{Save the Queen} — Missão one post para Dammyen H. Lewth.

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{Save the Queen} — Missão one post para Dammyen H. Lewth.

Mensagem por 156 - ExStaff Sex 05 Out 2018, 13:21


SAVE THE QUEEN!


Psiquê precisava de ajuda. Podia sentir seu melhor recrutado agonizando em baixo da terra, a respiração falhando, o ar rarefeito o sufocando mais e mais. Não tinham muito tempo, afinal. A ordem do monstro era clara: Deveria guardar seu corpo até segunda ordem.
Foi assim que a deusa cruzou o caminho de Dammyen. E seu destino como semideus estava velado.

— Você precisa correr.

Diretrizes

— Introduza sua missão com um dia de rotina depois de descobrir como você se tornou um semideus.
— Narre onde estava e o que estava fazendo quando foi interceptado pela divina, e como aconteceu. Uma borboleta, vozes na sua cabeça, a presença da divina se for o caso. Seja criativo;
— Sua busca pelo corpo deve ser bem detalhada. Você escolhe onde ele estava, mas deve narrar uma dificuldade até chegar ao "túmulo" do mentalista.
— O monstro é de seu nível. Escolha-o ou invente-o; batalhe ou gere uma distração, mas lembre de ser rápido, o menino está sufocando.
— A única arma que de fato tem é sua adaga de reclamação;
— Aproveite para desenvolver o sentimento da personagem em relação a ser um semideus e como isso colocou sua vida de cabeça para baixo - ou não;
— Salve o menino.
— Finaliza a missão conversando com a deusa. Não se denomine recrutado ou não, mas ela dirá que vai entrar em contato no futuro.
— Seja criativo!
— Prazo de entrega 14/10/2018;
— Quaisquer dúvidas pode me contatar via MP, WhatsApp ou Discord;
— Boa sorte.

— Ah, e eu sou a rainha!





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Re: {Save the Queen} — Missão one post para Dammyen H. Lewth.

Mensagem por Grimmjow Yuikimura Sex 05 Out 2018, 23:58


Blue Butterfly
connection lost


J
amais entenderia o motivo de ser filho de um deus grego. O mero pensamento fazia-se engraçado demais ou triste demais. Engraçado pelo fato de ser um pequeno Jesus Cristo em meio de tantos outros; triste pelo fato de que provavelmente nunca conhecerá o pai. Dammyen, porém, precisava concentrar-se naquilo que tinha como concreto ao alcance de sua realidade: estava num acampamento abarrotado de crianças, num chalé ainda mais lotado que a Times Square no ano novo. Segundo Quirón, um centauro imortal — ou que tinha como expectativa de vida mais uns 500 anos —, ”Hades não possui um chalé, ele nunca se deu bem com os outros.”.

Lewth não sabia se era uma simples desculpa para não construir ou se realmente tinha um fundo de verdade, mas sabia que, até tudo isso se resolver, fora pedido que se instalasse no chalé de Hermes, a maior heterogeneidade de pessoas e personalidades já vista na face de Long Island. Apesar das brincadeiras e do barulho insuportável, em alguns momentos sentia-se só. Deixar a mãe para trás jamais fora sua intenção, mas prometera que voltaria e tinha a intenção de cumprir sua palavra.

Apesar de ser novo no ambiente, não fizera muita questão de ser apresentado às atividades ou andar. Talvez deveria ter perguntado se havia uma quadra de basquete, mas como boa parte ali andava com armas brancas de curto e médio alcance, tinha certa noção de que provavelmente não haveria outro esporte muito popular ali. A única coisa que fizera em conjunto com todos os outros fora ir ao jantar, já que não tinha muita ideia de onde era o refeitório e, como tudo naquele acampamento, era ao ar livre. Ml

— Se chover um dia, vai ficar todo mundo com fome. — Lewth pensara aparentemente alto demais.

