Ficha de Reclamação

Página 31 de 50 Anterior  1 ... 17 ... 30, 31, 32 ... 40 ... 50  Seguinte

Ver o tópico anterior Ver o tópico seguinte Ir para baixo

Ficha de Reclamação

Mensagem por 142-ExStaff Dom 09 Nov 2014, 03:49

Relembrando a primeira mensagem :


Fichas de Reclamação


Orientações


Este tópico foi criado para que o player possa ingressar na sua vida como semideus ou criatura mitológica. Esta ficha não é válida sob nenhuma hipótese para os 3 grandes (Hades, Poseidon e Zeus) devendo os interessados para estas filiações fazerem um teste específico, como consta aqui [[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]]. Para os demais semideuses, a avaliação é comum - o que não quer dizer que ao postar será aceito. Avaliamos na ficha os mesmos critérios que no restante do fórum, mas fichas comuns exigem uma margem menor de qualidade, mas ainda será observada a coesão, coerência, organização, ortografia e objetividade. Abaixo, a lista de deuses e criaturas disponíveis em ordem alfabética, com as devidas observações.



Deuses / Criaturas
Tipo de Avaliação
Afrodite
Comum
Apolo
Comum
Atena
Rigorosa
Ares
Comum
Centauros/ Centauras
Comum
Deimos
Comum
Deméter
Comum
Despina
Rigorosa
Dionísio
Comum
Dríades (apenas sexo feminino)
Comum
Éolo
Comum
Eos
Comum
Espíritos da Água (Naiádes, Nereidas e Tritões)
Comum
Hades
Especial (clique aqui)
Hécate
Rigorosa
Héracles
Comum
Hefesto
Comum
Hermes
Comum
Héstia
Comum
Hipnos
Comum
Íris
Comum
Melinoe
Rigorosa
Nêmesis
Rigorosa
Nix
Rigorosa
Perséfone
Rigorosa
Phobos
Comum
Poseidon
Especial (clique aqui)
Sátiros (apenas sexo masculino)
Comum
Selene
Comum
Thanatos
Comum
Zeus
Especial (clique aqui)




A ficha


A ficha é composta de algumas perguntas e o campo para o perfil físico e psicológico e a história do personagem e é a mesma seja para semideuses seja para criaturas. O personagem não é obrigado a ir para o Acampamento, mas DEVE narrar na história a descoberta de que é um semideus e sua reclamação. Os campos da ficha são:

- Por qual deus deseja ser reclamado/ qual criatura deseja ser e por quê?

- Perfil do Personagem (Características Físicas e Características Psicológicas - preferencialmente separadas)

- História do Personagem

Plágio não será tolerado e, ao ser detectado, acarretará um ban inicial de 3 dias + aviso, e reincidência acarretará em ban permanente. Plágio acarreta banimento por IP.

Aceitamos apenas histórias originais - então, ao usar um personagem criado para outro fórum não só não será reclamado como corre o risco de ser punido por plágio, caso não comprove autoria em 24h. Mesmo com a comprovação a ficha não será aceita.

Fichas com nomes inadequados não serão avaliadas a menos que avisem já ter realizado o pedido de mudança através de uma observação na ficha. As regras de nickname constam nas regras gerais no fórum.

Não é necessário a utilização de template, mas caso opte por fazê-lo, a largura mínima do texto deverá ser de 400px, preferencialmente sem barra de rolagem — caso tenha, a altura deve ter o mesmo tamanho da largura ou maior. Templates que não sigam o disposto farão a ficha ser ignorada, bem como fichas ilegíveis - utilize colorações adequadas no texto.

Lembrando que o único propósito da ficha é a reclamação do personagem. Qualquer item desejado, além da faca inicial ganha no momento de inscrição do fórum e dos presentes de reclamação (adquiridos caso a ficha seja efetivada) devem ser conseguidos in game, através de forjas, mercado, missões e/ou DIY.



  • Obs: Somente envie sua ficha UMA vez para cada avaliação. Fichas postadas seguidamente (como double-post) serão desconsideradas, reincidência acarretará em ban de 3 dias + aviso.




Tks Maay from TPO
142-ExStaff
142-ExStaff
IndefinidosPercy Jackson RPG BR

Mensagens :
527

Localização :
Garota, eu vou pra Califórnia. ♪

Ir para o topo Ir para baixo


Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por 165 - ExStaff Dom 23 Ago 2015, 23:22


Avaliando
Oi, como estão? Antes de irmos para o principal, irei comentar alguns adendos. As duas foram avaliadas de acordo com o [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link] do fórum - porém, claro, não irá contar pontos -, portanto, tudo será levado em conta. De qualquer forma, caso se sintam injustiçadas com o que será lido, não me importarei em reavaliá-las ou dar lugar a um outro deus. Ah, só saberão o resultado lendo até o final.

Reclamados receberão críticas ou/e elogios - além de conselhos - enquanto reprovados serão avaliados de acordo com o critério passado no link acima, pois são os que necessitam de mais atenção do avaliador. Boa sorte!



Pierly Waldorf - Reclamada como filha de Hécate

Bruxinha, seguinte: você foi aprovada. Em primeiro lugar, vai aqui uma dica que provavelmente a maioria daria também: tente usar templates com fundo branco, transparente. Como a skin do fórum é branca, o uso de templates e codes mais escuros podem prejudicar a leitura e, consequentemente, o interesse em seu post. No geral, você tem uma boa escrita e escolha de palavras, portanto não vi motivos para não aprová-la. Porém, confesso, embora tenha seguido o ponto obrigatório, sinto que faltou adicionar mais detalhe nesse trecho e, aproveitando para colocar aqui, sentimentos e sensações da personagem. Por fim, parabéns e bem-vinda.

A pedido de Psiquê, o player Bell será avaliado por ela.

[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]
165 - ExStaff
165 - ExStaff
Ex StaffPercy Jackson RPG BR

Mensagens :
2225

Localização :
Olimpo

Ir para o topo Ir para baixo

Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por 168 - ExStaff Seg 24 Ago 2015, 11:55



Avaliação
a mão do aprovar chega a tremer

 Bell J. Cranel - Aprovado como filho de Tânatos

Bell do céu, não use mais essa cor de fonte, você quase me cegou haha. Gostei muito do enredo da narração e da organização do texto, que ficou realmente impecável. Entretanto, alguns errinhos como "Os Cranell’s havia começado [...]" e "[...] tão negras como a própria trevas [...]" se fizeram presentes.

Eu teria o aprovado, caso um único ponto obrigatório não tivesse sido descumprido: O personagem não é obrigado a ir para o Acampamento, mas DEVE narrar na história a descoberta de que é um semideus e sua reclamação. Eu não encontrei o momento da reclamação em si, onde ele descobre ser um filho de Tânatos. Tenho que pedir para que modifique um pouco sua história e inclua o fato na narrativa, para que assim seja aceito no grupo de semideuses reclamados. Se precisar de ajuda ou sanar alguma dúvida, fique a vontade para me contatar via MP.


Reclamações, duvidas e desabafos: MP.


[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]
168 - ExStaff
168 - ExStaff
Ex StaffPercy Jackson RPG BR

Mensagens :
1569

Localização :
Olimpo

Ir para o topo Ir para baixo

Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por Bell J. Cranel Seg 24 Ago 2015, 12:47

Ficha de personagem

[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]


Nome do personagem:


Bell  "Joker"  Cranell


Por qual deus deseja ser reclamado?:


Sem muita enrolação: Escolhi ser filho de Thanatos pois além de gostar dos poderes e presentes, é o deus que mais combina com a trama e história do personagem, além de gostar da extrema importância do deus, já que sem eles, a imortalidade que todos os deuses possuem não seria nada demais, pois um mundo sem Thanatos é um mundo sem morte.
Características físicas:


Bell é o que se pode considerar um garoto alto, com seus 1,82 transbordando sensualidade. Com ombros largos e corpo definido, Bell possui  tatoado em suas costas um par de asas negras feitas da risada "HAHAHAHAHA". O rosto angular com uma mandíbula meio quadrada e olhos azuis  puxados para o cinza, penetrantes e lábios naturalmente vermelhos como uma cereja. Seu  cabelo preto, é um tanto comprido  e é comum ver o garoto levando as mãos ao cabelo, bagunçando os fios cada vez mais. Não é raro ver Bell arqueando suas sobrancelhas e dando um sorriso de canto, na verdade, é isso que o garoto mais faz. É quase imperceptível, mas em seu lábio inferior há uma pequena cicatriz, resultado de umas de suas missões.

Características psicológicas:


Cranell é uma pessoa calma e alegre, simplesmente vivendo a vida um dia de cada vez e sempre afiando suas habilidades, não costuma a dramatizar e nem romantizar nenhuma situação, sempre vendo as coisas como realmente são.  Mas apesar disso dentro de batalha ele é completamente diferente do que em suas atividades de dia a dia, pois é enquanto ele batalha que ele deixa que sua loucura seja libertada por completo e mostra seu verdadeiro eu, uma pessoa louca, fria, calculista e completamente imprevisível.

História:


Uma era de paz para os semideuses.  Era isso que algumas pessoas diziam sobre o mundo depois da queda de Gaia, como se tudo a partir daquele momento houvesse se tornado arco-íris, sorrisos e pessoas bondosas, como se toda a maldade do mundo houvesse desaparecido em um passe de mágica, com a queda de uma simples entidade ancestral. As pessoas, principalmente os semideuses, tinham uma facilidade incrível para se agarrarem em qualquer ponta de esperança, em qualquer desculpa de paz e com isso esquecem como o mundo realmente é e que nele há aqueles que buscam a queda dos deuses, a morte de semideuses ou tantos outros interesses pessoais que podem causar a morte de tantos outros e trazer destruição ao mundo e era por essas pessoas existissem que há minha família também existia.

Os Cranell’s havia começado há muito tempo atrás, surgindo tão logo os primeiros semideuses haviam surgido e com o único objetivo de seguir as ordens dos deuses, matando aqueles que essas entidades considerassem perigosos para o equilíbrio do mundo, caçando monstros que estavam causando danos e problemas demais e até mesmo fazendo missões mais perigosas e arriscadas como participar de certos lados da guerra.  O fato era de conforme o tempo foi passando e a família crescia em mais e mais membros, foi decido que a cada nova linhagem que nascesse seria oferecido a um deus, de forma que todos os seres divinos sempre teriam o seu “semideus da família Cranell” ou em outras palavras, um escravo assassino pessoal e no caso "dele" a dona era Nyx, a deusa da noite e mãe de todos os medos que habitavam as trevas.

Tecnicamente aos doze anos, depois de ser treinado pela sua família para ser mais um de seus servos e seguir todas as ordens dela, o único problema era que ele não queria, afinal de contas para aquela pessoa seguir as ordens de uma divindade anciã e arriscar sua vida por ela era idiotice, afinal de contas os poderosos seres não se importavam em nada conosco, por que deveríamos servi-los e arriscar nossas vidas para seguir as ordens que eles nos desses?  Enquanto o outro “eu” tivesse a sua irmã gêmea, Alice, ele estaria feliz e não precisava de mais nada, de nenhum dos seres imortais, pelo menos era o que pensava antes de seu mundo ser virado de cabeça para baixo.

Na linhagem Cranell aqueles que não cumprem suas missões, que fogem de seus objetivos ou se recusam a obedecerem aos deuses que possuem “posse” de suas vidas são eliminados, afinal em uma família de mercenários e assassinos aqueles que não seguissem as regras não eram nada mais do que lixo e não havia necessidade de lixo na família ou pelo menos era como deveria ser, mas o que “eu” não sabia era que Alice havia feito um acordo com a própria deusa que tinha posse dos dois e com os líderes da família e nesse acordo estava decidido que se ela conseguisse cumprir a missão sozinha, seu irmão seria exilado da família, mas permaneceria vivo e poderia viver como quisesse e para que isso acontecesse ela havia decidido que enquanto o irmão dormisse, ela cumpriria a missão. E enquanto a noite caia e a garota saia para cumprir seus objetivos, ele dormia tranquilamente em sua cama, mal sabendo os pesadelos que assombrariam sua noite e nem mesmo o quão pior poderia ser a realidade.

[...]

O sonho dele havia começado de uma forma normal, até mesmo feliz, mostrando ele brincando com a irmã em um campo verde e longo, brincando de pique pega enquanto corriam sem rumo, se divertindo e rindo como bobos, aproveitando aquele momento simples e puro de alegria.  Mas então o sonho mudou, enquanto o garoto perseguia a sua irmã correndo atrás dela, como se surgissem do próprio ar vários seres encapuzados surgiram, todos armados com longas espadas tão negras como a própria trevas e apunhalaram a garota, e enquanto o garoto corria inutilmente em direção a irmã, que caia em câmera lenta na grama daquele lugar, transformando o que antes era um belo sonho em um completo pesadelo.

 O garoto acordou suado e olhou desesperado para o lado, esperando ver a sua irmã dormir em segurança em sua cama, mas ao invés disso somente encontrou uma cama desfeita, vazia e fria.  Ela havia sumido e de algum modo ele sabia para onde sua irmã tinha ido e como se seu sonho houvesse sido um aviso, ele se levantou e correu, correu esperando chegar antes que o pesadelo se tornasse realidade, correu rezando pela primeira vez aos deuses, implorando para que aquilo que lhe era mais precioso continuasse em segurança, continuasse bem.  Mas como em qualquer outra situação suas orações caíram em ouvidos surdos e ao chegar ao hotel abandonado que servia de base para aqueles que deviam ser seus alvos a cena que o garoto encontrou foi quase a mesma de seus sonhos: Sua irmã jazia caída no chão, espadas perfurando todo seu tórax e peitoral enquanto diversos homens de capas pretas como as trevas a cercavam.

 E diante essa cena o garoto não pode fazer nada além de cair de joelhos e chorar, chorar enquanto sentia tudo que lhe era importante desaparecer, chorar enquanto o mundo em si parecia se transformar em nada mais do que um lugar onde a existência dele não fazia sentido e nem sequer era necessária e enquanto os homens se aproximavam lentamente do garoto, suas espadas retiradas do corpo de sua irmã pingando o sangue ainda fresco, o choro se transformou em um riso e eu nasci.

[...]

Algumas pessoas se perguntam o que é preciso para que as pessoas enlouqueçam e normalmente pensam que é necessária várias situações e variáveis diferentes que misturadas fazem com que se perca a sanidade, bobagem, tudo que se precisa é um empurrão, e a morte de sua irmã foi o empurrão necessário para que “ele” enlouquecesse e com sua loucura eu nasci.  

 E enquanto os homens se aproximavam com suas espadas afiadas ainda pingando de sangue fresco, não pude evitar rir, uma risada aguda e alta que parecia ecoar por todo aquele prédio abandonado e parecia ter feito os homens congelarem em seus lugares, provavelmente se perguntando se eu havia enlouquecido. Ah, eles não sabiam o quão certo estavam e nem teriam tempo para perceber, pois ainda no meu surto de riso deixei a adaga que estava oculta em minha manga longa deslizar suavemente para minha pele suavemente e sorri, interrompendo meus risos e lançando a adaga em uma linha perfeita em direção a garganta do primeiro dos três homens que vinham em minha direção.  Antes que os outros dois homens pudessem se recuperar da surpresa do meu ataque repentino contra seu companheiro avancei correndo a toda minha velocidade para o homem que havia caído de costas no chão, morto engasgado com o próprio sangue e deixando a espada caída.

— Yuup! – Gritei quase como se estivesse brincando enquanto deslizava de joelhos no chão liso de madeira e pegava a espada caída no chão, girando imediatamente e em segurando a espada (Aquela porra era pesada) usava o impulso do meu “escorrega” para erguer a arma e em um único movimento fazer com que a lâmina dela passasse pelo pescoço do outro homem de capa preta, fazendo ele literalmente “perder a cabeça”

 Infelizmente para mim eu ainda era um garoto de doze anos e não importava o quão habilidoso ou ágil eu fosse, em uma situação desvantajosa como aquela o terceiro homem deve tempo o suficiente para erguer a espada em um único movimento, pronto para me cortar ao meio e dar um fim a minha curta vida (Ainda mais curta, se for parar para pensar que eu devia ter vindo a vida há uns trinta segundos) de maneira rápida e eficaz.  Ou era o que teria acontecido se uma flecha não houvesse se fincado nas costas dele com um baque surdo, fazendo ele parar seu movimento, olhar para trás atordoado e cair morto no chão, revelando a dupla que se encontrava atrás dele:  Um homem da família Cranell e uma bela mulher de cabelos negros que logo que cruzou seus olhos com o meu andou a passos lentos em minha direção, parando a minha frente com um pequeno sorriso em seus lábios enquanto levava uma mão até o meu rosto e o acariciava lentamente.

