Tears of Blood | Capitulos

Aqui serão postados os capítulos da fanfic Tears of Blood.

O inicio.

O dia estava nublado. Os trovões ecoavam pelos céus, enquanto todos dormiam. Todos na terra, mas ninguém disse que nos céus era assim também.
Os passos apressados de uma garota eram ouvidos do outro lado das portas. Ela corria, estava atrasada, como sempre. Estava um pouco ofegante quando se juntou aos demais, que sorriam com a beleza estonteante de sua convidada ilustre.
- Rosalinda, está maravilhosa como sempre. – disse Alec.
- Vamos ao que importa. O que está havendo? É algo com o Jake? – Rosalinda não se importava com os elogios daqueles homens.
Ela queria vingança. Jake já havia destruído sua vida por muito tempo, agora ele queria destruir a vida de pessoas inocentes por puro prazer. Os três homens a sua frente fitavam a garota com diferentes olhares. Peter, o homem da direita, olhava para Rosalinda com respeito, pois ela era um ser superior a todos ali presentes. Alec, o homem do meio, olhava para a garota, mais precisamente para seu corpo, com certas intenções. Ele sempre desejou ter o inalcançável. Já Mark, o homem da esquerda, olhava para Rosalinda com preocupação. Ela poderia ser a criatura celestial mais importante que já viveu, mas ainda era uma jovem que viu sua irmã morrer por nada.
- Queremos falar sobre você, Rosalinda. O conselho tomou uma decisão. O melhor a ser feito agora é te expulsar do castelo pela sua traição. – disse Peter.
- O que? Não! Eu sou a ultima, vocês não podem me expulsar. Vocês viram o que os caçadores fizeram com os outros três e com a minha irmã. E ainda por cima, sou a única que pode fazer Jake parar. – disse a jovem, encarando o conselho. – Vocês não passam de idiotas, estão cavando a cova de pessoas inocentes. Jake é um assassino, ele não vai descansar até destruir o conselho celestial.
- E você é a chave de tudo. Se ele a tiver, vai parar. Desculpe-me, Rosalinda, sabemos de sua irmã, mas não podemos arriscar mais dos nossos.
A garota controlou as lagrimas e saiu andando a passos largos. Ela era a culpada de tudo, se não tivesse dado ouvidos a Jake, teria sua irmã viva e seus outros irmãos. Mas não era tudo sua culpa, Jake era muito persuasivo.
Ela foi conduzida pelos guardas até a saída do castelo, de onde dava para ver toda terra. Sentiu o vento cortante em seu rosto e pulou, para o único lugar que não a julgaria por seus erros: o mundo dos humanos.

Capitulo 1

A brisa vinda do oceano trazia o cheiro de maresia até o rosto de Rose. Ela adorava aquele cheiro, ele fazia a jovem estar perto de casa mesmo estando tão distante. Com os olhos fechados, apenas se deixava levar pelas lembranças de sua família. Os cabelos castanhos dançavam com a brisa, tornando a garota estonteante. Ela se despediu de suas lembranças e pôs-se a andar.
A mochila nas costas mostrava que estava indo para a escola, uma escola nova. Pode ver o alto dos prédios onde as salas de aula ficavam e sentiu o coração pesar. Ela estaria sozinha mais uma vez. Esperava isso mesmo, queria esquecer as pessoas do passado, exceto uma: sua irmã. As lagrimas encheram os olhos de Rose, mas ela respirou fundo e prosseguiu.
O ambiente escolar era bem diferente do esperado. As pessoas conversavam animadamente entre si, alguns garotos com jaquetas iguais estavam sentados em seus carros, com outras garotas de uniforme. O time de futebol e as lideres de torcida, pensou Rose, meus melhores amigos. Ao verem a novata, os integrantes do grupo de futebol a olharam dos pés a cabeça, soltando algumas risadas nada discretas. Rose apenas revirou os olhos, não havia nada de errado com suas roupas.
- Aí, novata, se existe um Deus, por onde ele andava quando você escolheu suas roupas? – disse um dos garotos. Ele era alto e com o típico porte de atleta, os cabelos caiam um pouco em seus olhos, mas não deixava de ser muito bonito, se não fosse um completo babaca.
- Ele estava procurando seu cérebro, mas ele é tão minúsculo que deve ter escorrido junto com a meleca no seu nariz. – os garotos com ele começaram a rir e o garoto não ficou com uma expressão muito contente. Rose apenas deu um sorriso vitorioso. Era seu orgulho falando mais alto.
Saiu andando e explorando a nova escola. Viu algumas garotas sentadas na grama, elas tinham livros em mãos. Rose retirou a lista de horários de seu bolso e começou a procurar a sala da primeira aula, que seria biologia, quando entrou no corredor. Ela olhou, olhou, e olhou, mas não encontrou a sala B12. Um garoto estava se aproximando e Rose decidiu que não poderia achar a bendita sala sozinha.
- Ah me desculpe, mas eu sou nova aqui, pode me ajudar a achar a sala B12?
- B12? Mas você está de frente pra ela. – o garoto apontou para o numero no alto da porta, estava um tanto apagado, mas era, definitivamente, um 12. Rose sentiu o rosto esquentar. – Sou Ravyn, prazer.
- Rose.
- Qual sua primeira aula, Rose?
- Biologia.
- Legal, vamos ter essa matéria juntos, posso te ajudar nos primeiros dias, já que você vai ser o novo brinquedo do time de futebol. – Ravyn deu um sorriso amigável, pelo menos Rose já havia achado alguém para conversar.