Aí é que tá, novato: os deuses cuidam de cada minúsculo detalhe daqui, então você só vai ver chover quando for necessário a chuva. Bom, um dia você entende. — As palavras vieram e uma mordida na carne viera em seguida. Aparentemente estava com fome.

Fora, ao fim do dia, introduzido ao último ritual: a queima de alguns alimentos numa pira enorme. Damm, por um mísero segundo, achou que seriam sacrificadas pessoas dado o exagero no tamanho, mas felizmente fora negado. O centauro, ao ver que o filho de Hades não estava entendendo muita coisa, passou-lhe um tutorial básico do que fazer e como fazer, além de geralmente pedir uma prece ou algo do gênero. Abstraia durante um período por estar levemente sonolento, mas ao colocar a comida na pira, pedira proteção de seu pai para sua mãe, se é que ele realmente existisse.

Aquilo tudo era contra factual demais.

O despertar fora conturbado. Alguns estavam extremamente animados às 5 da manhã e consequentemente os que aparentemente odiavam acordar cedo começaram a jogar coisas. Quando uma delas acertou as costas de Lewth, ele esperava que fosse a pior coisa que aconteceria a ele no dia. Aparentemente a ideia de que coisas ruins restringiam-se a um mísero tênis nas costas era a maior utopia possível naquele território divino.

O tempo passara após a agitação e, por milagre, não ouviu-se um barulho até às 9 da manhã. Bocejando em seu ritual diário de acordar, Dammyen levantou-se e rumou ao banheiro masculino. Por puro costume, fora direto ao chuveiro e fizera ali a higiene bucal básica. Ao entardecer do dia anterior, recebera  uma camiseta laranja horrível e a sua mochila de treino, que aparentemente tinha roupas limpas e viera no táxi bizarro. A serva de seu pai fora realmente perfeita em seu objetivo e, ao sair do banho, Dammyen encontrava-se com uma camiseta do Michael Jordan da era de ouro dos Bulls, que sequer sabia que tinha. A calça jogger que ele usava pra treino estava lavada e o preto caia bem com o branco e vermelho da jersey. O tênis era o Kobe que colocara no pé quando precisou abandonar sua casa, com uma meia qualquer. No bolso ele colocara sua carteira e na mão direita fazia questão de brincar com a adaga que ganhara ao chegar. Pela sua estrutura similar a uma faca de cozinha, apesar de mais pesada e com o formato da lâmina diferente, sentia certa afinidade por ter aprendido a mexer com utensílios domésticos aos 14 anos.

A bainha pendia do lado direito da cintura quando estava prestes a sair do chalé em busca de alguém que pudesse jogar basquete com ele. O interesse de Lewth sobre os problemas da mitologia era ínfimo: tinha em mente a crença que aquilo não passava de uma simples colônia de férias de alguns dias e, como não poderia em nenhum momento perder seu condicionamento físico, resolvera buscar uma bola ou simplesmente um local onde pudesse fazer atividades de alta intensidade sem risco de ser morto ou se machucar de forma grave.

Com certa tranquilidade no andar e a adaga em mão, andava na direção de uma construção quase decadente e de onde gritos e demonstrações de força ecoavam. A sua memória, péssima para muitas coisas, lembrara-o que lá era o local de prática dos semideuses ao mundo fora do acampamento. O pensamento de Dammyen era explícito quanto a isso: estavam criando um exército pessoal que talvez nunca entrasse em combate. As pessoas eram louças e talvez Lewth, por osmose, também estava ficando ao ver uma borboleta assumindo uma faceta.

Você, semideus de Hades! — Dammyen olhara para os lados, fingindo que não era com ele ou simplesmente esperando outro responder em seu lugar. — Pare de estupidez, é você mesmo. — Lewth suspirara, enquanto a imagem azulada ali projetada tremia a cada brisa. — Eu vejo sua angústia, garoto, mas preciso de ajuda. Um dos meus subordinados foi sequestrado e o último sinal de vida que recebi dele foi nas proximidades de Princeton. Ele não pode mor- — A borboleta que aparentemente projetava a imagem virara pó e, carregada pela brisa, suas partículas foram espalhadas pelo ar.