— Você é meu – E quando a voz da mulher soou em meus ouvidos eu soube imediatamente quem ela era e não pude evitar voltar a rir novamente, uma risada alta e insana enquanto tudo aquilo me divertia até o mais amargo.  Nyx havia ido buscar seu cão pessoalmente logo depois dele enlouquecer, aquilo só poderia ficar mais engraçado se eu a matasse, mas isso era impossível para mim naquele momento.

— Claro, mas sou um cão desobediente – Falei enquanto me levantava com um sorriso e olhei para o corpo da garota que de certa forma, também era a minha irmã.  Junto a ela havia morrido o que todos os outros haviam conhecido, amado e talvez até mesmo odiado.  A partir daquele ponto era minha vez e minha história, ou seria se as próximas palavras das deusa não me pegasse completamente de surpresa.

— Mas não preciso de você. –  O sorriso da deusa só não foi maior que a risada que escapavam de meus lábios enquanto  a deusa desaparecia em uma nuvem negra e me deixava sozinho com a linhagem Cranell, a linhagem que logo expulsaria a mim para viver com o meu tio em uma base militar qualquer, em algum lugar do mundo.   Aos doze anos minha história realmente começaria e em um rumo completamente diferente do que eu imaginava. Mas isso podia ser divertido.

[...]

Sabe o que é acordar no meio da noite com um grito de uma garota e um berro de um ser muito, mas realmente muito alto? Não? Acredite, não é nenhum parque de diversões e você não acorda exatamente de bom humor, ainda mais no meio da noite.

Não que eu tivesse pensando nisso enquanto corria para a arena com a adaga em mão, pronto para qualquer coisa, menos é claro o que eu encontrei: Um enorme ser de um único olho sendo atacado por uma garota que devia ter aproximadamente um metro e sessenta de altura, um corpo com curvas que me distraíram por alguns momentos e um par de olhos cinzas que enquanto eu olhava pareciam brilhar, tornando aquela garota ainda mais linda e atraente.

 Eu não tinha muito contato com o lado feminino, afinal de contas eu morava em uma base militar com um tio renegado de minha família, treinando e vivendo a vida longe dos monstros e de meu passado por muito tempo  e agora ele estava ali, novamente batendo em minha porta na forma de um ciclope gigante.  

— Fique aqui Bell! - Antes que eu pudesse sequer entender quem havia gritado meu nome eu vi meu tio empunhando duas espadas, uma vermelha e uma preta contra o ciclope, avançando em direção ao ciclope e começando uma luta interessante, pois enquanto meu tio servia de distração para o monstro, desferindo diversos golpes em suas pernas, irritando e o fazendo se focar nele, até que a garota desse um golpe final no ciclope, puxando uma flecha de seu arco e atirando a mesma de forma a atravessar a cabeça do monstro.

— Não tenho tempo para explicar, não tenho certeza de quem é seu pai ou mãe, afinal mesmo na linhagem Cranell sua descendência era um completo mistério, mas o fato é que sua família agora lhe quer morto e estão mandando monstros atrás de você.... Você precisa ficar em um lugar seguro, vá.

Antes que eu me desse conta eu estava agarrado a cintura da bela garota morena e de olhos cinzentos enquanto olhava para trás, para o local que antes era meu lar e para o monstro que lentamente se transformava em areia e era levado pelo vento, como minha vida estava sendo levada e mudada por todos esses acontecimentos inexplicáveis, eu havia ido parar em algum livro muito louco, onde não bastava eu ser um semideus ou ser de uma família de assassinos, essa mesma família queria me matar.

—Segure-se firme, vai  ser uma longa viagem até o acampamento. Aliás, meu nome é Ayla. -  E isso foi tudo que a garota morena havia dito para mim durante toda a viagem.

[ Dias Atuais - Entrada do Acampamento]

A loucura é um abismo entre a razão e o desespero e os humanos quando são empurrados para muito perto do abismo e o ficam encarando por tempo demais, perdem suas almas, suas personalidades e cedem lugar para pessoas como eu. Mas como eu poderia me definir? Eu era um garoto de dezoito anos aparentemente comum, ria, chorava, comia e amava aparentemente como qualquer um, mas o ponto chave dessa revelação era o “aparentemente”.

A insanidade nunca foi aparente, pelo menos não a verdadeira, aquela que faz as pessoas olharem o mundo ao seu redor e desejar fazer ele pegar fogo e deixar o mundo em caos, não a loucura que fazia em uma luta a pessoa se divertir mais com a ameaça a sua vida do que com qualquer outra coisa, esse tipo de loucura podia facilmente ser disfarçado com poucos sorrisos ou uma boa aparência e isso era uma coisa incrível, afinal de contas tanto os humanos quanto os semideuses acreditavam mais facilmente nas coisas que viam, o que se mostrava óbvio com o fato de que tudo, até mesmo deuses, podiam ser influenciados pela névoa. Mas mesmo sabendo disso ao me verem as pessoas simplesmente viam um garoto normal, um adolescente como qualquer outro, um semideus como qualquer outro e sequer imaginavam que eu era um assassino e um louco e que se o mundo todo fosse inflamável acenderia um fósforo só para ver o quão grande seria o “KABOOOM” e isso só era reforçado pelos olhares das sentinelas que olhavam sem expressão para mim enquanto me aproximava da entrada do acampamento, o fato era que eu não havia encontrado nenhum inimigo para enfrentar até aquele momento o que queria dizer que eu estava entediado até a morte, pelo visto não seria meu dia de sorte. Felizmente eu havia falado cedo demais.

— Cuidado! – Gritou um dos sentinelas fazendo-me olhar para trás a tempo de ver a harpia descendo aos seus com suas garras apontadas para mim em uma investida mortal, como um falcão caçando suas presas. Mas para o azar da Harpia o aviso do sentinela havia me dado a oportunidade de rolar para o lado deixando assim que suas garras cortassem o ar com um silvo estridente e um “pio” de protesto da mulher pássaro.

— Eu acho que eu vi um passarinho, eu vi, eu vi. – Sussurrei com um enorme sorriso em meu rosto enquanto deixava a adaga antes oculta em minha manga escorregar até o palmo de minha mão, onde a segurei com firmeza e aguardei a próxima investida da harpia que não tardaria a chegar.

Assim como eu havia pensado a harpia logo após ver que seu primeiro ataque havia falhado ela havia decidido tentar mais uma vez, apontando suas garras em minha direção e descendo como um falcão contra mim, pronta para pegar sua pressa custe o que custar, só que dessa vez eu estava preparado. Enquanto a harpia chegava cada vez mais perto de mim com suas “unhas” tão afiadas como a lâmina de uma espada prontas para rasgarem meu corpo macio, eu me mantive firme, esperando até o último momento para saltar para o lado e aproveitar do pequeno desiquilíbrio que a Harpia sofreria para que a eu pudesse lançar a minha adaga de Bronze Celestial com perfeição, fazendo assim com que a criatura perdesse a habilidade de se manter voando devido ao ferimento e com a adição de sua velocidade caísse de uma maneira nada graciosa contra o chão.

— Bingo! – Cantei com um sorriso malicioso ao ver a harpia “capotando” no chão e rapidamente avancei em direção a mesma, usando meu pé direito para chutar o chão pegando um forte impulso, levantando a mão pedindo por uma arma de um dos sentinelas enquanto a Harpia tentava se levantar, tarde demais. Antes que a Harpia conseguisse se levantar eu havia aproveitado do impulso para que alcançasse a harpia, pegando o cabo da espada que um dos sentinelas havia jogado a enterrei fundo no peito do monstro, o fazendo arfar seu ultimo suspiro e então morrer.

— Acho que o passarinho morreu, morreu sim, morreu. – Sussurrei com malicia vendo a Harpia se tornar pó e sorrindo recuperei a minha adaga enquanto eu andava em direção a entrada do acampamento. Não havia sido nenhuma entrada espalhafatosa ou coisa assim, mas pelo menos eu havia conseguido um pouco de diversão antes de voltar do meu passeio fora do acampamento e como um brinde, a marca de meu pai queimava acima de minha cabeça como um simples aviso de quem eu era filho. Ser uma prole do deus da morte poderia vir a ser bem divertido.

 Naquele mesmo dia, enquanto eu arrumava as coisas do Chalé de Hermes para ir para o local onde seria meu novo lar, havia novas armas e itens em meu repertorio, parecia que meu pai tinha preocupação ou tempo suficiente para presentear seus filhos.

Francês •  18 anos• Filho de  Thanatos • Iam Crazy!
Thanks [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]
Bell J. Cranel
Bell J. Cranel
IndefinidosPercy Jackson RPG BR

Mensagens :
23

Localização :
Quando descobrir será tarde demais.

Ir para o topo Ir para baixo

Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por 168 - ExStaff Seg 24 Ago 2015, 14:02



Avaliação
a mão do aprovar chega a tremer

 Bell J. Cranel - Aprovado (agora é sério) como filho de Tânatos

Agora sim, sua ficha contém todos os pontos obrigatórios para o momento da reclamação. Vejo que, apesar de eu ter citado alguns erros ortográficos, você não os corrigiu (cof), mas considerarei pelo esforço que teve em modificar o final e acabar esquecendo disto. Uma dica é escrever diretamente em um programa que sublinhe os erros ou até mesmo passar o texto em um corretor online para que essas pequenas desatenções sejam sanadas. Você escreve bem e tem potencial para criar enredos bons, acredito que será um ótimo filho do emo gótico Tânatos. Aprovado!


Reclamações, duvidas e desabafos: MP.

[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]
Tudo atualizado daqui pra cima

[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]
168 - ExStaff
168 - ExStaff
Ex StaffPercy Jackson RPG BR

Mensagens :
1569

Localização :
Olimpo

Ir para o topo Ir para baixo

Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por Nataniel Barger Ter 25 Ago 2015, 19:12


☠ Por qual deus deseja ser reclamado e por quê? Gostaria de ser reclamada por Ares. Primordialmente, porque sempre adorei desconstruir estereótipos e essa personagem tem um psicológico totalmente diferente das costumeiras de proles do deus da guerra. E, mesmo assim, faz jus ao seu parente divino por milhares de razões que poderão ser identificadas ao longo da minha ficha. Quando me veio a inspiração pra criá-la, logo pensei em Silena Beauregard. Afinal, nos livros essa garota tinha algo que a diferenciava e muito das outras meninas de Afrodite e da fama de que todas elas pareciam prover: a de ser uma (perdão pelo termo) “vadia”. Se o próprio Rick Riordan idealizou uma personagem tão singular quanto esta para ser filha de Afrodite, me perguntei porquê uma filha de Ares não poderia ser diferente das outras garotas costumeiras do chalé – vulgo, perdão por especificar, Clarisses La Rue da vida. Além disso, apesar de toda a sua falsidade e perceptível inclinação para mentiras e atuação, a Meredith vai gostar, mais do que tudo, de ver o circo pegar fogo e, muitas vezes, ela mesma irá provocar confusões perto de si apenas para ver sangue rolando e guerrinhas internas acontecendo, fato que salienta sua personalidade típica dos filhos desse deus tão incompreendido do Olimpo (afinal, ele também personificava a sede por sangue, matança e discórdia).

☠ Características físicas:
Detentora de apenas 1,53 de altura, é baixa, possui maçãs do rosto cheias e não muito torneadas, uma pele parda no tom perfeito e olhos que emanam fofura, assim como o restante de seu rosto completamente infantilizado. De corpo, é magra e definitivamente não faz o tipo “violão” – fartura no bumbum e nos seios. É uma propaganda enganosa se tratando de força física já que, sendo filha de quem é, apesar de sua aparência frágil e inocente ao primeiro olhar, é muito forte e boa lutadora.

☠ Traços psicológicos:
Costuma ser gentil, fofa e adorável com todos, gozando-se de seu carisma natural proeminente da herança advinda da índole de sua mãe. Seu sorriso – mesmo que às vezes forçado – convence muita gente com facilidade e, normalmente, ela o utiliza para escapar de diversas situações, se passando por vítima quando, na verdade, ela própria armou a confusão sozinha. Embora seja uma boa pessoa e se esforce para ter qualidades, é muito explosiva, traço proveniente de seu parente divino e, quando irritada, tem reações exageradas e é difícil de ser contida. Se estressa fácil e adora assistir a atritos alheios, por vezes espalhando fofocas e fazendo “leva-e-traz” entre as garotas que a cercam apenas para poder ver o circo pegar fogo.

☠ História da personagem:
Sem muito a se salientar, a garota cresceu na cidade de Malibu, na Califórnia e sempre demonstrou-se uma garota sonhadora e obediente, mas com muitos problemas com os quais tinha e tem dificuldade de lidar, cujos conhecidos julgavam como uma consequência da ausência de um pai em sua vida, já que desde pequena havia sido criada por sua mãe, solteira e de apenas 32 anos.

Tendo estudado em um dos colégios particulares do município, envolveu-se em poucas brigas, já que sua adocicada voz aguda sempre passou um ar de pureza e inocência que enganava muitas pessoas desavisadas que, sem saber, aproximavam-se da carismática garotinha de olhos cintilantes, acabando, quase todas em uma cilada que resultava em turbulências na vida social das oponentes da moçoila – todas escolhidas a dedo e sem motivo algum, a não ser o facilmente perceptível pavil curto que algumas delas demonstravam ter.

Quando acabava em algum atrito, entretanto, nas pouquíssimas vezes em que não era auxiliada por seus vários amigos, acabava partindo para agressões físicas e feria seriamente as outras estudantes e/ou suas vizinhas, em casos distintos.

Aos 12 anos, começou a fazer alguns comerciais na televisão e com 14 conseguiu seu primeiro papel sério em um seriado de um canal infantil conceituado no país e muito conhecido. Também fez alguns poucos trabalhos como modelo.

Foi em um de seus testes que conheceu Jimmy, um garoto homossexual da mesma faixa etária que a sua que em pouco tempo se tornou um de seus melhores amigos, por morarem na mesma cidade. Ele passou a acompanhá-la onde quer que a moçoila fosse, com seu consentimento facilmente conseguido. Apesar de tantos colegas, sempre havia sido uma pessoa solitária, afinal.

Certa vez, num dia que, para Meredith, parecia ser comum como qualquer outro, a menininha traçava o caminho de retorno para sua residência acompanhada de seu novo parceiro, quando, na praia, de supetão, algo forte a atingiu de maneira instantânea, lançando-a metros para trás.

Atordoada, a semideusa colocou-se de pé novamente e procurou por seu agressor, julgando ser uma das garotas com quem já havia se desentendido anteriormente. Contraiu o maxilar e tentou não expressar sua fúria ocasionada pelo golpe, cerrando os punhos de momento como uma forma de conter a si mesma para não ferir gravemente quem havia lhe alvejado. Já havia tido problemas por seu comportamento explosivo no passado.

Aparentemente preocupado, Jimmy ajudou-a a se levantar e, quando ela conseguiu, perpassou o olhar pelo lugarejo deserta e deparou-se com um carangueijo de mais de dois metros de altura, que abria e fechava suas garras enquanto fuzilava a filha de Ares com um olhar sanguinário.

Paralisada de pavor, seu instinto foi munir-se de um frasco de spray de pimenta que trazia consigo em sua mochila e alvejar os olhos da criatura, que recuou, aparentemente cegada e agonizando com os efeitos ardentes do objeto de auto-proteção.

Deslizou seus sapatos pela areia e tentou correr o mais rápido que pôde, mas outro golpe atingiu as costelas de seu amigo e ele bateu com a cabeça no chão, sem perder a consciência, mas agora ferido pela investida do monstro.

— Jimmy! — foi tudo que conseguiu dizer no momento de pânico.

— Corra, Dith... Eu me livro deles — impôs o garoto, colocando-se de pé com valentia e começando a revirar sua própria bolsa.

— O que? Venha comigo, você vai morrer se ficar por aqui! — a meio-sangue parou de andar por um instante, encarando o melhor amigo com descontentamento e receio.

— Confie em mim, Dith. Vá! — falou, puxando algum tipo de metal que a garota não conseguiu identificar de sua bolsa. A criatura começou a recuperar a sua visão e se recompor.

Desesperada, voltou a correr o mais depressa que conseguiu e, em poucos passos, chegou em sua casa. Procurou por sua mãe e lhes contou toda a história. Para sua surpresa, ela não parecia estar nem um pouco abalada, nem duvidosa quanto ao ocorrido, mas sim preocupada com a segurança de sua filha unigênita.

Algumas horas depois, quando a calmaria finalmente reinou na casa da menininha, Jimmy bateu na porta das duas moças e, de prontidão, a Sra. Kloss atendeu-o.

