[RP Fechada] — RULES; Zuri D. Morhauser & Angel P. Gramsci

Ver o tópico anterior Ver o tópico seguinte Ir para baixo

[RP Fechada] — RULES; Zuri D. Morhauser & Angel P. Gramsci

Mensagem por Zuri D. Morhauser Dom 09 Fev 2020, 21:20

rules
may i call you angel?
Nos últimos vislumbres do entardecer, Morgan-Monroe retinha parcamente o alaranjado do crepúsculo. Não tardou para que aquela paleta fosse substituída pelo negro absoluto que configurava a escuridão noturna, estando então o domo celeste recoberto pelo manto de Nyx. Uma das maiores florestas daquele estado federativo, suas árvores guardavam os ventos entrecortantes que assemelhavam-se a sussurros. Pouca movimentação era vista, obviamente. Ou era isso que se esperava.

* * *

A RP se passa na floresta de Morgan-Monroe, Indiana. O horário não é totalmente definido, ainda que seja noite. Está escuro, salvo pelas pequenas e escassas áreas onde as árvores deixavam o luar alcançar o chão. Nenhuma movimentação além das semideusas.

Zuri D. Morhauser
620/620 HP
620/620 MP

Angel P. Gramsci
250/250 HP
250/250 MP

Zuri D. Morhauser
Zuri D. Morhauser
Curandeiros de AsclépioPanteão Grego

Mensagens :
110

Localização :
FGHC

Ir para o topo Ir para baixo

Re: [RP Fechada] — RULES; Zuri D. Morhauser & Angel P. Gramsci

Mensagem por Zuri D. Morhauser Dom 09 Fev 2020, 22:26

Zuri gostava de como a auréola lunar — prateada, pura —, cercava a silhueta do mundo com uma aura quase fantasmagórica e sobrenatural.

Incluía-se naquela característica, uma vez que era banhada por aqueles raios lustrosos e lívidos. Não somente alcançavam-na, faziam-no com todas as mínimas formas daquela clareira: pedras e flores, galhos secos de árvores e relva alta. Era em ambientes como aquele, majoritariamente selvagens e intocados pela ação antrópica, que Morhauser sentia-se confortável. Por vezes sentia que a natureza era uma extensão sua, de onde podia tirar força e entendimento.

Mas aquela floresta era sinistra, arrepiava os pelos da nuca da loba solitária. Indiana era conhecido por suas extensas áreas verdes, mas Morgan-Monroe trazia algo especial, místico, em sua composição. Tudo naquele quadro parecia mórbido, atrelando o bucolismo a um locus amoenus peculiar. Ela gostava; e Zéfiro agitava as folhagens das árvores, parecia fazê-las sussurrar.

Aproveitando a solitude noturna, imersa nos vagos pensamentos, Morhauser colocou-se a caminhar em passadas lentas. Ainda tinha os acontecimentos de Inverness vivos em sua memória, e perguntava-se se iria, de uma forma ou outra, conseguiria esquecê-los.

Provavelmente não.

A filha de Macária procurava sempre engolir, suprimir, seus sentimentos ruins. Talvez porque não gostasse de tê-los à flor da pele, como acontecera na Escócia. Sempre que algo daquele cunho ocorria, libertava uma parte de si cuja ferocidade era tamanha que chegava a gerar receio nela própria. Precisava controlar-se, frear seus ímpetos mais obscuros.

Só não sabia se era verdadeiramente capaz de conter o monstro em si.


•••


Esmagava plantas sob as botas.

Com passos delicados, quase flutuantes, movia-se de maneira sutil. Entre raízes protuberantes que rompiam o solo e matéria orgânica formando um tapete natural, a donzela sentia algo. Não conseguia definir com exatidão, ainda que soubesse que em nada aquela presença era relacionada à aura maligna de monstros ou espíritos errantes. Era alguém — alguém como ela.

Afastando alguns galhos baixos da altura dos olhos, a americana focou as íris macadâmia em algo adiante. Era branco o corpo alheio, de uma estrutura delicada que possivelmente mascarava sua força. Sob a escuridão e o luar, era como se fosse feita de mármore; tons díspares de branco que eram opostos aos da sua epiderme, por sua vez negra. Um suspiro escapou dos lábios da caçadora quando irrompeu a última linha das árvores para alcançar o campo de visão da loira.

— Você está perdida? — indagou. Mas algo nos olhos dela, dois vórtices galáticos, diziam-lhe respostas contrárias àquela pergunta. Zuri ergueu uma sobrancelha.

