Ficha de Reclamação

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Ficha de Reclamação

Mensagem por 142-ExStaff Dom 09 Nov 2014, 03:49

Relembrando a primeira mensagem :


Fichas de Reclamação


Orientações


Este tópico foi criado para que o player possa ingressar na sua vida como semideus ou criatura mitológica. Esta ficha não é válida sob nenhuma hipótese para os 3 grandes (Hades, Poseidon e Zeus) devendo os interessados para estas filiações fazerem um teste específico, como consta aqui [[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]]. Para os demais semideuses, a avaliação é comum - o que não quer dizer que ao postar será aceito. Avaliamos na ficha os mesmos critérios que no restante do fórum, mas fichas comuns exigem uma margem menor de qualidade, mas ainda será observada a coesão, coerência, organização, ortografia e objetividade. Abaixo, a lista de deuses e criaturas disponíveis em ordem alfabética, com as devidas observações.



Deuses / Criaturas
Tipo de Avaliação
Afrodite
Comum
Apolo
Comum
Atena
Rigorosa
Ares
Comum
Centauros/ Centauras
Comum
Deimos
Comum
Deméter
Comum
Despina
Rigorosa
Dionísio
Comum
Dríades (apenas sexo feminino)
Comum
Éolo
Comum
Eos
Comum
Espíritos da Água (Naiádes, Nereidas e Tritões)
Comum
Hades
Especial (clique aqui)
Hécate
Rigorosa
Héracles
Comum
Hefesto
Comum
Hermes
Comum
Héstia
Comum
Hipnos
Comum
Íris
Comum
Melinoe
Rigorosa
Nêmesis
Rigorosa
Nix
Rigorosa
Perséfone
Rigorosa
Phobos
Comum
Poseidon
Especial (clique aqui)
Sátiros (apenas sexo masculino)
Comum
Selene
Comum
Thanatos
Comum
Zeus
Especial (clique aqui)




A ficha


A ficha é composta de algumas perguntas e o campo para o perfil físico e psicológico e a história do personagem e é a mesma seja para semideuses seja para criaturas. O personagem não é obrigado a ir para o Acampamento, mas DEVE narrar na história a descoberta de que é um semideus e sua reclamação. Os campos da ficha são:

- Por qual deus deseja ser reclamado/ qual criatura deseja ser e por quê?

- Perfil do Personagem (Características Físicas e Características Psicológicas - preferencialmente separadas)

- História do Personagem

Plágio não será tolerado e, ao ser detectado, acarretará um ban inicial de 3 dias + aviso, e reincidência acarretará em ban permanente. Plágio acarreta banimento por IP.

Aceitamos apenas histórias originais - então, ao usar um personagem criado para outro fórum não só não será reclamado como corre o risco de ser punido por plágio, caso não comprove autoria em 24h. Mesmo com a comprovação a ficha não será aceita.

Fichas com nomes inadequados não serão avaliadas a menos que avisem já ter realizado o pedido de mudança através de uma observação na ficha. As regras de nickname constam nas regras gerais no fórum.

Não é necessário a utilização de template, mas caso opte por fazê-lo, a largura mínima do texto deverá ser de 400px, preferencialmente sem barra de rolagem — caso tenha, a altura deve ter o mesmo tamanho da largura ou maior. Templates que não sigam o disposto farão a ficha ser ignorada, bem como fichas ilegíveis - utilize colorações adequadas no texto.

Lembrando que o único propósito da ficha é a reclamação do personagem. Qualquer item desejado, além da faca inicial ganha no momento de inscrição do fórum e dos presentes de reclamação (adquiridos caso a ficha seja efetivada) devem ser conseguidos in game, através de forjas, mercado, missões e/ou DIY.



  • Obs: Somente envie sua ficha UMA vez para cada avaliação. Fichas postadas seguidamente (como double-post) serão desconsideradas, reincidência acarretará em ban de 3 dias + aviso.




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Garota, eu vou pra Califórnia. ♪

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Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por Ramiro M. Buehring Sáb 03 Out 2015, 15:32

- Por qual deus deseja ser reclamado/ qual criatura deseja ser e por quê?
Hécate. Pessoalmente, acredito que existe uma predestinação e vício no fascínio pela bruxaria; pergunte a qualquer interessado por misticismo e esoterismo, com a sapiência e versatilidade oferecida pela área nenhuma outra ferramenta será saciável senão esta.

- Perfil do Personagem (Características Físicas e Características Psicológicas - preferencialmente separadas)
Contraste é a palavra-chave para o visual de Ramiro. Apesar de vez ou outra usar um detalhe roxo ou verde-esmeralda e das sutis sardas em todo o seu corpo, a até uma certa distância percebe-se somente o desbotamento que se extende em sua pele e a caligem de suas roupas — geralmente shorts e camisas de manga para o calor e calças velhas e jaquetas de couro para o frio — e da forte concentração de melanina nos pelos e nas íris.

O demônio do garoto é seu forte interior, o que acredita ter de fato herdado de sua mãe. Tem bons atributos, paixão pelo conhecimento e pelo esporte, mas a frustração de suas limitações o impedem de enxergar a realidade de forma prazerosa. Costuma se opor à sensação constante de frivolidade e fraqueza agarrando-se a ícones marginais e situações de adrenalina deliberada. O social é baixo pela difícil convivência, mas não dá importância a relações o suficiente para se deixar atingir. Também se entedia fácil.

- História do Personagem
A grosso modo, a vida de Ramiro define-se por uma viagem de mochileiro. Com início na Indonésia, quando o Sr. Buehring, antropólogo, invocou novamente a deusa na oca de uma tribo que visitava e a ouviu sobre a gravidez. Na mesma noite conceituou que o mundo tinha muito a ser visto, e que queria que seu filho conseguisse engoli-lo como era. Carregou-o então no colo até a ìndia, onde Ramiro aprendeu a andar. Depois disso, pode-se dizer que nasceu o garoto como consciência, pois é quando começam as suas memórias que carrega — os monstros estranhamente armados do Oriente Médio e a carência dos cenários da África quando o assunto é se esconder.

Mas é só nos EUA que o garoto começa a entender o que aquilo tudo signficava, quando sussurra a frase de uma leitura que fazia para driblar os ruídos que percorriam a Biblioteca Estadual da Califórnia naquele dia e os exemplares das prateleiras se deformam em um origami gigante sugador de universitários de direito e casais de namorados que ousassem pensar alto demais no raio de cem metros.
Ramiro M. Buehring
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Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por Meredith Wermöhlen Sáb 03 Out 2015, 15:44

ficha de reclamação

Ramiro M. BuehringReprovado como filho de Hécate
Olha, Ramiro, que você tem talento para escrever, isso sim. Consegues fazer orações bem fluídas e rítmicas que tornam teu texto cheio de floreios, mas bem legal. [Entenda floreios como metade do mundo gosta, metade não.] Mas onde eu pequei, então, tia Mere? Foi na história. Ficou incompleta, vaga, uma narração sucinta por demais. Você precisa narrar direito os acontecimentos, além da sua chegada no acampamento — se chegar. Se não chegar, não precisa —, e da sua reclamação. A reclamação é a parte primordial, porque é para esse fim que o teste é feito. Não precisa criar um post narrado beeeem descrito, mas pode apenas relatar sua história, com ênfase na sua descoberta de ser semideus. Sugiro que dê uma olhada em outras fichas de reclamação aprovadas, antes da sua. No mais, boa sorte na próxima!


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Meredith Wermöhlen
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Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por Vhaugan Sadat D'Estreux Sáb 03 Out 2015, 23:06


FICHA DE RECLAMAÇÃO
Would like to sleep forever?


Por qual deus deseja ser reclamado/qual criatura deseja ser e por quê?

Hipnos; Deus do sono e da sonolência, responsável pelo descanso restaurador de todas as criaturas terrestres.

Perfil do Personagem (Características Físicas e Características Psicológicas - preferencialmente separadas)

CARACTERÍSTICAS FÍSICAS: Vhaugan possui o porte de um típico adolescente londrino. Estatura mediana e razoavelmente magro, com tom de pele pálido e leves sardas nas maçãs do rosto. Seus olhos são de um tom amendoado, porém um halo esverdeado espreita a pupila. Seus cabelos são desgrenhados e pretos, com um franja que atinge metade da testa. Possui em torno de 1,70m de altura com 59kg. Destaca-se pelo sorriso irônico com um leve repuxar de lado.

CARACTERÍSTICAS PSICOLÓGICAS: O psicológico de Vhaugan é questionável. O ar frio e calculista tende a repreender os indivíduos que se aproximam subitamente, porém socializa com frequência. Possui o tom monótono e vagaroso de voz, que embala quem conversa com o mesmo. Vhaugan sempre apreciou a inteligência como característica, julgando indispensável uma boa conversa entretida com uma xícara de café. Valoriza a literatura e a música clássica como as pedras preciosas soterradas sob o Hades. É um garoto solene, porém portador de uma fúria indomável quando necessário. Sua perspicácia é comumente associada a seu característico sorriso.

HISTÓRIA DA PERSONAGEM

A

cordei de sobressalto em um vagão do metrô de Manhattam. O sacolejo fora tamanho que meu maço de cigarros havia caído do bolso. Peguei o mesmo sem muito ânimo, enquanto o rangido dos trilhos enchia o ambiente vazio na qual eu me encontrava. Meus fones de ouvido liberavam um lamento melancólico que julguei ser uma música de Lana Del Rey. Recostei-me no banco aveludado, apoiando meus pés calçados com botas de couro no banco da frente, já que me encontrava basicamente sozinho, exceto por uma estranha no fim do vagão.
Observei a mesma atentamente. Parecia ser uma moça entre 20 e 25 anos. Cabelos ruivos cacheados até os ombros cobertos por uma cardigã marrom-dourada. Tinha olhos medianos de um tom azulado e perfeitamente delineados de preto. A boca esbanjava um tom vermelho sangue de batom que gritava em contraste com sua pele branca como a neve. Ela era linda. Eu não podia negar. E sua beleza clamava por atenção. Eu mal conseguia pensar em como eu havia absorvido tantos detalhes com ela estando do outro lado do vagão. Ela me olhou, dando um sorriso de dentes estritamente perfeitos e brancos. Desviei o olhar.
O metrô chegara na minha estação. Levantei-me rapidamente, colocando um cigarro entre os dentes enquanto passava pelas portas de metal. A estação encontrava-se vazia. Olhei para o lado e vi a moça saindo, subindo pela escada do lado oposto ao meu. No meio do percurso, ela virou-se para mim, olhou diretamente nos meus olhos e sorriu, voltando a subir logo em seguida. Peguei meu isqueiro de prata e risquei, levando a chama até a altura do cigarro. Aspirei a fumaça de gosto agradável e soltei-a para a estação, observando-a espiralar pelo infinito. Tinha algo de estranho naquela mulher. Algo místico. Ela me atraía de uma forma sobre-humana, quase como se tivéssemos uma conexão que não fosse desse mundo. Qualquer idiota ignoraria esse fato e iria pelo outro lado. Eu não. Enfiei minhas mãos na minha jaqueta de couro e a segui.
Pulei dois degraus de cada vez até sair em uma rua deserta. As luzes piscavam sombriamente, provocando sombras fantasmagóricas no calçadão de pedra. Tirei uma das mãos do bolso, levando dois dedos ao cigarro para descartá-lo. Pisei na bituca acessa ao passar pelo mesmo, causando um leve chiado pelo fato da sola das botas estarem úmidas. O chiado pareceu prolongar-se, quase como um silvo reptiliano. Parei suavemente, recostando-me no muro de tijolos gastados de um velho galpão e enfiando a mão no bolso para pegar outro cigarro. Senti um objeto metálico e frio no lugar do maço. Chequei novamente e não, o maço não estava lá. Retirei o objeto, que surpreendentemente era um canivete de prata. Empurrei a lâmina com o dedão, observando o reflexo da luz no fio da mesma. Olhei atentamente e vi uma sombra. Virei para o lado e lá estava ela, no fim da rua, se encaminhando em minha direção.
Apenas aguardei, encostando a cabeça no muro. Não queria olhá-la. Algo me incomodava, mas sua beleza era como um imã, e eu, o metal. Ouvi o chapear do sapato na pedra, até que senti sua presença. Era ainda mais atrativa que sua beleza. Senti seu perfume, que fluía como mil rosas recém colhidas na primavera. Engoli em seco. Poucas coisas me incomodavam a ponto de me deixarem sem uma bela resposta sarcástica, porém aquela mulher arrancara todas minhas forças. Ela se direcionou a minha frente, forçando-me a olhá-la nos olhos. Era ainda mais perfeita de perto. Além de seu cardigã, usava uma calça jeans clara e justa, complementando com um salto preto envernizado. Ela sorriu, abrindo a boca e exalando um hálito de canela com... sangue. Me sobressaltei , ajustando meu corpo e criando forças para falar.
— Posso ajuda-la? - Perguntei, tentando manter o tom de voz seco. — Sinto que você tem algo para me dizer desde aquele metrô.
Ela fez um muxoxo, colocando um dedo no meu lábio. Suas unhas também estavam pintadas de vermelho-sangue. Um tom assustadoramente próximo ao sangue. Ela desceu seu dedo lentamente até a gola da minha camisa, puxando-me para mais perto. Eu tentei resistir, mas aquele aroma, aquele hálito, aquela atração que eu sentia por ela... era forte demais. Coloquei as mãos nas costas da mesma, descendo lentamente até a base. Senti algo estranho, e exatamente nesse momento, eu dormi.
Eu não sabia como, mas tinha certeza que eu estava dormindo. Encontrava-me em um ambiente escuro, onde apenas um halo prateado, como uma névoa, dava uma fraca luz e serpenteava em volta de um pilar grego. O reconheci das aulas de história, quando o orientador nos levou por uma viagem repleta de monstros, deuses vingativos e ódio místico. E eu adorava tudo aquilo. A névoa espiralou mais intensa, e como vindo o profundo e absoluto nada, uma voz me disse:
— Filho, cuidado com a Serpente. Ela suga sua essência através do prazer. E o prazer dela é ver você morrer. Cuidado. - Esse último cuidado ecoou mais forte, fazendo-me despertar subitamente.
Eu me encontrava no mesmo lugar, com as mãos na cintura da moça, levando-a mais além. Porém algo estava terrivelmente errado. Continuei seguindo e senti a cintura da mesma se afinar e prosseguir. Gritei e pulei para trás, observando-a nos olhos. Eles tinham se tornado cor de fogo. Uma espécie de cauda saía de trás da mesma, chicoteando o ar. Asas negras de morcego estavam suspensas no ar, saindo de trás daquilo.
— O QUE É VOCÊ? - Gritei, me afastando o mais rápido possível, mal percebendo o canivete em minha mão.
Ela apenas sorriu, se aproximando lentamente. Continuava linda, porém era mais fácil desviar a atenção quando focava-se nas monstruosas asas. Um pensamento veio a minha mente. Aliás, um nome. Succubus. A terrível mulher-demônio que se alimentava da essência dos homens através dos atos sexuais. Ela adentrava nos sonhos dos mesmos e os forçava a ter uma relação, matando-os assim.
"Exatamente, filho. Nos sonhos. E quando você está dormindo, quem tem poder é você", disse a mesma voz da névoa em meus ouvidos. Eu não entendia o porquê de ela me chamar de filho. Eu nunca vira meu pai. Desde que eu era criança e questionava pelo mesmo, minha mãe sempre contava a mesma história: "Seu pai morreu dormindo". Aquilo me irritava. Meu pai não conseguirá nem morrer de uma forma heroica. Tentei ignorar esse fato e me concentrar no que dizia que eu estava prestes a morrer.
Olhei a Succubus e tentei raciocinar. "Esse é meu mundo, esse é meu mundo". Bom, se eu estava dormindo, eu simplesmente precisava acordar. Fechei os olhos e belisquei me braço direito. Ouvi um grito monstruoso e um vento perpétuo, que se aproximou como um furacão antes de sumir de repente.
Pulei, assustado, no vagão de um metrô. Olhei para os lados enquanto um estranho tentava me acalmar. Enxuguei o suor do rosto com as mãos, ainda vasculhando todos os lados do metrô a procura da mulher. Um garoto, de aproximadamente doze anos, tentava me conter.
— SE ACALME! - Dizia ele, taciturno. — Você a venceu. Está tudo bem. Acabou.
Olhei-o de relance, mal reparando em detalhes, focando em uma placa do metrô que dizia: "Sorria".
— O que aconteceu? Quem era ela?
— Uma Succubus, como você deve ter percebido. Ela entrou nos seus sonhos enquanto você dormia.