— Sra. Kloss, não há mais tempo. Precisamos levar sua filha agora, ou podemos nos deitar e esperar pelo pior — sua voz foi firme, diferente da costumeira.

Quase nem notaram os arranhões e cortes profundos que o rapazinho agora ostentava em diversas partes do seu corpo, provavelmente adquiridas durante a batalha que travara na praia mais próxima da casa de Meredith.

Foram poucas palavras.

As malas da garota foram feita, eles pegaram o carro da família e dirigiram por horas, até chegar em uma colônia montanhosa, na qual, marcando seu início, uma placa ostentava em letras garrafais os dizeres: “ACAMPAMENTO MEIO-SANGUE”.

Depois da duradoura conversa que tivera durante a viagem, Meredith sabia do que se tratava aquele lugar. E, agora, teria que abandonar tudo o que havia construído, sua vida de fama, amigos e até mesmo sua mãe para lutar pela sua própria vida, uma nova vida, uma vida de semideusa.

E, para a surpresa de todos, o deus mais improvável de todos acabou revelando-se seu pai, quando, perto de um fogaréu qualquer, ele reclamou Kloss como sua filha. Ares, o deus da guerra. Tal revelação chocou os campistas que já conheciam superficialmente a novata, desacreditados de que alguém tão doce e gentil poderia ser filha de um deus tão arrogante e maldoso como aquele que havia se revelado seu progenitor divino.

Mas tudo aquilo que acontece tem um motivo... E todos ainda iriam descobrir muitas coisas que, de momento, estavam ocultas a respeito da adorável e simpática Meredith Kloss.

Nataniel Barger
Nataniel Barger
IndefinidosPercy Jackson RPG BR

Mensagens :
3

Ir para o topo Ir para baixo

Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por Oliver H. Greyback Ter 25 Ago 2015, 23:26

Avaliação - Meredith Kloss

Sendo sucinto, não tenho motivos para não reclamar-te, Meredith. Sua escrita é muito boa, e só achei a história um pouco estranha. Do nada um caranguejo gigante aparece te atacando?

Mesmo assim isso não é problema - coisas estranhas acontecem. E tendo respondido todas as perguntas satisfatoriamente, teje reclamada filha de Ares.

[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]
Oliver H. Greyback
Oliver H. Greyback
IndefinidosPercy Jackson RPG BR

Mensagens :
685

Localização :
Purgatório

Ir para o topo Ir para baixo

Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por Rafaela Winchester Qui 27 Ago 2015, 15:10

- Por qual deus deseja ser reclamado/ qual criatura deseja ser e por quê?
Athena. Entre tantos Deuses que pudesse ser filha, eu escolhi a Deusa Athena, pois seu contos na mitologia grega sempre me interessaram e sempre a admirei muito, e acho que minha personagem é bem parecida com ela na personalidade.

- Perfil do Personagem (Características Físicas e Características Psicológicas - preferencialmente separadas)
Tem cabelo castanhos, comprido e ondulado, olhos meio castanhos que pode se dizer que são bonitos e um pouco atraentes, o corpo pode ser considerado atraente, já que tem algumas curvas e um pouco alta.
E uma garota doce, educada, fiel, fofa e encantadoramente simpática. Quando conhece uma pessoa já e mais animada e as vezes até irritante, mas quando for alguém que não conheço, as vezes nem fala nada, também é esperta, adora ler. Sempre fazendo amigos e encantando com suas palavras, sempre pensando bem antes de falar pois sabe que palavras podem machucar, sempre tentando ajudar os necessitados e totalmente sonhadora, é assim tenta ser feliz com que tem e quanto o que não tem apenas tenta substituir. Apesar de todas essas qualidades como todo ser humano ela também tem muitos defeitos como a agressividade.

- História do Personagem
Rafaela era oriunda da populosa cidade de Boston, em Massachussets. Daniel, seu pai - um jovem moço de mais ou menos trinta anos, formado em arquitetura e paisagismo -, considerava-se um naturalista e vivia trabalhando em projetos arquitetônicos que contavam, sempre, com a presença da botânica. Quando seu pai estava em casa, Rafaela gostava de ficar com ele, mesmo que não tivesse muita interação, já que o homem vivia vendo e revendo seus projetos. A garota não entendia muito da via na papelada, mas achava legal e insistia para ficar junto do pai.
Sua vida nem sempre fora assim. No começo, quando tinha uns seis anos, Daniel era relativamente presente. Mas, ao passar do tempo, quando alcançou os onze anos, a menina conseguia ver o pai apenas de noite, quando este estava momentaneamente livre do trabalho. Ela não o culpava por ter um maldito trabalho que tomava tanto tempo, e não conseguia compreender o porquê de um emprego desses ocupar tanto o homem. Rafaela gostava de conquistar o pouco tempo livre que o pai tinha, mas, quando isso era inviável, ela tentava substituí-lo pela babá Izzy. Contudo, a cada ano que se passava, Daniel estava menos presente na vida de sua filha.
Quando algo acontecia na escola - como, por exemplo, as meninas da quinta série que viviam atormentando Rafaela - quem tinha de se passar por pai/mãe era Izzy. Mas, tudo bem. Chegou uma hora que a menina tinha se acostumado com a ausência do pai, e, por isso, cogitava a ideia de que ele era apenas um parente próximo; sua verdadeira família era a babá. Todavia, mesmo assim, a jovem se abalava algumas vezes tanto pela falta do pai quanto da mãe.
Quanto mais tempo passava, menos Rafaela se importava. Chegou uma vez, que, aos doze anos, ela simplesmente não deu seu parecer em casa, o que, de fato, deixou o pai preocupado. Àquela altura, ela não ligava tanto para isso, já que sofrera pelo mesmo motivo por muito mais tempo. Influenciada por uma trupe de jovens rebeldes, Rafaela deixou-se ser levada por eles, e, primeiramente, adotou uma cor escura para a cabeleira. Teve, a partir de uma ideia besta de querer chamar a atenção do pai, incidentes escolares onde a garota simplesmente aparecia envolvida. Fora isso, Rafaela forçava-se, também, a tirar notas ruins, outra forma de ganhar tento de seu ocupado progenitor.
Repreendida pelo pai e por Izzy, numa noite de quinta-feira, Rafaela decidiu fugir de casa. Juntou algumas coisinhas dentro da bolsa de couro e saiu correndo, como se pedisse um pouco mais de atenção dos dois adultos. A garota, seguida pelo pai e por Izzy, quebrava qualquer esquina, distanciando cada vez mais de sua casa, seguindo um rumo ignoto. Ao chegar numa área pouco mais deserta, ela parou e apoiou-se numa parede qualquer para recuperar o fôlego.
Ofegante, Rafaela lutava para prosseguir na fuga imbecil, mas sua pausa dava tempo de seus perseguidores chegarem mais perto. Porém, quando estes atravessaram a rua, correndo, para apanhar Rafaela, alguma coisa estranha surgiu do nada. Na esquina oposta, uma silhueta enegrecida e portadora do que, aparentemente, eram incontáveis braços, rugiu. Daniel e Izzy ficaram estáticos e se entreolharam. Pareciam entender o que era aquilo, diferentemente de Rafaela, que permanecia encostada na parede, imóvel e boquiaberta.
O chão tremia a cada passo que aquela coisa dava, aproximando-se da indefesa jovem. Imediatamente, Daniel pôs-se a frente da filha, mas como se fosse uma mosca, a criatura o atingiu com uma das centenas de braços, lançando-o do outro lado da rua, contra a vidraça de uma loja de pesca. Acompanhando o pai com o olhar, Rafaela viu uma vara trespassar o tronco do homem, ceifando-lhe a vida. Aquele momento, tudo de ruim chegava à mente da menina. Fora ela a estúpida menina que fugiu de casa para ganhar atenção. Fora ela a estúpida menina a causar morte do próprio pai. Fora ela a estúpida menina...
Antes que Rafaela pudesse concluir a penalidade mental pelo que acontecera, um clarão, provindo do alto de um prédio, iluminou toda aquela quadra, e, acompanhando por uma espécie de vush, fez o monstro sucumbir. Ela permanecia de olhos fechados, encolhida ao lado de uma lata de lixo. A babá estava largada na calçada, recostada num poste de luz, como se tivesse sido atirada para lá.
Um segundo clarão podia ser visto pela garota, mesmo tendo os olhos cerrados. Por isso, ela os abriu, deliberando litros e mais litros de lágrimas. Um sentimento violento a apedrejava, e a vontade que tinha era de se matar, para, enfim, encontrar o pai e ficar com ele pela eternidade, no céu. Mas algo a impediu de fazer isso. A sua frente, próxima da vala, havia uma bela moça, munida de um majestoso arco e trajada de vestes leves, soltas e branquíssimas. Um sorriso adornava seu jovial rosto, fazendo com que Rafaela se sentisse um pouco melhor, a troco de nada. Ao fazer uma avaliação física na donzela, Rafaela pôde ver, atrás daquela, outras duas moças - só que menos bonitas do que a primeira.
O diálogo foi rápido entre as garotas, que facilmente reconfortaram Rafaela. Mas, ainda assim, ela tinha acabado de perder o pai. Mediante a ordem da principal moça, de nome Ártemis, as outras duas foram até Daniel e Izzy, a fim de socorrê-los. O primeiro não tinha jeito, mas a segunda sim. Amy e Isabella, como foram chamadas, trataram da babá e a deixaram em casa junto do pai morto. Elas ficariam lá auxiliar a mulher e forjar uma morte plausível para o pai de Rafaela. Enquanto isso, a moça que ficara com a menina lhe deu uma breve introdução do que realmente ela era, ao passo em que a levava, montada num grande lobo branco, para um novo lugar: o Acampamento Meio-Sangue.
Rafaela Winchester
Rafaela Winchester
IndefinidosPercy Jackson RPG BR

Mensagens :
1

Localização :
DF

Ir para o topo Ir para baixo

Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por Sadie Bronwen Qui 27 Ago 2015, 19:35

Rafaela

Oi, moça! Primeiro, seja bem vinda! Espero que tenha lido nosso guia, mas se tiver dúvidas pode entrar no chat ou mandar MP que tentarei ajudar.

Vamos lá! Como sabe, Atena é uma avaliação um pouco mais rígida, e creio que foi esse ponto que a desfavoreceu. Você não escreve mal, de verdade, mas alguns detalhes acabaram pesando ao longo da narrativa. Um deles, recorrente, foi a falta de acentuação emm vários pontos (a maioria dos seus "é" ficou como "e") e isso atrapalha muito. Mas vamos por partes.

Nas  perguntas, não é necessário colocar as medidas da ppersonagem, mas  tennte não ser muito vaga - por exemmplo, duas pessoas de mesmo peso podem ter compleição distintas, uma sendo mais baixa e atarracada  e outra mais  alta  e de aparência  mais delicada. Como é realmente sua personagem? Qual seria a primeira impressão de quem apenas a vê em algum momento? Tente descrever o estilo dela, a fisionomia, allgo que o leitor consiga imaginar. Uma garota de cabelos castanhos, alta e atraente pode ser qualquer uma, mas o que faz Rafaela ser Rafaela e se destacar?

Na parte psicológica, dois pontos. Primeiro, um erro grave: você alternou entre terceira pessoa e primeira pessoa - decida-se antes se narrada como "alguém de fora" ou se narrará do ponto de vista da personagem e mantenha a mesma linha; é importante. Ainda nesse ponto, entra a coerência, coesão e concordância - revise sua escrita (um corretor ajuda) já que o uso inadequado de alguns pronomes prejudicou as  descrições e a fluência. O segundo ponto segue a mesma observação do físico: seja menos vaga. Por  exemplo, fala que ela  é doce, gentil, sonhadora e depois fala que é agressiva - percebe como isso se contradiz? Não quer dizer que ela nunca possa ser agressiva, mas quando colocado de forma geral bate de frente com as características anteriores. Especifique a postura dela, como e quando essa agressividade se manifestaria, por exemplo.

NNa narrativa, os mesmos erros anteriores, nada que uma revisão não resolva, mas o ponnto aqui foi:

a) Interferência  direta de uma deusa - sabemos que deuses não podem agir tão abertamente em relação a um semideus (lembrando ainda que, como novata, sua aura tampouco seria tão forte para atrair certas coisas);

b) Não houve o relato do momento de reclamação - o ponto principal da ficha.

No mais, alguns detalhes em organização (tente pular linhas entre os parágrafos,  facilita mais a leitura).

São poucas coisas a consertar e creio que tem capacidade pra isso. Espero que realmente não desista mas, no momento, ficha reprovada.
Sadie Bronwen
Sadie Bronwen
IndefinidosPercy Jackson RPG BR

Mensagens :
297

Localização :
Ilha de Circe

Ir para o topo Ir para baixo

Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por Cassie Eastland Sex 28 Ago 2015, 14:33

Arwaq
a morte anda à espreita



Por qual deus deseja ser reclamado e por quê?

Héstia. Mais pelo lugar de onde ele vem, Arábia Saudita, do que mesmo pelos poderes.

Características Físicas

Kaan é um homem com características de terrorista. Moreno, dono de uma barba espessa e negra, com olhos de mesma cor dos pelos. Ele é de estatura mediana, com 1,80m, e tem músculos proeminentes de maneira natural. Uma cicatriz é vista na região lombar das costas, perigosamente próxima à coluna do jovem. Algumas marcas de sol também são vistas nos ombros do jovem.

Características Mentais

Kaan é um jovem cavalheiro, principalmente para com as mulheres. Sua personalidade cavalherisca esconde uma faceta um tanto tarada - não muito. Por outro lado, ele não suporta muito homens tentando mandar em si. Fora isso, é disciplinado e tolerante com muitas coisas. Outra faceta sua é a de não deixar alguém passar fome e sede na sua frente, até porque ele sabe muito bem qual é essa sensação. Ele sabe demonstrar muito bem o que sente, não escondendo seus pensamentos e sentimentos - principalmente aqueles relacionados à raiva.




O deserto não é bondoso com ninguém. Ele não aceita se curvar. Não quer saber quem você possa ser. O ar quente infecta suas entranhas, a areia puxa todos para baixo e o sol ilumina o corpo cansado, retirando sua energia. É um lugar onde os que se curvam sobrevivem e os arrogantes perecem, independentemente da classe social.

E, nesse ambiente inóspito, o fogo dominava.

Então, não era surpresa para muitos ali que a chama queimava mais forte no castelo do sultão. Mas a surpresa viria à noite, quando o frio dominava e o único resquício de luz era o das estrelas. A figura encapuzada, que enganou os guardas e conseguiu de alguma forma entrar no quarto do primogênito da família real, segurava em suas mãos um cesto, onde, cuidadosamente, pôs a criança dentro. Enquanto o sequestrador fugia, o fogo apareceu logo acima da cesta, atraindo a atenção de alguns mendigos que acabaram presenciando o crime.

No outro dia, um grito de desespero de um homem era ouvido. E as ordens eram claras:

"Achem meu filho e matem quem o tirou de mim. Nem que, para isso, vocês precisem matar inocentes."




A barba crescia rapidamente à medida que Kaan, o auxiliar de cozinha, se tornava um adulto. Os outros cozinheiros gostavam de provocar o novato, causando uma briga infantil e umas boas gargalhadas após isso. Por mais que o jovem ficasse emburrado, logo ele estaria se juntando às risadas de todos. O cabelo cheio já estava na hora de ser cortado, mas o moreno não se dava tanta conta disso.

Foi aos gritos que o chefe, Muhammed, expulsou-o da cozinha e mandou que ele procurasse um barbeiro urgente para aparar a barba cheia e cortar o cabelo. Estando numa província que não adotava os costumes do islamismo com tanto fervor, a higiene já era algo que era exigido dos cozinheiros. Por isso, mesmo que resmungasse sobre o tratamente que recebera, Kaan não retrucava o chefe.

Porém, à frente de si, um grupo de guardas do sultão apareceu. Ele observou quando os cavalos passaram por si e os homens pararam perto de uma jovem, começando a soltar gracejos indesejados. Verdadeiramente desconfortável, a estranha procurava por uma rota de fuga, o que atraiu a atenção do auxiliar de cozinha. Mesmo sabendo que aquilo era arriscado, Kaan entrou no meio dos guardas.

O jovem encarou cada um dos homens enquanto eles indagavam o que ele estaria fazendo. Olhando para a moça assustada, ele teve sua conclusão sobre o que fazer.

Foi com surpresa que um dos guardas recebeu um chute poderoso do auxiliar de cozinha.

- Vocês não sabem mesmo como tratar uma donzela.