“Quem… quem era aquela garota?”
live fast and die young

— Ross
Zuri D. Morhauser
Zuri D. Morhauser
Curandeiros de AsclépioPanteão Grego

Mensagens :
110

Localização :
FGHC

Ir para o topo Ir para baixo

Re: [RP Fechada] — RULES; Zuri D. Morhauser & Angel P. Gramsci

Mensagem por Delphine Hayíka Seg 10 Fev 2020, 22:20

Gathering wildflowers to lay in her hands
Nojento. Asqueroso. Repugnante. Todas essas palavras e sinônimos semelhantes cruzavam sua cabeça enquanto cruzava a floresta escura com seus Loubotin em mãos, seu casaco e pele tingidos com a vitalidade humana, em contraste quanto aos pés imundos com a terra escura. Há quanto tempo estava ali? Não era capaz de responder com certeza, nada era capaz de lhe indicar as horas naquele lugar abandonado pelos deuses e só o que lhe restava era caminhar. Sabia que tinha um rio próximo e seguia em sua direção, a ânsia por limpar-se de qualquer marca daquele empresário desprezível movendo-a como um motor à gasolina.

Sua passadas eram perfeitamente calculadas, sabendo exatamente onde pisar no chão de Morgan-Monroe. Não era do tipo que tinha conhecimento sobre a natureza, não tinha ligação alguma à Deméter, Perséfone, ou alguma deusa do gênero. A única coisa que havia era estudo do mapa do local e estrelas para guiá-la, era a rota perfeita para um crimes sem vestígios. Ela podia não ser a mais poderosa entre seus iguais, contudo, sabia melhor que ninguém como assassinar um de seus inferiores.

Quando encontrou o rio, já considerava a ideia de desistir. Seus pés doíam, latejavam e nem mesmo o prazer de estar alimentada a satisfazia naquele momento. Sentou às margens da corrente, limpando seus pecados do corpo, porém não da alma. Um deus como o cristão nunca perdoaria a Pietra, nunca teria misericórdia para com ela, pois não havia algo que a notívaga desprezasse mais que o arrependimento. Queimar em labaredas eternas parecia um conceito belo comparado ao de render-se à hipocrisia, ou ao menos era o que acreditava.

Atirou seu casaco na terra, esfregando a pele alva até alcançar um estado de vermelhidão. Longe da civilização, o céu noturno apresentava suas cores e constelações mais belas, semelhante à uma virgem cuja castidade e pureza faz questão de preservar apenas aos que julgar serem dignos. Perguntou-se, então, se Nyx era uma criatura exigente, entretanto sem o desejo de obter uma resposta.

Esgueirando-se sorrateiramente pelo ambiente quase silencioso da floresta, o barulho de galhos e folhas a alertaram quase de imediato. Levantou os olhos, alerta, as íris amarelas transmutando-se para sua frieza de origem, e tudo o que captou foi uma garota. Uma semelhante, ainda que completamente oposta à ela em aparência.

Você está perdida? — Seus lábios carmim pronunciaram, enjaulando à raposa em outro plano astral por instantes. Tinha um desejo no fundo de seu âmago que a fazia pensar que aquela jovem de pele banhada a ouro não lhe oferecia ameaça, não sabia dizer direito o porquê.

O silêncio foi sua única réplica por alguns instantes, um sorriso brando expressando-se no rosto de Gramsci enquanto negava com a cabeça. Estava longe de estar perdida, ou preferia se convencer de tal. Apoiou o queixo sobre seu próprio ombro, os pés balouçantes espalhando levemente a água corrente enquanto mirava a desconhecida.

Acho que não. Você está? — Correspondeu a interrogação, divagando um pouco antes de questioná-la novamente. — Se importa em dizer como se chama? Por questões de segurança.

comentarios:
— watch out boy, she'll chew you up
vitu.
Delphine Hayíka
Delphine Hayíka
Filhos de NyxPanteão Grego

Mensagens :
122

Ir para o topo Ir para baixo

Re: [RP Fechada] — RULES; Zuri D. Morhauser & Angel P. Gramsci

Mensagem por Zuri D. Morhauser Qui 13 Fev 2020, 07:48

Mil e uma respostas complexas cruzaram a mente de Zuri.

Nenhuma delas, por sua vez, verdadeira.

Mudou o peso de um pé para o outro, deixando que ambos os braços pendessem lateral ao corpo magro enquanto analisava-a. A via de mão dupla era um fato, pois os olhos de outrem recaíam sobre sua imagem com críticas semelhantes, pressupôs.

Estava perdida? Não. Ou talvez sim, dependendo do contexto no qual aquela palavra era utilizada. Decidiu não prolongar aquele raciocínio, uma vez que as botas marrons levavam-na adiante pelo terreno até que estivesse mais próxima da loira:

— Não estou perdida. — pontuou, permitindo a si própria deliberadamente mirar a Lua e o curso de água que a refletia, o mesmo local onde a branca parecia tentar limpar a si própria. Para aquilo, Dakota levantou uma única sobrancelha. Nada disse. — Me chamo Zuri. Zuri Morhauser. — fazia algum tempo que não conversava com alguém; proferir seu nome em voz alta para termos de apresentação era, de certo modo, peculiar.

Sempre achara-o efêmero; não acreditava que pudesse alguém querer um dia conhecê-la.

