua estava sobre ela. Ele se aproximou ainda mais, e sem perceber o que estava fazendo, de modo involuntário, sorriu e tocou o rosto da garota, colocando uma mecha de seu cabelo atrás de sua orelha.

No segundo seguinte, antes que qualquer coisa pudesse ser dita, apareceu pairando sobre a cabeça da jovem o símbolo de Selene. O jovem afastou a mão e se virou soltando um palavrão, não era de seu feitio, mas o dia não estava sendo exatamente fácil. Enquanto tentava se acalmar e por as idéias no lugar, ouviu em sua mente:

— Ajude-a. — O jovem não pode evitar a risada irônica, mas segurou as poucas e boas que teve vontade de falar para a mãe.

A garota teve dificuldade em se levantar e com a voz ainda embargada e um pouco tremida perguntou:

— O que tá acontecendo aqui? Quem? O que é você? O que é isso encima de mim? E aquela Lide...Aquela Coisa que fugiu?

O estranho se virou para a jovem tentando manter o semblante calmo. O símbolo de Selene  ainda estava lá e ela continuava fazendo perguntas. Ele percebeu que a garota usava uniforme escolar e teve ânsia de se xingar novamente.

Ignorando as perguntas feitas e se esforçando para tirar os olhos dela, ele disse tentando aparentar tranquilidade, mas parecendo seco e quase desagradável:

— Meu nome é Frederick Lewis e eu sei que vai ser difícil de acreditar mas você é, sem duvidas, filha de Selene, deusa da lua.

Antes que a garota tivesse chance de menosprezar as suas palavras ele continuou:

— Eu realmente espero que você não esteja aqui sozinha. Tem alguém te esperando em algum lugar? Você se perdeu?

Penny estava aturdida com tudo que acontecera, mal podia acreditar no que ele dizia. Se não tivesse visto aquela fera se transformar, bem na frente de seus olhos, em... bom em Frederick, esse cara bonito e atraente mas claramente estranho, ela já teria dado as costas e ignorado aquela história completamente.

Ela estava parada, indecisa sobre o que fazer, a mente borbulhando de perguntas. O mais lógico era correr pra casa, mas a possibilidade de obter certas respostas era muito tentadora. Apesar do absurdo que aquela história  pudesse parecer, em seu íntimo ela sentia que estava no caminho certo que as coisas começavam a fazer sentido.

Frederick respirou fundo e se esforçando por uma voz mais amigável disse:

— Olha, eu realmente não sou a pessoa ideal para esta situação. Deveria haver um sátiro ou uma driade ... Se bem que essas coisas geralmente não acontecem por aqui. Não teria como eles saberem... - O rapaz começava a divagar em seus pensamentos, mas concentrando-se continuou:  - Eu estava atrás daquela criatura, que a propósito se chama Empousa, a quase uma semana. Haviam mais duas que eu dei um jeito antes de chegar aqui.

Os olhos de Penny brilhavam de curiosidade, o rapaz era estranho e mesmo com seu discurso maluco, não aparentava ser desequilibrado. Antes que pudesse pensar no qua falar, ouviu sua voz ecoando na floresta:

— Você é um lobisomem?

Frederick sorriu de canto de boca e revirou os olhos divertidos enquanto dizia:

— Não, não exatamente, bom... Mais ou menos. Mas com tanta coisa pra perguntar essa foi sua maior curiosidade?

A garota sentiu o rosto esquentar de vergonha e o rapaz continuou dizendo enquanto verificava suas armas:

— Olha, eu ainda quero ir atrás daquela Empousa, mas primeiro eu tenho que ter certeza que você esta em segurança. Então, tem alguém te esperando por aqui?

Penny estava curiosa e tinha muitas perguntas, mas não podiam ficar ali parados, além do mais não queria que o tal Frederick fosse embora imediatamente. Então ela apontou a trilha que levava para fora da floresta e disse:

— Por aqui.

A garota começou a caminhar tentando tirar a terra de sua saia plissada, a mentes estava longe, na lua, na mãe que nunca conhecera, na empousa, em driades, sátiros, e num certo rapaz tocando seus cabelos.

Frederick se preparava para seguir a garota e tentava se convencer de que fazia aquilo apenas por irmandade, pelo pedido da própria mãe. Afinal ele fazia parte dos heróis, era uma boa pessoa, não é mesmo?  O rapaz engoliu em seco e desviando os olhos da garota viu um Ipod branco no chão, pegou o objeto e começou a revira-lo nas mãos enquanto caminhava, enfim disse:

— Hey, isso é seu?

— É, mas acho que quebrou. — Ela respondeu se virando e vendo o rapaz se aproximar com o aparelho.

Ele tentou ligar o Ipod, mas nem sinal.

— É, acho que já era. — A garota disse dando de ombro, ao que Frederick respondeu:

— Tenho um amigo que pode concertar. — Imediatamente o jovem se repreendeu mentalmente, estava arranjando trabalho para um amigo e se comprometendo em ver a jovem morena novamente. Aquilo decididamente não estava certo.

— Tanto faz, e a propósito meu nome é Penny, Penny Lane. — Ela falou se virando e voltando a andar.

— Penny Lane? Sério ? — Perguntou o rapaz surpreso.

— Sim, como a música, realmente hilário. — Ela debochou em tom irônico, ao que ele respondeu:

— Não, não é isso. Se bem que... — Ele disse em tom brincalhão.

Penny revirou os olhos enquanto ele completava:

— É o seu sobrenome, Lene. Por acaso você não é filha do Theodor Lane? É?

Dentro de si, Frederick torcia para que fosse apenas uma coincidência, que não fosse verdade. A garota estancou no lugar e se virou rapidamente, dando de cara com o rapaz que vinha logo atrás. Com a voz um levemente vacilante e a arqueando a sobrancelha direita ela questionou:

— Você conhece meu pai?

Tentando aparentar indiferença aos olhos inquisidores que brilhavam em sua direção, o rapaz respondeu contrariado:

— Não, mas Lizzy é minha irmã adotiva.

A morena o olhou mais intensamente e com mais curiosidade e se surpreendeu ao ouvir:

— Vamos Penny Lane, vou te levar pra casa.

Apesar das muitas perguntas os dois seguiram calados pela trilha. Frederick não podia acreditar que além de tudo e contra toda a probabilidade, ainda era praticamente tio da garota. Penny repassava sua vida inteira e mesmo com todo o absurdo, as coisas pareciam se encaixar mais do que nunca.


Mais tarde naquele mesmo dia

— Sr. Lane, eu entendo a sua intenção de proteje-la, e que tem dado certo nos últimos anos, mas a garota precisa ir pro acampamento. Ela precisa aprender a se defender! — Frederick disse com convicçao.

O homem encarava  a filha, que desobedecera suas ordens. Tentava se convencer que tinha sido culpa dela, que se não fosse esse pequeno deslize, tudo estaria bem. Penny ouvia toda a conversa tentando absorver o máximo de informações, mas ignorava com veemência os olhares que o pai lhe lançava.

— Theo querido. — disse Elizabeth tentando resolver a questão da melhor forma possivel. - Pelo menos considere a questão, nós já conversamos sobre isso outras vezes, você sabe que é uma situação delicada e temos que decidir o que é melhor para a Penny, para o futuro dela.