O que se seguiu foi uma luta entre os outros dois guardas e Kaan, que se afastava como podia. Ele sabia o básico de como lutar por sua vida, mas não conseguiria lidar com dois ao mesmo tempo. Nem com um ele lidaria direito. Recuou, correndo pelas ruelas, mas não conseguiu fugir. Preso pelos dois homens, viu a garota e mais algumas pessoas presenciarem as ameaças que recebia, mas não ligava para nenhuma delas.

Foi com temor nos olhos das outras pessoas que recebeu sua sentença: Seria jogado para perecer no deserto.




Faziam quantos dias que estava com mãos e pés presos, quase enterrado na areia? Quantos dias que não via um copo de água, ou um prato de comida na sua frente? Ah... Quatro dias. Mas todos pareciam eternidades e ele, mais do que nunca, desejava que a morte inevitável viesse logo. Ninguém estava perto dali e, mesmo se conseguisse escapar das algemas devido a magreza que adquiria, ainda havia quilômetros a percorrer em busca de um oásis.

Na noite do quarto dia, porém, aconteceu uma coisa esquisita: Seu corpo pareceu queimar para se manter aquecido. Ele viu a ponta dos seus cabelos pegarem fogo, assim como a barba espessa. Poderia ser uma miragem, não? Ele não sabia.

O que não era miragem foi o que aconteceu no dia seguinte: Um viajante um tanto velho o encontrou, como se o estivesse procurando fazia tempos. Kaan perguntou porque aquele velho o ajudava, sabendo que ele tinha sido deixado ali para morrer.

"O fogo acima de sua cabeça é forte. Não há como ignorar uma cria do fogo."

Acima da cabeça do jovem, a chama cálida apareceu para confirmar aquilo.

Cassie Eastland
Cassie Eastland
IndefinidosPercy Jackson RPG BR

Mensagens :
8

Ir para o topo Ir para baixo

Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por Malia Corfield Sex 28 Ago 2015, 23:43


Reclamação
1. Qual deusa e porque a escolheu: Hécate. Conheço Hécate há algum tempo, que foi mais do que suficiente para que eu explorasse bastante a história da deusa e adquirisse algum conhecimento sobre suas características que mais se ressaltam e, de fato, as próprias foram o que me atraíram.


2.1 Característica física: Malia detém um físico com um quê de atleta, embora seja magra. As mechas acastanhadas, que compartilham a mesma tez com as írises simplórias, decaem em ondas até a altura do queixo. A feição da garota cabe perfeitamente em seu rosto oval e minucioso; seus lábios  delgados sempre cintilantes acompanham a tonificação rósea em qualquer ocasião e detonam sua sovinice.
De estatura mediana, seu corpo proporciona curvas estonteantes desde o busto vantajoso até as pernas de coxas torneadas. A pele bronzeada em harmonia célere com a coloração sutil dos cabelos. Com o quadril proporcional, Corfield adorna o umbigo com um piercing prateado e o abdômen com ilustrações tatuadas.


2.2 Descrição psicológica: O Transtorno dissociativo de identidade de Malia em prol dos seus problemas psíquicos a deixa diferenciada em circunstâncias determinadas. Sendo conduzida do ápice da benevolência à submersão imprópria  de seus atos descorteses. Vezes autêntica, vezes ludibriadora, Corfield apossa de seus recursos para manipular a quem quiser. Ambiciosa, ilusória e frívola em conjunturas, não obscurece suas qualidades de devoção e lealdade, compartilhando-a raramente com pessoas em seu invólucro. A bipolaridade eclode uma genuína e etérea estágio comportamental extremamente distinto aos descritos anteriormente, tornando-se uma garota solícita, agradável e angelical, o próprio anjo se não fosse pela inexistência da auréola acima de sua cabeça.



Narrativa:
— Bom... Meu nome é Malia, tenho dezessete anos — a semideusa pronunciou em voz alta, cobrindo uma mão com a outra sobre a coxa direita. — Há um tempo atrás, tive um deslize que me deixou um tanto traumatizada, foi neste deslize em que fui reclamada. É o que chamam de bad-trip — enquanto pronunciava, Malia demonstrava cautelosamente os antebraços decorados com cicatrizes de cortes profundos.

...

Enquanto ditava sua experiência de vida, Malia parecia adentrar em suas lembranças e reviver os momentos em que obteve uma concussão absorta de psicose, quase provocando o próprio suicídio; por pouco, foi contida pela companhia de amizade das pessoas que a acompanhavam.

Após ingerir um tríplice de drogas em uma miscigenação de alto nível de perigo, Malia aceitou dispor sua vida no risco que separava a vida e a morte por overdose. Segundos depois das substâncias alucinógenas adentrarem seu organismo, a garota de madeixas escuras não conseguia mais assumir o controle dos próprios braços; suas pernas estavam paralisadas e seus olhos ardiam, com as pálpebras ocultas por trás dos orbes inteiramente expostos.

Inicialmente, se via no próprio quarto. As mobílias estavam em seus lugares específicos, embora Malia não visitasse o âmbito há alguns meses. A cama contava com uma arrumação impecável, compartilhando o estado com a escrivaninha e o criado mudo. Os passos rasos a guiaram até o guarda-roupas. Abrindo as portas, encontrou suas roupas limpas e arrumadas como nunca estiveram antes. Novamente, suas pernas, inconscientemente, a guiaram até a porta.

Ao girar a maçaneta, não encontrou o ambiente de sua casa. Estava em um precipício, um único passo de distância de uma queda livre de quilômetros até encontrar o chão outra vez, encoberto por densas camadas de neblina. Um abalo sísmico irrompeu do outro lado do precipício, rompendo a terra em duas repartições distintas, diretamente entre os pés de Corfield. Recuando receosa, a rachadura parecia a acompanhar. Mesmo que acelerasse os passos de retraso, não encontrava mais o piso polido de seu quarto. Ao olhar para trás, percebeu a porta de seu quarto se afastando lentamente.

O desespero a preencheu nos pulmões e com um suspiro, disparou atrás da porta. O terreno detrás de seus passos ágeis de desespero se fragmentava, acelerando e a obrigando a acompanhar o grau de velocidade gradual caso não quisesse desabar. Sua movimentação de nada adiantava. Ouviu o latido de um cão três vezes e se aprofundou entre os estilhaços de terra que se juntaram a garota durante a queda interminável. Havia esvaziado o ar do peito com um suspiro voraz, acatando a morte.

A cada instante adicional, seu torpor de angústia parecia ser mais sufocante; já não restava mais oxigênio em seu corpo, todo usurpado pela pressão da constante queda. Sua voz hesitava em ser pronunciada em um timbre alto, não conseguia gritar. Malia encontrou o chão com um estrondoso impacto, contudo, não sentiu dor alguma. A escuridão da neblina ocultava todo o ambiente inóspito e, com uma ventania sutil, seu campo de visão estava livre.

A agonia indescritível estava em forma de aranhas que castigavam sua derme através de picadas, mas ela se estapeava, e, a cada tapa, ela auxiliava outro dano ilusório: cortes superficiais que libertava torrentes sanguíneas para o exterior de seu físico. As unhas laceravam sua própria pele subconscientemente; qualquer artefato em seu campo de visão era uma arma para um suicídio breve com intuito de findar aquela sensação, eu apenas pensava em sair dali. A realidade mesclada ao efeito das drogarias contribuíam para a ascensão do desejo de esvair-se daquele buraco obscuro e interminável. Era castigante.

Passavam-se horas fora do corpo, mas dentro da mente complexa e suscetível de Corfield passavam vidas. Rastejava, rastejava e sentia o paladar ser alastrado por um sabor diferenciado, como se tivesse provado sangue. Um círculo de cartas de tarô era estruturado em uma circunferência ao próprio corpo, em uma súbita eclosão. Cada um exibia a fase de sua vida, todos os momentos de felicidade e deleite eram usurpados por um sentimento de medo e lamentações.

As lágrimas que escorriam até as bochechas rosadas de Malia era similar a um rio que formava uma cúpula ao seu contorno e furtava seu ar ao máximo, estava presa às próprias e involuntárias lágrimas incessantes, extraindo toda sua consciência. Até que uma silhueta era visualizada em alguns metros atrás, uma figura feminina de cabelos enegrecidos aproximava-se com um cetro e um cão de três cabeças. Seus latidos estridentes irromperam o ar três vezes, e a cúpula aquática foi desintegrada subitamente.

Caía de quatro, mas os sentimentos de amedrontamento, angústia e o conjunto de sentimentos negativos estavam vazando da irrealidade. A mulher soerguia seus braços e compelia Malia ao seu encontro, selando um abraço apertado; era como se possuísse algum vínculo à desconhecida. Apenas eram compreensíveis alguns sussurros na linguagem grega, isto resultou em uma chave relativamente de porte mediano com pentagramas ilustrativos aderidos em sua imagem, a figura sobrevoava vagarosamente sobre a cabeça de Malia. Feixes luminosos cortavam o cenário ao seu redor, e o que era um vasto chão deserto foi apagado após a iluminação.

Abria os olhos, estava deitada no chão, com a cabeça no colo de uma das companheiras de festas e outras segurando partes do corpo, jogando conversa fora enquanto enclausurava certos membros do corpo de Corfield para evitar machucados.


...

Malia ainda parecia estar presente nas sensações incontáveis que transportavam às ilusões provenientes das drogas. Com piscadelas, devagar, sua visão tornou ao ambiente amistoso do Acampamento Meio-Sangue. A fogueira estalava ao crepitar e consumir os galhos secos e as cinzas flutuavam, carregadas pela brisa noturna.
[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]
Malia Corfield
Malia Corfield
IndefinidosPercy Jackson RPG BR

Mensagens :
3

Ir para o topo Ir para baixo

Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por Sadie Bronwen Sáb 29 Ago 2015, 03:45

Kaan - Não há muito o que falar. Pequenos erros de digitação, mas poucos e nada que atrapalhasse. No final, temi que a reclamação não ficasse muito clara - mas você conseguiu lidar com isso. O que faltou foi a descoberta de que era um semideus - ok que pelo contexto talvez não usem esse termo e certamente ninguém o mandará ao Acampamento, mas apesar de falarem em "cria do fogo" não há uma reação do personagem ou a certeza de que isso o torna mais que humano - mas, como foi citado, vou considerar. Apenas tente explorar mais isso no futuro, nem que seja com explicações ao avaliador, em spoiler. Reclamado como filho de Héstia.

Malia - Primeiro, tenha cuidado no template , para evitar desconfigurar a postagem, como ocorreu. Sobre o texto, cuidado com a escolha de palavras. Enfeitar muito o texto pode prejudicar mais do que auxiliar, uma vez que a escolha errada de um verbete pode alterar o sentido (mesmo entre os sinônimos, não existe uma coisa chamada de "sinônimo perfeito" - assim, duas palavras por mais que no dicionário tenham um significado similar passam uma imagem diferente para o leitor); outro ponto também é a questão de fluência - um texto, para ser considerado bom, deve ser claro, não apresentar ambiguidades e possuir um bom ritmo de leitura - e nem sempre o verbete escolhido (ou o arranjo das palavras na frase) permite isso. Por exemplo: como os lábios cintilantes e delgados denotam sovinice? Sovinice é relativo à mesquinhez, avareza - seria diferente se você dissesse que ela sempre mantinha uma expressão de desdém, por exemplo, mas da forma colocada as duas características simplesmente não interagem. O mesmo ocorre em seguida - celeridade, por exemplo, é relativo à rapidez, logo, não condiz no contexto utilizado. Você não precisa usar um adjetivo para cada substantivo no texto - e apesar de todos adorarmos exaltar nossos personagens, parcimônia nas descrições torna a narrativa melhor, mais coerente e a leitura menos truncada. Em uma ficha isso é passável, mas pode ocasionar perda de pontos se utilizado de forma incorreta dentro de uma narração que requeira uma avaliação mais rígida, como uma missão. Em alguns pontos, a frase ficou incompleta (Corfield apossa-se de seus recursos - reflexivo); na descrição, o ideal também seria o plural (compartilhando-as) uma vez que se refere às qualidades, e também não há a concordância de gênero ao falar da bipolaridade. Houve repetições ( pela companhia de amizade das pessoas que a acompanhavam. - o ideal seria "pela amizade de pessoas que a acompanhavam' ou "pela companhia de amigos"), caso contrário é redundante. Não foi apenas neste trecho - em outros momentos, as palavras similares encontravam-se não necessariamente na mesma frase, mas próximas o suficiente para o mesmo efeito ocorrer. Revise a formulação, veja se não pode alterar a ordem, suprimir a palavra ou até substituir por um pronome ou outro sinônimo. Isso ocorreu em vários trechos, durante todo o texto. Outro ponto que eu citaria seria a coerência - considerando a overdose e convulsão, você cita como se ninguém se preocupasse e não fosse nada demais, pelas reações dos NPCs - que, em tese, seriam as amigas que a ajudaram. No mais, há furos narrativos - como a reação da personagem, por exemplo - que poderiam ser melhor desenvolvidos ou explicados, se não dentro da história, em spoiler ou code ao final. Houve apenas a narrativa do momento de reclamação, e dos símbolos citados, mas em nenhum momento nem mesmo se referiu ao fato da personagem saber quem era sua mãe, ou citar algo que demonstre que ela ligou os pontos - a descrição das alucinações foi ok, mas o que a fez acreditar que não eram apenas isso? Se a avaliação não fosse rigorosa, a ficha até poderia ser aceita com esse furo, dependendo do restante do texto, mas não é o caso. Você escreve bem, mas peca pelo excesso. Ainda assim, tenho certeza de que pode consertar o que foi apontado e melhorar ainda mais. Eu realmente espero que não desista mas, pelos motivos apontados na correção (em especial a parte final), lamento, mas ficha inicialmente não reclamada.
Sadie Bronwen
Sadie Bronwen
IndefinidosPercy Jackson RPG BR

Mensagens :
297

Localização :
Ilha de Circe

Ir para o topo Ir para baixo

Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por Lidia M. Celestes Dom 30 Ago 2015, 05:51



Ficha de Reclamação

If from this hill, you watch the sky while the sun is setting for 51 days, your love will be reciprocated


● Por qual deus deseja ser reclamado, por quê? -
Senti inspiração através de uma música e Afrodite foi a que mais se encaixou, além de ser uma deusa que eu considero respeitosa.

● Características Físicas -
A beleza de Lidia é muito mais que usar roupas curtas e adornos chamativos. As características da menina coincidem com as outras proles da deusa, mas para ela, é preferencial neutralizar todo tipo de charme desnecessário. Portanto, é uma menina que chama atenção, na maioria das vezes apenas por sua formosidade. Ela tem cabelos longos e sedosos, que reluzem em um castanho bem escuro e limitam-se na cintura. Seu rosto é livre de impurezas e, apesar da menina não usar maquiagem, consegue chamar atenção por sua graciosidade natural. A pele pálida e macia ressalto os olhos, que brilham em um azul cerúleo na maior parte do tempo, mas mudam de cor constantemente. Os lábios não tão carnudos tem um rosado natural e delicado. A altura está a par da idade - 14 anos. O corpo, apesar da faixa etária, já é bem modelado, e por isso a menina está sempre com roupas de tamanho exagerado, como casacos largos. É magrinha e passa a impressão de ser indefesa, o que não é exatamente uma mentira. A voz reflete nas duas personalidades da garota: Inicialmente, a voz que reprimi sua doçura natural é a que ela esta constantemente tentando reproduzir, mas para outros fins, sua voz pode ser bem sedutora.  


● Características Psicológicas  
Lidia é, inicialmente, uma menina atrapalhada, muito tímida e sensível. É o tipo de pessoa que, quando se está apenas conhecendo, é preciso tomar todo cuidado possível para não magoar, mesmo que ela guarde as mágoas para si. Ela também demonstra mais seu jeito desajeitado e tímido para os desconhecidos. Para os mais próximos, Lidia é uma garota amigável, brincalhona e tem até um lado "cabeça de vento", aparentando estar pensando em coisas erradas nas ocasiões erradas. Não é uma pessoa muito vingativa como sua mãe, nem tenta se aproveitar dos outros — na verdade, ela se submete a quase tudo, desde decisões cabíveis até caprichos alheios —, e tenta suprir todos os seus desejos apenas sonhando acordada. Sua graciosidade, mesmo que reprimida, atrai muitos olhares, e por isso ela consegue fazer amigos sem nem mesmo ter iniciativa. Porém, ela desenvolveu certa desconfiança por ter percebido que muitas dessas aproximações são acompanhadas de segundas intenções, e isso só reforça mais a sua vontade de reprimir a beleza incontestável que detém.

Mas, desde sua chegada no acampamento, ela percebeu que a sedução que tanto tenta não manifestar pode ser usada como arma, mesmo que ela não queira fazer isso. Por isso, apesar de detestar passar por esse tipo de coisa, ela usa a beleza quando necessário, mas tenta considerar tudo uma farsa. Neste estado de graciosidade, ela liberta a beleza jovial com uma personalidade sedutora e tênue — também falsa —, e tenta maximizar os encantos para que seus esforços não sejam em vão.