Era demais para ser verdade. Só podia ser um sonho. Não podia ser verdade. Enfiei uma mão trêmula no bolso, procurando um cigarro. Minha mão recostou em um objeto frio. Gelei no mesmo momento. Lentamente, retirei o canivete do bolso. Era idêntico ao do sonho. Deixei-o cair no chão, onde, no mesmo instante, esfumaçou-se. O garoto sorriu.
— Seu pai olha por você. Isso é muita sorte.
— Meu pai está morto. - Eu disse, secamente. — Você pode me explicar o que aconteceu... sem... toda essa loucura?
— Essa "loucura" - disse ele, fazendo sinal de aspas — é sua realidade agora. Tudo foi de verdade. E não, ela não está morta. Nesse exato momento deve estar atrás de você, e louca de raiva. Succubus não aceitam perder, portanto sugiro que desçamos nessa estação e procuremos um táxi para o Acampamento.
— Que Acampamento? — Isso estava ficando estranho demais, eu tinha que admitir, mas que escolha eu tinha?
— Um Acampamento de pessoas como você. E... opa! — Ele se sobressaltou.
— O que foi? — Olhei assustado para os lados, mas vi apenas um brilho prateado resplandecendo por todo o vagão. Parecia vir acima de mim. Olhei no reflexo do vidro do vagão, e pela milésima vez nessa maldita noite, me sobressaltei. Um símbolo, quase como uma espiral de hipnose, pairava sobre minha cabeça. Ela rodava solenemente, exalando um torpor poderoso. O garoto em minha frente a olhava, fascinado. Entretanto, observei suas pálpebras fechando vagarosamente, até o mesmo tombou para a frente. O segurei com velocidade, antes que atingisse o banco da frente.
— Ei! Acorde! — Disse.
— Hum? Ah, sim... desculpe. Bom, descobrimos quem é seu pai da forma mais óbvia. Hipnos, o deus do sono e do descanso de todas criaturas da terra.
Aquilo era demais. Meu pai não poderia ser um deus. A imagem de minha mãe sorrindo para mim invadiu minha mente. "Seu pai morreu dormindo". Não era possível, não podia ser. Encostei-me no banco do metrô, sem reação. O garoto olhou para os lado e levantou, sobressaltado.
— Vamos. Rápido. Ela está vindo.
Aquilo retirou-me de meu torpor. Ele segurou meu braço e eu o segui. Subimos a escada correndo e paramos em uma esquina qualquer da estação de Manhattam. O garoto soltou um assovio poderoso, atraindo a atenção de um taxista próximo. Quando o motorista parou, ele empurrou-me para dentro e entrou logo em seguida.
— Long Island, Montauk, 3,141.
O motorista fez os pneus cantaram e arrancou em direção ao fim da avenida. Um grito monstruoso ecoou pela noite. Olhei para trás e vi de relance asas gigantescas.
— Não se preocupe, ela não vai nos alcançar. — Ele sorriu novamente. — Agora, conte-me um pouco de sua história.
— É... Eu cresci com minha mãe em Londres. Nos mudamos para Manhattam no ano passado. Minha vida sempre foi um pouco difícil. Tive que começar a trabalhar cedo para ajudar minha mãe a sustentar a casa, porém somos felizes. Compramos um apartamento com uma bela vista para a cidade... Onde será que ela está agora? — Eu mal me dei conta de que a pergunta fora direcionada para mim mesmo. Eu não falara com ela desde manhã. — Eu preciso falar com minha mãe.
— Tudo a seu tempo. Quando chegarmos, enviaremos uma mensagem de Íris.
Eu realmente não queria saber o que era aquilo. Enfiei a mão nos cabelos, prosseguindo até o fim da raiz. Felizmente meu maço de cigarro havia voltado ao lugar. Retirei um e, acendendo, traguei-o lentamente, soltando a fumaça pela janela do táxi. O vento levou a fumaça para longe, juntamente com meus pensamentos. Era demais para mim. Olhei as luzes da cidade esvanecerem enquanto o táxi disparava em direção a costa de Manhattam.



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I can do that
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Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por Lindsey Johnson Dom 04 Out 2015, 18:40

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Ficha de Reclamação

- Por qual deus deseja ser reclamado ser e por quê?
Despina, pois tem tudo a ver com a história do personagem que pretendo criar.

- Perfil do Personagem
Lindsey tem 1,60 metro, um tamanho normal para alguém de 15 anos. Seus olhos são claros, possuindo uma tonalidade entre verde e cinza. Seus cabelos são louros escuros, podendo quase ser confundido com castanho. Não pratica nenhum exercício físico, mas sempre foi dotada de uma agilidade anormal, se comparada com as outras crianças. É magra, pesando exatos 45 quilos, mas não é fraca.
Quanto a descrição psicológica, pode-se dizer que Lindsey é introvertida, e dificilmente se abre para alguém. O fato de não possuir pais a entristece desde sempre. Mesmo seus colegas dos orfanatos tinham visto seus pais de alguma forma pelo menos uma vez: com seus próprios olhos ou através de uma foto. Ela era a única que não possuía nada dos pais, que nunca tinha os visto nem mesmo por foto, que nem sabia se eles eram reais. Tem dificuldade em se relacionar com as pessoas, mas se mostra bastante amigável com quem possui intimidade – o que raramente acontece. Não é apenas o fato de se excluir, as pessoas também pareciam evita-la. A tristeza e a solidão de Lindsey eram visíveis por qualquer um, e ninguém gosta de tristeza. Mas ela gosta dessa solidão. Nunca foi fã de lugares cheios de gente, sentimento atribuído ao fato de ser introvertida. Apesar disso tudo, pode-se dizer que ela é uma garota determinada e que não desiste fácil daquilo que quer.

- História do Personagem
Eu não tenho pais. Nunca tive. Acho que já me acostumei com isso, de certa forma. Nunca vou poder abraçar minha mãe, nem dizer “eu te amo” antes de dormir. Nunca vou poder subir nos ombros de meu pai, nem pedir para ele me cobrir quando estiver indo para cama. Nunca. Pois é, “nunca” se tornou meu amigo mais próximo durante estes anos todos. Quando eu encontrar outra palavra para substituí-lo usarei com o maior prazer. Mas, por enquanto, é a única que se encaixa perfeitamente. Entretanto, posso tentar encontrar outra para evitar a repetição. Continuando: eu não tenho pais, e sei que jamais (sim, essa palavra também serve) terei. Mesmo vivendo em orfanatos, eu sabia que não seria adotada. Já tinha passado da idade preferida pelos pais para se adotar a criança há tempos. E eu já tinha me acostumado com essa ideia. Viver até os dezoito anos em orfanatos, nunca ficando em apenas um pois as pessoas não apreciavam minha presença. Depois, conseguir entrar em alguma faculdade, mesmo que vagabunda, arranjar um emprego e viver por mim mesma. Sozinha, como sempre havia sido. Mas finalmente livre. Eu até almejava pelo dia do meu décimo oitavo aniversário.
Só que não foi isso que aconteceu. Nunca (essa palavra me persegue, não há solução) algo ocorreria da forma que eu havia planejado. Da forma que eu queria que acontecesse. Eu deveria saber disso. Fui tola em pensar que nada daria errado nesses próximos três anos. É que eu pensava que não havia o que dar errado. E de certo não haveria, se eu não fosse uma semideusa. Mas como eu poderia prever isso? Não podia. Sim, eu disse semideusa, se você estiver se perguntando. Eu já vou contar a história. Só precisava de uma introdução a ela.
Eu tinha quinze anos. Era um dia normal como todos os outros. Tínhamos ido para escola, os outros adolescentes do orfanato em que eu me encontrava na época e eu. Nevava, como todo santo dia no Canadá. Não importa para onde você vai, a neve te acompanha por todos os lados daquele imenso país. Mas eu gostava. Muitas pessoas podiam se irritar com sua presença, por congelar as ruas e soterrar as casas, mas eu não me incomodava. Na verdade, eu me sentia melhor quando nevava. Os dias cinzentos não me traziam tristeza como às outras pessoas. Eu preferia-os aos dias quentes e ensolarados – que eram raríssimos, para minha sorte. Eu gostava da aparência da neve, do modo como ela caía sobre os pinheiros e as montanhas, deixando seus picos brancos. Era bonito. Além disso, na minha opinião, os rios congelados têm muito mais utilidade do que os não congelados com temperatura muito inferior a zero. Eu amava patinar.
Enfim, tinha sido um dia normal como qualquer outro e estávamos voltando para o orfanato. Não pegávamos o ônibus escolar, pois nosso bairro não fazia parte de sua rota, então sempre fazíamos o trajeto de ida e volta a pé.  Eu estava um pouco afastada do grupo, andando alguns metros atrás. Eles caminhavam sem pressa de chegar à prisão, como gostavam se referir ao lugar que os havia acolhido, mas iam se cutucando e empurrando, tacando neve um no outro e falando alto. Eu não gostava disso, por isso andava longe deles. De qualquer modo, eu poderia estar lá no meio deles que eles provavelmente nem me notariam, ou me evitariam. Eu suspeitava que alguns deles nem sabiam da minha existência. Tudo bem, melhor assim. Evita transtornos. Havia apenas um garoto que parecia ter me notado. Ele não falava comigo, mas sempre parecia estar por perto. Enquanto andávamos em direção ao orfanato, ele olhava para trás de vez em quando, como que para se certificar de que eu ainda estava lá. Ele sempre fazia isso. Como se soubesse que algo ruim estava prestes a acontecer comigo e quisesse ter certeza de que assistiria a tudo.
Enquanto eu os observava distraída, o garoto olhou para trás mais uma vez. Desviei o olhar; esse tipo de contato me incomoda. Ele não era feio. De certa forma, era até bonitinho. Tinha cabelos castanhos encaracolados, mas escondia-os sempre sob uma toca. Seus olhos eram escuros, quase não era possível distinguir a íris da pupila, contudo, sua pele era bem clara. Quase tanto quanto a minha. Ele tinha um problema no joelho esquerdo e precisava da ajuda de muletas para andar. O seu nome, porém, eu não sabia. Nunca tive coragem de ir falar com ele e perguntar.
Alguma coisa chamou minha atenção. Um brilho repentino, à minha direita. Olhei para o lado procurando alguma coisa, mas não havia nada. Deve ser apenas o reflexo da luz do sol na neve, pensei. Voltei o olhar para frente novamente e continuei andando. Não faltava muito para chegar ao orfanato. Então eu vi de novo. Uma luz no canto do meu olho, dessa vez seguido por um barulho, como metal arranhando metal. Outra vez, não havia nada. Estava eu ficando louca? Se fosse uma das brincadeiras dos garotos eu iria socá-los. Mas eles estavam bem na minha frente. Continuavam andando como se não tivessem ouvido nada. Desacelerei o passo até parar de andar e olhei mais uma vez para o outro lado da rua. Não havia ninguém lá, apenas um carro estacionado a uns cinco metros mais para frente. Não havia lojas ou casas, apenas prédio altos, que se estendiam até o céu. Pare de paranoia, Lindsey, disse para mim mesma, não é nada. Mas então por que eu sentia meu coração acelerar e aquele friozinho na barriga? Alguma coisa estava errada, terrivelmente errada, eu podia sentir. Acelerei o passo para tentar alcança-los, mas eles já haviam virado a esquina, me deixando sozinha naquela rua. Ou era o que eu pensava.
- Lindsey – ouvi alguém dizer. De um lado da rua havia apenas prédio, do outro havia um pequeno lago congelado, com um gramado em volta (naquele dia, coberto de neve) para as pessoas sentarem, correrem, fazerem o que quiser, e várias árvores e arbustos espalhados por ali. Alguns deles chegavam mais perto da calçada. Do lado de um deles, meio escondido, por isso não o havia enxergado logo, encontrava-se o dono daquela voz: o garoto de muletas. Assim que o vi, fez sinal para que me aproximasse.
- Eles nos encontraram – sussurrou quando cheguei perto o suficiente, tão baixo que quase não ouvi. – Não há tempo a perder, temos que ir. – Mas do que ele estava falando? Antes que eu pudesse perguntar, ele tirou algo de sua mochila e me entregou. Uma faca. Olhei para ele espantada, mas o rapaz nem pareceu notar, ele tirava outra coisa da mochila. Era uma... flauta? Sim, e de madeira. – Você não o viu, não é mesmo? – Ele perguntou quando percebeu meu olhar. Então apontou para atrás de mim. – Ele está bem ali. Preste atenção.
Virei-me e foquei meu olhar no vulto que se encontrava ao lado do carro que eu tinha visto. Senti meu coração acelerar novamente. Desde quando ele estava ali? Mas não era essa minha maior preocupação. Algo nele não estava certo. Algo nele parecia absurdamente errado. Então eu percebi: o sujeito tinha um olho só. No meio do rosto redondo e grosseiro, onde deveriam ter dois olhos, havia apenas um enorme e feio. E não era só isso. Ele era muito mais alto do que até mesmo o maior jogador de basquete que eu conhecia, e muito mais gordo. Na sua mão direita, segurava um bastão de madeira com pontas de ferro saindo dele para todos os lados. Ele o balançava lentamente. A criatura – pois não posso chama-lo de homem – sorriu ao ver meu olhar assustado, e começou a avançar.
- Mas que droga é aquela? – perguntei, o medo quase fazendo minha voz sumir. O garoto não me respondeu. Ao invés disso, agarrou meu braço e saiu correndo, me levando junto. Disparamos em direção ao lago congelado, correndo com dificuldade através da neve até nossos joelhos. Entendi na hora o que ele pretendia, mas não achava que era uma boa ideia. – Está louco? Vamos nos afogar junto.
- Tem alguma outra ideia? – ele rebateu. Eu não tinha, então fiquei calada. Enquanto avançávamos o mais rápido possível, evitei olhar para trás. Eu sabia que aquele ser horrendo estava logo atrás da gente. Senti meus dedos formigarem de tão forte que eu segurava o cabo da faca. Nunca sentira tanto medo na minha vida. Ouvi o garoto resmungar ao meu lado, alguma coisa sobre não conseguir correr daquele jeito. Eu havia me esquecido completamente. Como ele estava correndo sem as muletas? Pensei que ele fosse me pedir ajuda, mas o que ele fez foi arrancar as calças. Sim, arrancar as calças. Contudo, o que havia ali não eram pernas. Pelo menos não pernas humanas. Antes que eu pudesse ter qualquer tipo de reação, ele agarrou meu braço novamente e voltou a correr, mais rápido que nunca.
Mais alguns segundos e nos encontrávamos na margem do lago. Continuamos avançando até atingirmos o meio do lago congelado. Se a criatura quisesse nos pegar, teria que se arriscar pisando no gelo fino. Nós mesmos estávamos nos arriscando. Já podia sentir o gelo começar a ceder. Quando olhei para frente, vi que ele já estava na margem, seguindo lentamente o trajeto que fizemos primeiro, mas, mesmo assim, a cada passo que ele dava ele quase caía.
- Isso mesmo seu verme caolho! Venha nos pegar! – gritou o rapaz, ou seja lá o que ele fosse. A ameaça funcionou. O nosso perseguidor começou a avançar mais rápido. Rachaduras ameaçadoras começaram a surgir onde ele pisava, ficando cada vez maiores. Entretanto, também haviam rachaduras sob nossos pés agora. A menos de dez metros de distância, o homem bizarro deslizou e caiu. O gelo sob ele cedeu e deu lugar a água gelada, jogando-o para dentro do lago. As rachaduras se espalharam chegando até onde estávamos. – Corre. Agora!
Obviamente, ele nem precisava ter dito isso. Disparamos em direção à outra margem do lago, o mais rápido que era possível sem deslizar. Não vamos conseguir, pensei. Vamos nos afogar junto com aquele ser vil e inacreditável. Mas conseguimos. Longe de todas as minhas expectativas e esperanças, atingimos a terra firme um segundo antes de todo o gelo desaparecer e dar lugar a água. Caí na neve com o último esforço. O garoto ofereceu sua mão para ajudar.
- Não! – Disse, afastando sua mão com a minha. - O que diabos era aquela criatura? O que diabos é você? – Ao contrário do que eu imaginei, ele não se ofendeu com a pergunta. Mas também não se preocupou em respondê-la. Disse que não havia tempo para explicações, que o ciclope conseguiria sair do lago em pouco tempo e que viria atrás nós novamente; precisávamos nos apressar. Ciclope? Mas isso não existe, eu quis responder. – Como vou saber se posso confiar em você? – Ele respondeu que não tinha como eu saber, mas que era a única maneira de eu sobreviver. E ele estava certo.