— Quem é você? — perguntou, as mãos encontrando o conforto do calor dos bolsos do casaco. Havia algo curioso na interlocutora, fosse a pele branca ou os olhos que tanto se assemelhavam a dois vórtices de magia. — Às vezes dizem que não é seguro pra alguém andar sozinha por aí a noite. Principalmente em uma floresta. O que faz aqui?

Olhou para a água que a moçoila usava, então novamente para a face lívida da loira.
live fast and die young

— Ross
Zuri D. Morhauser
Zuri D. Morhauser
Curandeiros de AsclépioPanteão Grego

Mensagens :
110

Localização :
FGHC

Ir para o topo Ir para baixo

Re: [RP Fechada] — RULES; Zuri D. Morhauser & Angel P. Gramsci

Mensagem por Delphine Hayíka Seg 17 Fev 2020, 21:06

Gathering wildflowers to lay in her hands
Pouco era capaz de pensar naquele momento, mirando aquela garota cujo desconforto era aparente sob a luz do luar. Gostava de como a pele de ouro marrom cintilava com os encantos de Selene, de como os olhos castanhos pareciam atravessá-la. Assistia com atenção a maneira que sua linguagem corporal trabalhava, guardando os detalhes no fundo de sua mente, todavia tendo sua atenção desviada pela apresentação firme da outra.

Zuri Morhauser. Assentiu brevemente com a cabeça, tentando assimilar a identidade e relacioná-la a alguém que conhecia. Falhou. Apenas era capaz de pensar em como o sobrenome era semelhante a sua língua mãe, porém não o suficiente para ter um significado real. Resolveu guardar essa informação, não por sentir que seria verdadeiramente útil no futuro — provavelmente nunca a veria novamente —, mas por um simples ato involuntário de seu corpo.

Quem é você? — A indagação foi alta e clara, carregando mais interesse que Angel gostaria de lidar. Tudo seria mais simples se os questionamentos fossem mínimos, não havia preparado história alguma. — Às vezes dizem que não é seguro pra alguém andar sozinha por aí a noite. Principalmente em uma floresta. O que faz aqui?

Umedeceu os lábios, sem saber exatamente por onde começar. Quem era ela? Ora, havia sido tantas em uma vida só que aquela pergunta poderia ter centenas de respostas. Cogitou mentir, como sempre fazia, ou até mesmo desviar da pergunta de maneira que fizesse a morena esquecer sobre a ausência de nome da assassina. Mas, de novo, qual seria a diversão nisso?

Então, apoiando-se em uma das mãos, a cria do céu estrelado ergueu-se do chão lentamente. Espreguiçou-se como quem não tinha sido exigida respostas, a terra úmida caindo aos poucos de suas pernas manchadas pelas cicatrizes de agulhas e pelo próprio solo.

Alguns me chamam de Angel. Gramsci. Angel Gramsci, como o teórico — colocou os pés no rio e agachou-se o bastante para deixar a água passar entre a pele de seus dedos. Ergueu a visão novamente para encontrar com os olhos da Morhauser. — Sobre o que faço aqui, acho que posso lhe fazer a mesma pergunta, não? A noite guarda muitos perigos, mas não acredito que isso te assuste.

Inclinou a cabeça para o lado quase imperceptivelmente, os músculos do rosto contraídos em um semblante curioso, ficando cada segundo mais intrigada pela presença da outra jovem.


comentarios:
— watch out boy, she'll chew you up
vitu.
Delphine Hayíka
Delphine Hayíka
Filhos de NyxPanteão Grego

Mensagens :
122

Ir para o topo Ir para baixo

Re: [RP Fechada] — RULES; Zuri D. Morhauser & Angel P. Gramsci

Mensagem por Zuri D. Morhauser Qua 26 Fev 2020, 00:15

Zuri não temia a noite havia algum tempo.

Entretanto, olhar dentro dos vórtices oculares da jovem Gramsci era como um convite a um desespero mudo daquele período enegrecido nos céus. Havia algo naquelas íris que atuava como um ímã sobre a morena, quase compelindo-a a render-se àquele olhar.

Talvez o estivesse fazendo — ainda que de maneira inconsciente.

Ergueu uma sobrancelha, somente então parecendo perceber o corpo exposto da garota. Novamente, ateve-se ao pensamento da disparidade da quantidade de melanina entre elas; enquanto Zuri era rica naquela substância, sua interlocutora apresentava carência da mesma. Fazia-a parecer — ainda mais sob a luminescência alva do luar —, esculpida em mármore.

E parada ali, com a água nos pés e borrifando suavemente como bênçãos de fadas às margens do rio, era como uma obra prima de Medusa: uma estátua branca e fria. Deixou que a menção àquela comparação se esvaísse quando aproximou-se mais que o contato supérfluo permitia, tirando as próprias botas e meias. Largando-as de qualquer modo sobre a grama, os pés pequenos experimentaram a textura rude do solo e a maciez da relva nele.