● Nascimento

20 de março de 2001 - Inglaterra, Fordingbridge

Em uma noite, que era pra ser monótona como toda as outras, algo novo acontecia. O silêncio da cidade, que era rodeada de bosques, era apenas quebrado pelo som da chuva.
Em uma construção de dois andares, feita de madeira, a voz aguda de uma criança que acabara de chegar ao mundo ressoava. Uma mulher estava deitada em uma cama confortável, segurando um recém-nascido. Ela não aparentava ter acabado de dar à luz, e parecia linda até mesmo usando os trapos do hospital. Um jovem, de aparentemente 18 anos, abriu a porta com uma expressão triste. Era o pai da criança, Josh, que não estava muito feliz com seu nascimento. Não havia mais ninguém na sala, o choro infantil deu passagem ao silêncio graças ao repouso da criança.
  — Você vai embora mesmo? — Uma lágrima silenciosa percorreu o rosto do homem.
  — Nós já conversamos sobre isso — afirmou friamente a mulher. Ela se levantou, com a criança nos braços, e a entregou para o homem, dando as costas ao jovem. — Adeus.
Josh virou-se mas a mulher já não estava mais lá. Um vento forte, carregado de pétalas de rosa, balançou os cabelos do homem. A deusa Afrodite, que tinha acabado de trazer ao mundo mais um semideus, havia sumido magicamente do recinto, deixando com Josh uma aberração e um ódio profundo no coração do jovem.  


● Crescimento


Nomeada Lídia, a pequenina foi criada pelos avós. O pai era ainda muito jovem para criar sua filha, e sentia raiva da criança por saber que veio da mulher a qual o fez sofrer. Então, mesmo Lídia sabendo quem era seu pai biológico, ela não o considerava. Desde a infância, a menina exibia uma beleza estonteante, e os avós acabaram por concluir que isto poderia ser perigoso para Lídia. Por esses motivos, a criação da menina foi baseada na valorização de aspectos internos, desviando-se da vaidade e do orgulho. A menina conseguia atrair pessoas muito facilmente, ainda na infância, mas também sofreu muito nas mãos dos outros por ser submissa. Ela cresceu, então, tentando se isolar, mas pra onde quer que fosse, os problemas a alcançavam. Seu pai tornou-se um alcoólatra, e por conta disso, as discussões dentro de casa eram constantes. Nas ruas, sua fragilidade a tornava alvo de travessuras das crianças e maldades dos adultos.

Quando completou 14 anos, a sua vida na cidade da Inglaterra já estava acabada. Dentro de casa, as coisas só pioravam a cada dia. Lídia decidiu recomeçar sua vida em Nova Iorque, sozinha. Os avós ajudavam a menina financeiramente, e a jovem achou que poderia ser feliz no local, mas aquela ilusão não durou muito.

● No topo de uma colina...

20 de agosto de 2015 - Nova Iorque


De manhã cedo, Lídia já estava acordada. O dia, logo de início, parecia ser como todos os outros que ela teve no período em que morou em Nova Iorque — pacíficos e alegres. O uniforme colegial já estava pronto: A blusa branca de maga comprida, a saia vermelha que se estendia até os joelhos, as meias e as sapatilhas. Ao término dos preparativos, a menina pôs-se a caminho do colégio. Durante o percurso, Lídia se encontrou com algumas meninas de sua classe. Ela estava feliz, pois finalmente poderia ter amigas. Sua vida em Nova Iorque estava tendo a paz que não teve enquanto ela estava na Inglaterra, com os avós e o pai. A jovem chegou no colégio já escutando o sinal soar em todo o campus. Em meio a multidão, a menina encontrou o primeiro amigo que fez quando chegou a Nova Iorque, Michael, o qual ela despertou sua primeira paixão. Era algo novo para ela, na verdade. Eles estavam cultivando um grande afeto desde a sua chegada em Nova Iorque.  

Há algum tempo atrás, Lídia ouviu falar, de um idosa, em um ritual que acontecia no topo de uma colina: "Por 51 dias, se dessa colina você ver o céu enquanto o sol se põe, o teu amor será recíproco. " Ela não era de acreditar nesse tipo de coisa, mas no estado de felicidade em que estava, o que poderia perder fazendo isso? Depois da aula, a jovem subia uma das colinas, na maioria das vezes acompanhada de Michael, em uma bicicleta, enquanto conversavam e davam risadas. Apesar de Michael acompanhá-la, não tinha ciência de que Lídia gostava dele, apenas a seguia por ter medo de deixá-la ir sozinha enquanto o dia escurecia. Esse ciclo se repetiu durante 51 dias, até aquele fim de tarde.

No topo da colina, enquanto o sol desaparecia no horizonte, Lídia e Michael sentiam a brisa amena balançando seus cabelos.
  — Quem se apaixonaria por culpa do sol? — brincou Michael, com seu sorriso brincalhão.
  — Isso é porque eu me apaixonei... — Ela segurou a mão de Michael, que no momento não estava entendendo nada. A voz de Lídia falhou naquele instante, mas ela conseguiu prosseguir — Por você!
Depois do ato, o silêncio tomou conta do local. O rosto de ambos já deixava óbvio que os dois estavam super envergonhados.
  — C-Confesso que estive gostando de você... — gaguejou Michael, quebrando o silêncio. Era tudo o que Lídia queria ouvir. Eles se abraçaram fortemente.
Aquilo fechou a tarde com chave de ouro. Sua vida não poderia estar melhor, e nada poderia estragar o momento, foi o que ela achou. Porém, alegria de semideus dura pouco. Olhando para cima, algumas aves pareciam estar agitadas. Na verdade, olhando mais de perto, elas nem pareciam aves. Tinham aspectos humanos, mas voavam, o que causou indecisão ao casal. Eram Harpias, e uma delas investiu contra Lídia, enquanto estava distraída, mas Michael intercedeu o ataque. Ele jogou-se na frente de Lídia, e teve seu braço arrancado. Gritos altos podiam ser ouvidos na floresta, e as Harpias brincavam, nos céus, com o corpo de Michael.
  — Humanos tolos — a voz sarcástica dos seres parecia o ruído de uma porta em estado grave.
O tumulto tomou conta da colina, e os gritos podiam ser ouvidos de longe, o que atraiu a atenção de um grupo de garotas que, misteriosamente, estavam por perto. Vendo a situação da jovem, as meninas resolveram ajudá-la. Depois de avistarem as intrusas, as Harpias novamente investiram contra Lídia. A garota teve seu corpo jogado e bateu de cabeça em uma árvore, desmaiando ali mesmo. A batalha travada terminou com a derrota das Harpias, e Lídia foi levada entre as florestas, completamente apagada.

● Chegada ao Acampamento

21 de agosto de 2015 - Acampamento meio-sangue  


Lídia acordou em um local que nunca havia visto em sua vida. O sol parecia raiar em seu ponto mais forte do dia. A jovem vestia o uniforme do colégio, mas ele estava pior que trapos. O lugar parecia uma enfermaria ao ar livre. Uma das garotas, que Lídia pensou ter visto apenas em seu pesadelo passado, estava ao seu lado, e esboçou um sorriso quando viu a menina despertando. Inicialmente, Lídia se perguntava o que estava acontecendo ali. Em volta, seres estranhos segurando armas estranhas perambulavam para todo canto, e Lídia se espantava. Se ela tivesse forças para sair correndo, já teria o feito. Foi quando a menina se lembrou de Michael, e imediatamente um flash invadiu sua mente, revelando os incidentes do dia anterior. A garota que salvou Lídia se revelou uma dríade, e explicou toda a situação para a jovem, o que não foi muito convincente, e a fez contestar. Não demorou muito até a chegada das outras dríades, que afirmaram a história para Lídia. Parecia mentira, ela estava se afogando em lágrimas quando soube sobre a morte de seu primeiro amado. A garota queria confirmar com seus próprios olhos, indo para o lugar onde tudo aconteceu, mas detiveram-na.

O dia se passou com um dos semideuses guiando Lídia pelo acampamento, mesmo que sua tristeza a tenha feito ficar desatenta a expedição. Algumas pessoas naquele lugar não eram muito receptivas, o que surtiu na menina mais medo e tristeza. Ela teve até a noite para processar tudo aquilo, e por mais que a beliscassem mil vezes, dava para sentir que não estava em um sonho. A morte de Michael não era uma farsa, nem aquele lugar.
  Já era noite, e todos os semideuses estavam em volta de uma fogueira que mudava de cor constantemente. Eles eram auxiliados por um centauro, que se apresentou como Quíron. Todos presente agiam com tanta naturalidade que aquilo assustava Lídia. Repentinamente, o centauro gritou algo:
  — Lídia, Filha de Afrodite! — o anunciou ecoou fortemente através de um amplificador. Lídia sentiu algo rondando-a, quando percebeu que todos olhavam-na. Um dos semideuses deu um espelho pra garota, o qual ela derrubou imediatamente. Ela estava maquiada, e com um vestido que brilhava em rosa fluorescente. A vergonha tomou conta da garota, e ela correu sem rumo, a procura de um lugar para se esconder.





[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]
Lidia M. Celestes
Lidia M. Celestes
IndefinidosPercy Jackson RPG BR

Mensagens :
2

Ir para o topo Ir para baixo

Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por Oliver H. Greyback Dom 30 Ago 2015, 15:21


Avaliação
a mão da reprovação chega a tremer
Avaliação - Lídia M. Celestes

O que posso dizer? Sua ficha ficou muito boa, muito fluida e fácil de ler. A história criada também é interessante, e acho que não ficou faltando nada. O único ponto negativo são alguns pequenos erros de digitação, apenas tente usar um corretor da próxima vez. No mais, parabéns, filha de Afrodite!
♦ Thanks, Andy 'O' ♦
Oliver H. Greyback
Oliver H. Greyback
IndefinidosPercy Jackson RPG BR

Mensagens :
685

Localização :
Purgatório

Ir para o topo Ir para baixo

Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por 126-ExStaff Dom 30 Ago 2015, 19:01

Atualizado.
126-ExStaff
126-ExStaff
IndefinidosPercy Jackson RPG BR

Mensagens :
302

Localização :
Long Island

Ir para o topo Ir para baixo

Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por Rosélia Seg 31 Ago 2015, 15:46



Ficha de Reclamação


Qual espírito da natureza deseja ser: Dríade, uma árvore da floresta que ganha pernas e corre rápido.

Por que quer ser uma Dríade? Tenho uma curiosidade muito grande para narrar um espírito da natureza e entre todos eu fiquei confuso em escolher um deles, e, pelo pouco número delas, escolhi uma Dríade. Espero que seja bom narrá-la, será um desafio interessante.

Perfil Físico: Jovem e linda. Cabelos ruivos longos e brilhantes. Pele macia e clara, olhos verdes como as folhas de uma árvore na primavera. corpo desenhado e esculpido por anjos, com as curvas no lugares certos. Afrodite foi muito generosa para com a jovem ninfa das florestas. O perfume do corpo da moçoila é o de jasmim muito perfumado. A árvore que ela 'nasceu' é chamada de Carvalho.

Perfil Psicológico: Diferente das outras ninfas, a garota é má. Ela é calma e bem irônica, sua maldade é tanta que ninguém acredita que ela seja uma ninfa dos bosques. Ela quebra qualquer tipo de esteriótipo existente para esses seres da natureza.

História:



Era um lugar diferente, mas Felina já se sentia em casa, ou até mesmo melhor. Encontrava-se deitada sobre uma maca em uma tenda hospitalar. Estava calma e com alguns arranhões na face e estava bem desidratada.

-Preciso de água...- Falou ela vagamente.

Um jovem esbelto de cabelos castanhos correu para ajudá-la. Deu-lhe água e tocou-lhe a testa para checar a temperatura, estava bem, só um pouco dengosa. Era um jovem bonito e seu jaleco dizia Johnn Stark, era o seu médico, ou quase isso.

-Fique calma!- Disse ele com aquele olhar doce e gentil.

Ela sorriu. Ele observou-a novamente e percebeu que ela já estava bem.

Ele saiu por alguns segundos daquela ala e voltou junto a um centauro. Ele trotava com uma certa calma e elegância. Ele sorriu para a dama natural. Perguntou como estava, ela respondeu em concordância. Ela fora medicada com antídotos específicos para sua espécie enquanto Quíron observava seus ferimentos.

-Como chegou aqui?- Indagou com certa calma.

A garota sentou-se sobre a maca e recostou-se na cabeceira e começou a falar (...) Como num flashback, ela via e sentia em sua mente o que passara antes de chegar ali e daquela mesma forma ela falava para o centauro.

xxx
[narração em primeira pessoa]

Eu nasci de um Carvalho bem no Central Park em Nova Iorque. Éramos em cinco ninfas, todas nascidas ali naquele lugar belo. Contudo, nossas árvores foram ameaçadas pelo fogo em uma tarde louca com aqueles moradores enlouquecidos. Eles corriam de um lado a outro e jogavam bombas para todos os lados. Infelizmente fui a única que sobreviveu, fui a única que conseguiu salvar uma das raízes da minha árvore.

Encontrei alguns semideuses, filhos de Deméter, que ajudavam as plantas por lá e eles contaram-me sobre o acampamento e também me deram um mapa, e eu apenas o segui. Entretanto, quando estava chegando nas redondezas do acampamento, encontrei alguns outros semideuses tentando adentrar as barreias mágicas da colina. lembro-me de brigar friamente com eles, mas sou fraca demais para enfrentá-los sozinha então me transformei em árvore, no entanto, eles me acertaram em cheio e eu desmaiei. Bem... Eu acordei aqui.

xxx
[narração em terceira pessoa]

O olhar de Quíron era o mais atencioso possível e ele realmente ouvia cada palavra que a moçoila dizia. Ele argumentava com ela e a conversa como ela chegara ali foi um tanto interessante. Mas ela já estava bem, já conseguia levantar e andar um pouco, as cicatrizes dela já estavam tratadas e ela já estava apta a conhecer o acampamento.

Quando saiu da ala hospitalar, Quiron mostrou-lhe com o campo de visão da floresta.

-Pode escolher um lugar que achar melhor para ficar e se comunicar com as suas irmãs Dríades.- Disse o centauro apontando para uma grande quantidade de árvores.

Ela agradeceu e ambos se afastaram dali, ela sorriu friamente indo em direção da floresta. Seu caminhar calmo e doce foi trocado por um andar pesado e frio de repente. Sua face mudou de doce e meiga por uma mais calculista e qualquer um que ouvisse a história que contara na versão fria da Felina não acreditaria em uma palavra que contara... Bem, e realmente não havia nem um pingo de verdade, apenas que ela nascera no Central Park.
Rosélia
Rosélia
IndefinidosPercy Jackson RPG BR

Mensagens :
35

Localização :
Perdido...

Ir para o topo Ir para baixo

Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por 128-ExStaff Seg 31 Ago 2015, 16:16


Avaliação
Vamos ver como você foi...


Felina: Reclamada como Dríade!

Para quebrar os clichês criastes uma Dríade com personagem pouco comum. Gostei da história, porém achei que você resumiu muito a ficha. Espero poder conhecer melhor a personalidade de Felina, já que ela parece uma caixinha de surpresas. Como deixou claro que a Dríade nasceu de uma árvore, não precisou de narrar a reclamação em si. No mais, meus parabéns, gostei de sua ficha. :)

Dúvidas, reclamações ou pedidos: Envie-me uma MP!


Atualizado.
Por <_><_><_>
128-ExStaff
128-ExStaff
IndefinidosPercy Jackson RPG BR

Mensagens :
2022

Ir para o topo Ir para baixo

Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por Estel Imrahil Ter 01 Set 2015, 16:36

Ficha de Reclamação


- Por qual deus deseja ser reclamado/ qual criatura deseja ser e por quê? Desejo que o personagem seja reclamado por Despina, principalmente porque dentre todas as estações do ano, o inverno é a que mais me agrada.

- Perfil do Personagem (Características Físicas e Características Psicológicas - preferencialmente separadas).

•  Físicas: É dono de uma pele clara e de cabelos escuros, que são curtos e cortados de forma que possam ser organizados em um topete. Visto de longe, Estel é frequentemente confundido com uma criança, possuindo cerca de 1,60 de altura. Possui porte atleta que lhe proporciona agilidade e força. Seus olhos são castanhos.

•  Psicológicas: Persistência e autocrítica são as principais características de Estel, que costuma ser calmo e sério. É extremamente ciumento, e seu coração se inflama com facilidade. Apesar de tudo isso é um amigo fiel e deseja sempre o bem para seus companheiros.