Fugimos da cidade naquele mesmo dia. Pegamos um ônibus para o lugar mais longe que nosso dinheiro podia pagar. Apenas quando já era tarde da noite paramos em algum lugar para comer. Então ele me contou tudo: que ele havia sido encarregado de me levar em segurança para um tal acampamento, que era um sátiro e usava muletas para disfarçar seu modo estranho de andar; que aquilo era sim um ciclope, um monstro, e que criaturas muito piores existiam; que os deuses gregos eram reais e que eu era filha de um deles. E não era a única, haviam muitos outros como eu no lugar para o qual ele estava me levando. Sinceramente, não lembro qual foi minha reação. Acho que eu não disse nada. Não havia o que ser dito. O mais estranho de tudo, porém, foi que ninguém pareceu se importar com as pernas de bode do meu companheiro – que, afinal, descobri se chamar Elliot. Era a névoa, ele disse, ela impedia que os mortais vissem coisas que não eram de seu mundo.
Os outros dias se passaram não muito diferentes do anterior. Viajávamos de ônibus sempre que podíamos, às vezes andávamos a pé, uma vez conseguimos até pegar um trem. Elliot conseguia dinheiro tocando para as pessoas nos lugares públicos. Ele não era de todo ruim, mas acho que as pessoas davam dinheiro mais por pena do que por seu talento. Onde passar a noite era uma questão mais delicada, pois não tínhamos o suficiente nem para pagar o mais precário dos hotéis. Muitas vezes dormíamos na rua mesmo. O pior era quando apareciam outros monstros. Precisávamos fugir o mais rápido possível, pois não tínhamos capacidade de lutar contra eles.
No quarto dia, eu acho, Elliot conseguiu contatar o Acampamento. Eles disseram que estávamos muito longe para que pudessem ajudar, portanto teríamos que avançar por conta própria por mais um tempo. Acho que, no fim, como chegamos lá não importa muito. O que você precisa saber é que chegamos. Vivos.
Quando Elliot me disse que existiam outros como eu, não esperava que fossem tantos. Também não esperava que o lugar fosse tão lindo e organizado.
- Ei, vejam! – Disse Elliot enquanto observávamos o lugar do topo da colina – Acho que já descobrimos de que deus você é filha. – E apontou para cima. Havia um símbolo flutuando em cima da minha cabeça, emitindo um brilho claro e gélido. Eu não sabia o que significava, mas o sátiro parecia saber. Ele sorriu para mim. – Bem-vinda ao Acampamento Meio-Sangue.
Contribuí o sorriso. Talvez eu também pudesse me acostumar àquela nova vida.
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Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por Lavinia S. Larousse Seg 05 Out 2015, 12:45



Avaliação


Vhaugan Sadat D'Estreux - Reclamado como filho de Hipnos


Não tenho muito o que comentar de sua ficha, apenas parabenizar por uma história que foge dos clichês. Você cumpriu todos os pontos obrigatórios com louvor e conseguiu passar as emoções do seu personagem de forma mais que satisfatória.

Apenas encontrei alguns errinhos ortográficos que foram recorrentes - "Manhattam", por exemplo -, e outros que são facilmente corrigíveis com uma olhadinha a mais. Seja bem vindo, filho do sono!



Lindsey Johnson - Reclamada como filha de Despina


Lindsey, achei um pouquinho incoerente quando você diz que "nevava todo santo dia no Canadá". Não neva sempre, e uma filha de Despina com pouca evolução de seus poderes não conseguiria provocar isto de forma passiva. Enfim, voltando ao texto, você também cumpriu tudo de forma satisfatória - a não ser a parte "Por qual deus deseja ser reclamado ser e por quê?". As fichas de reclamação para Despina são consideradas rígidas, você poderia ter caprichado um pouco mais nesta parte.

Fiquei com algumas dúvidas se te aprovava ou não, mas como não achei maiores erros na sua narrativa, acho justo que seja aceita ao chalé 23. Seja bem vinda, little sister!


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Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por Dan Carter Seg 05 Out 2015, 18:56


Ficha de Reclamação

- Por qual deus deseja ser reclamado/ qual criatura deseja ser e por quê?
Desejo ser filho de Héracles, porque ele é o meu herói preferido da mitologia grega, gosto da personalidade dele, e também de seus poderes, e o player que estou criando se encaixaria melhor nele.

- Perfil do Personagem
Características Físicas:

Meu player tem um corpo bem definido, mesmo não tendo feito academia, é alto de 1,80 de altura, aparenta ser um pouco arrogante, e serio, dando ate algum medo a quem o ver, pelo fato de ser bem alto e ainda ser muito musculoso, tem cabelos pretos, e olhos negros, escuros como a noite.

Características Psicológicas:
Meu Player é um cara bem serio, sendo bem calmo na maioria das vezes, somente ao irritar-se torna se incontrolável, é bem leal aos seus amigos, fazendo o máximo para ajudar seus amigos, não aguenta vez uma donzela em perigo, e gosta de uma boa aventura, não aguenta passar muito tempo parado tendo que estar à maioria do tempo em movimento.

- História do Personagem
Se gostei de ser um semideus? Para falar a verdade gostei. Diferente da grande maioria da população. Se sou um cara estranho? Sim sou um cara estranho, somente não gosto de seguir a margem da sociedade, dizem que pessoas com esse tipo de pensamentos são os chamados revolucionários, mas isso não vem ao caso, você deve querer saber como fui reclamado então, irei lhe contar desde o começo.
Posso dizer que sou um lobo solitário, com 12 anos perdi a minha mãe e tive que me desenrolar no mundo sozinho, com muito esforço conseguir uma vaga em um colégio interno, sou um real encrenqueiro todos dizem, por isso fui colocado em um local dito apropriado para mim, uma escola para jovens, um tanto incontroláveis, posso dizer que sou o melhor nesse quesito.
Nessa escola não tenho amigos, o que a deixa somente um lugar pior para se esta, mas somente o fato de não estar na rua já era um bom começo, assim eu pensava.
Era uma aula chata, ainda bem que sempre fazemos muitas excursões, o dia em que minha vida mudou, foi exatamente num dia de excursões, aonde fomos? Não faço a menor ideia, não presto muita atenção, só lembro que era um local com varias galerias, e nesse dia como todos os outros, decidi me desgrudar da turma, e começo a explorar, olho cada sala, ate que uma em especial pega minha atenção, mas não a sala em si, mas o cão negro, que ali estava, tinha uns dois metros de altura, e olhava cruelmente para mim, no momento gelei, não sabia o que fazer. O cão vinha em minha direção.
Foi ai que um projetil passou voando perto do meu ouvido, e uma faca se crava no peito do ser, e ao olhar para trás percebo um garoto, era de uma altura  mediana, causa jeans, e uma blusa laranja. O mesmo olha para mim e diz:
– quem é você?
– Dan Carter.
Digo meio incerto, não sabia o que pensar daquilo tudo, encaro o garoto, que parece bem calmo com aquela situação, como se isso já tivesse acontecido outras vezes.
– você é um semideus, consigo sentir daqui – ele da uma pausa e depois continuar – estava casando aquele cão, e ele simplesmente desviou sua rota, em sua direção. Você tem que vir comigo agora, seu cheiro não pode mais ser escondido dos monstros.
Olho para ele, com um olhar de surpresa, aquela parecia uma conversa de maluco, mas algo me dizia que aquilo era verdade.
– me conte mais.
O garoto me conta toda aquela historia de deuses gregos e tal, aquilo me atraia, pelo simples fato, que minha mãe já avia me dito isso no seu leito de morte, claro na hora pensei que ela estivesse enlouquecendo. Em pouco tempo me encontro seguindo John, esse é o seu nome, e em não muito tempo chegamos ao acampamento, e meio que tenho que admitir, me impressionei com o tamanho que era. E levo um susto quanto alguém diz;
– Bem vindo John, poderia me apresentar seu amigo.
Olho de onde vinha a voz, era de uma pessoa, com talvez seus quarenta, estava numa cadeira de rodas. Ao redor varias pessoas tinha parado seus afazeres para me observa. John começa a falar.
– esse é Dan Carter, eu o encontrei no...
John para de repente, percebe que todos olham para mim surpresos, fico um pouco sem jeito, ate perceber um grande símbolo brilhante encima da minha cabeça. Fico olhando para ele ate que ele desaparece. O senhor de cadeira de rodas se aproxima e diz:
– olá garoto, me chamo Quirom, seja Bem vindo Dan Carter filho de Herácles.
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Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por Alaric L. Morningstar Seg 05 Out 2015, 21:08



Avaliação
Dan Carter



Você até foi razoavelmente bem nos três primeiros quesitos, rapaz. Eu adoraria te aprovar, entretanto, cometeu muitos deslizes que infelizmente me fizeram te reprovar. Em primeiro lugar, houveram erros ortográficos  e de pontuação, onde você usou a vírgula de modo inadequado. A trama do personagem em si é muito boa, entretanto, você não soube passar tudo direitinho na história. Ficou resumida, faltaram detalhes, sabe? Além disso, você narrou tanto no presente quanto no passado (deve escolher um dos dois tempos e segui-lo no texto inteiro). Mas não se desanime, procure ler outras fichas (aprovadas) e se baseie nisso quanto à caracterização. Qualquer dúvida ou ajuda pode me mandar uma MP, adoraria te ajudar (não precisa ter vergonha). Tente novamente e boa sorte.

Reprovado
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Ficha de reclamação.

Mensagem por Aelfred Thorsvield Ter 06 Out 2015, 23:08

Ficha de Reclamação
- Por qual deus deseja ser reclamado/ qual criatura deseja ser e por quê?
Pretendo ser filho de Phobos, pois para mim é a linhagem mais interessante da mitologia por ser filho do deus do medo, neto do deus da guerra e da deusa do amor e bisneto de Zeus. O medo, a guerra e o amor são os ápices da vida humana, nada melhor do que carregá-los na essência do personagem.

- Perfil do Personagem
Características Físicas:
Aelfred é albino, não muito magro e alto, possuindo em média 75kg e exato 1,86m de altura. Há firmeza em sua voz lenta (com sotaque carregado) e seus músculos, por mais que seu rosto passe um semblante delicado. Cabelos brancos e longos e algumas cicatrizes espalhadas pelo corpo.

- Características Psicológicas:
É um personagem calmo, persuasivo e de personalidade rara. Possui tiques e manias, um ódio extremamente oprimido no olhar e substituído por certa frieza. Dificilmente se irrita e se a raiva o alcança, tenta ao máximo convertê-la em concentração para atingir suas metas.

- História do Personagem:

Aelfred nunca soube muita coisa sobre seu pai paterno, sua mãe morrera logo após o nascimento do menino em Halden, um condado pouco populado da Noruega, e daí então o orfanato foi seu lugar até seus sete anos de idade, quando fora adotado por um casal italiano que estava de viagem no país e morava em Pádua. Então aos doze morou em Veneza, aos dezesseis em Verona.
Fora do orfanato e do país nórdico, Aelfred conheceu a maldade do preconceito das pessoas que não aceitavam o menino albino como uma pessoa normal, tanto pelo jeito do garoto quanto pela fisionomia e também seu sotaque forte, pois a língua italiana era de extrema dificuldade para o garoto.
Atualmente se encontrava nos EUA e enfim entendera o porquê que seus pais viviam mudando de país. Seu pai adotivo era um mafioso e todos os grandes malfeitores da Itália não o queriam vivo.
Com a dificuldade do inglês americano, Aelfred tentava lidar com os americanos agora, mas sempre mantendo a calma e a diplomacia. Seu pai não estava no país e sua mãe não lhe dava a atenção que dava aos filhos biológicos, ainda mais por serem mais novos.
Hoje, Seattle, Estados Unidos da América, 19h27min.
Em uma rua quase deserta andava o menino pálido, parecia um fantasma pelo seu tamanho e sua cor. Pessoas evitavam ao máximo encará-lo e as que persistiam tinham pavor ao ter encontrado os olhos do menino no caminho, era aterrorizante encará-lo mas não sabiam dizer o porquê, Aelfred não era um jovem de má aparência, só era diferente da maioria. Dificilmente o garoto olhava para alguém, mas nunca olhava sem intenções de intimidar, sabia que causava essa reação nas pessoas e por mais estranho que parecesse, ele adorava a sensação. Mas hoje os passos de Aelfred eram longos e apressados.
Nas últimas noites andou tendo sonhos em loop de sombras e vozes guturais o perseguindo, vendo vultos bastante reais o cercar e mesmo sem sentir medo dessas coisas anormais, não suportava a ideia de algo o rodear, era ele quem gostava de assustar as pessoas.
Em meio aos pensamentos, Thorsvield encontrava-se rotacionando o segundo botão da camisa com os dedos das duas mãos (uma das manias do garoto era de usar apenas camisas com botões, e o incomum é que, era o albino quem costurava os botões de maneira que nenhum se repetisse na mesma blusa). Ouviu um som irritante aproximando-se dele cada vez mais mas ele não olhou para a direção oriunda daquele som irritante, percebendo só no instante em que o mesmo cruza por ele, mostrando dois homens em cima de uma moto com bastões de basebol freando o veículo barulhento e se dirigindo ao jovem que se tornou uma criança perto dos motoqueiros, a passos, diminuindo o som da moto à medida que Aelfred ia percebendo a realidade da situação, eram duas criaturas chifrudas parecidas com o monstro mitológico minotauro. Os bastões viraram de repente clavas e oque parecia ser minotauro virou certeza. Por um minuto Aelfred cogitou a possibilidade de uma pegadinha pré-Helloween mas era real demais para ser fantasia.
Uma cena bizarra em um beco escuro e frio, duas criaturas da mitologia indo em direção ao garoto emitindo só o som das patadas que aumentavam gradativamente e um jovem pálido imóvel, girando um botão da camisa com uma das mãos e a outra deslizando pela camisa até se inutilizar na borda da mesma.
- Vocês conseguem feios ser mais que a mim! - disse o jovem vendo um dos minotauros-criança levantar a clava para atingi-lo, pela lentidão Aelfred desvia rapidamente olhando os extremos do beco pensando em sair dali, pois não tinha nada para se defender daquele ataque.
Quase a vida do menino acaba ali, quando a outra criatura executa um golpe com a clava na horizontal em nível de sua cabeça. Num instinto de guerra o garoto se joga numas tábuas de construção que ali estavam, pegando a primeira haste de madeira que encontra e por sorte continha uma ponta aguda na ponta, assemelhando-se com uma lança. Aelfred sempre gostara de lanças, seus heróis nos desenhos animados eram seus preferidos caso utilizassem uma lança.
Sem saber ao certo oque estava acontecendo, uma sensação de adrenalina e felicidade por estar lutando o consumia. Uma das mãos voltava a girar o primeiro botão da camisa do jovem e a outra começava a girar a "lança". Aquelas criaturas eram fortes mas o jovem sabia que eram amadoras.
Os dois minotauros investiam contra Aelfred que lança seu corpo para um dos lados do beco estreito deixando sua lança na horizontal e de ponta frontal ao corpo do chifrudo mais próximo fazendo com que atravesse o peito da criatura que logo se reduziria em pó. Contente com o primeiro sucesso em combate, viu o outro minotauro investir à toda em sua direção, com ira e um olhar vazio, como se estivesse possuído. O primeiro ataque fora feito e o jovem conseguiu esquivar, manteve distância e esperou o minotauro-criança investir novamente, atento à respiração extremamente pesada do monstro.
- Thor!! - ouviu-se de longe, era como seu único amigo ali o chamava. Tinha a ver com seu sobrenome e por ser de origem nórdica, Thor era um deus da mitologia nórdica e para Aelfred, um apelido neutro por felicidade rara. Thorsvield virou seu corpo cento e oitenta graus para ver Jimmy, seu único amigo que dizia ser descendente do povo da América do Sul. Aelfred sorriu por impulso e antes de acenar viu algo estranho em Jimmy, uma metade realmente era ele, mas abaixo da cintura ele era meio... bode!
- Cuidado!! - disse Jimmy, mas era tarde. Aelfred fora atingido pela clava em sua nuca e adormeceu. Novamente sonhou com coisas tenebrosas que eram familiares para ele, tentáculos horripilantes o cercavam no sonho de maneira que servisse de acento para o menino e o pendesse no ar como fosse um monarca. As vozes guturais persistiam mas não o assustavam, vultos e alucinações por toda parte. Uma voz masculina e inédita nos sonhos dizia - Aelfred! - e persistia, sem o garoto distinguir o dono da voz - Sr. Aelfred! -.
Os olhos do garoto forçaram-se a abrir e ali fora percebido que não era o beco que costumava pegar para chegar em casa, um homem o olhava com um olhar amigo e seu amigo Jimmy estava com um olhar acanhado por ter mantido segredo de que era um sátiro.
- Aelfred Thorsvield, me chamo Quíron... - disse o homem que a partir da cintura era um cavalo, - Seja bem-vindo ao acampamento meio-sangue, pensei que não acordaria mais, filho de Phobos. - sorrindo. Era certeza que Aelfred precisaria de tempo para se recuperar e entender seu novo estilo de vida, revolucionariamente diferente do de antes.
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Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por Frankie Schweinzfurt Qua 07 Out 2015, 15:53


In life, I'm a actor
— because everything is a tragedy —



Por qual deus deseja ser reclamado/ qual criatura deseja ser e por quê?