— Bom, não sei exatamente o que estou fazendo aqui. — confessou ao dobrar a barra dos jeans em ambos os lados algumas vezes até poder entrar com certa segurança entre as águas de correnteza. O toque álgido fizera a filha de Macária se arrepiar, mas finalmente estava lado a lado com Angel.

Tinham a mesma altura.

Mas não estou com medo. — prosseguiu. “Embora talvez fosse prudente estar”, pensou. Mas a grande verdade era aquela enunciada por sua fala: não temia a jovem Gramsci. E a curiosidade por conhecê-la acabou suprindo quaisquer outros parâmetros que pudesse fomentar. — Quer ajuda para se limpar? Aí você pode me contar sobre o que te sujou assim... — forneceu, suspirando.

Bastou que a brisa movimentasse seus cabelos para que a afro-americana prendesse novamente uma mecha rebelde atrás da orelha.

— Eu tenho bastante tempo. — conseguiu sorrir, referindo-se à espécie de imortalidade adquirida pelas seguidoras de Ártemis. — E não vou julgar nada. — assegurou, confidente.

Pois Morhauser tinha os seus próprios pecados. Quem era ela para julgar os alheios?
live fast and die young

— Ross
Zuri D. Morhauser
Zuri D. Morhauser
Curandeiros de AsclépioPanteão Grego

Mensagens :
110

Localização :
FGHC

Ir para o topo Ir para baixo

Re: [RP Fechada] — RULES; Zuri D. Morhauser & Angel P. Gramsci

Mensagem por Delphine Hayíka Seg 02 Mar 2020, 22:04

Gathering wildflowers to lay in her hands
O sorriso cortando entre seu rosto quando a garota entrou na água fora quase involuntário, estavam, enfim, tête-à-tête e Zuri parecia ainda mais real. Quis tocá-la, por um segundo, apenas para ter a certeza que não a veria se desmanchar no suspiro preguiçoso do senhor dos ventos. Desconhecia obras de artes que trouxessem criaturas tão etéreas quanto a outra jovem em seu esplendor, desconhecia sonetos que pudessem descrever a maneira que suas orbes tempestuosas cintilavam fortemente sob as graças de Selene e possuía a forte crença que mortal algum poderia produzir algo do tipo. Ela estava além daquele mundo, Pietra certificava-se cada vez mais a cada palavra esgueirando-se entre os sons da natureza.

Não saber o que estava fazendo era um conceito há muito desconhecido por Angel.

Sempre algo estava planejado para ela, sempre uma força alheia ao seu corpo a orientava sobre o que fazer, quando fazer e o protocolo era o mesmo. Todo passo era pensado, toda evidência que deixaria para trás para seu entretenimento, todo coração que colocava goela a baixo ou não. Era uma raposa domada, adestrada e isso a fez invejar a liberdade que Morhauser parecia ter e como esbanjava de seu livre arbítrio. Imaginava que, talvez, o cristianismo tivesse idealizado tal conceito exclusivamente para vestir a morena como um vestido feito sob medida e desejou rir da tolice desse pensamento. Não o fez, apenas esfregou uma mão contra a outra e tirou os resquícios de sangue no exterior de suas unhas.

Quer ajuda para se limpar? Aí você pode me contar sobre o que te sujou assim…

Todos os órgãos da alemã estremeceram com essa simples indagação, os pelos de seu corpo eriçando quase como um felino temeroso. Todavia, não era medo que sentia. Era a sensação de estar sendo pega em flagrante por um erro cometido e a notívaga não cometia erros. Nunca. Tateou a própria pele, vislumbrando o próprio reflexo sobre a cristalina água abaixo de si e encarando um rosto ainda tingido em carmim juntamente com a seda azul de seu vestido. Deixou um riso escapar de sua garganta, levando seus caleidoscópios até a outra, as cores vivas girando incessantemente.

Estava longe de temer o julgamento de Morhauser, essa era a última de suas preocupações naquele momento. Havia cometido um deslize que — por mais minúsculo que fosse — não passou despercebido pelas tempestades argutas dos olhos da garota e, acima de tudo, o que havia feito não era do tipo que algumas pessoas perdoavam. Matava semelhantes, não, matava inferiores e divertia-se ao assistir suas almas encolhendo-se dentro das carcaças ocas que haviam se tornado seus corpos. Não satisfeita, os devorava tão naturalmente quanto a uma carne vagabunda que se come em um hambúrguer de esquina e correria o risco de acabar na cadeira elétrica se não tivesse agentes do governo para encobrir seus pecados.

Respirou fundo, umedecendo os lábios e saboreando a ferrugem tão habitual a ela.

Pode-se dizer que eu tive problemas com uma refeição, não sei se posso contar mais que isso. — Deu de ombros, levando a destra úmida para lhe higienizar o rosto. Não era uma mentira, porém não era uma verdade completa. — Ainda tem sangue em mim? — Apontou para o próprio rosto.