19 de Outubro, 1998 – Quebec.
Durante a madrugada gelada, próximo ao limiar da floresta, o bebê Estel dormia tranquilamente dentro do cesto de palha, alheio ao pio da coruja logo acima. Após alguns minutos de caminhada, Despina parou no momento em que avistou o casarão que se erguia em meio as árvores. Era uma edificação de aspecto velho e abandonado, construída havia muito tempo. Numa placa ao lado, pendurada sobre a grande porta, lia-se “orfanato Esgaroth”. Havia boatos na região sobre aquele lugar, diziam que era mal-assombrado e que as mulheres que tomavam conta dele eram tão estranhas quanto. Mesmo assim, sabia-se que algumas crianças moravam ali (essas, no entanto, eram dificilmente adotadas).

Despina se aproximou, bateu na porta e esperou. No entanto, não foi da porta que vieram atendê-la: uma mulher encapuzada se aproximou, saindo do meio das árvores. Gilraen era seu nome. Trazia consigo um bastão de madeira e no começo foi bastante ríspida com a deusa, que entrara àquela hora em seu terreno. Com ela Despina teve uma longa conversa e conseguiu acalmá-la.

- O pai morreu hoje, um acidente de carro a caminho do trabalho. E eu não posso tomar conta de meus filhos. – Disse a deusa em determinado momento. – Eu sei o que você é, Gilraen. – Esta ficou um tanto surpresa, e tentou interromper Despina, mas não conseguiu.
– Sou Despina, deusa do gelo e da neve. Do inverno. – Olhou para Gilraen, que ficou boquiaberta. – Este bebê não deve saber que é filho de uma deusa ... por enquanto. Peço que tome conta dele.  

Gilraen pareceu um tanto confusa e olhou para o bebê: parecia tão frágil e indefeso para um filho de uma deusa. Ela respirou fundo, sabendo da difícil tarefa que teria pela frente. - Tomarei conta dele, tentarei escondê-lo e farei o possível para que ele se sinta como um humano qualquer. Mas não posso fazer isso para sempre, a senhora sabe disso.

- Obrigado, Gilraen, eu sabia que poderia contar com você. Quando chegar a hora, você sabe o que fazer. Mas, por hora, quero que ele cresça como um humano comum. – Com isso elas se despediram e Despina desapareceu ao entregar o cesto. Gilraen ao ficar sozinha na noite escura, curvou-se para acariciar o bebê. Notou, então, um pequeno bilhete ao lado do pequeno, em que se lia:


“Ele se chama Estel Imrahil (25/06/1998) ”.


25 de Junho, 2010 – Quebec.  
Pela janela do quarto que dividia com mais 2 garotos, Estel via as crianças lá fora brincando e gritando, alegres. Sobre a velha mesa de madeira à sua frente havia um pequeno “cupcake” com uma única vela em cima: intocado. Era manhã de seu décimo segundo aniversário, mas estava com muita dor de cabeça para curtir a data. Sua mente girava, tentando recordar o sonho da noite anterior, mas não conseguia lembrar de nada além de um monte de árvores, uma mulher encapuzada segurando um cesto e um único nome: Despina – ele ecoava em sua mente e o deixava inquieto.

Entretanto, o nome do sonho foi só mais um dos fatos estranhos que Estel presenciou no decorrer dos últimos meses. Na escola ele começara a sentir dificuldade para acompanhar as aulas, flagrando-se alheio à explicação do professor – isso nunca tinha acontecido com tanta frequência. No começo achou que eram coisas da idade, porque, afinal, estava entrando na famosa puberdade. Mas ele podia jurar que outro dia viu tia Gilraen conversando com uma árvore e depois escalou-a com tanta facilidade que chegou a assombrar: como alguém à beira dos 50 poderia fazer uma coisa dessas?

Passou o restante do dia dentro do orfanato, socializando apenas no almoço e no jantar, momentos em que todos da casa sentavam-se à mesa juntos.

. . .

A respiração profunda de seus 2 colegas de quarto lhe dizia que já haviam adormecido. Estel, no entanto, fitava o teto do aposento, intocado pelo sono. Era aproximadamente meia-noite quando o garoto decidiu sair para dar uma volta, atraído por uma dúvida que não poderia esperar para ser esclarecida. Abriu com cautela a porta do quarto e desceu as escadas. Entrou silenciosamente no escritório de tia Gilraen e pegou as chaves na gaveta abaixo da escrivaninha.

O Canadá é frio por natureza, estando situado tão ao norte do globo, mas aquela noite estava mais fria do que o normal para aquela época do ano. Estel não reparou que não sentiu necessidade de vestir um casaco. Caminhou até lugar onde viu tia Gilraen conversando com a árvore.

- Olá! – Cumprimento uma voz feminina familiar. Imrahil, pego de surpresa, desequilibrou e caiu sentado no chão. A voz riu. – Não se assuste, querido Estel. – E neste momento aconteceu a coisa mais louca da curta vida do garoto: como num passe de mágica, tia Gilraen saiu de dentro da árvore, como se antes fosse parte dela. O filho de Despina não teve reação, ficou boquiaberto perante a cena.

Uma rajada de vento frio bateu contra o corpo de Estel, e este pensou que ficara louco quando viu, de súbito, que de seu corpo emanava uma fraca luz azul. Tentou se estapear para se livrar da luminosidade, mas foi em vão.  – Venha comigo. – Tia Gilraen assumiu um tom sério. - Precisamos conversar.

Tia Gilraen conduziu o menino para o meio das árvores e depois seguiu uma trilha por alguns minutos silenciosos. De repente atingiram uma clareira, um círculo de 10 metros de diâmetro. Lá estavam todas as serventes do orfanato e algumas crianças de lá, totalizando 12 pessoas. Todos cumprimentaram o garoto.

...

- Eu sou o que?! E por que raios eu tenho que me mudar para esse acampamento “metade sangue”? – Perguntou todo confuso. Haviam se acomodado sobre dois troncos caídos, um de frente para o outro. Já faziam vários minutos que estavam ali, e o restante das pessoas se dissipou floresta adentro.  

- Um semideus, Estel, filho de um deus com um humano. – Respondeu Gilraen pela segunda vez. – E, como já disse, neste acampamento meio-sangue existem outros como você, e lá estão protegidos.

- E a senhora é o que mesmo? – Realmente não estava entendendo nada.

- Uma Dríade. Uma ninfa protetora das árvores. Assim como todas as pessoas que estavam nesta clareira – Disse. Bufou exasperada, mas com esforço continuou: – Peço que me escute mais uma vez, explicarei tudo de novo.

...

Uma hora se passou, a cabeça de Estel começou a latejar devido à torrente de novas informações e termos inéditos: “névoa”, “meio-sangue”, “Quíron”. Entendeu a maioria das coisas, mas era difícil acreditar nelas. Neste momento a fraca luz que seu corpo emitia se dissipou.  Agradeceu tia Gilraen e encaminhou-se sozinho de volta para o orfanato. Deitou-se novamente, mas não conseguiu dormir. Dali a uma semana, depois que tia Gilraen passasse uma tal "mensagem de íris", uma comitiva viria busca-lo e o levaria para o acampamento.




Estel Imrahil
Estel Imrahil
IndefinidosPercy Jackson RPG BR

Mensagens :
2

Ir para o topo Ir para baixo

Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por Kristina Lorfaulk Ter 01 Set 2015, 17:11

Mudança de nome já solicitada.

kristina lorfaulk

Por qual deus você deseja ser reclamado e por quê?


O meu interesse por Hécate e todas as suas esferas de poder datam desde o dia em que li o Herói e a Feiticeira, de Lia Neiva, pela primeira vez. Embora não seja muito citada na história, todo o misticismo em que são envolvidas as muitas faces da deusa foi motivo suficiente para dar início à minha fascinação por ela. Fascínio esse que também se intensificou conforme meus conhecimentos sobre a mitologia grega foram aprofundados e ficou muito mais fácil perceber o importante papel que Hécate desempenha na maioria dos mitos, ponto que pesou durante a minha decisão.


Características Físicas


Possuinte de intensos olhos verdes e longos cabelos castanhos, Kristina é dotada de uma silhueta esbelta. Suas longas pernas fazem com que seja mais alta do que a maioria das outras garotas, e a sua cintura fina também é motivo de atenção. Embora seus seios sejam pequenos, são bem formados. A tez clara não apresenta nenhuma mancha ou sinal de acne, marcando Kristina com a palidez característica dos filhos de Hécate.


Características Psicológicas


A convivência desde a tenra idade dos quatro anos com um casal rigoroso de religiosos marcou Lorfaulk profundamente, uma vez que ela nunca se adequou aos ensinamentos cristãos de seus tutores. Sendo instruída desde cedo por seus pais adotivos em casa, era para Kristina ter sido criada para ser apenas mais uma típica dona de casa e esposa submissa, assim como sua mãe adotiva. Mas mesmo que tenham tentado incutir esses ensinamentos em Lorfaulk desde a sua infância, a garotinha acabou provando ter uma personalidade forte e ideias próprias desde muito cedo.

Mas devido às constantes críticas que recebia, Kristina desenvolveu um complexo de inferioridade que só se agravou conforme os seus poderes "demoníacos" se manifestavam  e os ataques de monstros se tornavam cada vez mais frequentes. O abismo cada vez mais profundo entre ela e a sua família acabou culminando na sua fuga, o que tornou Lorfaulk muito mais madura do que as outras pessoas de sua idade uma vez que foi obrigada a sobreviver sozinha nas ruas aos onze anos de idade.


História


Hoje é um daqueles dias. Quando ergo os meus olhos para o céu e esquadrinho minunciosamente a formação das nuvens e o obscurecimento do sol, tenho a certeza de que uma chuva de outono está prestes a desabar sobre a cabeça de nós, os desabrigados. Me permitindo um profundo suspiro de desalento e ao mesmo tempo resignação, batuco com o pé o chão e me viro para o quinteto que espera por minha atenção próximo da entrada de mais um beco pútrido de Nova York. Por suas expressões também soturnas, concluo que chegaram a mesma opinião que eu sobre as futuras condições climáticas e não estão muito felizes com isso.

O grupo todo não é muito impressionante. Todos estão com roupas velhas, na grande maioria manchadas por coisas que preferimos não identificar e com uns rasgos e remendos aqui e ali. Ninguém está exalando aquele cheiro típico das pessoas que sobrevivem da mendicância e o roubo em Nova York hoje graças à senhora Prue, uma adorável mullher do Brooklyn que nos permite usar às vezes o banheiro de sua casa. E além de tudo isso, a nossa juventude nos destaca: nenhum de nós possui mais do que dezessete anos. Quando eu assimilo tudo isto em meu cérebro pela talvez quinquagésima vez, faço a mesma pergunta que me fiz em todas as outras quadragésimas nonas vezes: Como foi que todas essas pessoas pararam sob a minha responsabilidade? e, mais uma vez, a deixo sem resposta.

— K — uma voz suave corta meus devaneios, forçando-me a agarrar novamente a realidade. O chamado veio de Susan, uma garotinha de doze anos que parece ser muito mais jovem — O que vamos fazer?

Também adoraria saber, Sue. É o que eu penso, mas não o que eu digo. Desde que o armazém em que dormíamos foi tomado por outra gangue de rua há apenas dois dias, é a pergunta que mais martela em minha cabeça e a que mais desesperadamente procuro uma resposta. Eu sei que poderia conquistar nosso lugar novamente se quisesse. Sei que poderia expulsá-los de lá para sempre. Mas eu também sei que se eu fizesse isso, apenas revelaria para todos o que eu sou: um monstro, uma criatura das trevas, um... demônio. E quando essa palavra surge em minha cabeça, é a voz da minha mãe quem a diz. Sinto um aperto na garganta e reprimo a vontade de me desfazer em lágrimas.

— Vamos dar um jeito, Susan — tento forçar um sorriso, embora suspeite que pareça mais uma careta — Sempre damos, não é mesmo?

— Sim, mas... — interfere Jeremy, outro membro do grupo — Você já viu os novos seguidores do Holder, K?

Todos eles me chamam de K. Quando eu fugi de casa, decidi que seria muito melhor não usar mais o meu nome e estava sem muita criatividade para um novo. Quando me tornei a líder deles, decidi que apenas uma simples letra era muito melhor do que o nome todo.

— Que seguidores, Jem? — questiona Susan novamente, ligeiramente confusa.

— Aqueles assustadores que quebraram os óculos da Joan antes de nos expulsarem do armazém — o semblante de Sue imediatamente se transforma, o que indica que ela sabe de quem ele está falando. A compreensão não vem com a mesma facilidade para mim.

Quando meu grupo foi expulso da onde morávamos, eu estava fora procurando um jantar para nós. Eles me encontraram quando eu estava na metade do caminho para a nossa casa e, quando me contaram o que tinha acontecido, não tivemos mais remédio que atravessar a ponte para procurar abrigo na casa da sra. Prue uma vez que decidi evitar um conflito com Holder e sua turma. Por isso não faço a miníma ideia de a quem Jeremy se refere, uma vez que da última vez que verifiquei a gangue dele nem era tão assustadora assim. Isso é o que me faz questionar.

— Novos membros, Jem? — pergunto com um arquear das sobrancelhas.

— Sim. Eu ouvi dizer que eles foram recrutados pelo Holder não faz nem quatro dias.

— Logo antes de a paz ser quebrada, então.

— Exatamente — opina Joan, míope e agora obrigada a usar os óculos quebrados — Deve ter sido por isso que o Holder começou a se apropriar dos lugares de outras gangues.

— Também tinha algo de errado com eles — diz Susan, com um calafrio — Um sorriu para mim. Algo muito estranho estava entre os dentes dele... Parecia carne, mas diferente. E os olhos também não eram normais.

— Você fez bem em escolher não defender nosso território, K — diz Belinda, a mais velha entre nós — Embora seja péssimo dizer isso, nem mesmo você pode impedir a turma do Holder agora.

O comentário me intriga. Belinda é a com mais experiência do mundo do nosso grupo, e quando ela diz alguma coisa, costumamos ouvir pelo simples fato de ela ter passado por coisas piores. Quando tinha doze anos, sua mãe se casou novamente e nem três meses depois de o padrasto ter ido morar com elas, ele começou a visitar o quarto dela também todas as noites em que a mãe estava de plantão no hospital. Aos treze, ela fugiu de casa após a mãe não acreditar nas acusações dela e, nem mesmo duas semanas depois, descobriu que estava grávida. Aos quatorze, ela deu à luz a um filho natimorto e quase morreu durante o parto também. Depois disso, nenhum de nós sabe o que Belinda fez para sobreviver até ela se tornar parte da nossa gangue aos dezesseis. Agora ela tem dezessete e é a segunda no comando. Além disso, ela também sabe que não há muitas coisas que conseguem me impedir de proteger nossa gangue.

— Por que você diz isso, Bel? Acho que já enfrentei coisas piores do que o Holder — dou um sorriso para ela, embora sem nenhuma alegria.

— Não desta vez — a voz é tão baixa que quase não a escuto. Mas todos viramos a cabeça imediatamente para o quinto de nós enconstado na parede do beco, apoiado em suas muletas — Não desta vez, K — repete Adam — Eles não.

Fico tão chocada que nenhuma palavra passa através dos meus lábios. O mesmo acontece com todos os outros. Adam é o que está há menos tempo conosco, e é o mais tímido de todos também. Poderia contar nos dedos a quantidade de vezes em que ele disse frases completas, e ninguém sabe de onde ele veio e ou a sua idade. Presumo que ele tem em torno de quinze anos, a mesma idade que eu. Mas antes que eu possa formular um das dúzias de Por quês? que rondam minha cabeça neste instante, sou interrompida por um grito.

Me viro imediatamente na direção do som, e vejo quatro garotos carregando algo desfalecido pelos braços e pernas e que deixa um rastro de gotas de sangue conforme é trazido pela calçada em direção a nós. Pela segunda vez fico sem palavras ao contemplar a cena e não ofereço nenhuma ajuda para o grupo. Reconheço três dos garotos que carregam o corpo quando eles chegam mais perto de nós como sendo outros dos meninos de rua e, quando pouso o olhar no rosto feminino coberto de sangue e hematomas, reconheço-o também. Sinto uma agitação no fundo do estômago quando eles deitam Jodie na calçada e alívio ao ver seu peito continuar se movendo, embora de forma um pouco descompassada.

— O que aconteceu? — pergunto, notando com mortificação o quanto minha voz saiu mais fraca. Eles não parecem notar, porém.

— Holder — diz um dos garotos que trouxe Jodie, um pouco sem fôlego.

— Aqueles novos brutamontes dele a usaram como alvo — esclarece outro.