Quero ser reclamado por Afrodite, por alguns motivos: sempre quis ter um filho da deusa, pela gama interpretativa que posso ter, além de namorar muito os poderes; também uni a ideia de ter um Páris, meu heroi grego favorito, à de que ele e Afrodite foram próximos quando ele a escolheu para ser a ganhadora do pomo em troca de Helena. Sim, sou desses. Achei que casaria bem ter um semideus com esse nome e filho dessa deusa. s2


Perfil do Personagem:

♥ Físicas: De pele branca e cabelos louro-acastanhados, Páris não é bem um esteriótipo de alguma nacionalidade específica. Seus olhos são de uma cor mesclada e difícil de ser discernida, puxada para um verde-folha e, por vezes, tons terrosos; embora suas íris costumem intrigar pela vasta variação cromática. Munido de lábios carnudos e de um corpo bem definido, não passa como qualquer um aos olhos dos outros; "desejado" o define. E nem é lá tão perfeito.

♥ Psicológicas: Campbell é do tipo estrela. Porque ele é uma estrela. Se acha importante e não costuma iniciar diálogos, coisa que também é influenciada por seu orgulho. Contudo, não é esnobe ao ponto de ignorar tentativas de socialização.

Prepotente e ousado, nunca passa-se por passivo em situações de conflito - porque ouvir calado não é com ele. Por isso, mete-se em brigas com mais frequência do que gostaria; e ele não gosta, realmente. Assim, perder amigos também não é algo raro para ele. Imediatista, impaciente e bruto, é do tipo que se estressa rápido por besteiras, e se somado a isso o fato de ser hiperativo, vemos uma grande bomba ambulante.

Mas claro que o garoto não é só defeitos. Apesar de se achar importante, é alguém que preza suas alianças - é confiável a ponto de não trair um amigo; por isso, odeia traição de toda e qualquer forma, apesar de não ser exatamente uma pessoa de valores. Também é extrovertido e não hesita em espalhar um pouco de alegria, coisa que o faz uma pessoa pouco fúnebre - exceto quando é com ele mesmo, já que, para si, nada é mais importante que o próprio bem-estar. Amor próprio é tudo, honey.


História de Personagem:


Cena 1: No set de gravação

— Vamos lá, Páris, você consegue — proferi para o enorme espelho à minha frente, dando leves tapas nas bochechas para tentar me concentrar. Não estava sendo fácil naquela tarde estressante. — Você é o grande Páris Campbell, um dos melhores atores que Hollywood já viu! Para você, isso é fácil.

Respirei fundo mais uma vez, engoli um pouco d'água e fiz os conhecidos — e ridículos — exercícios vocais.

— Você é Pierre, um jovem francês que veio morar com os pais num bairro pesado dos Estados Unidos. É simples. Não interprete, seja. Você consegue, Páris, você consegue! — repetia com firmeza diante do espelho em meu camarim.

— O nosso astro já está pronto para retomar a gravação? Não teremos o dia todo. — Este era Ian, o diretor. Nós estávamos tendo problemas quanto à, hm, concentração; eu não tinha tido a minha melhor noite de sono pré-gravação. Digo, meus sonhos sempre foram esquisitos, desde quando eu podia me lembrar: eram povoados por cenários escrotos, vozes de lamúrias e até conversas aleatórias de seres que realmente não eram humanos. Mas nada superou os sonhos daquela noite, até aquele dia.

Meus pensamentos novamente foram conduzidos para a lembrança do sonho: era um local que em muito me lembrava uma mansão de veraneio, próximo a um lago, estando parcialmente destruída e com muito fogo espalhado. Havia uma aura pesada ali, como se a felicidade estivesse sendo sugada por um buraco negro, ou como se energias extremamente negativas estivessem pressionando o lugar com o peso de uma baleia azul. Era insuportável. E eu aparentemente era o único ser vivo ali, o que não melhorava muito aquela sensação. Precisava mover-me dali... Assim, minhas pernas guiaram-me até uma área atrás da construção: um enorme gramado repleto de buracos de explosões, com alguns corpos caídos, inertes. Aproximei-me deles e verifiquei se estavam vivos, mas já era tarde para todos ali; sem pulso, sem vida. Angustiante. Mais ao longe, ainda havia dois garotos que estavam caídos um sobre o outro, como se tivessem morrido juntos... Era a simbologia de uma aliança mesmo diante da chacina que ocorrera.

No sonho, aproximei-me de ambos lentamente, com as lágrimas já escapando e trilhando um caminho sinuoso por meu rosto. Mas nada superou o meu choque ao reconhecer o que estava diante dos meus olhos: o garoto à frente estava com uma lança atravessada em seu peito, a qual também atingira o garoto de trás. E o garoto de trás era eu. Sem reação, tudo o que fiz foi permanecer parado, olhando para a cena sem entender o que se passava, até que uma voz cortou o silêncio, trazendo consigo o fim do sonho: "Isso é o que te espera, semideus".

— Eu... estou pronto — respondi à pergunta de Ian, segundos depois. — Só precisava de um pouco d'água.

— Perdemos meia hora por causa de um pouco d'água. Ótimo. Vamos lá, garoto. — Saindo, bateu a porta do camarim, um tanto quanto estressado; Ian era mesmo assim. Antes que ele precisasse voltar, peguei a minha garrafa e dirigi-me ao set de gravação.

O local era uma rua mal iluminada, com muito lixo espalhado e um mendigo mais ao fim; as câmeras estavam posicionadas de forma a captarem a cena de conflito que aconteceria logo em seguida, na qual o meu personagem — Pierre — é atacado por um membro de uma gangue local. Normalmente, não uso dublê porque gosto de sentir a ação da cena, e mesmo estando com a concentração abalada, optei por não usar naquela cena.

— Cena 12. Ação! — gritou Ian no seu megafone.

A cena desenrolou-se normalmente: eu andei pela rua, olhando vez ou outra por cima do ombro para ver se não estava sendo seguido por alguém suspeito. Chegando próximo ao mendigo, hesitei; deveria expressar desconfiança quanto a ele por alguns momentos, até resolver passar. E era aí que entrava o membro da gangue.

Que não entrou.

— Corta! Mas que merda é essa? Cadê o Dorian? Dorian! Você está sendo pago para aparecer! — exclamava Ian. — Encontrem esse garoto. Agora.

Relaxei um pouco com mais aquela pausa, sentando-me e respirando fundo. Aquilo era estressante. Já era a oitava vez que tentávamos gravar a cena 12 só naquele dia, parecia que nada estava colaborando.

— Vamos repassar a cena com o Páris, também não está em seu melhor dia. Chamem o dublê do Dorian. — Mais uma vez em cena, no início da rua escura, esperei a ordem de Ian para retomar a gravação. — Todos prontos? Ação!

Novamente, caminhei pela rua, olhando por cima do ombro algumas vezes; como antes, hesitei ao ver o mendigo e, então, voltei a caminhar como se tivesse decidido continuar. E o dublê entrou em ação. Se bem que o dublê não era tão parecido com o Dorian assim.

Ao invés de ser apenas definido, ele era uma montanha de músculos, usando roupas muito justas que não lhe caíam bem. Os cabelos eram completamente desgrenhados, e por mais que um membro de gangue fosse lá relaxado, aquele ser não ficaria bem de forma alguma no filme. Também não carregava a habitual barra de ferro que usamos outras vezes na gravação — ele estava de mãos limpas.

Contudo, eu parecia ser o único ali a notar aquilo.

— Isso é o que te espera, semideus. — À menção daquelas palavras, meu corpo travou. Não era possível. Aquela não era uma fala dele, aquela era a frase do meu sonho. Mas que merda...?

Antes mesmo que Ian pudesse dizer "corta", uma bola de fogo aumentou gradativamente de tamanho nas mãos do dublê, clareando todo o lugar; sem hesitar, ele arremessou-a na direção das câmeras mais próximas, destruindo todo o equipamento e ferindo seriamente os homens que as operavam. E não parou por aí. Mais bolas de fogo em mais direções e pronto, a confusão estava armada: pessoas gritavam, sirenes anunciavam a chegada de bombeiros e, sobre isso tudo, o som do fogo destruindo tudo ao redor chegava com força aos meus ouvidos.

Ainda assim, eu estava parado no mesmo lugar.

— Aproveite a estadia no Acampamento. Você vai realmente adorar. Mas aproveite mesmo enquanto é tempo; logo, sua diversão será dor, e seus amigos irão visitar o Mundo Inferior com uma passagem só de ida.

Talvez impactado pelo choque do acontecido, talvez por causa da fumaça, senti meu corpo pender e chocar-se contra o chão, para em seguida a minha visão escurecer e eu perder completamente a consciência.


Cena 2: Na enfermaria do Hospício Meio-Sangue

[...] De súbito, acordei alarmado no que me parecia ser um hospital. Havia uma garota ruiva preparando algo numa bancada mais distante, sem dar muita atenção ao que acontecia ali, e exceto por ela, apenas outro garoto me fazia companhia ali.

— Ei, ei, calma. Deite-se — acalmou-me ele, pondo a mão em meu peito.

— O dublê... O fogo... O filme... — iniciei, enquanto ele gesticulava para que eu parasse. — Onde... Onde eu estou?

— Num bom lugar. O que importa agora é que está a salvo. O lestrigão destruiu o set de filmagem e feriu muita gente, mas ninguém morreu, por sorte. Um sátiro já estava na sua cola e te trouxe aqui quando viu que a coisa ficou feia. O que ele não soube explicar foi como o lestrigão sumiu sem te causar nenhum ferimento — explicou-me o garoto. Ou tentou explicar-me.

— Talvez ele não quisesse ferir. Somente assustar. Não estranharia se acontecesse hoje em dia... — interpelou a garota ruiva que outrora preparava algo na bancada mais distante.

— Gina! — repreendeu o garoto. — Você mais do que ninguém deveria saber que falar certo tipo de coisa para recém-chegados pode ser desastroso.

— Lestrigão? Me assustar? Ele... era um fã meu? E como assim "recém-chegado"? Eu não estou... entendendo. — Minha cabeça começava a doer com o esforço que eu fazia, e por isso eu parei. O silêncio instaurou-se ali como antes, quando eu acordara, muito embora ambos prestassem toda a atenção em mim. — Eu quero ir para casa.

— Você está em casa — respondeu-me. — Ryan, acho melhor levá-lo para falar com Quíron. Creio que explicará melhor.

— Não será preciso, Gina. — Um homem montado num cavalo branco parou à porta do hospital — se é que era mesmo um hospital —, que pareceu ser o tal Quíron. Mas... ei, ele não estava montado num cavalo. Ele era meio cavalo.

— Ai meu Deus! — exclamei àquela visão.

O homem-cavalo gesticulou para que todos saíssem e entrou assim que o fizeram. Pasmo, não conseguia tirar os olhos dele, e tudo o que me vinha à cabeça eram os mitológicos centauros: seres nascidos de um titã, metade homens e metade cavalos, bons com arco, medicina, etc. Mas aquilo não era possível. Não tinha como ser.

— Sou Quíron, Diretor de Atividades do Acampamento Meio-Sangue. É um prazer tê-lo conosco, Páris. — saudou-me. Eu, contudo, não consegui respondê-lo; e não me culpe, não era todo dia que eu via coisas como ele fora de um set de filmagens. — Sei que está certamente confuso com tudo o que aconteceu, e posso lhe explicar muita coisa. A começar pelo fato de...

— Isso é algum tipo de sequestro? Vocês querem dinheiro? Eu tenho dinheiro! Eu pago quanto for! Sou um astro de Hollywood! — interpelei-o, causando choque; o tal Quíron não esboçou nada muito diferente do que já expressava antes.

— Apenas escute-me, garoto. Você não é quem acha que é. Nunca foi.

— Eu sei perfeitamente quem sou!

— E naturalmente também sabe quem é a sua mãe, presumo.

O levante da afirmação do homem-cavalo pegou-me de surpresa; aquele fora um ponto que eu nunca falara com ninguém, nem mesmo com meus amigos próximos — eu não conhecia a minha mãe, nem mesmo tinha tido qualquer informação dela. O máximo que conseguira fora meu pai, bêbado, falando de como ela era gostosa. Não fora exatamente esclarecedor.

— Ela... morreu no meu nascimento. Nunca a conheci, mas sei quem é. Carolyn Campbell. — Exprimi o máximo de certeza em minhas palavras como se aquele fosse um papel concorrente ao Oscar, em que eu tinha necessariamente que convencer.

— Você mente bem. Acho que é coisa de ator. Contudo — pausou, coçando ligeiramente a sua barba — eu sei da verdade e não me convencerá com nada do que disser. Carolyn Campbell nem sequer existiu; sua mãe não casou-se com seu pai, foi apenas um relacionamento de momento, como todos os outros. Mas isso também não quer dizer que ela não o ame.

— Você conhece ela? — indaguei-lhe. Por mais que odiasse admitir, encontrá-la era um desejo profundo o qual eu sabia que nunca chegaria se cumprir.

— Ah, sim. Não posso dizer com exatidão quem seja, mas certamente eu conheço. Sempre conheço todos os pais ou mães que são o motivo por pessoas como você virem parar aqui.

— Pessoas como eu? Atores? — perguntei-lhe, confuso. O homem fez que não com a cabeça.

— Pessoas como você, semideuses.

— Semi... — Franzi o cenho à menção daquela palavra, um tanto quanto conhecida. Fora a mesma que... não, não é possível. Não poderia ser a mesma do sonho, ou a mesma que o dublê disse. Não! — Isso não pode ser...

— Verdade? Creio que o conceito de verdade é muito complicado para ser usado casualmente. Eu prefiro "real". Diga-me, Páris, o que você sabe sobre a mitologia grega?


Cena 3: Brilho, pomba e roupa nova

[...] Mitologia grega. Deuses primordiais, titãs, deuses olimpianos, semideuses; tudo aquilo era real. Aceitar essa ideia era insano. Na minha visão monoteísta, há apenas um deus — ainda que eu não seja exatamente um exemplo de cristão. Então ter que ouvir que tudo aquilo era real de uma hora para outra, que os deuses moravam no alto do Empire State Building, que eles tinham filhos com mortais e que esses filhos eram os herois das histórias antigas; e pior: que eu era um desses herois.

Isso não podia ser verdadeiro. Nem real.

Minha mãe não poderia ser uma deusa. Por mais que todos me digam isso, por mais que faça certo sentido, não me parece absoluto o suficiente para que eu acredite, e nem sei se um dia parecerá; mas não tinha muito mais o que fazer além de aceitar aquilo tudo enquanto, supostamente, espero que minha mãe se manifeste de alguma forma.

