Rio do Acampamento ♠Local Público Oficial♠

Obviamente aquele cara não sabia quem eu era, ou não se importava com isso. Eu realmente não estava nem aí para isso, e não queria companhia, principalmente naquele momento. Mas o fato de aquela duas pessoas estranhas não me temerem despertou minha curiosidade. Eu geralmente era temido por todos que falavam comigo, ou pelo menos chegavam perto de mim. Como sempre, minhas dúvidas me atingiram novamente, e as vozes voltaram. "Mate eles, eles podem ser uma ameaça." "Descubra quem eles são, e porque não te temem."

Entre essas, muitas outras seguiram, eu já me acostumara com isso. Desde que eu havia matado a pessoa que eu mais amava entre os vivos, vozes me perturbavam, era como um lado sombrio meu escondido dentro de mim, completando o monstro que eu era. Eu geralmente obedecia às vozes, pois assim elas se aquietavam, mas dessa vez não. Dessa vez eu segui minha própria vontade.

Me aproximei com calma, cada um dos meus passos tinha a duração de cinco segundos, meus olhos estavam mirando os dois semideuses de forma bizarra. Meu cão infernal me olhando com atenção, qualquer movimento suspeito iria ser repreendido por ele.

Após finalmente chegar aos dois semideuses, mirei a garota com um olhar interessado, ela tinha algo que me lembrava a morte, eu sentia que a morte a rodeava, assim como fazia comigo. Eu me sentei perto dos dois, ainda calado. Não pronunciaria uma palavra antes de descobrir porque eles não me temiam.

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] As flechas estão dentro da pequena bolsa em minhas costas e um arco está perfeitamente posicionado em minhas mãos. Retio uma flecha da mochila e miro em uma árvore próxima ao rio. O arco fora muito bem feito por Petryck , ele sempre fora um bom ferreiro em minha opinião (sendo filho de Hefesto nada a mais para se esperar) A música de Carrie Underwood Blown Away toca em meus ouvidos o que só serve para me chatear ainda mais.
Puxo a corda do arco e a flecha sai zunindo na direção da árvore,logo ela está cravada no tronco. Atravesso vagarosamente o rio e pego minha flecha,guardando-a de volta em minha bolsa. Noto que a árvore é um pouco alta e fácil para se escalar.EM fim eu poderia ficar sozinha ali, com um pouco de dificuldade escalo a árvore e me assento em seu galho mais resistente.Se ele se partir eu cairei diretamente no rio o que não será nada ruim levando em conta a temperatura mediana de hoje.
Antes que eu possa me segurar lágimas escorrem pelo meu roso silenciosamente.Eu me odeio,odeio minha vida e odeio todo mundo agora.Estou sem apoio nenhum,minha mãe não mandara cartas ou tentara nenhum tipo de comunicação para saber se eu estava viva.Provavelmente ela estava muito ocupada com aquele jornalista.Qual era o nome dele mesmo?Byron? Ronald? Eu não me lembrava,estava decepcionada demais para pensar em qualquer coisa.
"Hermes,por favor me reclame logo?Eu quero um motivo para dizer a mamãe que ela não precisa se preocupar mais comigo" sussurro fechando os olhos e sentindo a brisa fresca agitar meus cabelos.A música ainda toca na minha cabeça e eu me odeio por isso também, nunca fui capaz de esquecer nada de meu passado nem mesmo uma simples música .
Abro os olhos e pulo do galho caindo no rio. Estou encharcada dos pés a cabeça mas eu não me importo, não quero ligar pra mais nada se não para meu próprio em estar. Saio do rio e ando calmamente na direção do chalé de Hermes, eu não poderia ir a lugar algum encharcada daquele modo.