Desejava que o assunto fosse deixado de lado o quanto antes, não tinha muito o que dizer e tinha bem mais interesse em saber sobre Zuri. Desejava desvendar tudo sobre a morena, colocá-la do avesso para alimentar o monstro da curiosidade que repousava sobre seu ombro e fazia uma miríade de questionamentos.

Quem é você, Zuri? — A pequena besta falou por ela antes que seu cérebro pudesse filtrar qualquer coisa. — Perdoe-me, soou um pouco vago, acho. Conte um pouco sobre você e posso cogitar a ideia de contar-lhe o que realmente aconteceu com essa bagunça aqui.

Pelo o que tinha visto da moça, imaginava que não conseguiria muito por não tê-la dado muito. Bem, o que poderia fazer? Prezava por segredos, todavia o sabor do entretenimento que poderia receber daquela estranha sobrepunha qualquer sigilo que tinha sobre seu emprego e passado.



comentarios:
— watch out boy, she'll chew you up
vitu.
Delphine Hayíka
Delphine Hayíka
Filhos de NyxPanteão Grego

Mensagens :
122

Ir para o topo Ir para baixo

Re: [RP Fechada] — RULES; Zuri D. Morhauser & Angel P. Gramsci

Mensagem por Zuri D. Morhauser Ter 03 Mar 2020, 09:10

“Ainda tem sangue em mim?”

Perante o questionamento, o pescoço de Zuri fora praticamente torcido por aquelas palavras, escravo daquela voz, virando a face da morena para a origem da voz da interlocutora. Soltou um suspiro, molhando as próprias mãos na suavidade da correnteza e levando-as às bochechas de mármore da outra. Aproximou-se, de tal sorte que os olhos grandes e castanhos fitassem aqueles demais coloridos.

— Muito pouco… — deixou que os dedos por ali corressem em um contato intimista. Os dígitos percorreram os vales das bochechas de outrem, ora sentindo a veludosa epiderme, ora absorvendo as texturas que ela tinha. Tocou sardas e linhas de expressões, deixando rastros de umidade para livrá-la do vermelho-ferro que se tornara o sangue seco. — ... Prontinho. — murmurou.

Para lavar suas próprias palmas, devolveu-as ao riacho. Por alguns instantes, filamentos escarlates se esvaíram em decorrência do que havia ficado preso a si e que anteriormente estava no rosto de Angel; mas rápido se foi, limpando-a. De qualquer modo, questionava-se a origem daquele sangue — as sagas foram vitais para ensiná-la e tinha conhecimentos suficientes para discernir sangue mitológico do mortal. E aquele era, em síntese, humano.

— Bom, eu sou uma Caçadora. — começou pela primeira certeza palpável que tinha. — Mas não estou com Lady Ártemis, como você pode ver. Nem pretendo retornar até ela tão cedo; não enquanto não descobrir o que sou. Assim como você, Gramsci, eu também quero me conhecer.

Havia uma centelha de frustração na voz ao proferir aquilo, mas externalizar um pensamento daquela categoria o fazia soar verídico, assegurando-o após tanto tempo.

— Eu viajo por aí e, você sabe… mato monstros. — “quaisquer que sejam”, pensou. A arqueira sentiu falta de mirar e atirar uma flecha, movimentos esses que deixavam-na estranhamente relaxada e segura. Sentou-se na margem, de modo que restava-lhe admirar ou o reflexo da Lua nas águas, ou o corpo esguio da loira também refletido nos espelhos das náiades. — Mas ultimamente, sinto que fiz algo errado… — “não acredito que vai contar a ela o que fez”, repreendeu-se.

Mas dadas as possibilidades da vida de um meio-sangue, Zuri imaginava que dificilmente veria Angel novamente.

— Imagino que tenha ouvido sobre os problemas da Névoa, sim? Eu participei de algo ligado a isso; digo, para restaurá-la. Fui obrigada a… — suspirou. Um segundo de silêncio, dois, três. — Matar alguém. É por isso que o sangue não me assusta mais, ou a possibilidade de encontrar uma garota nua e misteriosa num rio no meio da floresta. — sorriu, ainda que fracamente. — Monstros não têm medo.

Morhauser considerava-se tão bestial quanto as feras que abatia.

A jovem Dakota suspirou, os dedos resvalando nas gramíneas.

— Mas eu não sou uma maníaca que vai te matar, pode ficar tranquila. — apressou-se em dizer. Tinha aquele sotaque sulista da Louisiana, típico de uma garota nascida e criada em Nova Orleans. Era despojada, de fala mansa e leviana. — É só que… às vezes é difícil lidar com algo desse tipo.

