{The Unknown} – MOPCE para Âmbar van Dijk

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— the unknown —

Era uma manhã comum, na maioria dos aspectos. O quarto, apesar de ser abarrotado de garotas, estava silencioso quando Âmbar acordou, e os passarinhos do lado de fora cantavam alto, anunciando que o dia estava para começar. Sempre otimista, a semideusa se vestiu e penteou os cabelos com um sorriso no rosto. Ainda assim, quando abriu a porta do dormitório e ouviu os gritos do andar de baixo, franziu a testa quase que inconscientemente.

Recusava-se a admitir que não gostava do orfanato, já que tinha feito alguns amigos importantes ali; entretanto, considerando que já morava ali há muitos anos, conhecia defeitos demais do local para ainda conseguir admirá-lo. Os trabalhadores eram apáticos, em sua maioria, e as crianças órfãs maldosas demais para serem suportadas. Desse modo, diante daquele cenário, o sonho da semideusa apenas se intensificava: desejava ser independente o suficiente para sair dali e ir procurar sua família, embora eles tivessem a abandonado. Sabia que tinham um motivo, na época, pois uma carta fora deixada para ela, mas não entendia por qual razão nunca voltaram para procurá-la. E queria descobrir aquilo, sobretudo.

Enquanto pensava naquilo, van Dijk encontrou pelo caminho uma das poucas amigas que tinha ali. Anne possuía os horários iguais aos seus, de modo que sempre faziam os afazeres juntas. Sorrindo, a prole de Dionísio enlaçou o braço no da garota e, juntas, dirigiram-se para os jardins. Naquele dia, era da responsabilidade delas cuidar dos mesmos, tarefa que Âmbar amava.

Não pôde desfrutar de todos os momentos plantando flores, contudo, pois algo estranho chamou sua atenção. Uma garota de cabelos negros a encarava, ao longe, analisando-a da cabeça aos pés. Desconfortável com a situação, van Dijk mudou de posição e tentou se lembrar de quem era. Não conseguia, entretanto. Nunca a vira na vida.

— Anne, tá vendo aquela garota ali perto dos podadores? — Perguntou, movimentando os olhos para indicar a posição. Quando a amiga balançou a cabeça, continuou. — Ela é nova aqui?

Para a sua surpresa, Anne sorriu e negou, dizendo que a morena já morava ali há anos. Levantando as sobrancelhas, Âmbar imaginou que precisava investigar mais. Ela também morava ali há um bom tempo, afinal, mas não se lembrava da presença daquela outra garota. Assim, decidiu fazer a mesma pergunta para o outro menino que trabalhava no jardim; contudo, ele estava a alguns metros de distância, e a funcionária do orfanato provavelmente brigaria com van Dijk se a visse “enrolando” em suas tarefas.

Olhou ao redor, mas não notou a tal mulher em local nenhum. Talvez ela tivesse entrado por alguns minutos, afinal. Decidindo arriscar, deixou seus equipamentos de jardinagem no chão e se levantou. Dera apenas cinco passos quando, irritada, a funcionária apareceu no ambiente. Andando rapidamente, pegou o braço de Âmbar com força e gritou algo sobre cumprir as tarefas do devido modo.

Envergonhada, a semideusa voltou para seu serviço. Somente arriscou falar novamente com o menino quando já havia acabado o turno deles e, portanto, estavam livres para conversar. Aproximando-se, falou baixinho:

— Com licença, Dylan. Você conhece aquela menina morena que estava no jardim hoje?

— Claro! Ela está aqui já tem um tempo, Âmbar.

— Ah é? Você sabe o nome dela? Ou quando que ela chegou?

Franzindo a testa, o garoto teve de pensar por longos cinco segundos antes de responder. Quando o fez, pareceu decepcionado consigo mesmo.

— Desculpe, não me lembro de nada.

Agradecendo, a semideusa correu para fazer a mesma pergunta para várias pessoas que moravam ali. Assim como Dylan, nenhuma delas se lembrava de nada específico sobre a garota, o que causou uma desconfiança em Âmbar. Tinha certeza absoluta de que alguma coisa estava errada.

Entretanto, durante todo o resto do dia, não avistou mais a garota. Somente à noite, quando estavam muitos dos habitantes dali sentados na sala de estar, foi que van Dijk a notou novamente. Ela parecia cuidadosa, esforçando-se para passar despercebida entre todos do orfanato ao tentar sair deste. Curiosa como era, Âmbar não se conteve. Decidiu que precisava seguir a morena.

Assim, pediu licença aos amigos e se levantou. Foi incrivelmente fácil chegar até as enormes portas de carvalho que levavam ao exterior. Quando saiu, o vento frio da noite atingiu seu rosto com tudo, de modo que instintivamente soltou um suspiro de satisfação. Aquilo foi um erro.

A morena ouviu o barulho e se voltou para trás, mas Âmbar foi mais rápida. Escondeu-se atrás de uma lata de lixo que estava ao seu lado, torcendo para que a garota fosse estúpida o bastante para seguir em frente sem averiguar o que estava acontecendo. Desse modo, quando a desconhecida voltou a andar, van Dijk soltou o ar que mal havia percebido estar prendendo.

Deixou que a outra avançasse um pouco antes de sair de trás da lixeira, dando passos silenciosos para segui-la. Apesar de nunca ter feito nada do tipo, estava extremamente confiante. Afinal, o otimismo era sua carta na manga.

pormenores:

Missão cancelada por falta de postagem. Não haverá descontos, pois a ausência foi da parte do narrador.