Ao contrário da borboleta, o vento não fazia Lewth mexer um músculo. Sua mente processava o apanhado de informações e tentava julgar se aquilo era uma pegadinha ou um pedido de socorro. Princeton ficava a mais de duas horas de carro, jamais chegaria tão rápido pra resgatar alguém e pensava seriamente em contatar a polícia, mas tinha medo de ser considerado um trote. Merda. E começara sua corrida contra o tempo e a morte.

Após passar pelo pinheiro mágico que diziam proteger aquele lugar, descera enquanto buscava na carteira uma moeda de ouro que ganhara, chamada de dracma. Lembrava mais ou menos onde aquele táxi bizarro tinha chutado ele e, por dedução, pressupôs que não poderiam se aproximar mais. Annie invocara-as jogando a moeda no chão e Lewth fizera o mesmo. E nada.

— Como faz pra essa merda funcionar? — As mãos passavam pelos cabelos loiros ainda úmidos enquanto mordia o lábio, quase abrindo um buraco no chão junto com outro na boca.

“Pare, carro da danação!” foram os dizeres que vieram de algum lugar. Uma garota de cabelos pretos gritara, apesar de Damm ter a mais absoluta certeza que era um xingamento em outra língua. Quando o táxi nova-iorquino preto igual carvão surgira no chão, deu seu destino: Princeton, Nova Jérsei. Quando, ou melhor, se voltasse agradeceria à moça. Ou talvez esquecesse disso.

As três velhas brigavam entre si enquanto Lewth sentia um pedaço da sua alma ficar para trás a cada curva ou quase batida. Uma queria um olho e a outra buscava o dente que haviam deixado cair. Dammyen, entretanto, não sabia o que poderia ser pior: o barulho incessante ou a viagem que provavelmente faria alguns de seus cabelos caírem. As curvas acentuadas e os quase 100 quilômetros por hora com a mais absoluta certeza já fizeram alguém vomitar e, para piorar, Lewth deveria aguentar quase uma hora.

Apesar disso, alguns minutos depois, encontrava-se nos arredores de Princeton. Ou talvez aquilo que achou serem minutos não passavam das consequências do seu cérebro não funcionar mais, visto que ao descer do carro, num beco qualquer, escorou-se contra a parede enquanto sua visão extremamente turva não conseguia focar-se dois palmos a frente. Alguns poucos minutos passaram, com o vento penetrando nos furos de respiração da camiseta indo diretamente contra o suor que escorria. A pressão retornando ao normal fazia a testa de Lewth pingar, enquanto seu corpo acusava estar com frio e ao mesmo tempo seu estômago desejava colocar o que o garoto comera com 3 anos de idade pra fora. Naquele dia, o filho de Hades aprendera: a vontade de seu organismo é soberana, não importa se você tem como pai o deus do submundo.

Saindo do maldito beco, rumara a uma lanchonete ou cafeteria, observando o ambiente em que encontrava-se enquanto ainda recuperava o fôlego. As placas que apontavam o orgulho da cidade estavam levemente manchadas de azul como uma tinta fresca, mas nada disso importava. Adentrando numa cafeteria, solicitou uma garrafa de água e a direção do banheiro, para onde rumara imediatamente. Com o rosto devidamente lavado e a boca enxaguada, encostara numa das cadeiras enquanto ingeria o líquido com certa tranquilidade. Quando a atendente perguntara se ele gostaria de algo, segurou-a momentaneamente por instinto.

— Perdão, é que eu vi algumas placas pintadas e como não sou aqui de Princeton, queria entender o que aconteceu. — Lewth fora sincero, por um momento esquecera que tinha alguém pra salvar, mas a cidade era enorme e qualquer tipo de informação seria uma boa ajuda.

