Ficha de Reclamação
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Ficha de Reclamação
Relembrando a primeira mensagem :
Tks Maay from TPO
Fichas de Reclamação
Orientações
Este tópico foi criado para que o player possa ingressar na sua vida como semideus ou criatura mitológica. Esta ficha não é válida sob nenhuma hipótese para os 3 grandes (Hades, Poseidon e Zeus) devendo os interessados para estas filiações fazerem um teste específico, como consta aqui [[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]]. Para os demais semideuses, a avaliação é comum - o que não quer dizer que ao postar será aceito. Avaliamos na ficha os mesmos critérios que no restante do fórum, mas fichas comuns exigem uma margem menor de qualidade, mas ainda será observada a coesão, coerência, organização, ortografia e objetividade. Abaixo, a lista de deuses e criaturas disponíveis em ordem alfabética, com as devidas observações.
A ficha é composta de algumas perguntas e o campo para o perfil físico e psicológico e a história do personagem e é a mesma seja para semideuses seja para criaturas. O personagem não é obrigado a ir para o Acampamento, mas DEVE narrar na história a descoberta de que é um semideus e sua reclamação. Os campos da ficha são:
- Por qual deus deseja ser reclamado/ qual criatura deseja ser e por quê?
- Perfil do Personagem (Características Físicas e Características Psicológicas - preferencialmente separadas)
- História do Personagem
Plágio não será tolerado e, ao ser detectado, acarretará um ban inicial de 3 dias + aviso, e reincidência acarretará em ban permanente. Plágio acarreta banimento por IP.
Aceitamos apenas histórias originais - então, ao usar um personagem criado para outro fórum não só não será reclamado como corre o risco de ser punido por plágio, caso não comprove autoria em 24h. Mesmo com a comprovação a ficha não será aceita.
Fichas com nomes inadequados não serão avaliadas a menos que avisem já ter realizado o pedido de mudança através de uma observação na ficha. As regras de nickname constam nas regras gerais no fórum.
Não é necessário a utilização de template, mas caso opte por fazê-lo, a largura mínima do texto deverá ser de 400px, preferencialmente sem barra de rolagem — caso tenha, a altura deve ter o mesmo tamanho da largura ou maior. Templates que não sigam o disposto farão a ficha ser ignorada, bem como fichas ilegíveis - utilize colorações adequadas no texto.
Lembrando que o único propósito da ficha é a reclamação do personagem. Qualquer item desejado, além da faca inicial ganha no momento de inscrição do fórum e dos presentes de reclamação (adquiridos caso a ficha seja efetivada) devem ser conseguidos in game, através de forjas, mercado, missões e/ou DIY.
Deuses / Criaturas | Tipo de Avaliação |
Afrodite | Comum |
Apolo | Comum |
Atena | Rigorosa |
Ares | Comum |
Centauros/ Centauras | Comum |
Deimos | Comum |
Deméter | Comum |
Despina | Rigorosa |
Dionísio | Comum |
Dríades (apenas sexo feminino) | Comum |
Éolo | Comum |
Eos | Comum |
Espíritos da Água (Naiádes, Nereidas e Tritões) | Comum |
Hades | Especial (clique aqui) |
Hécate | Rigorosa |
Héracles | Comum |
Hefesto | Comum |
Hermes | Comum |
Héstia | Comum |
Hipnos | Comum |
Íris | Comum |
Melinoe | Rigorosa |
Nêmesis | Rigorosa |
Nix | Rigorosa |
Perséfone | Rigorosa |
Phobos | Comum |
Poseidon | Especial (clique aqui) |
Sátiros (apenas sexo masculino) | Comum |
Selene | Comum |
Thanatos | Comum |
Zeus | Especial (clique aqui) |
A ficha
A ficha é composta de algumas perguntas e o campo para o perfil físico e psicológico e a história do personagem e é a mesma seja para semideuses seja para criaturas. O personagem não é obrigado a ir para o Acampamento, mas DEVE narrar na história a descoberta de que é um semideus e sua reclamação. Os campos da ficha são:
- Por qual deus deseja ser reclamado/ qual criatura deseja ser e por quê?