E era isso que eu estava fazendo numa das enormes mesas do refeitório, almoçando com um bando de desconhecidos que não calavam a boca por um só instante. Eu estava muito mais atento ao meu prato, embora não fosse tão atrativo: arroz, bife, salada. Seria o meu almoço no set.

Lembrar do meu local de trabalho já me parecia tão distante... Nem pareciam horas desde que eu havia sido arrancado de lá por um morador daquele lugar de loucos.

— Não se preocupe, você logo se enturma por aqui — falou-me o garoto que estava sentado ao meu lado naquela mesa. — É só uma questão de tempo até que... Pelos deuses do Olimpo!

O garoto levantou-se de súbito e olhou-me, maravilhado. Por um instante, achei estar sendo reconhecido como o astro que era, até perceber o que era de diferente em mim: havia um brilho rosa bruxuleante encobrindo-me e, de alguma forma, as minhas roupas tinham mudado para uma camisa henley perfeita, branca, e uma calça jeans skinning, casando com um sapatênis terroso. Além disso, havia uma pomba holográfica voando sobre a minha cabeça, descrevendo círculos.

— Garoto, acabou de descobrir quem é a sua mãe! Mais um de Afrodite aqui, pessoal!

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Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por Lucas Avelar Qua 07 Out 2015, 21:00

demigod.
Por qual deus deseja ser reclamado e por quê? Desejo ser reclamado por Eos, a deusa do alvorecer. Vou ser sincero, escolhi tal divindade pelos poderes que me agradaram, e creio que narrar filho de tal deusa será interessante.


Perfil do Personagem


Características Físicas:A pele negra e o cabelo em estilo afro é a marca de Lucas; e ele adora isso, possuindo olhos de cor castanhos escuros e lábios carnudos, fazem um contraste perfeito com o tipo do seu rosto. Dono de um sorriso carismático e o físico atlético, sempre fizera sucesso em seu morro por conta da sua beleza.

Características Psicológicas: Um garoto completamente amável e educado, Lucas sempre tivera influencia de terceiros em sua educação pessoal, já que o pai e a madrasta cuidavam do menino. Sempre com um sorriso no rosto, costuma ser educado com estranhos, pois ele aprendeu que um sorriso pode mudar o dia de uma pessoa. É bastante hiperativo e decidiu gastar sua energia no futebol, onde descobriu um grande talento e uma fuga da sua realidade atual.

De espirito bondoso, sempre quisera mudar a sua comunidade e viver em um lugar de paz onde pudesse sair com tranquilidade de casa. A sua parte preferida do dia é o amanhecer, onde sente as suas energias recarregando e fica pronto para enfrentar mais um dia.

Mas a sua personalidade muda quando está perto da sua madrasta que o usa como um empregado, ficando mais quieto e reservado. Dono de uma imaginação fértil, sempre gostou de escrever contos para crianças. Um segredo que Lucas não revela para ninguém é que ama receber flores.


História do Personagem


- Rio de Janeiro, Morro da Formiga, 22:09

A noite caíra como uma grande massa negra na cidade do Rio de Janeiro. Lucas chegava na porta de sua casa com o seu par de sandálias em mãos e a uma camisa surrada nos ombros. O rapaz morava no Morro da Formiga, um lugar onde pessoas comuns e bandidos procurados viviam em coexistência. Lucas sempre amou o lugar que nasceu; mas odiava a sua família. Seu pai, nunca quis ter um filho, e o seu único caso sério com uma estranha acabou terminando em um filho indesejado. Cleiton – o pai de Lucas – se envolveu novamente com uma mulher, que odiava o rapaz sem motivo aparente.

Lucas respirou fundo e abriu a porta da sua casa; os olhos castanhos passaram por todo o local até encontrar uma figura magra e alta. Aquela era Gabriela, também chamada por Lucas de “O Satã encarnado em uma mulher.” O rapaz tentou esgueira-se sem fazer barulho para o quarto, quando uma voz aguda quebra o silêncio.

- Eu te vi. – ela faz uma pausa e Lucas sente os lábios finos da mulher formar um sorriso – Pode começar a arrumar a casa.

Tudo o que Lucas mais queria nesse momento: um longo banho gelado e socar o rosto da sua madrasta. Ele havia passado o dia jogando futebol com os seus amigos e queria chegar à sua casa em paz; mas essa não era sua realidade.

- Não. – responde com a voz firme e segue o corredor que leva ao banheiro.

Ouviu um grande estalo e logo a dor percorria por suas costas nuas. Olhou rapidamente para trás e viu o que tinha acertado era uma sandália! Gabriela andava com passos furiosos em sua direção e levantou o outro calçado que segurava na mão esquerda, começando algo que lembrava o antigo castigo dos negros.

Lucas sentiu seus olhos ficarem cheios de água e só tinha forças para empurrar a madrasta e fugir da casa para enfrentar a madrugada.

...

O vento frio da noite açoitava o seu corpo, fazendo-o tremer. Só estava vestido com um short jeans, pois havia esquecido a camisa e a sandália em casa. O rapaz sempre recebera a noite como uma velha amiga, mas tudo o que queria agora era o abraço quente do amanhecer.

Lucas estava chorando. A mistura de sentimentos e a dor que estava sentido não eram comparadas a solidão. Ele queria entender o porque de seu pai sempre o tratar mal, a sua madrasta o odiar e sua mãe biológica o abandonar nos braços de um troglodita bêbado. Apertou os joelhos e se permitiu chorar e soluçar como uma criança de cinco anos.
Era perigoso ficar fora de casa na madrugada, isso é uma regra que se deve seguir nas comunidades. A qualquer momento você poderia ser assaltado ou morto, seu rosto poderia ser a próxima manchete de assassinato e depois você vira apenas números e estatísticas.

Sentiu os olhos ficarem pesados e secos, e o vento forte apenas aumentava a sua sonolência. Não se importou de estar dentro de um beco escuro e frio, Lucas queria apenas esquecer a sua realidade. Fechou gradualmente os olhos e adormeceu.

...

Lucas estava em um sonho estranho; onde estava respirando debaixo de uma água cristalina e verde, apenas sentindo o balanço das ondas levar o seu corpo. Logo a figura de uma mulher surgiu na sua frente, completamente despida e com os cabelos ruivos flutuando na água. Era uma mulher linda e misteriosa, e seus olhos verdes transpareciam sabedoria e longevidade. Lucas e a mulher desconhecida ficaram observando um ao outro por um longo período, até que o rapaz ouve uma voz doce como o canto de sereia.

- Você é idêntico ao seu pai, pequeno Lucas. – ela sorri, revelando seus dentes alinhados e brancos. – Olá, meu nome é Tálassa, deusa primordial do mar e basicamente a mãe de todos os seres marinhos. – diz cordialmente.

Luca apenas ficou encarando o corpo desnudo da mulher, sem reação. Sua mente estava como um tornado de pensamentos, todos passando rápido e logo em seguida voltando. Uma deusa estava presente á sua frente? Isso é impossível!

- Posso sentir o cheiro do sangue divino correndo nas suas veias! – exclama Tálassa. – Posso sentir um grande poder acumulado no seu corpo. Magia...
- Macumba? Moça, eu conheço gente que vai para o terreiro, mas eu não quero fazer parte disso. – diz Lucas relacionando a palavra magia e poder com os praticantes de religião provindas da África.

- Meu doce inocente, você será de grande utilidade para meus caprichos pessoais. – ela ri com a sua voz doce e acena.

Lucas fica novamente sozinho na água e do nada tudo começa a ficar negro.


- Rio de Janeiro, Morro da Formiga, 03:27


Um grito gutural quebrou o silencio da noite; e Lucas levantou-se rapidamente, com o seu senso de perigo completamente em alerta. Ainda sonolento, ficou procurando a origem do grito e andou até chegar a subida principal do morro onde ficou parado no meio rua, completamente tonto.

Novamente o grito pode-se ouvido e Lucas viu uma massa negra com asas voando em sua direção em velocidade lenta, mas necessária para pegar qualquer pessoa na rua. O rapaz apenas correu ladeira a cima com toda a velocidade que as suas pernas trabalhadas conseguiam aguentar, não olhando para a coisa que estava avançando.

Sentiu a pele do seu braço esquerdo ficar quente e logo percebeu que estava saindo de uma ferida recém aberta um fluxo constante de sangue quente. Sentiu-se enjoado com tal cena e a sombra negra estava parada na sua frente. Aquela cena era completamente perturbadora, pois da cintura para cima era uma mulher gorda, com o rosto e cabelo completamente oleoso e feições repugnantes, já da cintura para baixo era um grande pássaro acima do peso, com penas faltando em partes constrangedoras. O que diabos era aquilo?

Lucas sentiu vontade de gritar, mas a sua voz simplesmente não subia até a sua garganta. Aquela ave-mulher estava encarando-o como se fosse um grande e apetitoso pedaço de bife – e talvez fosse mesmo! O monstro começou a avançar lentamente e o garoto recuou na medida dos passos da mulher, com as pernas francas e o coração batendo em ritmo de escola de samba no Carnaval. A garra da ave avançou contra o seu estomago, jogando-o imediatamente contra o chão. Sentiu o mau hálito do monstro e juntamente com a dor no seu estômago fizeram o vomitar, criando uma poça semitransparente no chão, e Lucas pode ouvir o som mais agonizante da sua vida – era o monstro rindo.

Lucas ouviu o vento ser cortado e duas flechas douradas ficarem cravadas no chão ao seu lado e a grande mulher pássaro simplesmente virar pó cinza. No ar estava um rapaz com um arco e estava montado em um cavalo alado negro. A noite estava simplesmente um show de incredulidade! O desconhecido pousou o alazão e desceu apontando o arco para o peito do outro, e a luz da lua revelou um rosto rígido, cheio de cicatrizes, mas igualmente bonito.

- Suba. – diz ele com a voz grave e em um português forçado, estendendo a mão para Lucas levantar. – Preciso que você venha e me acompanhe.

O cérebro de Lucas estava derretendo e saindo pelos ouvidos, pois não conseguia distinguir o que era real e falso; nem decidir as suas escolhas sobre certo e errado. Apenas foi puxado pelo desconhecido e foi jogado para cima do cavalo alado que relinchava impacientemente com a demora de ambos.

O rapaz estava montado no cavalo quando sentiu o seu corpo levantar e o seu estomago ficar no chão. Olhou para os lados completamente assustado e não acreditava no que estava acontecendo: estava voando na cidade do Rio de Janeiro com um desconhecido! Seu coração acelerou e sentiu todas as emoções virem à tona e finalmente deu o grito de medo que estava preso na sua garganta. Era incrível e assustador, a mistura de sentimentos junto com a adrenalina fluindo é uma das melhores sensações que Lucas já sentiu.

- Para o único lugar seguro na Terra; ó deuses eu preciso te explicar tanta coisa! Primeiramente, você é fruto de um caso entre um humano e um deus. Esqueça tudo o que você sabe sobre você mesmo, pois agora você vai se conhecer. – ele respirou fundo e continuou – Os deuses gregos são reais, convivem com os humanos e eventualmente se apaixonam por eles, gerando filhos que são metade humano metade deus, como nós dois. Todas as historias sobre a Grécia antiga e seus deuses realmente são reais, acredite. Sei que pode parecer loucura, mas é a minha realidade e a sua a partir de agora, semideus.

Lucas sentiu um baque na sua consciência e ficou a viagem toda calado.

...

Depois de uma longa viagem, Lucas e o rapaz desconhecido cruzaram a fronteira dos Estados Unidos e chegaram ao Acampamento Meio-Sangue, o qual o garoto descreveu como o único lugar seguro para pessoas como eles. Logo que pousaram o cavalo e desceram em terra firme, Lucas sentiu o alvorecer chegar e os primeiros raios de sol vieram com um símbolo na sua cabeça, o símbolo de Eos.


oi. | reclamação. | vendo rupaul's drag race. [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]

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Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por Sadie Bronwen Qui 08 Out 2015, 02:10

Aelfred

Sobre as perguntas: Poderia ter aprofundado um pouco mais a descrição das características; ainda assim, achei interessante o personagem fugir do estereótipo - em especial na parte psicológica. Caso seja bem trabalhado em trama, pode ser muito interessante de acompanhar. Cuidado, contudo, ao descrever as ações do personagem para não se tornar contraditório.

Na parte do texto: A dica geral começa na organização. Um texto bem organizado não appenas é atrativo de ler, mas também auxilia no entendimento da narrativa - tanto por deixar a cronologia mais evidente quanto por evitar falhas estruturais que corrompam o entendimento. Não é necessário enfeitar muito: texto justificado e pular uma linha a cada parágrafo é o suficiente, uma vez que tabulação não funciona no fórum. Então, nesse ponto, poderia fazer alguns ajustes.

Na parte narrativa alguns erros prejudicaram seu texto - por exemplo "pai paterno"; creio que o ideal seja "pai biológico"; paterno é um adjetivo que designa a ascendência vinda do pai (avô paterno, por exemplo) e paternal seria uma característica comportamental. Dito isso, a construção ficou redundante.

A questão de pontuação também chama a atenção, com um uso excessivo de vírgulas. Poderia dividir a sentença em outras duas menores, reduzindo essas "pausas" e tornando a leitura mais fluida.

Também entendi que a primeira parte é só introdutória, mas poderia ser mais desenvolvida - por exemplo, o processo de adoção não é algo instantâneo: costuma demorar, ser burocrático e ainda mais rigoroso no caso de pais de outra nacionalidade. Detalhar não o processo burocrático mas a passagem de tempo nesse período complementaria melhor do que apenas a citação feita.

Outro ponto: houve uma repetição desnecessária de vários termos. Uma dica é tentar usar sinônimos ou pronomes quando é realmente necessário repetir, ou, caso mais drástico, reformular a frase - omitindo/ suprimindo o termo repetido (o que pode ser complicado, e requer um pouco mais de clareza, mas costuma ter resultados significativos). Por exemplo, basicamente no início do seu texto você diz: "Em uma rua quase deserta andava o menino pálido, parecia um fantasma pelo seu tamanho e sua cor. Pessoas evitavam ao máximo encará-lo e as que persistiam tinham pavor ao ter encontrado os olhos do menino no caminho, era aterrorizante encará-lo mas não sabiam dizer o porquê, Aelfred não era um jovem de má aparência, só era diferente da maioria. Dificilmente o garoto olhava para alguém, mas nunca olhava sem intenções de intimidar, sabia que causava essa reação nas pessoas e por mais estranho que parecesse, ele adorava a sensação. Mas hoje os passos de Aelfred eram longos e apressados. "

Reformulando: Em uma rua quase deserta andava o menino pálido, parecendo um fantasma por sua compleição e palidez. As pessoas evitavam ao máximo encará-lo, e as que tentavam tinham pavor ao encontrar seus olhos, ainda que não soubessem dizer o por quê. Aelfred não era um jovem de má aparência, só era diferente da maioria. Dificilmente o garoto olhava para alguém, mas nunca o fazia sem a intenção de intimidar. Ele sabia da reação que causava nas pessoas e, por mais estranho que parecesse, adorava a sensação. Mas hoje evitava contato, seguindo com passos longos e apressados.

>>> As modificações foram estéticas, para melhorar a idéia com a substituição de alguns termos; na parte das repetições, a omissão e reorganização das frases eliminou boa parte delas, e com a adição de poucas coisas foi feita a ligação da frase final do parágrafo - que estava desconectada, em termos de idéia - ao resto do texto.