Ela sequer sabia que as placas estavam manchadas, visto que, quando chegara ao trabalho, todas estavam em perfeita ordem. Lewth entregou à mulher uma nota de cinco dólares além do pagamento pela água e pediu que chamasse um táxi. Todas as placas manchadas eram da Princeton University e, caso não encontrasse nada, pelo menos teria visitado uma das universidades que pleitearia.

Ao descer na portaria da universidade, Dammyen agradecera. Primeiro pelo serviço rápido e de qualidade que o homem prestara e outra internamente, já que era um táxi muito melhor que o das três mulheres. Ao cruzar os portões, depois de fazer um crachá de visita, resolvera andar e tentar analisar o máximo possível de possibilidades de se manter alguém encarcerado ou quase morto. Lewth mil vezes preferia prestar atenção na arquitetura que fazia-o recordar da Europa ou conversar com as pessoas que ali transitavam, mas tinha como objetivo achar o garoto antes que morresse. O altruísmo do filho de Hades e sua insensatez em obedecer uma borboleta que projetava hologramas faziam o garoto rir da própria estupidez.

— Um dia e meio nessa vida e eu já tô fazendo merda. Tomara que eu não morra hoj- — reclamara até ouvir um grupo conversando sobre a destruição da Prospect House e de algumas árvores derrubadas na Prospect Gardenn — Ei! — Chamou a atenção. — Desculpa, acabei prestando atenção na conversa de vocês. Eu vim conhecer as estruturas da universidade e ouvi sobre a destruição, afetou mais algum lugar? — Lewth fazia cara de desolado. Era um péssimo ator, mas funcionara por algum motivo estranho.

Não atingiu não, mas parecia que um trator tinha passado no jardim e todo mundo tá impedido de chegar perto. — Uma garota negra com cabelos encaracolados olhava pro filho de Hades, solícita. — Você vai cursar o que? — E agora ela tinha fisgado o garoto na mentira.

— Ainda estou indeciso entre Direito e Filosofia. — Mentiu. Não recordava a lista de graduações que Princeton possuía, mas rezava para que uma das alternativas estivesse no catálogo.

Legal,...? — Ela aguardava o nome. — Dammyen. Espero que consiga entrar e que faça parte do time de basquete, precisamos de gente com seu estilo. — E ali o semideus sentiu seu rosto ficar vermelho após a garota devorá-lo dos pés a cabeça. Não sabia dizer se a sensação de assédio era horrível do ponto de vista moral ou se acabaria se sentido orgulhoso e iria pedir o número dela para um encontro casual.

Uma gota despertara-o do devaneio e logo o fez olhar para o céu. O dia estava nublado em Princeton quando chegara? Dando de ombros quanto ao temporal que iria cair, resolvera acelerar os passos na direção do jardim para talvez não ter problemas com rastros, se é que deixaram algum. Os passos rápidos transformaram-se em um trote e que, por fim, resultaram numa corrida. Os treinos de resistência do basquete faziam-se muito úteis nesse momento, assim como as horas gastas na esteira para adquirir resistência e aprender a respirar enquanto corre. Ao cruzar a parte traseira do museu, sabia que estava a poucos metros pela fita amarela e algumas pequenas placas que se desenhavam no horizonte não permitindo a passagem. Dammyen simplesmente ignora, passando por baixo da fita e ignorando os avisos do segurança.

— Desculpa, esse é o caminho mais rápido! — Gritou, levemente ofegante, enquanto dirigiu-se às redondezas da casa.

Só que agora outros problemas se desenhavam, sendo um deles a polícia. Ignorar o segurança do campus até estava nos limites do aceitável, mas nunca se desafia a polícia: eles têm arma de fogo e provavelmente vão atirar. Segurando um pouco a corrida, agora precisaria achar algum lugar para conseguir passar pro interior do isolamento. A primeira ideia, estúpida como aquele que a teve, era jogar algumas pedras e tentar despistá-los na corrida. O máximo que faria seria unicamente tomar um tiro. A segunda ideia, apesar de péssima, poderia funcionar. Guardando a sua credencial de visitante na carteira, tentaria se passar por um dos alunos que buscava saber o que acontecera e talvez auxiliar.