Theodor passou as mão nos cabelos, encarando o chão. Se lembrou do dia em que descobriu que Elizabeth também podia ver através da névoa e da longa conversa que tiveram sobre a infância dela e sobre o irmão mais novo. Foi a partir  daquele dia que ele cogitou a possibilidade de, verdadeiramente, dividir sua vida com alguém e também naquele dia ele soube que esse momento ia chegar. Tentou negar e adiar a situação. Mas não podia colocar a vida da filha ainda mais em risco do que já estava, isso sem falar na esposa e nele próprio.

Frederick tamborilava a perna com os dedos demonstrando ansiedade, Elizabeth acariciava os cabelos do marido tentando passar tranquilidade, enquanto Penny se segurava pra não continuar a enxurrada  de perguntas que tinham dado início aquela conversa, que já durava mais de duas horas.

Foram tantas descobertas em tão pouco tempo que a garota não conseguia organizar as ideias muito bem. Não tinha raiva do pai por ter lhe escondido  a verdade, talvez um pouco de decepção fosse a palavra certa, mas não o culpava. Não queria largar tudo naquele lugar, mas ao vislumbrar esse possível futuro sentia um mix de curiosidade, medo, euforias, apreensão e ansiedade. Apesar de tudo estava decidida, queria ir ao acampamento!

Frederick que tentava segurar seus argumantos não querendo dificultar ainda mais a situação disse tentando manter a calma:

— Eu passei mais de dez anos frequentando o acampamento. Graças a tudo que eu aprendi lá, hoje eu posso proteger as pessoas que são importantes pra mim e tentar construir uma vida do lado de fora. Pessoas com eu e a Penny são um perigo para todos que se aproximam e eu acredito que é nossa responsabilidade mante-los a salvo.

Depois de vários minutos de silencio, Theodor se ajeitou na cadeira e mesmo com dificuldade proferiu sua decisão:

— Penny  — Ele disse se voltando para a filha. — Eu realmente acredito que eu vai ser bom pra você aprender a se defender e ter a posibilidade de construir um futuro melhor. Se essa for tua vontade, eu não tenho outra opção, a não ser te apoiar.

Todos pareceram respirar mais aliviado depois da decisão tomada. Elizabeth serviu algumas bebidas e os quatro passaram a noite avaliando e decidindo qual seriam as melhor e mais seguras opções.

2 dias atrás

O dia tinha finalmente chegado, Penny acordara bem cedo, a ansiedade não permitia o sono. Olhando pela janela, para a conhecida paisagem a garota pensava em tudo que fora decidido naquela noite.

O pai e a madrasta continuariam na Inglaterra por pelo menos seis meses, até que Theodor pudesse tentar uma transferência para a faculdade onde, anos atrás, trabalhara nos Estados Unidos. Os dois se mudariam para a fazenda e Penny poderia visita-los sempre que fosse possível.

Logo depois do almoço Frederick chegaria com as passagens e como solicitado pelo pai a levaria pessoalmente para o acampamento meio-sangue, localizado em Long Island, costa Leste dos Estados Unidos.

A garota revisou a mala mais uma vez e caminhou pela casa com aquele sentimento bom de nostalgia. O café da manhã foi transformado em um piquenique com o pai e a madrasta, todos brincando, rindo e ignorando que aquele era um dia de despedidas.

O sol brilhava forte e o céu estava limpo sem nenhuma nuvem, a brisa trazia da floresta o aroma de pinhos. Era um dia perfeito e o coração de Penny saltitava de excitação pelo futuro que se aproximava a passos largos.

Sentados sobre uma manta xadrez no quintal a pequena família passara a manha inteira por ali. O café da manhã virara almoço e enquanto desfrutavam da sobremesa, em meio a risos, faziam planos para o futuro.

Penny ouviu um barulho, mas entretida na conversa não deu bola. Enquanto ria da piada de Elizabeth ouviu novamente, era um som estranho, ela tinha a sensação de já ter ouvido antes. Foram alguns segundo até se lembrar de aonde tinha escutado aquele barulho, assustada se virou na direção do ruído. Mas era apenas uma jovem líder de torcida, loira e alta que caminhava mancando na direção deles.

Ela deve ter se machucado no treino, foi o primeiro pensamento da garota. Theodor e Elizabeth sorriam para a recém chegada e antes que a loira pudesse dizer qualquer coisa, a filha de Selene se lembrou que estavam em período de férias. Pensou na Empousa que a atacara na floresta e no uniforme que usava, exatamente igual aquele.

Penny olhou fixamente para a líder de torcida e então de repente os cabelos loiros, de comercial de shampoo, deram lugar a uma cabeleira flamejante e a perna que mancava, se transformou em uma perna de bode com uma ferida feia e meio ensanguentada.

Ela olhou rapidamente para o lado e viu que o pai e a madrasta ainda sorriam para a mostrenga. O medo tomou conta da garota, que sem saber muito bem o que fazer pegou discretamente a faca do almoço e segurou atrás das  costas. Penny ficou quieta e tentou forçar um sorriso fingindo que não via a verdadeira identidade da falsa líder de torcida.

O coração parecia que ia sair pela boca, o medo corria pelas suas veias e as lágrimas de desespero pareciam querer escapar. Penny teve a impressão de que se passaram horas até a Empousa chegar bem a frente da família e com uma voz doce e enjoativa, dizer, como se trouxesse uma boa notícia:

— Agora eu vou matar vocês. Primeiro esses estupidos humanos e depois você. — Ela disse encarando Penny com seus olhos vermelhos: — Sua semi-deusa nojenta que fez com que eu fosse ferida!

A criatura colocou suas garras pra fora e numa tentativa quase suicida, Penny gritou:

— Corre Pai! Corre Lizzy! — Enquanto encravava a faca na perna de bode, tentando fixar a faca bem no meio da ferida e correndo rapidamente na direção oposta, enquanto a Empousa urrava de dor e ódio.

Ao olhar para traz viu que ela tinha sido a única a correr e que os dois permaneciam sentados e sorrindo como se estivesse em transe. O desespero voltou com mais força e a garota começou a correr de volta tentando jogar tudo o que via encima da mostrenga, galhos, pedras, pratos, talheres e até a panela do arroz.

Mesmo com as distrações, assim que não teve mais o que jogar, ouviu a gargalhada maligna da Empousa enfiando suas garras afiadas nas gargantas, tanto do  pai quanto na da madrasta. As lágrimas começaram a rolar sem controle e um grito saiu do funda da garganta, se juntando a gargalhada num dueto terrivel.

Sentindo as forças sumirem, Penny caiu de joelhos a pouco mais de um metro da criatura, e convencida de que morreria ali tentou falar com a mãe que nunca conhecera, mas as palavras não saiam, eram apenas murmúrios.

A Empousa deu o primeiro passo vacilante e dolorido na direção da garota, quando um carro preto passou a toda velocidade atropelando a falsa líder de torcida. Penny abriu os olhos e viu uma espécie de garra em suas mãos, olhando pra frente viu a criatura caida logo a diante.