— Por quê?

— Jodie não queria sair do nosso lugar — diz um garoto que eu reconheço como Dean, segundo em comando do grupo de Jodie — E os malditos tem uma ótima mira.

Isso é o suficiente para calar todos nós novamente. Desvio meu olhar na direção da garota que me acolheu nas ruas e me ensinou quase tudo o que eu sei há três anos atrás. Em nosso meio, Jodie é a única tão respeitada quanto eu e a que mais fez por merecer isso, também. Além disso, muitos poderiam dizer que somos exatamente iguais fora por pequenos detalhes quando estamos de costas e ou muito longe. Ela tem a mesma cor de cabelo que eu e o comprimento são semelhantes, embora ela sempre use o dela preso numa trança e eu o mantenha solto. Com uma pele ligeiramente mais bronzeada do que a minha e os olhos castanhos, a sua altura também é um dos muitos fatores que nos torna parecidas. O nosso contato se tornou mais escasso nos últimos meses, mas ela sabe que sempre deverei um favor para ela. Até hoje ela não o cobrou.

— O que vamos fazer, K?

É a segunda vez que me perguntam isso no dia, e a segunda vez que não possuo nenhuma resposta. Pela primeira vez em muito tempo, me permito desfrutar do cansaço de tudo aquilo. Mas unido ao cansaço, também sinto raiva. Raiva por aqueles monstros que disseram não querer nada além do meu bem quando suas ações apenas desmentiam suas palavras e que eu era obrigada a chamar de pais; Raiva da realidade brutal e desonesta dos garotos de rua; Raiva de Holder por ser tão imbecil e começar a tirar tudo daqueles que já tem tão pouco; Raiva daqueles seguidores incógnitos dele e tão dignos de medo que poderiam muito bem ter matado Jodie e depois jogado o corpo no Rio Hudson sem remorso algum. Sinto aquele poder familiar e demoníaco se revolver nas minhas entranhas, me alertando de que talvez eu também esteja prestes a explodir tudo ao meu redor.

E pela primeira vez, eu não me importo.

— Vocês irão levar Jodie para o pronto socorro — digo com uma calma gélida, sem tirar o olhar de todo aquele sangue — Eu vou até eles.

Ninguém precisa me perguntar quem eles são, mas mesmo assim posso ver de relance todas as suas posturas mudarem. Adam, que também possui uma deficiência nas pernas que nenhum de nós sabe qual é, pega suas muletas. Eu vejo um olhar de desespero e medo em seus olhos, mas decido ignorar.

— Não, K — sussurra Belinda — Você não pode ir atrás do Holder sozinha.

— Eu posso e vou. Não quero que ninguém me acompanhe.

— Mas, K...

— Não.

— Então eu vou com você — diz Adam.

— Não vai. Você jamais poderia fugir numa perseguição caso nos descubram, e será muito melhor se eu não me preocupar com você.

— Eu sou seu protetor! Não o contrário, K.

Fico um pouco alarmada com a intensidade com que ele diz isso, por isso não sorrio como é o meu impulso inicial. Retirando o meu olhar de Jodie para fitar diretamente todos o que me rodeiam pela primeira vez desde que trouxeram-na, percebo como eles parecem tão desalentados quanto Adam e sinto o meu coração se quebrar. Você nos decepciona a todos, sinto a voz dela sussurrar nos recônditos da minha mente. Não a escuto.

— Eu não vou ir lá para brigar... Sei que não consigo sozinha. Eu vou apenas para ver como as coisas estão, e vou fazer isso tudo escondida e sem chamar atenção. Tudo bem? — Eles não parecem satisfeitos, mas sabem que é o máximo que conseguirão.

Sinto uma gota de chuva despencar sobre o meu nariz, seguida de várias outras. Pela primeira vez, penso que a chuva naquele momento pode ser algo bom porque irá acobertar qualquer som que eu faça. Evitando que um profundo suspiro escape por entre meus lábios e traia minha exaustão, não espero por novos protestos e nem para ver se alguém irá obedecer as minhas ordens antes de dar as costas e caminhar na direção daquela que pode ser mais uma ameaça dentre tantas outras tão comuns para quem mora nas ruas.

***


Tem alguma coisa muito errada. Observando a movimentação ao redor do armazém abandonado que anteriormente era o do grupo de Jodie, posso ver apenas por breves vislumbres dos membros mais antigos da gangue do Holder. Eles parecem... assustados. Como é possível? Será que estão esperando alguma retaliação por parte de nós e por isso estão tão alertas? Não é provável. Então qual é o motivo de inquietação por parte deles?

Escondida atrás de uma caçamba de lixo e sendo constantemente atingida pela chuva que perdeu a intensidade durante os últimos minutos, tenho que fazer um esforço para não bater os dentes de frio. Noto não pela primeira vez que não foi nada inteligente vir espionar durante a chuva e provavelmente pegarei uma pneumonia que não vai valer a pena. Afastando meu cabelo da frente dos olhos e puxando meu casaco de couro numa tentativa vã de aumentar minha temperatura corporal, espero alguém sair de dentro do depósito que eu já estou observando há exatamente quarenta minutos.

E é então quando eu o vejo. Ninguém errou na descrição, mas suspeito que foram comedidos com os detalhes. Ele tem dois metros de altura e parece ter abusado muito dos esteróides, e não consigo ver em nenhuma das suas características algo que o evidencia como um dos garotos de rua. Na verdade, parece muito mais com alguém de um clube de motoqueiros com as suas tatuagens e postura ameaçadora. Susan tinha razão. Os olhos... não são normais. Ele vai em direção da avenida, mas antes que eu possa me erguer de trás do monte de lixo na caçamba para ir atrás dele, sinto uma dor aguda na nuca e acabo despencando.

Algo me atinge novamente na cabeça antes de eu girar meu corpo para cair de costas no chão, e percebo imediatamente as bordas negras que tomam conta da minha visão. Estou perdendo a consciência, e me desespero por causa disso. Mas antes que possa buscar naquele poço de poder no meu interior algo para me salvar, vejo o rosto sujo e magricelo de uma garota da minha idade e perco a concentração.

— Que feio. Não te ensinaram a não espionar os outros, K? —diz ela com uma voz carregada de desprezo, e eu estremeço.

— Violet... — tento dizer, mas sou interrompida por um chute nas costelas. E sem conseguir resistir, me perco na escuridão.

***


A primeira coisa que sinto ao despertar é uma dor insuportável de cabeça. Tento massagear minhas têmporas, mas noto com consternação que meus braços estão presos nas minhas costas e eu não consigo me mover. Minhas pálpebras também estão pesadas e, quando consigo finalmente abrir os meus olhos, sou obrigada a fechá-los por causa da forte luminosidade. Em seguida, eu também começo a captar os sons ao meu redor e os diversos outros lugares doloridos em meu corpo. Violet, eu me lembro. A namorada violenta de Holder.

Então eu estou no antigo lar da Jodie, provavelmente. E todos esses gritos e falatórios ao meu redor são dos seguidores daquele idiota. Ou não? Mantendo os meus batimentos cardíacos controlados e negando deixar o meu desespero controlar toda a situação, noto que meus cabelos e minha roupa ainda não estão secos, o que quer dizer que não fiquei nocauteada por muito tempo. E além de estar amarrada numa cadeira, parece que os danos que Violet me proporcionou não foram muito graves. Imediatamente, começo a tentar me livrar do nó nas minhas costas.

Volto a abrir os olhos novamente ao me acostumar com a luz do armazém — que eu noto com um pouco de alarme estar completamente vazio fora as inúmeras caixas. Estudo de forma breve o âmbito, vendo que é de trás de uma porta fechada às minhas costas que vem todas as vozes, o que me impede de identificar as palavras.

Mas, depois de alguns longos minutos, a porta é aberta com um estrondo e três garotos com a mesma compleição física daquele que eu vi antes de ser descoberta por Violet saem dali e param na minha frente. Tento manter uma expressão impassível ao ser subjugada pela altura deles e por sua minuciosa perscrutação, falhando miseravelmente.

— Semideusa — diz o gigante número 1, sorrindo para mim — Há muito tempo não provamos alguém da sua estirpe.

— Sim! Já até esqueci o gosto — concorda o gigante número 2, e eu não consigo evitar estremecer.

— Eu não tenho... um bom gosto — ele me chamou de semideusa?

— Deixe que nós decidamos isso — se pronuncia o gigante número 3.

— Ei! Como assim "gosto"?

Diz uma voz esganiçada de trás de mim, que eu reconheço imediatamente como Holder. Mesmo sem olhar por cima do ombro, sei como ele é: uma cabeça mais baixa do que eu e com um nariz ligeiramente torto que ganhou de alguma das muitas brigas de rua que protagonizou, o que talvez seja o único motivo de ele ser o líder de uma gangue já que não possui nenhuma outra habilidade notável. Eu quebraria o nariz dele novamente neste exato instante se isso não acabasse estragando minhas chances de sair dessa, o que me faz odiar ele um pouco mais.

— Tsc. Vá embora, humano — continua o gigante número 1, fazendo uma careta — Não vamos dividir nossa comida com você.

— Olha aqui, Bobby — diz Holder, e acho que ele deve ter ficado um pouco mais vermelho — Eu que mando nisso aqui, seu gigante estúpido. Você não me dá ordens.

Bobby arqueia ligeiramente as sobrancelhas, como se estivesse um pouco confuso e não tivesse entendido o insulto direito. Presumo que Holder realmente esteja certo e ele não seja lá muito inteligente. Aproveito a distração e termino de desfazer o nó nas minhas costas, pela primeira vez sentindo a circulação de sangue nos pulsos ao afrouxar a corda e agradecendo o fato de meus pés não estarem presos também.

— Podemos assar ela no fogo, Bobby — noto que o gigante número 3 tem saliva escorrendo pelo canto da boca, e vejo que eles estão realmente falando sério sobre o canibalismo.

Surpreendentemente, não estou chocada. Memórias de uma outra vida e de uma outra garota surgem em minha mente. Memórias de quando muitas coisas estranhas aconteciam, até que enfim a única alternativa que a garota encontrou foi fugir da casa dos pais para escapar de mais de um problema. Empurro essas lembranças de volta para o fundo da minha mente, porque sei que este definitivamente não é o instante de me afundar em autopiedade.

— Não gosto de semideuses torrados como você, Walt — essa palavra de novo. Semideuses.

— Você é o único que gosta deles mal-passados, Steve.

— Vocês, idiotas, querem calar a boca? — explode Holder — Só falam besteiras e já estão me cansando.

Mas eles não estão prestando mais atenção nele, mesmo que ele tenha se movido para ficar entre mim e os próprios brutamontes. Estes últimos tem o olhar fixo onde eu estou, o que não parece nada promissor.

— Já estamos há muito tempo seguindo o cheiro dela. Vamos comê-la de uma vez.

—  Será que não seria melhor temperá-la antes?

— Tempero de semideus é suficiente.

Bobby, que eu agora consigo identificar como o que saiu mais cedo do armazém, avança na minha direção em três longas passadas sem se abalar por Holder em seu caminho. Tento me desvencilhar quando ele me agarra em seus braços e me ergue da cadeira, mas sua força é muito mais superior do que a minha e eu consigo apenas ficar inutilmente chutando o ar. Consigo ver por cima do ombro do gigante a expressão de Holder mudar, como se ele estivesse percebendo pela primeira vez a situação em que se meteu. Violet, que provavelmente me trouxe para dentro depois de me desacordar, acaba de entrar pela outra porta na extremidade do armazém e agora está observando tudo em silêncio. Ela parece culpada. É bom mesmo que se sinta assim, vadia.

Com um desespero cada vez mais crescente, noto que Bobby talvez irá quebrar o meu pescoço ou me estrangular para depois me devorar. Acho que ele não acreditou em mim quando eu disse que tinha um gosto ruim e ou não se importa. Desistindo de manter a ilusão de que ainda estou amarrada e também aproveitando o fato de que estou sendo mantida na altura do rosto do gigante, finco meus dedos nos olhos do garoto. Bobby solta um urro de destruir os tímpanos e seu aperto ao meu redor imediatamente se afrouxa, o que me permite cair de pé no chão. Eu cambaleio para trás ao tentar manter o equilíbrio, exatamente quando os outros dois brutamontes — Walt e Steve — não perdem tempo e percorrem a distância até mim ambos juntos. Só que mais uma vez eles evidenciam que a inteligência não é muito o forte deles: porque, ao terem a mesma ideia e ao mesmo tempo, eles acabam trombando um com o outro no caminho até mim. Seria engraçado se eu fosse apenas uma mera espectadora nisso tudo.

Então eu corro. Não penso nem duas vezes antes de mesmo com uma dor de cabeça latejante, contornar todo o grupo na direção da porta em que Violet ainda está parada com uma expressão semelhante ao choque. Holder não faz nenhum movimento para me parar, e os outros três gigantes parecem muito ocupados com seus próprios problemas para me impedir, também. Murmuro um agradecimento por minhas pernas longas e a agilidade com a qual fui agraciada, notando como a liberdade parece cada vez mais próxima uma vez que Violet sai do meu caminho. Não escuto nenhum barulho de perseguição ao entrar em outra ocupação do armazém um pouco maior do que a que eu estava antes, só que desta vez sem nenhuma caixa. Mas, antes que eu possa chegar ao centro do espaço vazio,  sinto algo sólido me atingir entre as omoplatas com uma força sobre-humana. Eu grito antes de cair de quatro sobre o chão sujo, arranhando as minhas mãos e machucando meus joelhos no processo.

Noto com consternação e fúria que me atingiram com uma caixa amassada de papelão. Pelo visto, eles realmente tem uma ótima mira. Movo minha cabeça para olhar por cima do ombro para o meu agressor, mas sou impedida quando primeira coisa que eu vejo quando faço isso é um pequeno cofre lacrado de metal vindo exatamente na minha direção. Não penso ao sentir o tempo desacelerar ao meu redor, muito menos quando eu sinto aquele poder que por tantos anos reprimi escapar por entre meus dedos. Também não paro para pensar quando o cofre que provavelmente esmagaria o meu crânio para a centímetros do meu rosto, flutuando no ar. Então, como se tudo tivesse se passado durante a eternidade e não num intervalo de dez segundos, o cofre cai no chão e o tempo volta a correr de forma normal.

— PEGUEM-NA! — esbraveja Bobby.

Por eu ainda estar um pouco desorientada, não me movo do lugar quando eles avançam. Steve é o primeiro a me alcançar com seus longos passos mas, antes que ele possa se inclinar para me esmagar entre suas mãos, as portas atrás de mim e que dão para a rua se abrem com um rompante. Então, antes que eu tenha mais tempo para assimilar todas as informações, uma bolinha de gude de bronze atinge Steve no ponto entre as sobrancelhas e se afunda ali como se fosse pudim. Ainda olhando por cima do ombro para o gigante, a única coisa que consigo ver é a sua expressão mudar ligeiramente para uma de confusão antes de ele explodir numa nuvem de pó dourado sobre mim e o caos desatar no armazém.

— AAAAHHHHH!!!

— FORA HOLDER!!!

— QUEREMOS NOSSOS REFÚGIOS DE VOLTA!!

— POR JODIEEEEEEE!

— K! — escuto alguém gritar entre as dúzias de vozes que se misturam na acústica do depósito, e sou imediatamente liberada do meu estupor.

Walt parece ter se esquecido momentaneamente de mim enquanto enfrenta uma horda furiosa de garotos de rua, e é logo alvejado por outra daquelas bolinhas de bronze e também transformado numa nuvem de pó dourado. Todos ao redor dele parecem um pouco confusos quando isso acontece, mas logo se recuperam e seguem na direção do espaço dos fundos no armazém como se aquilo não fosse nada estranho. Posso ver Holder e Violet tentando escapar por outra porta antes de serem cercados, e sei que ele viu o mesmo que eu: também há alguns membros de sua antiga guangue entre os invasores. Sinto um puxão no meu braço que me ergue do chão, e quando eu me viro na direção da porta, Adam está segurando um estilingue e Joan, Jeremy, Sue e Bel estão parados atrás dele. Posso ouvir gritos nas minhas costas, e presumo que alguns deles também são de Bobby.

— Eu disse que não queria que vocês viessem atrás de mim — murmuro.

— Mas nós chamamos reforços — replica Susan, e eu sei que ela está orgulhosa de si mesma.

Não posso evitar retribuir os sorrisos dos meus amigos, mas imediatamente sinto os meus joelhos fraquejarem. Mesmo com uma das mãos de Adam sustentando o meu braço, a minha queda se torna algo inevitável. A minha dor de cabeça se intensifica, o que me faz pensar que estou sofrendo uma alucinação quando vejo cascos de bode no lugar dos pés de Adam ao cair no chão. Antes de ser engolfada pelo breu e perder a consciência pela segunda vez no dia, vejo também que ele está sem as muletas. Que estranho.