Contudo, o que era apenas repetição passou a apresentar problemas de coerência e coesão, com um texto confuso e desarticulado. A dica geral, além do uso do corretor, é sempre fazer uma releitura antes da postagem. Um dos trechos mais confusos foi este:

"Ouviu um som irritante aproximando-se dele cada vez mais mas ele não olhou para a direção oriunda daquele som irritante, percebendo só no instante em que o mesmo cruza por ele, mostrando dois homens em cima de uma moto com bastões de basebol freando o veículo barulhento e se dirigindo ao jovem que se tornou uma criança perto dos motoqueiros, a passos, diminuindo o som da moto à medida que Aelfred ia percebendo a realidade da situação, eram duas criaturas chifrudas parecidas com o monstro mitológico minotauro. Os bastões viraram de repente clavas e oque parecia ser minotauro virou certeza. Por um minuto Aelfred cogitou a possibilidade de uma pegadinha pré-Helloween mas era real demais para ser fantasia. "

Não há uma organização no texto que permita a cronologia das ações, que possibilite visualizar a cena ou entender o posicionamento e a forma como agiram. Lembre-se de que quem está lendo não sabe o que você planejou para o personagem, então os detalhes e a clareza são importantes. Saindo da parte textual, há a parte do cenário: O minotauro, não um minotauro - é um monstro único, não uma espécie - assim, existe apenas 1, sendo extremamente forte. Houve falhas gritantes de coerência na batalha, tanto pela questão da força do oponente quanto por descrições, com termos confusos (minotauro-criança?), e ações inexplicadas (o conhecimento sobre mitologia do personagem, sua falta de reação, a habilidade extraordinária - lembrando que é apenas um novato e estava com uma arma improvisada, a força descomunal - matando um oponente deste nível com um único golpe certeiro, sendo que não há muita justificativa para sua postura na luta - na verdade, é contraditório, uma vez que descreve que seu personagem é calado, quieto e não costuma interagir com os outros, além de não deixar a raiva dominar, e de repente ele age coo se lutar fosse a coisa que mais gosta na vida).

Tente organizar melhor suas idéias e reestruturar o texto, complementando sua narrativa.

Por ora, ficha reprovada.

Páris

Achei interessante a oposição do charme de Afrodite com a personalidade do semideus, mas tome cuidado para não ficar caricato (a menos que seja essa a intenção). Estranhei algumas frases - não creio que estivessem erradas, seria mais por questão de estilo e costume e a dúvida me bateu - se for o caso, posso apontar via MP, mas justamente por ser estético não seria algo a se pesar nesse momento. Cuidado apenas com algumas transições, já que na tentativa de resumir pode acabar tirando ações de ligação importantes (não foi o caso, já que ficou entendível, mas no momento da pausa quando vão chamar o dublê do outro ator ocorre um lapso do tipo - mas em um combate, por exemplo, detalhes fazem diferença). No mais, bem vindo, filho de Afrodite!

Lucas

Olá! Olha só: boa organização e bom texto no geral, mas alguns detalhes escaparam. Primeiro, nas características físicas - filhos de Eos são uns dos poucos semideuses com uma característica permanente (os olhos âmbar) mas é estético, então, fica mais a título de apontamento/ curiosidade. No texto, em alguns trechos ocorreram erros de digitação leve e, em alguns momentos, falhas de concordância ("O rapaz tentou esgueira-se sem fazer barulho para o quarto, quando uma voz aguda quebra o silêncio." - O ideal seria "tenta" ou "quebrou" - qualquer das modificações corrigiria). Cuidado com a coerência apenas, moço - na batalha você é ferido no estôago, mas depois sobre no pégaso e atravessa o continente sem nem citar nada. Outro ponto seria a passagem de tempo - seria melhor arrumar outro meio de transporte ou ter estendido/ detalhado mais - mesmo que vá trabalhar isso em tramas futuras; e você chegou a pular/ comer uma frase do diálogo - uma vez que deu a entender que o semideus respondia a uma pergunta do personagem, mas nunca a formulou ou fez menção disso. Ainda assim, foi estruturado e coerente o suficiente para cumprir os objetivos. Reclamado!
Sadie Bronwen
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Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por Hobbro Crixus Sex 09 Out 2015, 00:30

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Por qual deus deseja ser reclamado/ qual criatura deseja ser e por quê?
Deimos. A mitologia do Deus me atraiu bastante, assim como os poderes para as suas proles, uma vez que se enquadra perfeitamente no tipo de personagem que estou planejando para esta aventura.

Perfil do Personagem (Características Físicas e Características Psicológicas - preferencialmente separadas)
Um metro e oitenta centímetros de altura, pesa oita e sete quilos, sendo um rapaz alto e pesado para a sua idade, dezessete anos. Sua pele é branca como um típico ariano norte-americano, assim como as suas influências em vestimentas que – comumente – veste-se de uma calça jeans, camiseta branca de algodão e jaqueta de couro. Seus cabelos são tão negros quanto suas orbes, ainda que tão curtos que não consegue-se, ao menos, pega-lo entre os dedos. Em suma, sua aparência é áspera e ríspida, ainda que um tanto intimidadora para os que não estão acostumados com a sua presença.
Sua personalidade diz tanto quanto a sua aparência, talvez seja um complemento do outro. Hobbro é um homem calado e solitário, nunca fez questão de causar boa impressão às pessoas ao seu redor. Ainda que não isto não o torne grosseiro ou rude, situações adversas com estes pontos ocorrem com frequência pelo simples fato de não medir o que falar; seja para quem ou o que for. Ainda que possua um temperamento calmo, a maldade reina em Hobbro, assim como o sadismo e frieza inerente do seu coração. Raramente demonstra remorso ao causar mal a alguém, amante de lutas e batalhas, o garoto não demonstra fazer muita questão de manter afastado de problemas – e muitos deles parecem o procurar.  

História do personagem

[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]Gritos de um amontoado de pessoas podiam ser ouvido há quadras de distâncias vinda de um galpão abandonado na parte sul do Bronx, Nova York. Eles estão animados, eufóricos, barulhentos. Sacodem suas ricas notas verdes para cima e para baixo, tentam animar o seu preferido. Apostas são feitas. Sangue é jorrado. Homens e mulheres interagem, gritam – todos ali são maus elementos. Ao que se pode ver é que cercam alguma coisa formando um círculo a fim de dar espaço para o que acontecia ali: Uma luta. Aquele era o lar de lutadores clandestinos que precisavam de dinheiro e, talvez, algum objetivo em suas vidas miseráveis e insossas. Naquela noite era a vez de dois jovens se esmurrarem até um deles cair – morto ou não. O rapaz mais magro, negro, cabelos crespos de botas e calça jeans ostentava ferimentos mais severos como denunciava o seu supercílio partido deixando jorrar o sangue que passeava por sua pele escura até seu queixo, assim como sua boca e nariz partidos. Ele arfava, estava cansado e visivelmente abatido. Seu corpo parecia mais pesado do que era, mas ainda que soubesse que a vitória já lhe pertencia mais, não iria desistir – era um gladiador moderno.
[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]Seu algoz era mais forte, mais pesado e seus ferimentos similares que carregava em sua face de pele mais clara, ariana, era a clara prova de que aquele homem negro à sua frente fora tão valente e formidável quanto havia de ser. Sua camiseta branca estava manchada do sangue que escorria por seu nariz e maça do lado esquerdo do soco proveniente de um poderoso golpe que sofrera há pouco. Ainda que o suor presente em ambos os corpos fosse nítido de que aquela foi uma luta árdua para ambos, o vencedor já estava decidido: Sem compaixão para o seu semelhante, Hobbro avançara determinado a acabar com aquilo da pior forma para seu adversário ao pendular para o oposto de um soco que almejava alcança-lo pela esquerda para, na sequência, desferir um jab de esquerda que atordoaria ao acertar-lhe precisamente no queixo. Aquilo seria o suficiente para definir o vencedor, mas ele queria mais! Conectou um direto de direita carregado de pura perversidade. Peck, como era teu nome, foi ao chão. Aquilo não foi suficiente para Hobbro que sentou em cima dele... Seu semblante transparecia o sadismo que aqueles socos depositados no rosto do outro jovem que aos poucos ia se transformando em carne retorcida, sangue e suor. O som abafado do punho contra a carne tomava conta do local em paralelo que a agitação iria apoiando o ato violência desnecessária.
Vamos, cara — uma mão tocava o ombro de Hobbro Crixus — É o suficiente.
Acha? Pensei que fosse uma luta até a morte — respondeu, levantando-se.
Para você sempre é — brincou.
Afastavam-se da euforia da multidão enquanto dois homens quaisquer puxavam o corpo – ainda vivo – de Peck pelos pés, dando espaço para a nova atração.
E cadê o meu dinheiro? — Ele era calmo, ainda que frio e perigoso. O que denunciava? Suas vestes manchadas do vermelho do sangue que não era dele, somente. Drew, o homem não muito mais velho que Hobbro, de calças jeans e blazer, sapatos sociais marrons num traje típico esporte-fino, entregou-lhe um envelope cor pastel contendo algumas notas em dólares. O protagonista não fizera menção em conferir a quantia, apenas guardou na cintura e cobriu com a camisa, dando as costas para Drew.
Não se esqueça da próxima luta semana que vem — gritou Drew, já um tanto distante — E cuide desses ferimentos, você está um lixo!
[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]Já passava das duas da manhã quando a porta fina de madeira daquele apertado apartamento do Bronx fora aberta pelo garoto. Uma sala, dois quartos, cozinha e banheiro faziam parte do lugar, ainda que tudo fosse arrumado, era velho e por pouco não era malcheiroso, contudo sempre havia comida chinesa na geladeira e suco de laranja industrializado para beber. Jogando no sofá logo após franzir o cenho de dor, Hobbro ligou a televisão iluminando, finalmente, o ambiente. Um programa qualquer de perguntas e respostas estava passando no canal 26 e após levar os hashis à boca e alguns goles de suco, ele caiu no sono ali mesmo. Não tinha família, nem ninguém por ele, então se preocupar com detalhes para quê? Seu pai sabe-se lá onde está; sua mãe é uma bêbada que deve estar trepando em algum lugar para conseguir mais cocaína e cristal. Não, ele não iria se importar com detalhes – ele não precisava se importar com detalhes.
[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]Algumas horas avançaram dia à dentro e já era quase noite quando alguém batendo grosseiramente na porta acordou o rapaz que ainda estava vestido como a noite anterior. A princípio ele não entendia o que acontecia, coçou o rosto algumas vezes enquanto o cenho franzido denunciava que ele não estava gostando nem um pouco do que acontecia ali — Espera! — gritou ele enquanto tirava a camisa, jogando-a em qualquer canto a fim de parecer mais... Humano, caso fosse a polícia. A porta não possuía nada que pudesse ver quem estava do outro lado de modo que se fez necessário abri-la por completo. Um homem mais alto do que ele, mais corpulento do que ele e, aparentemente, mais forte do que ele. Dois pesados passos para frente e o homenzarrão inclinou sua cabeça que ostentava um chapéu comum preto a fim de passar pela porta e adentrar o apartamento sem ser convidado forçando Hobbro a andar para trás, intimidado — Hohoh, senti cheiro de meio-sangue... — disse a voz grave logo após revelar o único olho na face. Crixus arregalou seus olhos, surpreso com tudo aquilo e antes que pudesse ter alguma reação um soco desferido pela criatura foi de encontro ao tórax de Hobbro jogando-se para o outro lado da sala após chocar-se com a TV e a parede. A criatura grotesca ria enquanto Hobbro tentava se levantar. Suas costas e peito doíam como jamais havia sentido antes, nem mesmo contra o Homem-Martelo, um antigo adversário que jazia em paz.
O-o que é você? — Tremulava no falar enquanto o encarava veemente.
Hohohoho, estás a brincar, Semideus? Prole de Deimos! — disparou em ironia.
Semideus? Parece que você assistiu muito Os Vingadores, aberração.
Aberra- Arrrgh! Me deixe te devorar!! — Berrou, partindo em disparada contra Hobbro que jogou-se completamente para o lado deixando o pesado corpo do ciclope passar direto. Finalmente colocou-se de pé, mas ainda assim sentiu outro golpe que acertava as suas costas o jogar diretamente para a escada de madeira do antigo prédio forçando-se descer embolando até o andar inferior. De lá podia-se ouvir as pesadas passadas do monstro igualmente a sua sede de sangue. Ele iria precisar fazer algo que jamais havia feito: Correr. Machucado, ainda, da noite anterior e agora com duas costelas quebradas e uma dor insuportável nas costas ele corria pelas ruas do Bronx, esbarrando-se em pessoas e curiosos que o olhavam tementes. Uma, duas, três quadras de distância do seu apartamento e o seu folego se esvaia mais rapidamente do que em perfeita saúde. Ele virou a esquina num beco mais deserto e, atrás de uma caçamba de lixo, se escorou. Arfava, suava, franzia sua testa demonstrando as dores insuportáveis que sentia, tal como o desespero do evento estranho que acabara de acontecer. Ouve-se o brecar brusco de um Ford Mustang 75 exatamente na esquina daquele mesmo beco formado por dois prédios residências, assim como passos mais leves que eram denunciados pelas poças d’água ali presentes. Pela primeira vez em sua vida ele sente aflição do que estaria por vir. Ainda escorado, prepara-se para o pior, mas o inesperado aconteceu.
Olha só você... — uma voz familiar parecia música para os seus ouvidos — Eu disse para se cuidar, mas parece que você apanhou ainda mais. Tsc, tsc...
Drew? O que você... O que faz aqui? Como me achou? — surpreso, Hobbro indagou ainda tremulando de dor.
Eu nunca te perdi de vista, sabe. Precisava cuidar de você. Foi a missão que me passaram... Hobbro Crixus, o problemático Filho de Deimos. Hahahaha
Filho de Deimos? É a segunda vez que ouço isso.
Vamos, deixa eu te ajudar a levantar. Não podemos perder tempo. Com essa quantidade de sangue o ciclope não vai demorar a nos achar.
[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]O garoto não tinha mais força e nem cabeça para contestar mais nada àquela altura do campeonato. Apenas deixou-se levar para o banco de trás do carro onde pôde se recostar e relaxar.
Para onde vamos? — perguntou Hobbro.
Para um lugar onde existem mais de você — disse — Ah, a propósito, sou Drew, o Sátiro.
Sorrindo, ele disse lá no banco do motorista para logo em seguida o mesmo Ford Mustang sair em disparada.
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Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por Alaric L. Morningstar Sex 09 Out 2015, 10:35



Avaliação
Hobbro Crixus



Você escreve bem, Hobbro. É diferente de muitos novatos, já tem uma noção de como escrever. As duas primeiras partes sa ficha foram bem respondidas; entretanto, encontrei alguns erros na história. Além de uns erros de digitação (que poderiam ser corrigidos com uma revisão), dois fatos pesaram numa possível reprovação: a troca verbal (em que o primeiro parágrafo foi narrado no presente e o resto no passado - você não pode mudar assim, deve narrar apenas em um) e o fato de tanto o ciclope quanto o sátiro saberem que é filho de Deimos. Eles sentem o cheiro de semideuses (portanto sahe que é um meio-sangue), mas não podem diferenciar o progenitor divino.

Mas, por outro lado, a trama do personagem me agradou bastante, realmente me prendi à história. Sei que é sua primeira vez aqui, e que provavelmente não tem experiência com essas coisas, por isso acho que os tais erros não pesam tanto assim e poderiam ser "perdoados" - já que agora já sabe como funciona. Sua ficha também teve pontos positivos. Vou te dar essa chance, espero que leve em conta minha crítica construtiva e que melhore cada vez mais.

Aprovado
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Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por Sophie Guillory Sex 09 Out 2015, 11:14

- Por qual deus deseja ser reclamado/ qual criatura deseja ser e por quê?

Gostaria de ser reclamada por Despina, pois acho-a muito fascinante, sem falar que combina perfeitamente com Sophie.

- Perfil do Personagem.

Características físicas: Dona de feições extremamente delicadas , quase como as de uma boneca, Sophie, ou Soph, como prefere ser chamada, nunca foi muito vaidosa. Possui curtos cabelos castanhos, que caem na altura dos ombros em cachos perfeitos, e tem a pele impecavelmente macia e extremamente branca. Seus modos graciosos chamam atenção, mas o que realmente prende a atenção das pessoas são seus olhos azuis gélidos.

Características emocionais: Posso dizer que Sophie é, sempre foi e sempre será uma boa garota. Seus pensamentos sempre foram mais maduros do que o de muitas garotas de sua idade, o que fez dela uma menina um pouco... isolada.

Porém, ela nunca se incomodava de ficar sozinha, estava acostumada... mas às vezes, ficava deprimida por não ter alguém pra conversar.

Desde sua infância era muito otimista, porém com o passar do tempo, ela deixou de criar expectativas ao perceber como as pessoas realmente são.

- História do Personagem.

Em um dia cinzento e frio na cidade do amor, um bebê nascia. Uma menina. Uma linda menininha de cabelos castanhos, olhos azuis como lagos congelados e branquinha como a neve.