“Embora não tenha sido uma sensação exatamente ruim”, pensou.
live fast and die young

— Ross
Zuri D. Morhauser
Zuri D. Morhauser
Curandeiros de AsclépioPanteão Grego

Mensagens :
110

Localização :
FGHC

Ir para o topo Ir para baixo

Re: [RP Fechada] — RULES; Zuri D. Morhauser & Angel P. Gramsci

Mensagem por Delphine Hayíka Ter 03 Mar 2020, 21:02

Gathering wildflowers to lay in her hands
Cerrou a pálpebras em decorrência do contato, o corpo desligando-se completamente por breves momentos. Sentia-se um filhote sob o toque da garota, uma criatura indefesa ainda vivendo abaixo dos braços de sua mãe. Era uma sensação aconchegante, as digitais delicadas tocando-a sem objetivo de vilipendiar seu corpo para estabelecer poder e sem implorar por misericórdia. Não sabia que outros semideuses tinham aquela espécie de cuidado, nunca havia conhecido um, ao menos não pessoalmente.

Quando as mãos de Morhauser dirigiram-se ao rio, as de Angel tentaram substituir o sentimento recém perdido e ela sentiu sua própria nudez pesar pela primeira vez. Pôs o vestido de volta — por maior que fosse sua imundícia —, pois odiava o pensamento de alguém vendo as marcas permanentes de agulhas em suas coxas e sabia o quão evidente era o vermelho em meio ao branco. Durante a ação, buscava ouvir a outra garota o mais atentamente possível, absorvendo com cuidado tudo o que lhe era dito.

Uma caçadora, o quão fascinante isso podia ser? Nunca cruzou caminho com outros portadores dos genes deíficos que tanto lhe pareciam um mistério e, na primeira vez, acabou por encontrar com uma seguidora de Ártemis. Havia ouvido incontáveis crônicas do grupo por parte de Klaus, sobre a coragem imarcescível das protegidas da Lua e tudo o que abdicaram para acompanhar a caçada. Desejou saber qual era a sensação de devotar sua vida a um deus, porém o pensamento morreu quando recordou-se das pessoas para quem trabalhava e como era quase a mesma coisa. Mesmas relações.

Não corrigiu a outra quando ouviu a afirmação sobre querer conhecer-se. Angel não tinha o menor interesse em sua própria persona, muito pelo contrário, temia o que poderia encontrar no âmago de sua matrioska e temia ainda mais a possibilidade de não encontrar nada porque era assim que se sentia. Uma porcelana oca, esculpida pura e unicamente no objetivo de matar e consumir supérfluos para divertir o que restava de sua personalidade. Ajustou a alça de seu vestido no ombro, o tecido úmido grudando em seu corpo.

Sua cabeça menou brandamente com a confissão feita por Zuri, tentando lembrar-se do que sentiu quando matou alguém pela primeira vez. Lembrou de seu namorado, do sabor de seu miocárdio e a morena descrevia bem a sensação, melhor do que ela jamais poderia. Sabia que a garota não iria matá-la, ao menos não naquele momento, não naquele dia.

Porque, após matar pela primeira vez, não existe emoção mais poderosa que a bestialidade da culpa. E se passa um bom tempo até que tire uma vida novamente.

Não precisa me tranquilizar, acredito que se quisesse me matar já o teria feito. — Dizem que é mais difícil para um animal morrer quando se dá um nome a ele, se apega a ele. — Está longe de ser um monstro, Morhauser, eles geralmente não se auto-denominam assim. Também não costumam achar difícil lidar com algo assim.

Podia dizer isso melhor que ninguém, vivia rodeada de bestas e sabia exatamente quando alguém se tornava uma. Diferente do que a morena parecia acreditar, monstros não eram apenas as intrépidas criaturas mitológicas que não tinham nada a perder já que logo voltariam do Tártaro para continuar o que começaram. Monstros nasciam quando a dificuldade de lidar com a morte e o assassinato acabava por tornar-se uma mera lembrança em sua mente.

Exatamente como a jovem Pietra fazia ao recordar-se de Colônia para poder simpatizar com o que a caçadora dizia.

Se te conforta, eu mato para viver. — Despejou a informação como quem joga um isqueiro aceso em um rio de álcool. Se não seria julgada, como Zuri dizia, então se aproveitaria do momento. — Sempre são pessoas mais fracas que eu, homens mortais, para ser específica. Se você continuar nessa, verá que não é tão ruim assim, só está os levando para o fim da estrada mais rápido.

Optou por não dar mais detalhes que isso, não revelar as tendências canibais que a induziram a matar, nem como a adrenalina de matar era a única coisa que a fazia se sentir viva. Queria fornecer à moça palavras de conforto e só.




comentarios:
— watch out boy, she'll chew you up
vitu.
Delphine Hayíka
Delphine Hayíka
Filhos de NyxPanteão Grego

Mensagens :
122

Ir para o topo Ir para baixo

Re: [RP Fechada] — RULES; Zuri D. Morhauser & Angel P. Gramsci

Mensagem por Zuri D. Morhauser Sáb 07 Mar 2020, 08:25

Zuri sabia que a morte nada mais era que um rito de passagem, um momento breve de transição. Sendo filha de uma deusa intimamente ligada àquela esfera de poder, compreendia sobre temáticas fúnebres tão bem quanto seus parentes ctônicos.