Em um ataque de fúria correu a toda velocidade se jogou encima da Empousa e fincou suas recém adquiridas garras na garganta da criatura, e depois no peito e no rosto, até que ela se desfizesse em um pó brilhante. A garota chorava copiosamente, seu corpo tremia e ela continuava esmurrando o chão.

Frederick, desceu do carro rapidamente, correu até a garota a tempo de ver a monstra se desfazendo. Olhou adiante e sobre uma manta xadrez, rodeados de pratos e talheres estavam caídos de qualquer jeito a irmã e o cunhado. O rapaz engoliu em seco e voltando seus olhos para a jovem aos seus pés, se abaixou e sem dizer nada, tranquilamente foi tentando acalma-la, até envolve-la em um abraço.

Os dois ficaram ali, abraçados, por um longo tempo, até que o corpo da jovem parou de tremer e o choro foi lentamente cessando. Frederick se sentia culpado por tudo aquilo, devia ter ficado para protege-los, ter chego antes, ter feito algo, qualquer coisa.

Pensou na Empousa e em como não tinha insistido em procura-la, foi um erro, um erro terrível. O rapaz tinha estado tão ocupado em arranjar a forma mais segura de chegar ao acampamento que ignorara um fato tão obvio. Olhou mais uma vez para o corpo da irmã e uma lágrima correu, solitária, pelo rosto do jovem.

Frederick acreditava que ficar ali não ajudaria em nada então com delicadeza levantou o rosto da garota, que estava apoiada em seu ombro e olhando-a com firmeza tentou usar o tom mais suave possível:

— Penny eu acho melhor agente ir embora, continuar o plano. Você concorda?

A garota estava perdida, sem chão. O sangue nojento da criatura estava nas suas roupas, nas suas mãos, na sua pele, ela sentia como se tivessem lhe arrancado um pedaço da alma, do coração. Não queria que o choro voltasse, então ao ouvir a pergunta do rapaz apenas assentiu com a cabeça.

Frederick ajudou a jovem a se colocar de pé. Nos primeiros instantes as pernas vacilaram e ela achou que não conseguiria caminhar, mas o garoto lhe deu a mão e juntos seguiram em direção ao carro.


1 dia atrás

Os quase dois dias, até chegarem ao acampamento, foram um borrão para Penny, se lembrava vagamente de um apartamento pequeno no centro de Londres, um banho rápido, havia uma driade? O aeroporto lotado e Frederick tentando força-la a comer.

A noite em claro com lágrimas nos olhos, a lua brilhando pela janela do avião, e Frederick sempre lá, ao seu lado tentando arrancar um mísero sorriso. O aeroporto de New York ainda mais lotados e um táxi estranho dirigido por três velhas loucas, eram todas vagas lembranças.

A chegada ao acampamento se deu na parte noite, os jovens campistas cantavam músicas em volta da fogueira felizes e rindo. Quiron o centauro que comandava o acampamento, parecia ter sido informado dos fatos recente e liberou a jovem das apresentações oficiais, adiando-as para o dia seguinte.

Penny foi guiada até sua nova casa, o chalé dezoito, pela jovem monitora que após um rápido tour voltou para a área da fogueira, onde todos deveriam estar, já que o lugar parecia vazio. A garota tomou um banho rápido e se deitou na cama, sem forças pra mais nada, olhando para o abajur em forma de lua, rapidamente caiu no sono, pela primeira vez desde o acontecido.


Presente

Quando Penny acordou o sol já estava alto e mais uma vez o chalé estava vazio. Encontrou, surpresa, sua mala aos pés da cama, sem um pingo de ânimo a garota se preparou para sair. Queria conversar com Frederick.

Já estava de saída quando encima da mesa no centro do chalé encontrou o seguinte bilhete:

"Olá minhas e meus filhos(as), gostaram do chalé? Bom, estou orgulhosa de cada um de vocês, atenderei todas as preces e farei o possível para ser uma mãe presente, oferendas e sacrifícios serão recebidos com um sorriso no rosto, quero que saibam que eu os amo muito, só que como sou uma Deusa tenho responsabilidades e não poderei ficar com vocês sempre. Só aviso que meu coração sempre estará com vocês e sempre estarei observando cada um atentamente, quero que sejam fortes e acreditem em vocês mesmos, pois meus filhos são guerreiros da lua fiéis e tem um grande coração. Sempre que for possível, aparecerei no chalé para conversar com vocês, abraçá-los e demonstrar o quanto os amo, saibam que sua mãe aqui estará sempre ao lado de vocês, ajudando-os na medida do possível."

Se sentindo um pouco mais forte e reconfortada com a mensagem da mãe, Penny saiu do chalé procurando pelo companheiro de viajem. O que não foi uma tarefa dificil, já que o rapaz caminhava lentamente por ali. O coração da garota disparou a vê-lo chegar com sua familiar jaqueta de couro, um sorriso no rosto e uma xícara de café.

— Bom dia pequena. Vem, vamos dar uma volta.

Os dois caminharam lado a lado por um tempo em direção aos campos de morango, Penny bebericava o café e olhava ao redor com curiosidade, o rapaz a observava discretamente, até que ele falou:

— Esta se sentindo melhor?

A garota se virou para ele e respondeu, sem nenhuma emoção na voz:

— Um pouco menos pior talvez. Consegui dormir essa noite.

— Que bom. — Frederick sorriu, passando as mãos nos cabelos e continuando meio vacilante:

— Você sabe que a tarde eu já vou embora, certo? Conforme combinamos aquele dia.

Penny o olhou chocada, tinha se esquecido completamente desse detalhe. Tentando esconder a surpresa a garota respondeu:

— Sim, claro.

Frederick sorriu levemente aliviado e completou:

— Eu sinceramente espero que você fique bem Penny, que você possa aprender muitas coisas, principalmente sobre si mesma. Eu sei que é um momento difícil e delicado, mas se eu posso te dar um conselho é para aproveitar cada dia  dessa nova fase.

Frederick não queria deixa-la, mas sabia que era o certo a fazer, enquanto falava segurou as mãos da garota nas suas e olhou no fundo daqueles olhos azuis. Sentiu o coração acelerar.

Quando o rapaz terminou de falar a garota tinha os olhos marejados e como em uma última tentativa, da fazer com que ele ficasse, a jovem morena aproximou-se roubando-lhe um beijo. Frederick foi tomado de surpresa e por instinto começou a retribuir o beijo de forma apaixonada. Se esforçando, no entando, afastou a garota.

Penny o olhou surpresa pela súbita mudança de atitude. O rapaz a olhava de forma estranha e parecia ter dificuldade em proferir as palavras que se seguiram:

— Penny, você não pode fazer isso! Nunca, nunca mais! Entendeu.

A garota queria se enfiar embaixo da terra, de tanta vergonha. Com decepção na voz e quase sem conseguir juntar as palavras ela disse:

— Ma... Mas, eu achei que você também gostasse de mim Fred.

O rapaz tinha vontade de se jogar de um penhasco, mas alguém tinha que ser a voz da razão naquele momento e infelizmente ele sabia de quem era o papel. Com muito esforço e se sentindo um canalha ele disse de forma seca:

— Acho que você entendeu errado Penny, pra mim você é como uma irmãzinha mais nova. Afinal eu também sou filho de Selene e você ainda é uma menina. - As palavras saiam ásperas na boca. Mas se ele não fosse enfático, ela não iria esquece-lo.