— Senhor, com licença! — Damm, andando na direção da viatura, chamara a atenção dos oficiais, que interromperam a conversa. — Vocês saberiam me dizer se a Joanne está com a direção do campus? Ela precisa comparecer no departamento dela o mais rápido possível, aparentemente tem um problema com dois alunos. — Lewth estava ofegante pela corrida. Ao darem de ombros sobre quem diabos fosse Joanne, o garoto insistira. — Eu realmente preciso falar com ela. Só quero ver se ela está aí, não vou bagunçar nada. — E buscava assim aproximar-se discretamente dos policiais, sem movimentos bruscos.

Dammyen não queria duas coisas: ser descoberto na mentira e tomar um tiro. E como um bônus, procurar algum vestígio de luta que mostre pra onde poderiam ter ido com o garoto da borboleta. A resposta ao seu avanço fora um “vai lá” com a mão, como se não quisessem se preocupar com burocracia da universidade.

A perícia estava ocorrendo dentro da casa, enquanto alguns policiais observavam o perímetro e conversavam. Alguns, ao passar por Lewth, fechavam a cara. Outros abriam um sorriso e os terceiros simplesmente apontavam uma direção qualquer a onde poderia estar a tal Joanne. Enquanto isso, Lewth observava as marcas de garra e sangue. As gotículas que escorreram pela parede branca davam um visual tenebroso e caótico ao montante de destruição, com a perícia rodando pelo local e sequer enumerando fatores de averiguação. Todos pareciam não ver por onde começar ou será que não viam o sangue? Sangue, armas... Adaga. Lewth parou por um segundo, olhando para o cós da calça onde prendera a bainha e a arma que recebera. Apesar da camiseta do Chicago Bulls ser longa aquilo passava no mínimo em 5 centímetros a largura e o formato é idêntico o da lâmina, ou seja, algo não estava certo. Enquanto não o parassem, ele tentaria desviar a atenção ou sequer olhar para onde a arma estava posicionada.

Os corredores encontravam-se em perfeita desordem: movimentos caóticos de pessoas entrando e saindo de quartos, destes alguns intactos e outros destruídos. E nenhum tipo de pista, assim como aparentemente a presença de Lewth não era nada além de mais um incômodo para os policiais, que viam ali transitando um estudante universitário. Agora ao conselho administrativo aquilo era um problema gravíssimo.

Com licença... Você sabe bem que a entrada de alunos está restrita. — Damm respirou fundo, livrou-se de ser descoberto como farsa. — Mas enfim, o aviso foi novamente dado: saia ou sofrerá as punições administrativas cabíveis. — O homem de terno marrom e cabelos grisalhos aparentemente estava bravo demais com toda aquela situação de destruição e o pensamento de como o seguro cobriria a reconstrução se não soubessem o que diabos causou aquilo.

Quando o velho deu de costas, Lewth rumou para a parte externa da casa, que dá no jardim. O Prospect Garden estava em ruínas e, pelo que Lewth tinha visto, o estado atual era deplorável. Ao tentar cruzar a parte onde alguns policiais encontravam-se, deu de ombros simplesmente, já que nenhum deles impedira-o de passar. Estava saindo, em teoria, da parte importante e, na realidade, o jardim era um grande complemento da casa. Andando pelo concretado, observava qualquer tipo de mudança que poderia acontecer no caminho, um passo estranho ou  como se algo fosse arrastado. As marcas marrons tinham um caminho levemente disforme, como se fossem falhas não propositais. Se o filho de Hades observasse com um pouco de cautela, viria algumas marcas de sangue misturadas ao barro. Mas o importante era o sumiço do barro, ou melhor, sua mudança de direção. Numa curva, ao invés de seguir pelo concreto, aparentemente sumira.