Angel estava certa, refletiu. Levava-os mais rapidamente àquele fatídico destino — o ato de morrer —, não como uma transgressão, contudo. Pois ainda acreditava que cada linha do destino já fora cuidadosamente fabricada pelas Moiras. Pensou em quantos outros fios da vida encontrariam o seu com um único propósito: serem cortados por ela.

— Matar o sexo oposto não é pecado. — gracejou, embora há menos de cinco meses tivesse uma visão completamente diferente sobre as interpretações daquela sentença. O fato constante é que passara a ver os homens de modo subserviente quando fora recrutada por Ártemis e por outras donzelas que vagueavam por aquele mundo há muito mais tempo que as sagas podiam contar. E após ter sido submergida aos perigos de ser uma meio-sangue, Morhauser descobrira que tirar uma vida podia ser tão banal e terrivelmente necessário quanto o ato de respirar.

Bom, por vezes respirar dependia da morte de terceiros. E Zuri era esperta o suficiente para priorizar a si mesma em questões magnas.

— É apenas estranho, se é que me entende. Digo, em um momento a ideia de um assassinato é condenável. Então, torna-se preciso para que nós possamos viver. — uma parte do discurso referia-se ao próprio passado, às torpes experiências. Desde que havia intervido e matado uma alcateia em terras canadenses, imaginava que os outros licantropos estivessem em seu encalço. Se fosse verdadeira aquela suposição, imaginava que teria que matar muitos outros. — E sempre nos foi reservado um papel de figurantes nas histórias: Helena de Troia, uma Perséfone sem poderes de escolha, uma Circe subjugada e refém dos marinheiros. Sobreviver para nós sempre é mais difícil. — ela respirou profundamente.

Suas antepassadas helenísticas eram deveras passivas se comparadas às matronas originárias das terras de seus avós paternos: as deusas africanas, por vezes, desempenhavam papéis ativos e fundamentais tão ou mais importantes que a influência de deidades como Afrodite e Hera nos contos de Hesíodo.

— O que me entristece é que não há remorso pelo que fiz. No lugar disso, surgiu o conhecimento de que, muito em breve, a alcunha de assassina estará comigo para sempre. — e quando colocava o termo “para sempre”, não conseguia ver perspectivas positivas. Zuri não envelhecia, jamais o faria enquanto se mantivesse fiel ao credo da deusa donzela. Pensar que tinha muito chão em sua estrada, se assim fosse seu destino reservado pelas Parcas, era desanimador.

— Mas fala aí, Gramsci. — aquele gingado tímido que trouxera de Nova Orleans retornara aos movimentos da negra. — Você tem critérios para matar um homem?
live fast and die young

— Ross
Zuri D. Morhauser
Zuri D. Morhauser
Curandeiros de AsclépioPanteão Grego

Mensagens :
110

Localização :
FGHC

Ir para o topo Ir para baixo

Re: [RP Fechada] — RULES; Zuri D. Morhauser & Angel P. Gramsci

Mensagem por Delphine Hayíka Qui 19 Mar 2020, 22:42

Gathering wildflowers to lay in her hands
Matar o sexo oposto não é pecado.

Aquela sentença, aquelas curtas palavras, causaram-lhe uma desordem mental mais poderosa que gostaria de admitir. De fato, não enfrentou julgamento, não enfrentou ódio, foi vítima apenas do crime mais ardiloso que era a compreensão. Se a Pietra dissesse que sabia como reagir, estaria apenas destilando inverdades da mesma forma que uma cascavel faz com seu veneno e não sabia se sua mente trabalhava bem o suficiente para mentir.

Realmente não sabia o que esperar de uma criatura que havia a visto mais que como uma raposa, mais que como uma sub-mulher. Zuri lhe era imprevisível e, para Angel, aquele era um sinal de bestialidade maior que o próprio assassinato. Umedeceu os lábios, sentindo um borbulhar crescente ao fundo de sua mente.

Assistiu o quanto a lua já havia se movido no céu, sua hora estava próxima, todavia ainda ouvia atentamente o que era proferido por Morhauser. Torceu os lábios lentamente ao pensar na alcunha de assassina e o peso que carregava, desejou que a outra moça não precisasse carregar esse fardo. Ao fim de toda aquela narrativa, o rótulo nada mais era senão uma forma de acorrentá-las aos próprios pecados. Pecados que não lhes pertenciam, não completamente.

Crime algum dura todo esse tempo, Z. — O apelido deslizou por seus lábios mais rápido que desejava ou que podia controlar. — Todo ato de profanidade, um dia, se apaga. Ou é o que defini para me acostumar com o fardo de… ter cortado o fio da vida de tantas pessoas.

O fato é que havia levado um certo tempo até que não sentisse mais culpa, para engolir outro pedaço de carne mortal e apenas pensar que aquele era só mais um. Colocou o casaco sobre os ombros, protegendo o tecido frágil de sua epiderme das baixas temperaturas daquela noite e sorrindo com o questionamento da caçadora. Não era o tipo de informação que as pessoas buscavam, decerto porque aqueles para quem trabalhava já sabiam exatamente quem escolher e o porquê.