As aulas passaram rapidamente. Rose e Ravyn conversavam animados, ele era um menino bastante divertido. Foram para o refeitório, onde sentaram juntos e sozinhos em um canto distante dos outros. Eram os novatos. Ravyn estava naquela escola a pouco mais de um mês, era o principal excluído daquele lugar.
- Rose, tem certeza que eu nunca te vi em algum lugar? Você me parece familiar.
- Tenho certeza que nunca me viu, eu acabei de me mudar de Nova York.
O silencio reinou por longos minutos, mas foi quebrado quando um sorriso se formou no rosto de Ravyn. Ele fez alguns gestos com as mãos, aparentemente chamando alguém.
- Vou te apresentar um amigo meu, só para você ver que não sou um completo solitário. Tenho certeza que vocês vão se dar bem.
Rose olhou para trás, para receber esse amigo misterioso e deu de cara com o garoto que estava fazendo piada de suas roupas.
- Jensen, essa é Rose, ela é nova aqui. – disse o garoto se levantando na direção do amigo. Rose percebeu que Ravyn era um tanto mais baixo que Jensen.
- Eu conheço ela. Disse que eu não tenho cérebro hoje cedo. – ele tinha a voz irritada, fazendo Rose engolir em seco.
- Ah, desculpas bastam para você, grandão? – Rose disse por fim, ironizando cada palavra.
Jensen apenas revirou os olhos e saiu andando. Nós nos demos super bem, pensou Rose. Ravyn apenas ficou a encarando confuso, enquanto voltava a se sentar.

Capitulo 2

Por mais que Rose fosse a garota nova, ela sempre atraia os olhares de todos. Ela não entendia muito bem o porquê, mas fazia uma ligeira idéia. Mas havia um olhar que lhe causava arrepios. Era uma garota loira, os cabelos eram cacheados e iam até os ombros, os olhos azuis eram frios como gelo e isso causava calafrios em Rose. A pele pálida da garota a tornava um tanto assustadora. A garota não tirou os olhos de Rose durante a aula de história e ficou em seu encalço durante a educação física.
Rose decidiu ignorar isso, estava mais preocupada com o sumiço de Ravyn. Já fazia uma semana que o garoto havia desaparecido. Ela ligou algumas vezes para sua casa, mas não obteve muitas respostas. A mãe de Ravyn dizia que ele estava de cama por ter pego uma virose muito séria e poderia ser contagiosa., por isso não era uma boa idéia Rose ir visitá-lo. A garota se sentiu presa o fim de semana todo, afinal ficar em uma casa quente junto com o pai não é um mar de rosas.
Rose amava seu pai. Ele tinha um antiquário dedicado a civilização Greco romana, era um homem brincalhão e sempre trazia algum artefato para Rose. Esses sempre tinham uma história curiosa, deixando a mente de Rose nas nuvens. Seu nome era bem curioso, mas era metade da explicação de seu hobbie. Hermes.