A jovem filha de Selene o olhava com mais dor a cada palavra. Ao fim da declaração estava prestes a chorar, tentando diminuir a humilhação ela respondeu um seco:

— Boa viajem Frederick. — E se virou quase correndo em direção ao chalé.

Mais uma vezes estava aos prantos. Se sentiu uma garotinha idiota, uma garotinha orfã, idiota e que ninguém queria. A auto piedade e a raiva enchiam seu coração, quem Frederick Lewis achava que era para trata-la daquele jeito, desprezando seus sentimentos. Ele iria engolir cada uma de suas palavras.

Penny se lembrou do pai e da madrasta caídos sobre o sol da tarde, a lembrança recente, ainda doía. A garota se levantou, enxugou as lágrimas, lavou o rosto e se olhando no espelho, decidiu que seguiria o conselho recebido, aproveitaria cada dia dessa nova fase, aprenderia a lutar e a se defender de tudo. Nunca mais permitiria se sentir tão fraca e  impotente diante de uma situação.

Ao sair do chalé viu um pequeno embrulho ao lado da porta. Olhou em volta e viu Frederick se afastando lentamente com a cabeça baixa e a mochila nas costas em direção a saída do acampamento.

Abriu o embrulho com delicadeza e viu o Ipod branco enrolado no fone, ligou o aparelho e percebeu que todas as músicas  tinham sumido, menos uma. A garota colocou os fones e dando o play ouviu a voz dos Batles em seus ouvidos:

"Penny lane there is a barber showing photographs
Of every head he's had the pleasure to have known
And all the people that come and go
Stop and say hello

On the corner is a banker with a motor car
The little children laugh at him behind his back
And the banker never wears a mac in the pouring rain
Very strange

Penny lane is in my ears and in my eyes
There beneath the blue suburban skies
I sit and meanwhile back..."

Sentiu um aperto no peito e as lágrimas querendor voltar, mas ignorou seus sentimentos e saiu caminhando decidida pelo acampamento, enquanto ouvia uma um música idiota sobre uma rua idiota.
Leslie Lane
Leslie Lane
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Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por Brooklyn S. Palmer Qua 10 Fev 2016, 19:05

- Por qual deus deseja ser reclamado? Por quê?
Apolo, pois acredito que é o que mais me agrada e o que mais se encaixa na personalidade da Charllote.