Se eu disser, vou ter que te matar — brincou, colocando os pés sobre a terra molhada do outro lado do rio. Teria que caminhar por mais meia hora até chegar ao fim da floresta e encontrar Klaus, não gostava de pensar nisso. — Mas, pra falar a verdade, só mato aqueles que me mandam. Não sou muito exigente.

Colocando as mãos dentro do tecido macio das mangas do casaco, Gramsci cogitou deixar aquela como sua última frase, porém não quis ir sem uma despedida. Respirou fundo, olhando brevemente por cima dos ombros com os olhos brilhando em vermelho vivo.

Acredito que minha hora chegou.

Sua voz fraca esgueirou-se pela escuridão antes de seu corpo desaparecer em meio às árvores. Tinha os passos certeiros, lentos e as mãos inquietas por não saber exatamente onde parar.




comentarios:
— watch out boy, she'll chew you up
vitu.
Delphine Hayíka
Delphine Hayíka
Filhos de NyxPanteão Grego

Mensagens :
122

Ir para o topo Ir para baixo

Re: [RP Fechada] — RULES; Zuri D. Morhauser & Angel P. Gramsci

Mensagem por Zuri D. Morhauser Sáb 21 Mar 2020, 07:14

Angel era como a incógnita de um problema matemático: a parte que faltava, que era necessária e que precisava ser encontrada, descoberta.

Pensar naquele prisma fez com que algo em Zuri — algo primal e acalentador — se fizesse presente enquanto os olhos castanhos pela outra percorriam, tão semelhantes a scanners. Parecia, mesmo naquele retalho de conversa, querer entendê-la tão profunda e verdadeiramente que chegava a ser frustrante não fazê-lo.

Angel mistérios e era um. E pela comunicação entre ambas, a Caçadora percebeu que Gramsci não era má — pelo menos não em completude.

Afinal, ninguém o era.

— Pensar nisso, no poder que o tempo tem de apagar certos feitos, também me consola. — concordou com a pálida. A verdade concisa era que Morhauser não sentia remorso ou arrependimento por ter matado determinadas pessoas; talvez aquilo pudesse abrir um leque de julgamentos a partir daqueles que enxergavam-na unicamente como filha da boa morte. Dakota sabia, todavia, que mesmo sendo Macária uma deusa ligada aos Elísios, seus filhos podiam seguir égides diferentes.

Não que Zuri não fosse atrelada ao conceito da boa morte. Ela o era até demais com os que mereciam. Uma outra parte sua, aquela ligada à sobrevivência e ao credo da deusa virgem, era fielmente ligada aos instintos acima do julgamento moral. Era um conflito no qual via-se perdida e sufocada. Por via das dúvidas, preferia priorizar aquele que a mantivesse viva.

Seus pensamentos foram interrompidos quando Pietra se manifestou. E era impossível não olhá-la: Angel era aquele tipo mais curioso de ser humano, que se destacava entre muitos por justamente querer passar despercebida. Tinha uma aura de poder intrínseca ao sangue dourado olimpiano de suas veias, ou era em função dos olhos de pura selvageria que a vida havia lhe imposto.

— Também tenho que ir. — murmurou, apática. Pois era verdade, uma vez que o encontro com a meio-sangue não estava em seu itinerário. Sendo os Estados Unidos um país de imensa extensão territorial e ela permanecia cobiçando conhecê-lo, precisaria partir muito em breve. Tivera receio ao adentrar naquela floresta em detrimento de todas as histórias nefastas que os mais velhos contavam a seu respeito.

Na companhia de Angel, todavia, os fantasmas de Morgan-Monroe nada mais eram que expectadores naquele encontro de vidas díspares.

— Foi bom te conhecer, Angel. — confessou, vendo-a se afastar. — Espero que possa encontrá-la no futuro. Caso não, saiba que guardarei suas palavras. — a negra comentou. Eram aquelas incertezas da vida de um semideus que deixavam-na estranhamente pensativa. Não naquele momento, porém.

Viu a branca rumar até a linha das árvores, lembrando-se da maneira surreal como a encontrara anteriormente: suja de sangue, em uma beleza instintiva e insana. Era aquela imagem que guardaria de Angel nos dias e meses posteriores.

Em um cruzar do limiar das árvores, Angel se foi. Novamente, tornou-se mistério.

E tornou-se memória.

adm:
live fast and die young

— Ross
Zuri D. Morhauser
Zuri D. Morhauser
Curandeiros de AsclépioPanteão Grego

Mensagens :
110

Localização :
FGHC

Ir para o topo Ir para baixo

Re: [RP Fechada] — RULES; Zuri D. Morhauser & Angel P. Gramsci

Mensagem por Conteúdo patrocinado

Conteúdo patrocinado

Ir para o topo Ir para baixo

Ver o tópico anterior Ver o tópico seguinte Ir para o topo


Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos
:: Topsites Zonkos - [Zks] ::