Os anos se passaram e ela cresceu, se tornando uma criança encantadora, mesmo não tendo conhecido a própria mãe. Foi uma das primeiras crianças na classe a aprender a ler, aos quatro anos e meio, mas só começou a falar aos cinco, o que foi uma grande surpresa para seu pai e toda a família, já que achavam que a menininha era muda.

Até seus cinco anos de idade, morou em grande casarão em Paris, que era herança de Jean, seu pai, mas ele mudou-se pra Hempstead junto de sua filha, motivado por uma ótimo oferta de emprego, e é claro, havia mais um motivo: ficava há trinta minutos de Long Island.

Sophie não gostou muito da mudança, pois estava acostumada às manhãs mornas de Paris, o lindo pôr do sol, o cheiro de amor no ar... mas de uma coisa ela gostou bastante: desde pequena, era habituada a ler, então seu cômodo preferido era seu novo quarto: todo rosa e preenchido com muitas estantes, que continham centenas de livros. Se refugiava de tudo e todos em meio aos livros.

Ao longe, todos a admiravam, e ela se mantinha aparentemente sempre alegre, mas a verdade era diferente. Ela sentia falta da mãe. Da mãe que não conhecera. Da mãe que sonhava que um dia apareceria e a embalaria nos braços, pedindo desculpas por ter sumido. Basicamente, sentia vontade de TER uma mãe.

Não tinha lembranças da mulher que lhe deu a luz, só um relampejo de longos cabelo negros e um sorriso caloroso. Tudo o que sabia dela, que era muito pouco, soubera pelo pai.

- Ela era uma mulher incrível. Mas teve de nos deixar alguns dias depois de você nascer, mon ange - era o que Jean sempre dizia. Mas nunca dizia o motivo de ela tê-los abandonado - Sem mais perguntas, querida. Que tal um sorvete ?

Sophie tinha muitas perguntas em mente: qual o nome de sua mãe? Teria ela, morrido? Se não, onde ela estava? E se estava em algum lugar, por que não voltava pra casa? Eram perguntas que a jovem não tinha coragem de fazer.

E sabia que no momento não obteria respostas... mas um dia, iria saber.

Aos seis anos, coisas estranhas começaram a acontecer: pela primeira vez, ela foi expulsa da escola. Não sabia o porque, ou sabia ?

Alguns meses antes do acontecido, ela começou a apresentar comportamentos estranhos e mudava de comportamento constantemente. Então, se irritou com uma coleguinha da escola que implicava com ela, e de algum modo a fez tropeçar em gelo e bater a cabeça com força. A colega foi internada, e Sophie expulsa, denunciada pela outra garota.

Seu pai se preocupava, pensando que a filha podia reprimir uma personalidade violenta. Perigosa. Mas só mantinha isso na mente, por não querer relembrar o que sua pequena filha realmente era: uma semideusa.

E os sintomas da verdadeira Sophie estavam apenas começando a vir à tona.

Dos seis aos nove anos, foi expulsa de cada escola que se matriculou: em cada escola em que passava, coisas estranhas aconteciam, vezes que até a garota não tinha nada a ver, mas a culpa sempre se voltava pra ela.

Sophie simplesmente não conseguia ter paz, não conseguir ser normal.

Se sentindo culpada, ela não falava mais com ninguém: se trancava no quarto e voltava ao mundo dos livros, a única coisa que a mantinha calma e sob controle, a única coisa que a distraía.

Jean se desesperava com o passar do tempo: sabia que não tinha mais muito tempo para passar com a filha. Sua ida ao Acampamento Meio Sangue? Totalmente inesperada. Deixe-me te contar... ou melhor, deixe Sophia lhe contar:

Tudo começou numa tarde ensolarada de março: o dia estava perfeito, o céu azul tão claro quanto os olhos de papai, livre de nuvens. Eu caminhava tranquilamente pelo quarteirão.

Papai sempre dizia para não me afastar muito de casa, e dizia com tanta preocupação que às vezes eu até achava que me escondia algo terrível. Nunca perguntei sobre isso, tinha medo da resposta.

Enfim... Eu estava acompanhada de meu único e melhor amigo, Woody. Ele tem a mesma idade que eu, não é muito alto, e tem a pele cor de chocolate, assim como olhos e seus cabelos cacheados, que pendem por sobre os ombros, e usava muletas, por causa de sua perna atrofiada, ou assim ele dizia.

Eu vestia um simples vestido florido e sapatilhas, e Woody vestia calça jeans e camiseta, como quase sempre.

A brisa balançava nossos cabelos e roupas, e conversávamos alegremente, como no resto dos outros dias. Não demos muitas voltas no quarteirão, até porque não tivemos tempo pra isso.

No meio da conversa, fitei o céu, a princípio distraidamente. Então avistei duas aves voando em círculos sobre mim e Woody, a uma boa altura. Não, definitivamente não eram aves. Eram... não, eu não sabia o que eram. Forcei meus olhos a enxergar o que não conseguia, e me aterrorizei, travando no mesmo lugar. Segurei forte o pulso de Woody, em um gesto avisando para que ele seguisse meu olhar.

As criaturas eram metade ave, metade mulher. O tronco e cabeça eram humanos, as feições feias, ainda mais na careta de raiva que faziam, e tinham pés com garras afiadas o bastante pra poderem machucar alguém, um longo rabo e asas enormes, e a plumagem era negra como carvão.

Engoli em seco, apertando ainda mais o pulso de Woody, pois elas olhavam em nossa direção, com o olhar maligno.

- CORRE! - gritou ele, largando as muletas e levantando a calça um pouco, facilitando a corrida, me puxando pelo pulso.

E eu não sabia com o que ficar mais assustada: com o fato de que existiam mulheres-ave ou com o de que Woody tinha cascos.

- Mas que diabos... - ia começar a perguntar, mas ele interrompeu, correndo loucamente em direção à avenida movimentada, me deixando em seu encalço.

- Woody... - choraminguei, mas ele balançou a cabeça, determinado a não dizer nada.

- Só fica quieta e me segue ! - disse ele, nos levando em direção ao ponto de táxi, justamente quando um ficava livre. O bode, ou seja lá o que Woody fosse, me jogou no banco de trás, sentando-se ao meu lado e dando informações ao motorista para onde nos levar.

Long Island ? O que iríamos fazer logo lá ? Era o eu que me perguntava.

Ele torcia a barra da camisa nervosamente, como se estivesse confuso, e eu continuava fitando-o com desespero, à espera de explicações. Outro fato curioso é que ninguém parecia ter percebido seus cascos de bode, exceto eu.

- Woody , o que está acontecendo? - perguntei, com meu coração parecendo um tambor, de tão alto que eram seus batimentos.

- Vou te explicar tudo. Não interrompa, não faça perguntas - disse ele, num tom de voz calmo, mas forçado.

Então, ele me explicou... tudo. Tudo que eu não queria saber. Me explicou sobre os deuses do Olimpo ainda estarem vivos, me contou sobre a névoa que impedia os mortais de verem o que não deviam, me contou sobre o Acampamento Meio-Sangue, para eu onde estava sendo levada, sobre ele ser um sátiro (meio-homem, meio-bode), e sobre eu ser uma semideusa.

Foi nessa parte que senti meu estômago se revirar. Então, eu era filha de uma deusa. Woody disse que não sabia de quem eu era filha, mas que descobriria quando chegasse ao acampamento, mas eu ainda estava assustada. Queria voltar para casa, para meu pai, para minha família. Ele continuou me contando coisas sobre tudo, durante os trinta minutos que demorou para chegar até Long Island, e eu ouvi com atenção. Não tivemos mais problemas com as harpias, de algum jeito, conseguimos despistá-las.

Então assim eu cheguei no acampamento. Completamente confusa e assustada, e com uma vontade imensa de voltar pra casa, embora ter sido relcamada e saber finalmnte um pouco mais sobre minha mãe sja algo estranhamente reconfortante.
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Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por Vitor S. Magnus Sex 09 Out 2015, 11:47


Avaliação
Sophie Guillory


V
amos do começo.
Tem trechos na sua história que falam que a Sophie gostava muito de ler e isso era sua distração. Bem, todos nós semideuses temos dislexia, então não seria muito coerente sua personagem conseguir ler.

Sua história foi a mais comum possível de semideus que é expulso da escola, tem um amigo sátiro e por algum evento específico acaba tendo que ir pra o acampamento. Eu não recomendo muito até porque não é uma história surpreendente.

Por fim, faltou o momento de sua reclamação que é o ponto mais importante. Acrescento mais uma pequena coisa: O tipo de avaliação pra Despina é Rigorosa... Logo, precisa de um certo esforço para conseguir ser reclamada.

Recomendo que procure ajuda dos monitores e players experientes pra adquirir conhecimento sobre como produzir a história e melhorar o post.

Por enquanto, reprovada. Nunca desista, sei que você tem potencial!




Qualquer dúvida, reclamação, stress... Só enviar MP


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Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por Sean Lethermann Sáb 10 Out 2015, 15:51


Por qual deus deseja ser reclamado? Por quê?
Gostaria se ser reclamado por Hermes, porque... Eu não acredito que vocês vão me fazer escrever abobrinha nesse item, mas tudo bem. Eu quero pertencer a esse grupo, pois eu... eu quero esse, ué. Falando sério agora, esse deus em questão me interessou, porque eu nunca fiz um personagem que tenha uma personalidade que eu espero nos filhos de Hermes. Acharia interessante interpretar um personagem que pertença a esse chalé. Uma experiência nova, um interesse novo. Não vou me demorar mais nesse item aqui.

Perfil físico:
Sean é um rapaz alto, magro e com uma pele assustadoramente pálida, chegando até mesmo a ser translúcida. Constantemente ele acaba com as bochechas vermelhas em prol do esforço físico, então é demasiadamente normal ele permanecer com as maçãs do rosto afogueadas, já que é mais hiperativo que o normal e não consegue ficar parado em um único canto. Apesar de não ser considerado o garoto mais forte do mundo, ele possui um corpo bonito e atraente. Possui alguns músculos obtidos com o tempo, já que ele já praticou todo o tipo de esporte por um tempo razoável, por isso ele pode ser considerado atlético. Tem uma cicatriz que adquiriu quando tinha oito anos de idade, por causa de um acidente ocorrido enquanto ele fugia dos valentões do colégio. O corte percorre da lateral esquerda de seu corpo, debaixo de suas costelas até seu quadril. Os cabelos são castanhos, lisos e rebeldes. Os olhos são ridiculamente castanhos, mas não de uma coloração marrom comum e vista nos olhos da maioria. São anormalmente brilhantes e intensos. As feições são finas, com um nariz levemente arrebitado e um sorriso de dentes pequenos e perfeitamente alinhados.

Perfil psicológico:
Ele se considera um rapaz de muita sorte. Para um semideus, ele é realmente sortudo, já que ele consegue escapar de qualquer situação — seja ela a mais imbecil, ou a mais arriscada — das maneiras mais absurdas imaginadas. Devido a isso, ele é considerado irritantemente imprudente, enquanto ele considera isso algo mais similar a invencibilidade. Sim, ele acha que é realmente invencível, assim como os super-heróis dos desenhos animados que ele viveu assistindo a vida toda. Sean não é lá portador de uma grande educação, pois fazer coisas nojentas como comer de boca aberta e arrotar alto. E mesmo que vivam o repreendendo, ele nunca sente isso pesar em sua consciência. É muito inconveniente.

Até antes de descobrir suas raízes divinas, Sean se sentia preso ao mundo mortal em que vivia, como se tivesse a necessidade de arrebentar a cúpula que o prende. Também é alguém que se acha o dono da verdade, e detesta escutar um "não" como resposta, por ter uma grande e incrível lábia e por ser pouco acostumado com suas falhas. É extremamente determinado e recusa-se a pensar que perdeu alguma coisa, principalmente quando se trata de fazer as pessoas sorrirem. Age sempre como o alívio cômico de algum antro desconfortável, pois ama arrancar os risos das pessoas. Mas ele sempre faz isso visando o bem do próximo, e não em prol do próprio ego. Isso lhe proporcionou um carisma natural e poderoso que ele ainda não sabe que pode usar a seu favor, mesmo depois de descobrir sobre sua descendência real.

Também é absurdamente bom na arte da malandragem, sendo que sua esperteza se torna algo invejável para seus maiores rivais. Ele sempre está a um passo a frente daqueles que quer superar por ser sorrateiro, engenhoso e trapaceiro. Apesar de ser um garoto teoricamente bom, Sean não é lá uma das pessoas mais honestas. Além de tudo isso, o rapaz é extremamente sarcástico, presunçoso, intrometido e aspirante à detetive. Ele pode até mesmo ser considerado um pouco (ou muito) louco, afinal ele passou por uma situação nada desejável no meio de sua adolescência.

História do personagem:
Aos quinze anos, a gente espera descobrir que vamos ganhar alguma coisa legal de aniversário. Talvez um computador novo, um videogame de última geração, tênis legais ou uma nave espacial da NASA. Bem, eu sabia que o dinheiro de meus pais realmente podiam bancar esse tipo escandaloso de presente, pois o número exponencial de zeros que há na conta deles é alto em níveis ridiculamente cataclísmicos. Contudo eu não esperava descobrir que meu padrinho possuía pernas de bode. Isso foi realmente estranho. Muito estranho.

Você não deve estar entendendo muito bem do que eu estou falando, não é mesmo? Ok, então eu vou te explicar o que exatamente está acontecendo. Meu nome é Miles Seany Lethermann. Eu sou natural de San Diego, que foi onde meus pais me adotaram. Isso nunca foi segredo para mim, afinal eu não sou nada parecido fisicamente com o homem grandalhão e ruivo que eu chamo de pai, e nem com a loura maravilhosa e de pele bronzeada que eu chamo de mãe. Eles nunca esconderam isso de mim, contudo isso não significa que eu tenha uma relação aberta e feliz com as duas pessoas mais ricas da Carolina do Norte. Desde pequeno eu sou educado com tudo o que e tenho direito: educação de boa qualidade e todos os brinquedos que eu desejava. Meu pai é um dos banqueiros mais bem sucedidos do estado e minha mãe ajuda-o a administrar seus negócios e sistemas de banco de uma maneira que metade da conquista da família é considerada dela. Conclusão estupidamente óbvia: eu sou um rapaz com pais ausentes.

Mas isso nunca me abalou muito, afinal eu sempre tive o auxílio do delegado da cidade de Charlotte. Nunca pude me sentir privado de uma figura paterna, mas infelizmente esse cara não é aquele de quem eu herdei o sobrenome. Finn O'Raill era, sem dúvidas, o cara mais legal que eu poderia conhecer. Antigamente ele era professor de filosofia e história na Universidade da Columbia, e sabe se lá porque caralhos ele mudou de profissão. Mas o homem que vive de bengala, com os olhos assustadoramente azuis e sorriso irônico era muito mais que um oficial exemplar. Ele foi escolhido por meus pais para ser meu padrinho e desde então eu vivia passando muito tempo da minha vida com ele. Conheci muito da vida de policiais com ele, vivendo de rosquinhas e café, além de ajudá-lo com alguns crimes e até mesmo conseguindo ligar alguns crimes a outros. — Aprendi com o melhor. — Eu sempre respondia-o, apontando com o dedo indicador quando ele arqueava as sobrancelhas grisalhas e me dirigia um olhar de sincera surpresa quando eu dizia algo que realmente fazia sentido (e não afirmando que um cara de olho só havia assaltado a mansão ao lado da minha).

Além de tudo isso, Finn vivia me contando histórias sobre mitologia grega, criaturas e deuses divinos. Nada daquilo me parecia surpreender, pois tudo o que os deuses faziam com um estalar de dedos, meus pais pareciam capazes de fazer o mesmo apenas digitando a senha do cartão platina. Não que isso me surpreendesse também, afinal eu vivia irritado com os outros pivetes ricos que sempre recorriam aos pais quando tinham algum problema. Eu fiz o meu possível para resolver meus problemas independentemente dos meus pais, pois desde os dez anos de idade eu possuía uma certa dúvida sobre o caráter de pirralhos que sempre eram mimados pelos progenitores com quem eu convivia no colégio. Questão de princípios. Quando eu desejava algo, ao invés de recorrer a ajuda dos banqueiros, eu mesmo roubava o item almejado, mesmo sabendo que era errado e meu padrinho sendo delegado. O'Raill me flagrou tentando furtar um celular de uma loja de eletrônicos, e estranhando o fato de não ser a primeira vez que isso acontecia e também porque poderia ter tudo o que queria apenas pedindo aos meus pais ridiculamente ricos; foi recomendado que eu fosse ao médico.

