Quando Chega a Noite [FIC de Bob Terins, Katherine B. Angelline e Pedro'Z H. W. Kimoy]

- As noites estão um pouco mais longas! Cientistas dizem que é um caso muito raro e incomum, sorte para Now Your, que tem uma vista privilegiada da Lua. – Dizia um locutor de uma rádio que escutava em meu celular.

Aquilo era estranho, mas pouco me importava, escuridão não era tão ruim como alguns pensavam, até há um antiguíssimo ditado: “As coisas acontecem à noite”. Olhei para o relógio 05h30min, eu estava algum tempo adiantado para ir à escola, já havia feito tudo de madrugada, como sempre, o que era fácil com a tecnologia dos eletrodomésticos.

Segunda-feira de agosto de 2043, as janelas de minha suíte mostravam o horizonte escuro, iluminado por poucos raios de luz. Deitei na minha cama com meu Dobermann aos pés, olhava para todo o meu quarto, era do tamanho de para casal, paredes beges, porta na frente, uma grande escrivaninha marrom em um canto guardando alguns pequenos robôs, um armário preto com um espelho e uma televisão, no momento estava atrás da parede.

Poderia ter alguns luxos, porém não era tão fixado em dinheiro como minha mãe, mesmo sendo praticamente “obrigado” a usar alguns presentes, ela era de uma família rica e sempre gostou das coisas mais caras, dizia que dinheiro deveria ser gasto já que se tem, uma tolice, na hora da morte os gregos arcaicos diziam que só precisavam de dois Dracmas, pronto, uma parte garantida.

Afastei meus pensamentos de Lucy, como eu a chamava, porém não adiantou muito, um assunto também incomodante veio a minha mente, meu pai... Já havia escutado algumas diferentes histórias de alguns familiares, mas a mais comum era que ele tinha ido visitar a tia rica e doente, desde então não voltou nunca mais, nem no meu aniversário de 16 anos, praticamente no mês passado, logo no qual me prometeram a presença dele...

Mesmo assim, alguém muito importante era meu cachorro, ano retrasado o encontrei na rua, sem coleira ou algo que lembrasse um dono, desde então apenas gostava de mim e vice-versa. Nunca havia dado um nome para ele, sentia que apenas não estava no momento, consequentemente apenas chamava-o pela raça.

Viajava em meus pensamentos, quando olhei o tempo novamente era 06h45min, faltava pouco tempo para a escola, levantei-me, acordando meu grande amigo e verifiquei meu reflexo. Estava tudo certo, cabelo naturalmente arrepiado, blusa preta, jeans escuros e tênis cinza de cano alto. Peguei minha mochila, levava-a como um saco leve nas costas.

O lugar em que estudava era público, o que irritava minha mãe, Instituto Percy Jackson – TDAH, o lema era “Disléxicos e Hiperativos têm um lugar melhor”, era o meu caso, não tinha tanta hiperatividade, entretanto a dislexia me afetava mais, sendo o bastante para ser inscrito.

Bufei, desci as escadas silenciosamente com meu cão pela sala sem alguma luz, não enxergava nada, mas havia decorado o simples caminho. Rapidamente saia na Ferrari Preta, presente de minha mão, e o Dobermann ao meu lado.