Pressupondo que dentro dessa confusão mitológica as coisas não se teleportam, traçou uma linha reta com o dedo e decidiu seguir até a árvore mais próxima. A mão buscou a adaga quando foi ao cós, enquanto Lewth tremia um pouco. Seu coração disparara e sentia em seu âmago a adrenalina e a sensação de perigo por ela causada simplesmente dominando cada músculo de seu corpo. A respiração irregular e o corpo trêmulo faziam parte da pressão ao jogar basquete quando a bola vinha em suas mãos, para executar o drible ou buscar o ponto. O maior problema era que empunhava uma faca e estava talvez caminhando para sua morte, visto que as marcas de garra facilmente, se todas juntas, rasgariam seu pescoço.

Cada passo agora era cauteloso, com os olhos verdes buscando nas árvores marcações e no chão qualquer tipo de rastro. Ao ouvir um barulho próximo, logo virou com a adaga pronto para desferir o golpe, mas logo este barulho multiplicara-se até tornar-se insuportavelmente alto. Justo quando gostaria de contar com todos os seus sentidos, perdera justo dois importantes: a sua audição era prejudicada pelos pingos de chuva em colisão com as folhas e o solo molhado dificultava qualquer tratativa de identificar algo pelo cheiro. Pela quantidade de sangue derramado na casa, se houvesse algo morto, o cheiro acusaria mesmo que de leve. O caso agora é que Lewth necessitava o máximo possível de foco e seus olhos não poderiam ousar falhar e, para surpresa, mostrava-se gratificantemente bons com a luminosidade em queda crescente.

As marcas logo começavam a ficar cada vez mais escassas, quando finalmente sumiram. Ao redor, além do barulho de chuva e do cheiro de terra, restava somente uma árvore marcada com um “X” e um buraco pessimamente tampado. Os olhos de Lewth averiguarem as redondezas e, ao não achar nada, buscou aproximar-se. O maior problema para o atacante ou a maior salvação do semideus fora o anúncio estúpido de um ataque surpresa.

Levantando a cabeça e vendo de onde a criatura partira, conseguiu pensar nesta como um marcador no arremesso e, dando dois passos para trás, facilmente se livraria do alcance. O maior problema foi subestimar a envergadura, sendo que ao tocar no solo a criatura esticou o braço, acertando de raspão a perna de Lewth, que ele usara para um possível último impulso de esquiva. Um grito projetara-se com a voz do garoto, caindo no chão com pouca dor, por mais inacreditável que fosse. O corpo molhado com a chuva que conseguia ultrapassar as copas das árvores sequer sentia frio e, por mais que aquele ferimento na perna fosse doer logo, o seu corpo não se importava muito.

Enquanto ainda se levantava, a criatura avançou contra o semideus de forma violenta, buscando atacá-lo diretamente no pescoço. Dammyen, que já havia lutado na vida mesmo que poucas vezes, aprendera que a força bruta não levava a nada. Com o braço direito da criatura passando a alguns centímetros da lateral esquerda de seu rosto após um pequeno jogo de pés que deslocara-o para a direita, o filho de Hades segurou a adaga firmemente, buscando cravar a lâmina diretamente contra o que seria o ombro do bicho pela parte inferior da axila e, com sucesso parcial, fizera-o. Ao sentir o contato da lâmina contra sua pele, a criatura imediatamente buscou atingir o garoto no rosto e Lewth, buscando se defender, ergueu o braço esquerdo na altura do pulso da criatura, fazendo com que apenas uma pequena onda de choque desequilibrasse-o. Ao perceber o desequilíbrio, a mão esquerda da criatura logo viera com suas garras contra o tórax do garoto, que recuou o braço direito e colocou a lâmina que aparentava ser bronze na trajetória do que seria uma mistura entre pata felina e mão, ou algo assim.