Mais uma semana se passou e Ravyn ainda estava de cama, para o eterno azar de Rose, já que a garota loira continuava a observá-la durante o dia. Até que Rose decidiu usar o banheiro feminino para ajeitar seus cabelos. Entrando lá, deu de cara não só com a loira, mas também com uma outra garota. Ela era levemente bronzeada, cabelos castanhos e lisos, olhos de um azul claríssimo com o mesmo toque gelado dos olhos da loira.
- Rose, Rose, Rose, achou que poderia se esconder por muito tempo? – disse a loira.
- Eu devia saber que era você Marie. – Rose olhou para a garota com Marie. – Essa aí é sua nova amiguinha? Ou é o seu novo capacho?
- Não vamos falar de capachos agora, certo Rose? Que eu me lembre, você ajudou o maldito Oliver a nos prender. Sabe o que passar anos e anos sem uma gota de sangue fresco? Claro que não sabe.
- Não sei mesmo. Não sou uma criatura da noite como vocês. Agora me digam, como não queimaram com a luz do sol, o mago Merlin fez um vodu em vocês?
- Ora Rose, você sabe que o mago não é chegado em criaturas como nós. – Rose deu um sorriso fraco e sarcástico. – Mas você sabe que ele não resistiu a uma boa barganha, pelos velhos tempos.
- Dêem o fora daqui. Já fui bastante incomodada por vocês no passado, mas os tempos mudaram, eu não vou ter medo de furar o lindo coração de vocês com uma estaca. – e Rose tinha em mãos o famoso artefato.
- Você não mudou nada Rose. Ainda fala muito e faz pouco. – Marie soltou uma gargalhada que ecoou pela mente de Rose, fazendo-a lembra o porquê de ter desistido de sua antiga vida. – Vamos Allexa, não somos bem vindas para a Rose.
As duas saíram andando, deixando Rose a beira de um ataque de nervos. Porque aquelas mortas não estão nos caixões? Ela não teve tempo de descobrir, pois notou não estar mais sozinha.
- Rose, eu te encontrei no ultimo lugar que pensei em procurar-te. – Rose sorriu com o garoto a sua frente, o abraçando forte e deixando as lagrimas de raiva escorrerem pelo seu rosto.
- É bom te ver de novo, Oliver.

Capitulo 3

- Rose, você tem que voltar. Estamos todos precisando de você. - Oliver tinha um tom sério e preocupado.
- Não posso, tenho que continuar aqui. Você viu quem estava aqui. Vampiras. Vampiras que conseguem sair no sol. – Rose já estava saindo do banheiro quando sentiu algo agarrando seu braço.
- Não. Você tem que voltar, não importa o que os outros falem.
- Não vou. Eu sinto que estou perto da caçada, eu preciso fazer algo, não deixarei que eles matem todas as espécies por nada.
Rose saiu por afora, sem olhar para trás e ver se Oliver ainda estava ali. Ouviu o sinal bater e correu para a saída, queria descobrir aonde Marie e Allexa iam, como elas haviam conseguido falar com o mago e porque estavam ali, só não contava que seu pai iria passar de carro e buscá-la.
Não teve muitas opções de fuga, teve de entrar no veiculo e seguir uma viagem silenciosa. Foi para a casa de Ravyn, o garoto a essa altura já devia estar bem. Conseguiu que a mãe do menino a deixasse entrar.
Chegando ao quarto, Rose viu Ravyn sentado no chão, com alguns papeis. Rose pigarreou e Ravyn escondeu os papeis rapidamente.
- Está melhor? – perguntou a garota.
- Sim. Porque está aqui?
- Preciso de motivo para visitar o meu amigo que está doente? – ela arqueou uma sobrancelha, mas decidiu não forçar a barra. – O que eram aqueles papéis e porque você os escondeu de mim?
- Não são nada. – Rose tentou intimidá-lo com o olhar e pelo que parece deu resultados. – São coisas particulares, de uns amigos.
- Amigos? Seu único amigo é o Jensen.
- São amigos do Jensen, trabalham com ele.
- No que o Jensen trabalha?
- Negócios de família, desculpe não posso falar. – Rose começou a desconfiar que Ravyn escondia algo importante e que era exatamente o que Rose procurava.
- Tudo bem. Estou indo para casa. Fique bom logo.
Rose não parou de pensar, nem um segundo se quer, que Ravyn pudesse levá-la até a caçada. E se Jensen fosse um deles? Já teria notado que Rose não é normal? Estariam planejando um ataque em massa? Ela precisava muito saber, mas esperaria.
A rotina voltou ao normal quando Ravyn retornou a escola. Jensen se mantinha distante, mas agora, direcionava olhares frios para Rose, que sentia-se cada vez mais perto do que queria. Marie e Allexa não apareceram mais, o que deixou Rose com a pulga atrás da orelha. Até que as coisas começaram a se dissolver.
Jensen estava sentado no seu lugar de costume, junto com os outros jogadores, quando três garotos vieram falar com ele. Rose manteve o olhar sobre os meninos, quando eles resolveram sair andando para fora do refeitório. Rose os seguiu, nunca os perdendo de vista, até uma casa velha no fim da rua onde morava. Como não suspeitou antes? Esperou que eles entrasse e tentou pular uma janela, mas um alarme tocou e algo segurou seu tornozelo, a puxando para dentro da casa. Rose tentou se livrar daquela coisa que a segurava, mas tudo foi em vão. Logo se viu deitada , presa e sendo observada por Jensen e seus amigos.
- O que está fazendo aqui? – Jensen se dirigiu a ela com a voz fria de sempre.
- São vocês? A caçada?
- Como sabe de nós? – disse um dos outros garotos. Ele tinha cabelo curto, era moreno. Alto com o porte físico normal. Olhos claros. Parecia mais amigável que os outros. Ele estendeu uma mão para ajudar Rose a se levantar.
- Eu venho atrás de vocês a um tempo. –disse ela, por fim.
- Por quê? – perguntou Jensen.
- Minha mãe era do ramo e eu quero ajudar vocês.
- Não aceitamos garotas. – Jensen virou as costas e saiu andando.
- Não escute ele, Jensen não admite que precisamos de pessoas na caçada. Sou Kalled.
- Sou Rose. E eu sei como Jensen é.