- Perfil do Personagem 
Características físicas: Charllote possui olhos verdes, cabelos castanhos e pele clara, diferente de alguns filhos de Apolo. Tem os lábios cheios e o nariz fino. Porta 1,64 de altura e pesa 53,2 quilos. Costuma usar roupas mais folgadas por questão de conforto e quase sempre está com uma camisa, uma jaqueta ou um casaco por cima de suas camisetas.
Características psicológicas: Charllote é uma pessoa extremamente criativa e parece ter um dom para todos os tipos de arte. Na maioria do tempo usa um sorriso falso e finge arrogância, e somente com seus amigos mais próximos pode se soltar e se revelar uma pessoa carinhosa, alegre e altruísta. É bastante intensa em relação a tudo, se uma pessoa não consegue lidar com ela é melhor nem fazê-la perder tempo. Geralmente é calma e só quer ficar com seus amigos ou sozinha escrevendo poemas, desenhando e tocando. Evita conflitos a todo custo, mas quando entra em um, não entra para perder. Muitas vezes fica perdida em seus pensamentos e esquece o que está acontecendo no mundo a sua volta. Antes de chegar no Acampamento Meio-Sangue, não tinha a mínima paz, por isso sempre agia de maneira agressiva com algumas pessoas e não se importava nem um pouco se arrumasse algum conflito.
- História do Personagem
 Charllote nasceu em North Vancouver, Canadá. Quando foi registrada no cartório a pessoa que escreveu seu nome cometeu um erro e colocou dois L's ao invés de 2 T's. Sempre teve uma vida comum, exceto pelo fato de seu pai ter desaparecido misteriosamente um pouco antes dela nascer. Sua mãe sempre foi carinhosa e a protegeu de tudo, até que elas se mudaram para New York quando Charlie tinha dez anos. Quando ela tinha doze, a mulher começou a beber e quase toda noite espancava a criança, dizendo que era por sua culpa que seu amor havia ido embora. A jovem cresceu e se tornou uma adolescente problemática que passava vários dias sem voltar pra casa e sem dar notícias.
 Olhou uma última vez para a jovem dormindo na cama e sorriu de maneira gentil antes de sair da casa da menina. Ao chegar na rua, andou até a parada e pegou o ônibus que a deixaria diretamente em seu colégio. Chegando no local, encontrou seu melhor amigo, Evan, em frente a seu armário e sorriu para o menino que logo retribuiu. Os cabelos de Charllote estavam bagunçados por baixo do chapéu e a garota usava óculos escuros, ela nunca utilizava óculos escuros no colégio, lógico que isso não passou despercebido pelo menino de cavanhaque que assim que notou esses detalhes, fechou a cara.
 "Charl, você ainda não voltou pra casa?" Perguntou o menino, irritado. Charllote engoliu em seco e dirigiu um sorriso tímido pro amigo que bufou se sentindo completamente contrariado.
 "Como você sabe?" Perguntou a jovem, dando um risinho nervoso. Evan respirou fundo e trincou os dentes, se segurando pra não gritar com sua melhor amiga e xingá-la em todas as línguas que conhecia.
 "Dá pra sentir o bafo de álcool e tem um chupão enorme na sua clavícula." Falou com os braços cruzados, Charllote arregalou os olhos e logo olhou pra sua clávicula e notou que sua pele limpa. Evan começou a gargalhar com a reação da menina e ela lhe desferiu um tapa em seu braço. Antes que pudesse falar alguma coisa, o sinal que indicava o início das aulas soou.
  "Tome cuidado." Falou a jovem abraçando o amigo e acariciando-lhe o cabelo com delicadeza.
 Quando a aula terminou, Charllote saiu correndo do colégio. Estava fugindo dos sermões de Evan como o diabo foge da cruz, e havia decidido ir pra casa naquele dia. Assim que entrou no apartamento, encontrou sua mãe caída no chão com uma garrafa de algum uísque barato e rindo como uma pateta. No momento que notou a menina, endureceu a expressão e revirou os olhos, pra jovem ela parecia uma criança mimada quando ouvindo os pais reclamarem.
  "É bom saber que está feliz com minha volta, Michele." Falou sarcástica e com uma expressão debochada no rosto, sua mãe fingiu que não ouviu e simplesmente voltou a beber. Aquele lugar fedia, estava completamente sujo, sem energia, sem água, sem nada. A menina dos cabelos castanhos se perguntava como ela conseguia viver naquele inferno, mas no fim já sabia a resposta.
  Ia ligar pra Evan e pedir pra passar uma noite em sua casa, mas assim que colocou a mão no celular (Que por sinal, ela mesma estava tendo que pagar sua conta telefônica fazendo alguns trabalhos.), Michele tirou-o de sua mão e sentou-se no sofá. Tentou ligar a TV, mas lembrou-se que estava sem energia e bufou frustrada.
  "O que tem de errado com você?" Charllote falou com nojo.
  "Nada, só acho que você não deveria usar aparelhos telefônicos, eles pioram sua dislexia." A mulher respondeu tomando mais um gole da bebida e mexendo no aparelho.
  "De onde você tirou isso? E por que só AGORA você se importa?" Cuspiu as palavras, e por mais que não parecesse, aquilo afetava Michele que resolveu não responder. Com os olhos marejado, a jovem deixou o local bufando e batendo a porta com força e foi pra casa de seu melhor amigo de táxi. Ela se esforçava pra não chorar, não queria que ninguém a visse frágil daquela maneira, mas foi inevitável e assim que o taxista parou na frente da casa de Evan, a de olhos verdes desabou.
  "Você precisa de ajuda, mocinha?" Perguntou o taxista com um olhar preocupado, ela observou o coroa e negou com a cabeça, estendendo o dinheiro da corrida pro homem. Ele o pegou, e antes que Charllote pudesse sair do carro disse:
  "Mocinha, por favor, deixe-me ajuda-la. Quem sabe matando-a, SEMIDEUSA DESGRAÇADA!" O timbre suave do homem foi alternando para um mais grave e seus dois olhos gentis foram se tornando em um único olho que demonstrava ódio.
  Charllote deu um grito agudo e saiu do carro correndo para a calçada. O homem a perseguia, ele era alto e desengonçado, mas com certeza poderia parti-la em dois se quisesse. Mesmo que a menina gritasse, a rua estava vazia e Evan morava praticamente no meio do nada. A criatura segurou seu braço direito e ela socou seu rosto com o esquerdo (Vantagens de ser ambi-destra, huh?), a coisa de um olho só não sentiu nem cócegas sequer enquanto a jovem reclamava da dor em seu punho. E quando menos esperava, ele sentiu uma dor em sua perna e urrou de dor, jogando Charllote no chão.
  "Ah, que droga, Charllote!" Falou Evan pegando sua amiga quase inconsciente no colo e saindo correndo, ela olhou o ambiente ao seu redor e notou que Evan tinha... Pernas de bode?
  "EVAN, O QUE TÁ ACONTECENDO?" Charllote gritou confusa e ele revirou os olhos, após isso a jovem apagou completamente.
  Quando acordou, ela estava deitada numa cama que era bem confortável por sinal. Não sabia aonde estava, o que era muito importante saber. Analisou o ambiente a sua volta e viu Evan sentado do seu lado com suas pernas de bode, apesar de estranhar um pouco, Charllote as achava engraçadas. O menino abraçou a melhor amiga, ele parecia preocupado com ela e definitivamente estava
  "Hey Pernas de Bode, por quanto tempo eu dormi?" Perguntou sorrindo e com a voz sonolenta, o garoto negou com a cabeça e sorriu pra ela. Evan sentia tanta falta de um sorriso tão sincero no rosto da amiga, que nem notou o quão naturalmente ela estava levando essa situação.
  "Eu sou um sátiro, sua anta. Bem-vinda ao Acampamento Meio-Sangue. Quíron vai apresentar as coisas pra você." O menino-bode falou bagunçando os cabelos da jovem e a puxando até o lado de fora do quarto. Quando saiu do quarto, encontrou um cara com metade do corpo humano e a outra metade de cavalo, o homem sorriu gentil pra ela e caminhou em sua direção.
  "Olá minha jovem, sou Quíron. Acho que Evan já falou que aqui é o Acampamento Meio-Sangue, bem, não vou perder meu tempo com explicações longas. Basicamente, você é uma semideusa, filha de algum deus ou deusa e vai ser perseguida por monstros tipo aquele ciclope, aqui é o único lugar seguro pra você. Por enquanto não sabemos seu progenitor divino, mas provavelmente você será reclamada logo." O homem-cavalo que se apresentou como Quíron falou rapidamente.
  " Semideusa? Ah sim, todo aquele papo de mitologia grega, né? Quíron se não me engano é o centauro que treinou Herácles, algo do tipo." Respondeu Charllote com a mão em sua testa, tentando absorver tudo o que ele havia dito.
  "Por que você sabe que Quíron é um centauro e não sabe que eu sou um sátiro?" Perguntou Evan, indignado e batendo os cascos no chão.
  "Acho que a pergunta certa seria por que ela está tão calma quanto a isso, não?" Disse Quíron com um olhar gentil.
  "Você poderia dizer que eu sou um demônio e que estou no inferno, eu teria a mesma reação. Qualquer lugar é melhor que o inferno que eu costumava chamar de casa." A menina comentou em voz baixa.
  No mesmo dia, Charllote foi apresentada ao acampamento. Ela conheceu diversas pessoas bem divertidas e ouviu história muito boas, a energia naquele lugar era completamente diferente do que ela já havia experimentado antes. Algumas semanas depois, quando estava jantando tranquilamente, notou que todos olhavam pra ela. Alguns tinham o olhar surpreso, a maioria só olhava e dava de ombros, mas definitivamente o olhar da semideusa era de confusão e assim que ela notou o brilho acima de sua cabeça foi que seu olhar se tornou confuso.
  "Charllote Bran, você é filha de Apolo... Por que eu não estou surpreso?" Falou Quíron sorrindo pra menina, que retribuiu o sorriso.
  A partir daquele dia, Charllote passou a ficar no chalé de Apolo com seus irmãos que sempre haviam alguma história pra contar.









Não ficou tão bom quanto eu queria que ficasse (Já que eu não mostrei tanto da personalidade da Charllote como descrevi.), mas foi o que deu pra fazer.
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Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por Zoey Montgomery Sáb 13 Fev 2016, 00:01


Avaliação


Justin McCain — Boa noite, Justin, tudo bem? Espero que sim. Vamos lá: eu particularmente gostei do seu texto. Sua estrutura é muito boa, e não percebi erros gritantes no mesmo. Gostei do fato de o seu personagem querer ser um vilão, e do jeito rebelde dele. Sem mais delongar sobre, declaro que você foi reclamado por Nêmesis. 

Diovana Rodrigues — Boa noite Diovana, tudo bem? Espero que sim. Certo, indo direto para sua avaliação: sua história foi criativa e tudo mais, mas vi algumas coisas que, particularmente, me incomodaram. Você disse que essas aves atacaram vocês, mas da forma como atacaram era mais provável você e seu pai sangrarem até a morte (q). Foi o que eu imaginei, pelo menos. 

Uma das principais causas da sua reprovação foi a ausência do momento da reclamação. Conforme diz no tópico explicativo de como você deve fazer sua ficha, você deveria ter incluído o momento em que, de fato, você descobre que é uma semideusa — neste caso, quando o símbolo de poder se seu/sua pai/mãe olimpiano aparece em sua cabeça — neste caso, o símbolo de Athena.

Ah sim, quando for postar um texto, se não se utilizar de templates, peço que justifique. Visualmente ele fica mais bonito, ok?