O ferimento da lâmina, que acabou perfurando completamente a mão da criatura pela força despendida no ataque, fizera-a urrar. Agora Lewth sabia que talvez fosse uma monstra, visto a voz, mas logo tratou de tentar aproveitar a brecha. O braço direito da criatura preparava-se para mais um golpe forte e o garoto, com pouquíssimo apoio para seu próprio peso, não teria como defender-se de forma eficaz. O urro da besta e o fitar de milissegundos numa cara maníaca fizeram o filho de Hades perceber que não havia possibilidade de afugentar mostrando superioridade no combate: teria que, por infortúnio, lutar para matar ou acabaria morto. Num momento, puxara a lâmina e diretamente visualizara a distância que tinha do rosto da criatura, sendo que a parte vulnerável de qualquer corpo aproximava-se por conta da mecânica do ataque forte, que era basicamente jogar o peso de seu corpo junto para o máximo de massa possível atingir o inimigo de forma focalizada. Logo, levou a lâmina com velocidade na direção do rosto da criatura, priorizando o máximo possível a envergadura e, portanto, portando a adaga como se esta fosse uma faca na hora de cortar algo. Atravessando o olho, ouviu aquele último urro ensurdecedor e sentira um impacto forte contra o lado esquerdo do corpo, desabando e soltando a lâmina.

Por sorte o garoto percebera que tomaria o ataque e conseguiu se proteger um pouco mais, apesar de ter em mente que talvez o ombro tenha deslocado tamanha a dor para que conseguisse movimentar. A visão que começava a embaçar visualizava a árvore com a marcação e Dammyen, moribundo e com dor, quase arrastara-se de forma patética até o local, pegando a sua adaga e começando a tirar a terra mexida. Por sorte havia pouca quantidade e logo encontrara o que aparentava ser uma caixa de madeira de transporte de móveis, ou seja, facilmente caberia uma pessoa ali. Fazendo um furo suficientemente capaz de segurar a adaga no lugar, usou-a como se fosse um pé de cabra: apoiou a lateral esquerda do corpo na árvore e tentará fazer uma alavanca grande o suficiente para tirar os pregos mal colocados e, ao conseguir, recorrera ao galho onde a criatura estava para emboscar e usou-o no percurso final para não quebrar a lâmina. Com a tampa retirada, viu um garoto machucado, mas que aparentemente ainda respirava e agora não sofreria com a falta de ar.

Bom trabalho, Dammyen. — A voz que a borboleta projetara anteriormente agora se manifestava de forma clara. — Bom, cuidarei de meu mentalista e te colocarei sob os cuidados do acampamento novamente. Nos vemos em breve, filho de Hades. — E logo Lewth sentira o calor dominando seu corpo, com sua visão cada vez mais turva até enegrecer.

“Até, moça da borboleta.”

Observações:
Poderes:
Arma:




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Re: {Save the Queen} — Missão one post para Dammyen H. Lewth.

Mensagem por 156 - ExStaff Seg 08 Out 2018, 10:48


Dammyen H. Lewth


"Psiquê, orgulhosa do desempenho do rapaz e honrada por sua ajuda, resolveu acolhê-lo como um filho, permitindo sua entrada entre seus protegidos. A partir daquele momento, Dammyen se tornara um dos mentalistas de Psiquê."


    Então Dammy, foi uma narrativa muito envolvente. Cobriu os pontos com objetividade e capricho, encaixou sua trama com maestria e abriu um leque de possibilidades para seu futuro. O background da missão foi incrivelmente bem elaborado e desde o principio dá para perceber quão promissor tende a ser seu personagem. Sinto-me na obrigação de descontar uns pontinhos em gramática, notei vários errinhos bobos na grafia que – embora não prejudiquem a leitura – poderiam ser corrigidos com uma revisão do Word. No mais, parabéns pela excelente execução e espero avaliar você no futuro!


Pontuação:
desconto:


    Recompensa: 95 pontos de experiência + entrada no grupo dos mentalistas.
    Dracmas: 8 (10% de 95 arredondado pra baixo)


ATUALIZADO


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Re: {Save the Queen} — Missão one post para Dammyen H. Lewth.

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