Capitulo 4

Rose foi bem recebida entre os caçadores. Eles precisavam de reforços, muitos haviam morrido e outros desistiram quando perceberam o perigo.
- Então, está disposta a enfrentar o que for preciso? – perguntou Kalled. – Você sabe que o que há lá fora não vai ser tão gentil quantos nós.
- Estou disposta a fazer o que for preciso para parar essas... criaturas. – disse confiante.
Rose deu algumas voltas pela casa, era bastante antiga. Kalled lhe forneceu algumas armas e Jensen se manteve a distancia, sempre analisando. Rose revirava os olhos para cada vez que ouvia um comentário de Jensen.
- Porque quer fazer parte da caçada? – perguntou Kalled, quando o silencio começou a reinar.
- Bem, acho que vocês não sabem com o que estão lidando.
- Claro que sabemos: demônios, vampiros, anjos...
- Não são anjos. A primeira vez que foram vistos por humanos, esse foi o nome dado a eles. Eram pessoas normais, mas com grandes asas que lhes serviam de proteção. Eles não são como os anjos de Deus, como a maioria pensa. São divididos em classes que são respeitadas mais que tudo. Existem os anjos fiscos, psíquicos e os primordiais.
“Os anjos físicos tem habilidades corporais. Como, por exemplo, força sobrenatural. Os anjos psíquicos são aqueles com poderes da mente. Persuasão, controle de emoções, leitura de pensamentos. Os anjos primordiais são como a realeza dos anjos. Eles são apenas quatro, anjos que controlam os elementos básicos: ar, terra, fogo e água. Foram caçados até a extinção pelos humanos.”
- Nossa, como sabe tanto? – perguntou um dos caçadores mais novos.
- Meus pais eram caçadores. Minha mãe sempre contava essas histórias para mim. Quando ela foi morta por um demônio, meu pai entrou em choque e largou a caçada. Ele abriu um antiquário e desde então, nunca falamos na morte dela e na Claire. – disse, Rose, num tom meio choroso.
- Claire? Quem é essa? – perguntou Kalled curioso. Mas antes que Rose respondesse, um alarme disparou.
- Vamos, encontraram alguma coisa e temos que ir lá. – gritou Jensen.
Rose foi atrás dos garotos, ela queria ajudar de verdade. Correram pelo menos duas quadras até encontrarem a criatura. Era Allexa, uma das vampiras. Estava se alimentando de uma garota da escola, pelo uniforme que usava. Ela não teve tempo de fugir, pois Jensen já havia lhe cravado uma estaca no peito. Eles apenas retiraram o corpo do caminho e voltaram para casa.
- É por isso que estamos aqui. Você tem certeza que consegue agir, Rose? – foram as ultimas palavras de Jensen para a garota.
Ela voltou para sua casa, mas seu pai havia voltado para o antiquário. Ele não saia de lá por nada, não tinha mais vida própria e isso deixava Rose cabisbaixa. Ela queria que seu pai fosse sorridente outra vez, mas depois da morte de sua esposa, nunca mais foi o mesmo. Largou a caçada e se dedicou a esquecer o passado.