Até que minha cleptomania fosse diagnosticada.

E isso não foi muito antes de enxergar coisas estranhas, como mulheres com pernas de cobra, criaturas metade homem e metade touro e meninas que sumiam em um vapor verde dentre as árvores dos parques. Quanto mais eu via, mais meu padrinho parecia cauteloso e diminuía a constância com que ele me contava as histórias mitológicas, apenas se forçando a relatar sobre as conquistas de Sherlock Holmes.

Eu decidi deixar todas essas estranhezas de lado até completar meus quinze anos, que foi realmente quando eu pude oficializar o fato de que eu havia perdido completamente o meu juízo. Era um dia de semana qualquer em que meu aniversário havia caído, e comumente meus pais não tinham tempo para comemorar comigo. Todavia acabei ganhando um dos consoles mais esperados do ano, e então decidi comemorar no gabinete de meu padrinho, instalando a enorme televisão de plasma e meu aparelho no canto próximo a sua mesa. Estava com os fones de ouvido quando ele decidiu que estava mais do que na hora de cumprirmos a tradição que possuíamos todo o ano em que meus pais não tinham tempo para meu aniversário. Ao invés de comemorar com um bolo, uma grande leva de policiais e estagiários com quem eu convivia quase todos os dias da semana comprava uma enorme bandeja de rosquinhas sortidas para que pudéssemos cantar os parabéns.

Foi então que a delegacia foi invadida por moças armadas com facas, com uma perna de um mamífero estranho e a outra perna de metal. Elas deviam ser aparentemente belas, mas a face pálida e os dentes estranhos davam-nas a aparência de vampiras doentias. Um atentado em massa ocorreu no departamento aquele dia, e com meu padrinho apenas conseguiu ter tempo de me tirar da delegacia e me colocar no primeiro táxi que apareceu, me levando para o residencial fechado onde minha casa se encontrava. "Não conte para ninguém o que você viu! Eu esclarecerei tudo depois.", foi o que O'Raill disse ao arrancar as calças e exibir patas de bode para atacar as criminosas loucas com sua bengala com chutes complexos demais para qualquer arte marcial conhecida. Em pânico como nunca antes, eu relatei o que havia ocorrido para meu mordomo, pedindo que ele trancasse as portas para que uma trupe de vampiras com pernas de metal e pernas de mamífero não entrassem na minha casa.

O episódio não ficou oculto aos meus pais, e o fato de que a delegacia ter sido atacada por uma gangue de terroristas brasileiras foi a única versão que chegou à eles. A proibição de ir ao local para fazer uma visita ao meu padrinho foi o segundo passo para que eu passasse pelos piores dois anos da minha vida. O ataque das vampiras estranhas não foi o último acontecimento estranho. Um ataque da minha professora de latim (que na verdade era outra homicida, que dessa vez possuía rabos de cobra no lugar das pernas) e minha tentativa de bater na cabeça do diretor do meu colégio com um datilógrafo até a morte (alegando que o mesmo tinha um rabo enorme de escorpião) resultaram na minha expulsão. Em menos de cinco meses, meu pais achavam que eu estava esquizofrênico ou algo assim, e me internaram em um manicômio muito distante de Charlotte. Com certeza as notícias sobre o único herdeiro da fortuna Lethermann estar ficando louco não faziam bem para a reputação da família e nem deixava meus pais bens para com a mídia.

Camisas de força, injeções tranquilizantes e uma sala acolchoada não é o que eu recomendo para uma adolescência saudável e normal.

No entanto eu via vantagem em apenas uma coisa: pelo menos os loucos com quem eu convivia acreditavam em mim, e logo depois de um tempo eu estava me conformando com o fato de que eu realmente estava louco.

Pouco depois de dois anos internado foi que me ocorreu que eu realmente havia visto tudo aquilo que eu pensava ter visto. Meu padrinho apareceu como oficial de justiça no hospício e me tirou dali com uma facilidade incrível, tendo a ajuda de um rapaz de ares sérios. Foi então que toda a verdade veio à tona. O'Raill realmente tinha pernas de bode. As vampiras loucas realmente se tratavam de vampiras (empousai, como o garoto sério havia me corrigido), a professora de latim de fato era um humanoide nojento e reptiliano (uma dracaenae, tem dito meu padrinho) e o diretor de meu colégio era dono de um assustador rabo de escorpião, coisa que eu havia associado antes mesmo de ameaçar o homem com um pesado datilógrafo; tendo-o reconhecido como um manticore das histórias contadas pelo delegado. Eu já havia me localizado, e ao que parecia, meu manicômio ficava na cidade de Albany, em Nova Iorque. Nosso destino era Long Island, Acampamento Meio-Sangue. Muitas coisas me haviam sido esclarecidas desde que me provaram que eu não estava realmente louco.

Meu pai era um deus antigo e poderoso da Grécia, e minha mãe era uma mortal que havia se apaixonado e se envolvido com o sujeito. Aparentemente ela havia me entregado para a adoção logo após eu ter nascido, e foi assim que eu cheguei aos Lethermann. O restante sobre mim eu já contei. Ainda não fui reclamado, mas me identifico com a maioria das pessoas com quem eu convivo, no chalé número onze. Esse sou eu. Sean Lethermann, 17 anos, ainda herdeiro de um império, cleptomaníaco, recém-saído do sanatório, semideus grego e campista. São muitos títulos e muitas responsabilidades para as costas de uma pessoa que já não está mais nem aí. Quando O'Raill, sátiro e ainda meu padrinho, questionou se eu estava bem, apenas dei de ombros enquanto visava o que parecia ser meu novo lar por muitos anos. Do topo da Colina Meio-Sangue, coloquei as mãos em minha cintura enquanto observava todo aquele vasto terreno e sorria de canto. Um novo império para ser explorado e novos sorrisos para ganhar. Se eu estava bem? — Eu estou muito acima do bem e do mal.
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Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por 117-ExStaff Dom 11 Out 2015, 10:04

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Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por Kristy Grandine Seg 12 Out 2015, 12:06

Sean Lethermann - Aprovado como filho de Hermes!

Olá, semideus. Que ficha incrível essa sua, hein? Praticamente impecável, e nem tenho muito o que comentar, além de lhe pedir para que tome cuidado com a repetições de palavras, 'tá? Nada demais, apenas tente prestar atenção nisso quando acontecer e substitui-las por sinônimos. No mais, meus parabéns, e seja bem-vindo, irmãozinho! ;D
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Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por 117-ExStaff Seg 12 Out 2015, 12:37

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Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por Samantha Winchester Seg 12 Out 2015, 22:26

But I like to keep some things to myself, I like to keep my issues drawn. It's always darkest before the dawn. And I've been a fool and I've been blind, I can never leave the past behind ❝ Lari ❞
Por qual deus deseja ser reclamado/ qual criatura deseja ser e por quê?
Desejo ser reclamada por Melinoe, simplesmente porque acho que ela se encaixa bem na trama que construí para personagem e que seria interessante interpretar um filho de tal divindade.
- Perfil do Personagem
Físico:
Sam tem 16 anos, é uma garota de porte longilíneo, com curvas bem marcadas. Os cachos dourados cascateiam sobre as costas. O rosto possui feições delicadas, como os lábios róseos e as maçãs do rosto protuberantes, que geralmente passam uma impressão indefesa, que é certamente errônea. Os olhos amendoados de cor castanho-esverdeado são delineados pelos longos cílios que contrastam com a pele pálida.

Psicológico: Pode-se dizer que Samantha é uma boa pessoa. Às vezes age com arrogância, pensando somente em si e acaba machucando outras pessoas, então, para compensar, ela tenta fazer o bem e ajudar, mesmo que por meios errados, o que nem sempre gera consequências tão boas. É muito inteligente e tem grande conhecimento, o que facilita pra que ela viva sozinha, mas ela prefere isso para não ter que se sentir responsável por outro indivíduo, já que se sente culpada mesmo por coisas que não são exatamente sua responsabilidade. Apesar de passar equilíbrio, possui muita raiva reprimida, que  de vez em quando acaba liberando de uma vez só. A garota também tem muito sangue frio e acredita ser amaldiçoada de alguma maneira por ter convivido com a morte desde a infância.
- História do Personagem

Londres, 24 de Fevereiro de 2010

 Querido diário,
Essa é a primeira vez que escrevo em você. Nunca realmente achei que precisaria usá-lo. Afinal, diários são para garotas bobas. Eu não sou assim, mas Lavínia morreu. Hoje deveria ser o aniversário dela. Minha avó estava preocupadíssima e achou que uma terapia me faria bem. E adivinha o que o terapeuta recomendou? Exatamente, um diário! Como não sou exatamente o exemplo de uma pessoa sociável, precisava de algum outro tipo de amigo para conversar.

Eu não sei bem o que dizer... Hoje fomos no velório dela. Bem, tudo estava meio triste. Todas aquelas pessoas foram, mesmo as que mal ligavam pra minha irmã. Elas só compareceram por causa do poder de minha família, pra fingir que se importam. Eu sei disso, não sou boba! Ah... pobre vovó. Já está tão cansada, e agora tem de passar por mais isso! Bem, sobre mim... não tenho muito a dizer. Não estou triste, como poderia? Afinal, eu vi  Lavínia hoje! Vi minha irmã mais velha! Estava ao lado do caixão. Parecia um pouco deprimida. Ela também não falou comigo. Tentei avisar a vó, mas ela disse que minha mente estava me pregando peças. Ninguém mais pareceu notá-la, e após algum tempo, ela sumiu. Não sei exatamente o que aconteceu, mas isso deve significar que ela está bem. Espero encontrá-la novamente!

Londres, 5 de Abril de 2010

 Querido diário,
Tenho esquecido de escrever em você. Só o fiz porque vovó vem me cobrando. Na verdade, eu estava ocupada passando tempo com Lavínia. Adoro o tempo que passamos juntas, ou, pelo menos, a maior parte dele. Às vezes, quando ela aparece, está super feliz! Nós brincamos, conversamos... porém, outras vezes, quando ela vem, está diferente. Triste, amargurada... Lavínia diz que se sente só, que queria que eu ficasse com ela mais tempo... Para sempre. Sinceramente, ela me assusta quando surge desse jeito. Depois de um tempo, ela simplesmente some.

Eu tento contar isso para vovó, mas ela simplesmente me pede para parar. Começa a chorar e fala que continuar insistindo nessa história a deixa melancólica e que isso está assustando-a. Bem, eu não sei como reagir, mas algum dia vou fazê-la acreditar em mim.

Londres, 2 de Maio de 2010

 Querido diário,
Hoje foi um dia horrível. É meu aniversário de 12 anos. Lavínia havia prometido uma surpresa especial para mim hoje. Vovó também tinha uma. Me fez uma grande festa e me deu um ursinho de pelúcia. Talvez eu esteja um pouco velha para isso, mas aceitei. Claro que ela também convidou aquelas pessoas estranhas e interesseiras.

Estava indo tudo bem até a hora do parabéns. Eu tinha visto Lavínia na escada, por isso a segui. Fomos para a cozinha e então... então ela afirmou que sabia como faria para ficarmos juntas. Ela me mostrou uma faca. Disse que eu poderia usá-la e que tudo ficaria bem... mas nada parecia bem. Eu peguei a lâmina, sem entender direito o que estava acontecendo. No entanto, o que me deteve foi o grito agudo de minha avó. Ela estava na frente da porta da cozinha, se debatendo. Corri até ela. Seu coração batia tão forte que eu quase podia ouví-lo. Então, de repente, tudo mergulhou num denso silêncio e os convidados a cercaram e me tiraram de lá. Porém, eu podia vê-la parada, logo ao lado do seu corpo, com olhar cabisbaixo. Isso significa que ela está bem?

Nova York, 12 de Outubro de 2015

 Querido diário
Como sempre, não sei bem o que escrever. Na verdade, ainda acho tudo isso bem estúpido, mas eu poderia desabafar para um velho amigo agora, e, bem... você é o único. Fazem muitos anos desde a última vez que escrevi em você, eu sei. Mesmo assim, trouxe-o comigo até aqui, depois que me mudei para casa da minha tia Ann após a morte da minha vó. É, eu sei o que aconteceu agora. Afinal, que senhora de 86 anos não teria um ataque ao ver sua netinha segurando uma faca depois de todo aquele papo sobre ver irmãs mortas. Enfim, eu era uma tola naquela época, mas agora eu sei que tudo foi minha culpa. A morte me segue. Primeiro minha mãe, que morreu em um incêndio em meu quarto, quando eu tinha apenas seis meses. Tive sorte de terem me tirado com vida. Ou azar. Ainda não sei bem. Depois, meu pai foi assassinado. Então, a minha irmã, que acabou contraindo pneumonia. Por fim, minha avó.  Eu não sei o que dizer. Acho que naquela época eu ainda não entendia bem o que era a morte, ou como sou responsável por tudo isso.

Mas agora quero falar de outra coisa que aconteceu. Bem, depois de me mudar, passei por muita terapia. Já estava farta das pessoas me falarem que minha irmã estava morta, que eu imaginava vê-la pelo simples fato de não compreender que ela havia partido. E acho que, depois de tanto ouvir as pessoas dizendo que era tudo da minha cabeça, eu comecei a acreditar, mas isso acabou hoje.

Eu estava caminhando em direção a mais uma seção de terapia. Não que eu realmente precise, mas minha tia faz questão. Eu estava entrando no consultório quando ouvi um baque. A porta estava entreaberta, então resolvi ir checar a situação, o que, é claro, foi uma ideia idiota. Confesso que precisei de alguns instantes pra processar tudo. Havia uma criatura inconsciente no chão. Ela tinha penas e garras, era vagamente humana. Uma harpia, um monstro mitológico, espatifado logo à minha frente. Ao lado dela, jazia o cadáver do meu terapeuta.  A pele lívida e o corpo flácido e sem movimento indicavam que estava morto.

O consultório estava uma bagunça. Só nessa hora percebia outra presença lá. Um garoto não muito mais velho que eu saiu de trás da mesinha e se levantou. Ele era moreno e alto, com uma touca segurando os dreads. Seria bem normal se não fosse pelo fato de estar empunhando uma faca suja de sangue e tivesse pernas de bode. Isso mesmo diário, ele era metade animal! Eu suprimi um grito e tentei me afastar enquanto ele vinha em minha direção. Porém, ele me agarrou com força, tanto que minha tentativa de me libertar falhou. Ele simplesmente me fitou e indagou com urgência algo como: "Você é Samantha, a menina que vê pessoas mortas?"  A única coisa que pude dizer foi como ele sabia aquilo, e ele simplesmente apontou para minha cabeça, onde brilhava um tipo de símbolo de fantasma.

Comecei a entrar em pânico. Talvez se eu o acertasse com minha bolsa eu pudesse escapar. No entanto, ele disse algo que prendeu minha atenção. Ah, me lembro bem. Falou algo como: "Você não é louca. Não precisa de terapia. Nada foi sua imaginação. Elas eram reais. Eram fantasmas, Samantha. E saiba que nada disso foi sua culpa. Eu fiquei sabendo sobre suas conversas com os terapeutas. Você não atrai a morte. Só tem uma conexão com ela, algo que veio da sua mãe, a verdadeira. E você pode achar todas as respostas que procura e aprender a controlar seu... poder, se é que me entende. Só precisa me seguir. Mas, se ficar, você só atrairá mais bichos como essa harpia para perto de você e de seus entes queridos, e aí haverá mais morte."

Talvez eu tenha sido tola. Afinal, tudo aquilo era loucura, e não entendia o que tinha haver com minha mãe, mas, naquele momento, estava desesperada. Porque, mesmo que eu não admita, ainda vejo o espírito da minha irmã, e até da minha vó, quando estou sozinha. E eu tenho fingido que posso deixar isso pra trás, que nada disso é real, mas no fundo eu sei que isso está me enlouquecendo. E se há algum modo de controlar esse poder, fazê-lo parar, e ainda manter o que me resta de família a salvo, não ter que suportar outra morte, eu vou aceitar essa chance.

Adendos :
And it's hard to dance with a devil on your back
Samantha Winchester
Samantha Winchester
IndefinidosPercy Jackson RPG BR

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