Por enquanto você está reprovada. Mas não desanime, e tente novamente! :)
Precisando de ajuda, sinta-se livre para me mandar uma MP ;)

Penny Lane — Boa noite, Penny. Tudo bem com você? Vamos para sua avaliação: jovem padawan, que texto enorme. Sinceramente, me deu muita preguiça de ler — mas o fiz, analisando a estrutura textual que, ao meu ver, não é ruim. Vi que você cometeu alguns deslizes, como escrever "traz" em vez de "trás", uma vez que na frase aplicada você estava falando dos fundos. Na frase >> Penny tentou se virar e correr para o outro lado, mas acabou tropeçando em uma das raízes, seu Ipod voou aterrissando a cerca de um metro e quebrando a tela. <<, a vírgula após a palavra "raízes" poderia ser substituída por um "e" e, por já ter mencionado o nome da personagem, o "se" pode ser eliminado da frase: >> Penny tentou virar e correr para o outro lado, mas acabou tropeçando em uma das raízes e seu IPod voou, aterrissando a pelo menos um metro, quebrando a tela. <<

Na frase >> A criatura parecia estar em dúvida se atacava ou corria, seu olhos estavam  esbugalhados de medo e encarava a garota com ódio.<< eu dei uma leve bugada. Ficou escrito de uma maneira muito estranha, e dá a entender que a criatura estava com medo, e não a Penny — o que, imagino eu, era para ser.

Lembre-se de uma coisa: "em cima" é separado. Para lembrar, faça um "v" com os dedos. Em cima ele é separado, e embaixo ele é junto. É fácil de lembrar ;)

Você colocou o momento de reclamação em seu texto, o que não ocasionou sua reprovação — eu quase a reprovei. Quase. Mas seu texto ficou bom, apesar de alguns errinhos já citado anteriormente. 

Lembre-se desses pequenos detalhes em seus próximos textos. E, como eu disse para a Diovana: se você não usar template, por gentileza justifique seu texto. Ele fica visualmente mais bonito.

Aprovada! Bem vinda, filha de Selene!

Charllote Bran — Olá Charllote, boa noite. Tudo bem? Vamos lá: primeiro falando da sua organização textual, que não é ruim. A única coisa que te peço é utilizar o travessão para indicar as falas (o comando do mesmo é alt+0151), e não aspas. Peço, também, que separe os parágrafos uns dos outros.

Sua narrativa foi fluida, e não encontrei erros gritantes e que me fizessem reprová-la por isso. 

Um único ponto: eu não entendi direito a seguinte frase >> Olhou uma última vez para a jovem dormindo na cama e sorriu de maneira gentil antes de sair da casa da menina. <<
Sinceramente eu não entendi essa frase. Então lhe aviso para que tome cuidado para não escrever frases assim em seus textos. Revise.


Aprovada! Bem vinda, filha de Apolo! (mais uma irmã, eba <3)
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Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por 117-ExStaff Sáb 13 Fev 2016, 01:17

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Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por James Harper Winchester Dom 21 Fev 2016, 14:38

[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]
Ficha de Reclamação

- Por qual deus deseja ser reclamado/ qual criatura deseja ser e por quê?

Gostaria de ser reclamada por Despina. As respostas comuns para porque seriam: por causa do poder, “por ser um deus/deusa não conhecido” e etc. Bom, eu realmente não posso negar que alguns desses fatores me influenciam. Mas também escolho ser filha de Despina por gostar muito do que ela representa. Escolho-a por ser uma das deusas com quem eu mais me identifico e gosto.

- Perfil do Personagem.

Características Físicas: Devido ao albinismo, Isabelle é uma garota muito peculiar, porém também muito bonita: os cabelos quase prateados caem aos ombros de forma que se adaptam ao seu rosto perfeitamente. Seus olhos azuis são límpidos como o mais claro cristal. Alta e com uma boa estrutura, não é magra e muito menos gorda, mas o ideal para sua idade e estatura. Tem um rosto angelical, o que geralmente faz com que as pessoas se enganem e achem que ela é muito mais frágil do que realmente é.

Características emocionais: Isabelle é uma garota muito bipolar e arisca graças a seu passado. Muito fiel aos poucos amigos que mantém, é bastante decidida e determinada. Um pouco arrogante, mas quem não é às vezes? Atenta a tudo e todos, irreverente com as pessoas mais próximas, sempre muito fechada perto de desconhecidos. Tranca-se em seu mundo pessoal e imagina não sair dele, onde tudo é possível, onde suas idealizações são reais.

- História do Personagem.

O tempo passa tão depressa, como em um piscar de olhos. Em um momento você é uma pequena criança chorando por causa de um brinquedo quebrado, no outro é uma senhora que olha para trás, sorri pelos momentos de alegria, tenta entender porque deu tanta importância para coisas tão ínfimas, medíocres e esconde o pesar por todas as desventuras atrás de um sorriso singelo.

...

As notas que desfilam pelas mãos do pianista ecoam através do enorme teatro, preenchendo com uma doce melodia o silêncio que se instalou desde que subi ao palco. Embaixo dos refletores eu deslizo, completando os passos da coreografia e dando vida a Liesel, apenas mais uma das trágicas personagens do balé.

Liesel foi uma rainha que por muito tempo governou Nusquam, uma cidade que hoje é completamente esquecida. Ela era uma mulher fria, egoísta, que guiava o reino com uma firmeza inabalável e que sem misericórdia punia aqueles que acreditava precisar punir. Acabou vítima de uma emboscada armada por seus próprios irmãos mais novos, após ter saído de seu palácio à noite para participar do culto a deusa Kalosyni e foi deixada, gravemente ferida, à beira de um abismo. Por fim, após três longos e delirantes dias, ela se suicidou. Girando e girando novamente eu me perco em memórias quando olho para Charlotte sentada em frente ao palco.

Nasci em uma pequena cidade próxima a Lille, na França. Eu e meu pai morávamos em um enorme casarão, bastante afastado da cidade, quase na zona rural. Lembro-me de muitas coisas sobre aquele lugar: as brincadeiras inocentes de tarde, as festas, as pequenas aventuras nas árvores que cercavam o local, as conversas sobre criaturas fantásticas como as sereias do rio Aire e por fim, lembro-me de Charlotte, ou Lotte, como preferia ser chamada.

Lotte era uma mulher muito encantadora. De longos cabelos dourados e pele marfim, ela se assemelhava muito as princesas que eu e Nicolle, minha melhor amiga, descrevíamos em nossas fantasiosas narrativas para a pequena Agnes, a irmãzinha mais nova de Nicolle. Sempre tão gentil, com um sorriso doce e grandes histórias para contar, ela encantou completamente não só as crianças, mas todos na pequena vila onde morávamos. Ela e papai se casaram pouco tempo depois, eu tinha pouco mais de seis anos e desde então ela se tornou a ‘mãe’ da casa.

Se eu ao menos tivesse olhado embaixo da falha máscara que enfeitava seu jovem rosto e soubesse desde pequena a pessoa podre que ela era...

Quantas noites eu me escondi embaixo da cama após ela ter ido para nossa casa? Quantas vezes fugi de casa para não ver o horror que acontecia na mesma? Vi meu pai morrendo a cada dia, sendo explorado por aquela mulher vil, vi seus sorrisos e aguentei suas zombarias enquanto um a um, cada um dos meus contos deixava de existir, sendo que o último deles se extinguiu quando meu pai morreu em um misterioso acidente de carro.