***

Estou deitada sobre um chão de paralelepípedos frios e desnivelados, embora saiba disso mais pelo o tato do que pela visão. Uma névoa densa circunda o meu corpo, de forma que eu não consiga enxergar mais do três palmos em frente ao meu rosto e nem aonde estou. Ao me erguer do chão com um impulso suave, relembro todos os acontecimentos das últimas horas como um balde de água fria.

Mas ao perscrutar a minha própria figura, inesperadamente não noto nada que faça alusão ao episódio do armazém e aos gigantes canibais. Minhas roupas e meu cabelo estão secos e limpos, e não há nenhum arranhão nas palmas da mãos e algum outro hematoma por meu corpo. A insuportável dor de cabeça e a exaustão que eu lembro ter culminado no meu desmaio não existem mais.

— Então tudo aquilo foi um sonho? — penso em voz alta, sem esperar nenhuma resposta e mesmo assim recebendo uma.

— Não — diz uma voz de mulher — Isto é um sonho.

Ergo os olhos para uma mulher tão alta como eu, esbelta e com longos cabelos negros. Ela está trajando um primoroso vestido azul celeste, e traz em cada mão uma tocha acesa; tão próxima, eu também consigo ver que ela possui um olho dourado e o outro verde. A névoa ao seu redor gradativamente se dissipa até revelar que estamos ambas no centro de uma encruzilhada.

— Quem é você?

— Eu sou Hécate — replica ela.

— Uma deusa pagã —  é a minha resposta automática.

A mulher permanece inexpressiva, mas eu sei que o comentário a aborreceu.

— Seus pais adotivos contaminaram a sua mente — diz ela — Mas o meu sangue se provou forte.

— Seu sangue?

— Você é a minha filha, Kristina Lorfaulk. E eu cuido dos meus.

O nome que há tantos anos não escuto consegue me surpreender ainda mais do que a outra parte de sua frase, e eu não posso evitar minha postura se tensionar. As chamas que iluminam o rosto da mulher mudam para um tom fantasmagórico de roxo, e o brilho do seu olhar se torna mais intenso antes de ela prosseguir sem esperar resposta.

— Há anos eu oculto a sua presença, mas agora o cheiro dos garotos de sua gangue não é mais suficiente para acobertar o seu. Os lestrigões foram apenas o começo.

— Isto não é real — digo, ignorando as suas palavras e o possível significado nelas — Devo ter batido a cabeça. Isto não é real, isto não é real, isto não é real... —  repito, como um mantra sagrado. Inesperadamente, um sorriso de complacência surge em seus lábios vermelhos.

— Na verdade, é mais real do que você imagina.

Como? — pergunto, mas desta vez ela me ignora.

— Seu sátiro Adam a está levando neste exato momento para o Acampamento Meio-Sangue. Lá eles vão saber quem você é e explicar tudo.

— Eu não... Eu não entendo.

— Mas entenderá.

É a última coisa que ela diz antes que o cenário do sonho se desfaça ao meu redor e sem aviso prévio tudo ser substituído novamente pela escuridão. Mas desta vez, eu estou voando e não caindo.

***

Minha cabeça está aconchegada sobre algo macio, embora o cheiro não seja muito agradável. As palmas das minhas mãos e os meus joelhos diferentemente do sonho estão ardendo, e a dor é uma boa âncora para me manter focada na realidade. Sei que estou dentro de um carro por causa do movimento, mas apenas quando entreabro os olhos consigo ver que é um dos milhares de táxis de Nova York. Tento me sentar no banco, sendo auxiliada por um par de mãos ao fazê-lo.

— Adam? — seu sátiro Adam, uma voz no fundo de minha mente me recorda. Eu a ignoro — Onde estão os outros?

— Salvos.

— Como assim?  — insisto, mas eu sei depois de um tempo de silêncio que não ganharei mais nenhuma explicação.

Eu sou Hécate, a voz continua a me relembrar. Só que mesmo através dos fragmentos do sonho, eu sei que tudo não deve ter passado da minha imaginação. E se eu repetir isso vezes o suficiente, eu talvez também consiga acreditar.

— Para onde estamos indo?

— Para um lugar seguro.

Você é minha filha. Eu cuido dos meus.

— Onde, Adam? — sinto a minha paciência começar a se esgotar, e espero não estar ficando louca.

— Para o Acampamento Meio-Sangue —  diz ele finalmente após longos instantes, como se estivesse contemplando me dizer ou não a verdade.

Imediatamente, eu sei que adoraria ter permanecido na ignorância, ou até mesmo acreditar que ele está mentindo para mim. Mas eu sei que não, e por isso todas as peças começam a se encaixar. Lembranças da minha infância, lembranças dos meus dias nas ruas e as lembranças do dia de hoje se misturam todas para formar um grande quebra-cabeça. Eu sei que ele ainda está incompleto, mas é o suficiente para que tudo se torne mais fácil de se compreender. E dentre todas as minhas memórias do dia de hoje, uma palavra se destaca como se tivesse sido marcada a fogo em minha mente: Semideusa.
Kristina Lorfaulk
Kristina Lorfaulk
IndefinidosPercy Jackson RPG BR

Mensagens :
4

Ir para o topo Ir para baixo

Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por Meredith Wermöhlen Ter 01 Set 2015, 19:49

EstelAprovado!
Então, oi, Estel. Como visto no post anexado no início do tópico, Despina é uma das deusas cujas fichas requerem uma avaliação mais rigorosa. Pensei, sim, que ia encontrar um novato com menos habilidade do que outros, entretanto o que encontrei no seu post foi uma escrita rica e bem fluida. Pude ler seu texto com calma e ele me prendeu do início ao fim, todos os pontos bem ligados e nenhum desvio ortográfico visível além dos que eu irei comentar aqui mesmo, mas que, por ora, não foram suficientes para a sua desaprovação: só comentarei para te ajudar em posts futuros.

Primeiramente, quando fechar o travessão após uma fala, mesmo que a supracitada já esteja finalizada, comece com letra minúscula para demarcar um verbo que faz menção ao ato do personagem – no caso, a fala. Como por exemplo: "– Olá – disse ele." É meio complicado de se entender, mas se você prestar bem atenção em qualquer livro que você tenha por aí por perto, é desse mesmo modo que finalizam as falas de seus personagens, quando dadas por travessão. Quando dadas por aspas, eles colocam vírgulas, na maioria das vezes, e, mesmo assim, continuam com letra minúscula.

Outro ponto é a acentuação. Não notei nenhum deslize no restante do texto quanto a este quesito, somente uma ocorrência que, sinto, devo enfatizar para que melhore em futuros posts. "Eu sou o que?!", seu personagem perguntou em uma passagem, já pro final. Então, este "que", por encontrar-se no fim da oração, deve ter um "e" com acento circunflexo, bem como o "porquê" no final de uma pergunta. Ademais, usa-se normalmente o "que" sem acentuação.

No mais, seu texto ficou lindo, lindo. Gostei muito da sua interpretação e espero ver por aí mais posts seus com o Estel. <3

KristinaAprovada!
O que dizer dessa novata que nem conheço e já considero pakas? Mana, tu escreve muito bem. A mesma coisa que falei para o Estel repito para você: confesso que esperei encontrar um novato sem as habilidades de escrita de alguns membros mais experientes, mas, novamente, me enganei. Você arrasou. Acho que você já percebeu isso e várias pessoas já devem ter dito isso. A forma como detalhou os acontecimentos fora simplesmente perfeita! Aplicou de forma magnífica a personalidade de sua personagem no enredo, mostrando tudo que havia citado ali na descrição psicólogica. Não sei mais o que dizer, só sentir.
Meredith Wermöhlen
Meredith Wermöhlen
Filhos de MelinoePanteão Grego

Mensagens :
863

Localização :
casa do caralho.

Ir para o topo Ir para baixo

Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por Malia Corfield Ter 01 Set 2015, 19:54




Por qual deus deseja ser reclamado e porquê? Hécate. Conheço Hécate há algum tempo, que foi mais do que suficiente para que eu explorasse bastante a história da deusa e adquirisse algum conhecimento sobre suas características que mais se ressaltam e, de fato, as próprias foram o que me atraíram.

2.1 Característica física - Malia detém um físico com um quê de atleta, embora seja magra. As mechas acastanhadas, que compartilham a mesma tez com as írises simplórias, decaem em ondas até a altura do queixo. A feição da garota cabe perfeitamente em seu rosto oval e minucioso; seus lábios  delgados sempre cintilantes acompanham a tonificação rósea em qualquer ocasião.
De estatura mediana, seu corpo proporciona curvas estonteantes desde o busto vantajoso até as pernas de coxas torneadas. A pele bronzeada em harmonia célere com a coloração sutil dos cabelos. Com o quadril proporcional, Corfield adorna o umbigo com um piercing prateado e o abdômen com ilustrações tatuadas.

2.2 Descrição psicológica: O Transtorno dissociativo de identidade de Malia em prol dos seus problemas psíquicos a deixa diferenciada em circunstâncias determinadas. Sendo conduzida do ápice da benevolência à submersão imprópria  de seus atos descorteses. Vezes autêntica, vezes ludibriadora, Corfield apossa de seus recursos para manipular a quem quiser. Ambiciosa, ilusória e frívola em conjunturas, não obscurece suas qualidades de devoção e lealdade, compartilhando-a raramente com pessoas em seu invólucro. A bipolaridade eclode uma genuina e etérea estágio comportamental extremamente distinto aos descritos anteriormente, tornando-se uma garota solícita, agradável e angelical, o próprío anjo se não fosse pela inexistência da auréola acima de sua cabeça.


Obs: BAD TRIP:

Eu estava ciente de que minha localização não era mais a mesma em um piscar de olhos. Num instante, poderia dizer com total certeza que estava no centro de Manhattan, rodeada com meus colegas no uso de suprimentos ilícitos e no outro, eu estava à orla de um rio que parecia borbulhar com o fervor das águas. As ondas ribombavam umas contra as outras, apesar de o pouco espaço em que água se debatia fosse pequeno demais para suportar a correnteza.

Do outro lado do riacho, uma figura feminina aguardava por mim. Eu não a conhecia ao certo, mas com precisão, eu sabia que ela esperava por mim. Meus pés emergiram na água quente aos poucos e a temperatura foi repassada por toda a minha pele em um milésimo. Em resposta, todo o meu corpo suava de maneira inútil. Eu conseguia sentir minha pele queimando com as gotas de água sendo repelidas da correnteza agitada contra o meu rosto e mal conseguia, de fato, dizer se eu ainda portava tornozelos. Não os sentia mais, estavam inteiramente cozidos.

A deterioração de todo o meu corpo se deu em poucos instantes, no entanto, meu percurso se seguiu sem a ajuda dos meus pés. Agora, a oscilação aquática guiou minha silhueta imóvel na direção da outra margem, suprindo todas as queimaduras latentes que adornavam meu corpo.

— Quem é você? — perguntei.

— Hécate. Sua mãe — a figura feminina respondeu.

Depois que a mulher firmou seu timbre de voz, consegui assimilar melhor a sua aparição. Uma de suas mãos segurava uma guia que seguia em metal até um cachorro com três cabeças sentado sobre duas patas pacientemente. Os olhos brilhantes do animal estavam focados em mim, e apesar de contestar sua existência, tive de suportar o peso do seu fite. De relance, admirei o vestido longo e aparentemente confortável que Hécate vestia. Seguindo a tez arroxeada, o traje se repartia em um decote sutil e mangas curtas, que se pronunciavam como fogo ardente ao redor de seus braços.

Após reparar nas presenças que me observavam assiduamente, relembrei do que a mulher acabara de dizer. Não consegui repreender minha expressão de espanto e ela me retribuiu com compreensão.

— Não venha mais para cá, por favor — ela suplicou.

— Para onde? — eu necessitava de esclarecimento.

— Fuja e não volte mais! Não vou mais estar aqui para ser sua guia.

— Para onde eu devo ir? Por favor, me ajude!

— Long Island. Acampamento Meio-Sangue.

Ela soltou as correntes que mantinham o cachorro paralisado e ele avançou contra mim. Em meu subconsciente, acreditava que ele não me faria mal, entretanto, minhas pernas não entenderam e de imediato se moveram depressa pelas margens do rio. Pelo meu reflexo na água, via uma chave e suas múltiplas sombras formarem um pentagrama acima da minha cabeça e, por trás dos ombros, não conseguia mais obter o vislumbre da mulher que me alertara segundos atrás.

A tríplice de cachorros unificados em um único que me perseguia ganhava velocidade. Um sentimento de ansiedade indômita percorreu meu peito e minhas pernas se aceleraram. Apesar de eu estar correndo mais rápido do que o normal, não foi suficiente. Em minha frente, na linha do horizonte diante dos meus olhos, tudo o que eu conseguia ver era água e, antes do mar, uma cratera gigantesca.

As latidas do cachorro ecoavam múltiplas vezes antes de serem compreendidas como um alerta de sua proximidade em minha mente. As cores da paisagem ao meu redor tomavam proporções vívidas em demasia, capazes de cegar meus olhos caso eu as observasse por tempo demais. Mal conseguia focalizar a visão em algum ponto e, de súbito, garras se encravaram nas minhas costas na altura dos ombros e me jogaram na cratera.

Não sabia o que fazer. Meus pés e minhas mãos se debateram no ar até encontrar o cão atrelado às minhas costas, compartilhando da sensação indescritível que era permeada por toda a extensão do meu corpo, fazendo meus pelos arrepiarem. Pouco a pouco, a luz se esvaia do ambiente e era tomada por um breu. Não havia mais nada em minhas costas e a dor desapareceu. No lugar do ardor e do sangramento, surgiu a angústia numa escala esmagadora.

Em queda livre, eu perdi toda a movimentação das minhas articulações corporais. Não conseguia reagir a absolutamente nada e tudo o que fiz foi aceitar a morte de bom grado. A calmaria preencheu meus pulmões pela última leva de ar que consegui captar com uma inspiração profunda, e então, tudo desabou sobre mim. Sentia a pressão da terra cobrindo a minha presença até que nenhuma brecha mais fosse o agouro de um resquício de ar.

Paz. O sentimento que consegui descrever, mesclado à agonia de estar presa, isenta de qualquer hipótese de redenção. Desta vez, não havia volta. Eu não consegui fazer o que a mulher me pediu para fazer. Não consegui fugir. Fechei os olhos, reforçando a camada de escuridão ao meu redor e, juntamente de dor, senti o ar preencher meus pulmões outra vez.


...

Malia se debatia constantemente. A turbulência de seus devaneios era visível no modo como se contorcia, arranhando as próprias coxas com as unhas abarrotadas por cocaína. Desta vez, a garota apostou demais; uma mistura de drogas pesadas a transportou a um estado de psicose terminal e, a caminho do hospital, ela resmungava, como se estivesse tentando se comunicar com alguém.

O suor escorria por sua testa e umedecia seus cabelos sobre a maca no interior da ambulância, que transitava em velocidade pelas ruas abarrotadas de veículos de Manhattan. Por sorte, o hospital não era longe do local onde estava. Seu único amigo, com um par de muletas, atestava sua segurança ao seu lado impacientemente, segurando a mão da garota com firmeza.

O apito consistente dos equipamentos sobrepostos pelo busto de Malia atestava sua sobrevivência ao estado muito provavelmente terminal, apesar do seu amigo não crer debilmente no diagnóstico supérfluo e corrido proporcionado pelos socorristas.

Contrariando a crença do rapaz que acompanhava a garota alucinada, os apetrechos reduziram a constância de seu alarde, até que se tornasse contínuo, sinalizando uma parada cardíaca da garota. Denis — como se chamava o amigo de Malia — apenas virou o rosto, evitando manter contato visual com o corpo da menina.

A movimentação do automóvel onde eram transportados se cerrou e assim que o motor parou de funcionar, um suspiro profundo fez Corfield acordar de súbito, e, no mesmo instante, a garota se assentou sobre o acolchoado da maca.

— Denis, precisamos ir à Long Island — declarou, deitando outra vez.



Malia Corfield
Malia Corfield
IndefinidosPercy Jackson RPG BR

Mensagens :
3

Ir para o topo Ir para baixo

Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por Conteúdo patrocinado

Conteúdo patrocinado

Ir para o topo Ir para baixo

Página 31 de 50 Anterior  1 ... 17 ... 30, 31, 32 ... 40 ... 50  Seguinte

Ver o tópico anterior Ver o tópico seguinte Ir para o topo

- Tópicos semelhantes

Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos
:: Topsites Zonkos - [Zks] ::