Rio do Acampamento ♠Local Público Oficial♠

Frustration in the cold.

is to bear defeat without losing heart!

EM UMA NOITE CINZENTA o filho de Hefesto se encontrava sentando nas escadas que davam acesso ao Chalé IX. Ele parecia estar muito concentrado olhando suas mãos frias e - enquanto não começava seu trabalho em forjas - as mesmas que logo estariam cheias de calo por conta das atividades de forjador. Estavam secas e muito ásperas. Isto era um motivo de vergonha para Matthew, ser filho do deus da forja, e o garoto receava que um dia seu pai descobrisse - pelo menos por sua boca - que sentia vergonha de ser seu filho; mas, enquanto isto não acontecia, Matt continuava fazendo suas preces como antes. Lembrava-se do dia que havia chegado no Acampamento e no dia em que, acidentalmente, fora reclamado pelo deus da forja. Lembrava-se de como havia ficado feliz por finalmente ter um progenitor Olimpiano. Com o passar do tempo percebera que não era tão bom assim. Seu pai começava a lhe usar para fazer favores para os deuses – uma verdadeira prova disto fora na semana passada, quando Hefesto mandou uns monstrinhos para o filho derrotar – e, embora o filho de Hefesto achasse muito legal lutar contra monstros, ele não gostava de destruir criaturas que foram feitas por seu pai. De toda forma, havia poucas semanas desde a sua reclamação e ele já havia feito o trabalho de anos.

O garoto continuou analisando as suas mãos frias até o som da corneta alcançar seus ouvidos. Matthew ergueu-se rapidamente e caminhou em direção ao saguão de entrada – ou refeitório – juntamente aos outros filhos do deus da tecnologia. Analisava todo o céu escuro e imaginava o quanto iria chover hoje. Em todo o trajeto fez uma prece a Zeus pedindo que não mandasse a chuva, odiava os dias de chuva.

Naquela noite, Matthew começou pizza. Havia dias que não comia algo tão gostoso, e estava até se esquecendo do sabor daquilo. Havia se esquecido de como era bom comer fatias seguidas de pizza e, por mais que tentasse não esquecer, as lembranças dos dias nas pizzarias com sua mãe estava se apagando de sua memória. Matthew começou silenciosamente na mesa do Chalé IX. Não estava afim de conversar com ninguém, pelo menos não com seus irmãos abusivos e nerd’s. Não era assim e nunca seria. Comeu até se satisfazer-se e retirou-se do refeitório monótono.

Matt andou em direção ao rio, como fazia todos os dias após o Jantar, e se sentou em uma pedra grande. Seus pés estavam em contato com a água cristalina. – Porque não Poseidon? – Jogou as palavras contra o vento. Porque não ser filho de Poseidon? Matthew amava a água! Olhou, em seguida, para o Punho de Zeus. – Ou então Zeus? Porque? – Lamentou-se. Odiava ser filho de Hefesto, ele era tão... troll. Sim. Este era o termo correto para se referir a Hefesto, troll. O filho de Hefesto olhou em direção a alguns filhos de Poseidon que praticavam canoagem e abaixou o olhar. Encolheu-se e, em uma tentativa desesperadora de esquecer aquilo, fechou os olhos e começou a pensar em sua vida na Califórnia.

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