As notas estão acabando, assim como meu tempo. Paro em meio ao palco e mais uma vez olho para Charlotte, mas hoje vejo algo que nunca havia visto antes: há algo sombrio em relação a ela, em volta dela. Seu sorriso não alcança seus olhos, que permanecem frios, encarando cada movimento meu. Ela sabe. Não sei como, nem desde quando, mas ela sabe o que descobri.

Estou na beira do precipício, assim como Liesel esteve. Agora entendo que seu delírio era nada mais que a descoberta de uma verdade que se escondia em meio a sórdidas mentiras, e o suicídio um passo, apenas um passo, para uma realidade distorcida que parecia tão distante quanto a lua e tão real quanto o mar.

Uma nota. Um passo. Uma queda.

A morte desfila em uma estranha estrada de sombras, com um livro em mãos e mais de mil máscaras. Em seu caminho ela encontra com o mais variado tipo de pessoas. Amigáveis, dóceis, delirantes, loucos, suicidas, vítimas. Para cada um ela apresenta uma face, com cada um ela se transforma, para uns é uma amiga que os ajuda a romper as barreiras e os limites do lugar vazio onde moram... Para outros ela é a debochada, que com zombarias e risadas os empurra para a beira do abismo prometendo mundos perfeitos de fantasia que nunca são encontrados... Ou é simplesmente ela, guiando torturadas almas para os abismos podres do submundo... Dentre todas elas a que mais gosto é a bondosa, que com um gesto singelo muitas vezes confundido com frieza, liberta aqueles que durante a vida ganharam o direito de continuar para uma nova parte do eterno ciclo conhecido como vida.

Naquela noite, ainda com a roupa da apresentação e saindo escondida pela parte de trás do teatro, eu sabia que Charlotte estaria atrás de mim logo, mas não importava. Eu estava indo para um lugar muito melhor, encontrar finalmente uma pessoa que procurei desde pequena. O sátiro disfarçado ia à frente e eu seguia, pensando em como é irônico que muitos fujam da morte e eu esteja aqui, prestes a conhecer uma verdade perigosa e que pode me matar.

OBS:
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Thanks to: ran @ gc
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Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por Lavinia S. Larousse Seg 22 Fev 2016, 10:04



Avaliação

Isabelle Beaumont - Reprovada como filha de Despina

Isabelle, primeiro de tudo:

Não é necessário a utilização de template, mas caso opte por fazê-lo, a largura mínima deverá ser de 400px, preferencialmente sem barra de rolagem. Templates que não sigam o disposto farão a ficha ser ignorada, bem como fichas ilegíveis - utilize colorações adequadas no texto.

Seu template está muito difícil de ler, e por isso eu poderia facilmente ignorá-lo aqui no tópico. Optei por avaliá-la para que eu possa te dar as devidas orientações sobre suas próximas postagens, principalmente no quesito organização. A impressão visual é a primeira que fica, e logo de cara não tive um pré-julgamento muito agradável sobre sua ficha.

Logo no início de seu teste — motivos para ser reclamado —, alguns erros de pontuação chamaram a atenção. Você utilizou muitos pontos (porém esqueceu de um, logo após "etc") e apenas duas vírgulas, quando poderia ter usado mais.

Para contrariar, o restante da ficha foi escrito de forma impecável. Algum erro de digitação aqui ou acolá, mas nada que prejudicasse a boa fluência e o rumo da história. Entretanto, não sei se você entendeu corretamente o propósito da ficha de reclamação do fórum, que é contar a história de como sua personagem descobriu ser um semideus:
O personagem não é obrigado a ir para o Acampamento, mas DEVE narrar na história a descoberta de que é um semideus e sua reclamação.

A reclamação, no caso, seria o incidente que leva a aparecer um símbolo pairando sob a cabeça do semideus, momento em que a própria divindade o reconhece como prole. Este fato esteve ausente de sua ficha, que apesar de profunda e um tanto poética, acabou pendendo mais para o lado da confusão do que do mistério que tentou causar.

Aconselho fortemente uma troca de template, de preferência com um tamanho maior do que este, e alguns detalhes adicionais em sua história. Como a ficha para Despina é considerada rigorosa, assim será avaliada. Se precisar de qualquer outra dica ou tirar qualquer dúvida, envie-me uma MP, ficarei feliz em ajudá-la. Boa sorte na próxima vez, futura irmã!

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Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por Fley D'lacqua Ter 23 Fev 2016, 03:19

- Por qual deus deseja ser reclamado/ qual criatura deseja ser e por quê?
Melinoe

- Perfil do Personagem; (Características Físicas e Características Psicológicas - preferencialmente separadas)

  • Pele branca como a neve, olhos de expressão vazia, fria, lábios rosados e corpo esguio, considerado fraco, de aparência frágil e misteriosa, maxilar bem marcado e sem nenhum fio de barba ou bigode, cabelo mais branco que a pele fazia um contraste com a cor de seus olhos, azuis acinzentados com um brilho intenso que mais parecia um abismo para o mais distante vazio.



  • Possui aparência blasé, analítico, critico, mas é só aparência, na maior parte do tempo possui insegurança do seu próprio eu, tem grandes duvidas sobre tudo que o cerca e preza bastante a palavra, promessas, possui algumas atitudes consideradas frias mas nada ainda cruel.


- História do Personagem;
-O tolo, o diabo, o... – Suas palavras foram rapidamente interrompidas pelo bater de uma porta logo a sua esquerda, a do seu quarto. – Ótimo, perdi toda a concentração, agradeço universo! - E–clamava o garoto enquanto se levantava do chão de carpete e joga o restante das cartas sobre a cama, deixando apenas três sobre o chão.

Olhos pouco expressivos admiravam a si mesma no reflexo do espelho, pele tão branca que parecia ter sido banhada na luz da lua, olhos azuis sem transmitir muito sentimento, pareciam sempre vazios e inexpressivos, como se o garoto vivesse em um eterno espanto, seus cabelos lisos eram de um tom branco, quase da cor da neve, seu corpo esguio era um pouco magro demais para um garoto de 17 anos mas não chegava a ser desproporcional, era perfeito para um garoto tímido e taxado de “esquisito” pelos seus colegas de classe, esse era Fley.

Descia rápido as escadas em direção à cozinha, já era tarde da noite e o garoto não havia comido nada, tinha praticado por toda tarde e noite a leitura de tarot, tinha grande interesse em formas de descobrir ou controlar o seu futuro, achava sempre mais seguro dessa forma, por esse motivo evitava tomar decisões fora do seu padrão de vida. “Sem mudanças, sem surpresas, sem preocupações” Era esse sempre o seu pensamento em relação a vida. Mal sabia que naquela noite haveria uma grande mudança que traria tudo isso para a sua vida.

Seguia firme em direção a geladeira, com um pequeno puxão a porta da mesma se abre, os olhos de Fley pousam em cada alimento. -Agora pra completar a manteiga de amendoim some! – Grasnava incrédulo para si mesma – Dean! Dean! Volte aqui seu canalha! – Gritava a televisão que por sinal havia ligado sozinha, pelo susto a cabeça de Fley que já estava enfiada na geladeira bate no teto, fechando a geladeira o garoto se desloca em direção a sala.

-Supernatural? Como essa televisão ligou? – Olhava incrédulo tentando pensar em alguma desculpa para se convencer de algo que não queria crer. –Talvez tenha sido um mal contato. - Falava o garoto sem nem mesmo acreditar em suas próprias palavras. Ao terminar sua frase sente algo passar pelas suas costas, ela vira abruptamente logo após desligar a televisão, como um vulto em um tom preto em direção as escadarias. Quando Fley analisa a escada ouve imediatamente a televisão ligar, seu volume começa a aumentar até o máximo e finalizar com um pequeno estalo e um cheiro de queimado. “Isso não pode estar acontecendo, eu achei que tinha parado, achei não, eu tinha certeza, porque isso está acontecendo de novo?” Um clarão é gerado no seu quarto, como um flash de luz forte, mas logo em seguida o quarto é pintado por uma cor mais fraca, mais gélida, mais morta, essa foi a deixa para o garoto se dispor a correr escada acima.

-Eu não sou mais um menino pequeno! - Gritava enquanto subia as escadas, mas logo foi interrompido por algo que passava voando logo a sua frente, tinha uma tonalidade da cor do clarão do seu quarto, essa “coisa” saia voando vinda da cozinha em direção a parede ao lado da escada, com o susto Fley se vê caído sentado no meio da escada. Sua expressão estava tensa, suas mãos tapavam seus ouvidos e o garoto só conseguia olhar pra baixo, ao levantar a cabeça percebera que não só o seu quarto estava em uma tonalidade esverdeada fria, mas toda a sua casa, e foi ai que ele percebeu o motivo, várias das “coisas” estavam voando pela sua casa, fazendo movimentos circulares, girando pela mesma de forma aleatória, atravessando as coisas abruptamente, e essas coisas atravessadas incluíam Fley.

A casa do garoto fora tomada por um enxame de algo que se pareciam com fantasmas, rostos mortos, sem nenhuma expressão, olhos brancos arregalados e vazios. Agora que Fley reparada bem, pareciam cabeças soltas voando por toda a casa de forma desordenada e irritante, cada vez mais aumentando a velocidade de movimento. –Vocês têm que sair daqui... – Sussurrava Fley para as cabeças flutuantes que agora giravam em torno do rapaz de forma agressiva. “Não é a primeira vez que isso acontece, a sete anos atrás eu vivia nessa mesma casa, nunca conheci meus pais, ao nascer fui criado sempre por babás, segundo o que eu conseguia ouvir sobre minha própria história meu pai era muito rico, minha mãe o abandonara quando eu ainda era um bebê, ele foi morto após eu fazer um ano de idade deixando a fortuna e casa para mim, não gostava muito daquele luxo de mansão, preferia minha vida pacata em uma casa mais modesta. Continuando, a uns anos atrás eu comecei a sentir presenças nessa casa, moveis se movendo só, portas batendo, televisão ligando só, não é a primeira vez, já aconteceu, mas nunca de forma agressiva, sempre me sentia bem dentro daqui, sempre me senti bem mesmo com esses acontecimentos, eu me sentia... em família, em casa. Os acontecimentos mais estranhos eram meus sonhos, sempre me via de frente para algum espelho e algo me sussurrava no ouvido “tome o controle”, eu nunca entendi o que aquilo significava, nunca compreendi com o que aquilo fazia sentido, mas parece que hoje as coisas começaram a fazer sentido” O garoto fecha os seus olhos ainda com as mãos no ouvido e lança um grito no meio daquela confusão –Parem! Se afastem e se acalmem! – Foi como chantagear um cão com um biscoito canino, todos os espíritos o obedeceram, se afastaram, pegando posições aleatórias dentro da casa, pairando tranquilos, como se observassem.

Fley não parecia mais assustado naquela situação, ele levanta um pouco sem jeito da escada e segue em direção ao seu quarto que novamente emanava uma luz intensa e gélida, ao entrar no quarto a luz se acalma, a única reação do garoto é correr em direção a janela, algo o chamava, uma mulher de branco, cabelos negros e um manto branco sobre sua cabeça caminhava cercada de pequenas e grandes fantasmas, ela lançara um olhar direto para Fley, tinha olhos fantasmagóricos, frios, vários, assim com os seus, sua pele era inteiramente branca, quase albina, da cor da pele do garoto, Melinoe, a deusa fantasma. Ela o fita por um segundo com uma expressão de quem só necessitava observa-lo durante um segundo. Mas aquele um segundo para Fley havia sido eterno, interminável, foi algo confortante, algo tranquilizador, mas ao mesmo tempo assustador, não por gerar medo, mas por parecer que aquele olhar lhe era familiar, um olhar que ele via desde o seu nascer, um olhar materno.

Ao sair da janela o garoto vai em direção ao banheiro lavar o rosto e se olhar no espelho, Fley abre a torneira da pia, água um pouco gelada, fazendo a forma de uma concha com as mãos o garoto abaixa a cabeça e lança água em seu rosto, esfregando, ao levantar uma surpresa, presa ao espelho três cartas de tarot, o tolo, o diabo e – O rei – Ele cita as palavras enquanto estica sua mão para pegar a carta, ao pegar, um pequeno espirito em forma de serpente voadora sai do espelho e enrola em seu braço de forma acolhedora. – Olá pequenina – Falava o garoto enquanto a acariciava e percebia que a partir de hoje uma grande mudança foi feita em sua vida – Com mudanças, com surpresas... sobre as preocupações ainda tenho que decidir – Falava de forma determinada enquanto notava os fantasmas a sua volta em forma de quem espera ordens. O garoto se dirige para a sua cama e puxa a coberta. – Apaguem a luz – A serpente sai de perto do garoto e logo corre ao interruptor – Boa noite – diz Fley para os seus novos amigos. – Boa noite meu filho. – responde uma voz vazia, fria e reconfortante, um reflexo rápido no espelho  é visto mas logo some, era a mulher que caminhava na rua, Melinoe. –Boa noite Melinoe... quer dizer... mãe – Após tais palavras Fley se põe a dormir. A partir de agora, felizmente ou infelizmente para o assim reclamado filho de Melinoe, sua vida nunca mais será a mesma.
Fley D'lacqua
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Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por John Miller Ter 23 Fev 2016, 10:36


Avaliações
Fley D'lacqua
Fley, Fley, Fley... Que nome lindo. :3
Sua escrita é linda, seu modo de escrever é interessante, mas confesso que eu odeio um texto com mais falas que ações e infelizmente o seu é assim. Não que eu tenha levado isso em conta, até porque não faria sentido.

Entretanto, Sua ficha foi tão rápida e confusa que eu tive que ler, reler e reler novamente. E aforma como você descobriu foi tão... Eu já sabia disso. Senti muita falta dos sentimentos dele, uma criança que nunca viu os pais simplesmente conhece a mãe e não tem nenhuma reação a não ser dormir porque já estava na hora. Foi uma coisa tão anormal que não pude deixar de notar. Parece que ele já sabia que era filho de uma deusa.

Enfim. Como o teste de Melínoe é rigoroso, por ora é reprovado, mas eu tenho certeza que se melhorar a forma que descobriu, e se o enredo não ser tão confuso, será aprovado.

Fley - Reprovado
John Miller
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Eu acho que não é da sua conta. Só acho.

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Re: Ficha de Reclamação

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