- Perfil do Personagem (Características Físicas e Características Psicológicas - preferencialmente separadas)
- História do Personagem
Plágio não será tolerado e, ao ser detectado, acarretará um ban inicial de 3 dias + aviso, e reincidência acarretará em ban permanente. Plágio acarreta banimento por IP.
Aceitamos apenas histórias originais - então, ao usar um personagem criado para outro fórum não só não será reclamado como corre o risco de ser punido por plágio, caso não comprove autoria em 24h. Mesmo com a comprovação a ficha não será aceita.
Fichas com nomes inadequados não serão avaliadas a menos que avisem já ter realizado o pedido de mudança através de uma observação na ficha. As regras de nickname constam nas regras gerais no fórum.
Não é necessário a utilização de template, mas caso opte por fazê-lo, a largura mínima do texto deverá ser de 400px, preferencialmente sem barra de rolagem — caso tenha, a altura deve ter o mesmo tamanho da largura ou maior. Templates que não sigam o disposto farão a ficha ser ignorada, bem como fichas ilegíveis - utilize colorações adequadas no texto.
Lembrando que o único propósito da ficha é a reclamação do personagem. Qualquer item desejado, além da faca inicial ganha no momento de inscrição do fórum e dos presentes de reclamação (adquiridos caso a ficha seja efetivada) devem ser conseguidos in game, através de forjas, mercado, missões e/ou DIY.
- Obs: Somente envie sua ficha UMA vez para cada avaliação. Fichas postadas seguidamente (como double-post) serão desconsideradas, reincidência acarretará em ban de 3 dias + aviso.
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Re: Ficha de Reclamação
Avaliação
Kairi
Vamos lá, Kairi. Antes de qualquer coisa, parabéns pela escolha — um tanto quanto rara. Fico feliz em ver novas náiades por aqui. Sua ficha me deixou com certas dúvidas, então comentarei os detalhes da sua ficha que me chamaram a atenção.
A princípio de conversa, creio que você poderia ter detalhado melhor a sua personagem, principalmente no quesito psicológico, pois sua caracterização acabou por ficar demasiadamente superficial. Além disso, pude notar pequenos deslizes — relativos a pontuação, escolha de palavras (ou esquecimento das mesmas), causando confusão em alguns momentos — como nos seguintes trechos:
No fragmento acima, a repetição do pronome causou certa confusão. Uma dica é tentar variar os pronomes utilizados, usando sinônimos, ou mesmo reorganizando a estrutura da frase. Observe como simples alterações tornam o trecho melhor compreensível:
Ou ainda:
Outro erro foi a utilização de inicial maiúscula, exclusiva para nomes próprios, na palavra "náiade", que, por ser um pronome simples que denota um tipo de criatura mágica, exige inicial minúscula. Além disso, atente-se à revisão do seu texto, pois há pequenos erros que acabamos por não perceber durante a escrita.
Sugiro que você tente deixar a sua escrita mais... pessoal. Você disse que a sua personagem é fofa, tímica, brincalhona e medrosa, certo? Mas de que forma ela é tudo isso? Narre as sensações, os sentimentos da Kairi. Mostre como ela se sente diante das situações, como ela pensa, como ela reage, não apenas narrando as ações, entende?
Ressalto que a sua história é boa e você possui potencial suficiente para não somente passar numa próxima vez, como também se dar bem aqui no fórum. Apenas tente se atentar aos pontos acima citados, e com o seu esforço conseguirá evoluir sempre mais. Por enquanto está reprovada, mas não desista, cara náiade, pois espero encontrá-la em breve narrando pelo rio do acampamento. Seja bem-vinda ao fórum, e havendo dúvidas ou algo mais em que eu possa ser útil, basta me contatar — seja por mp, seja por chat ou qualquer outro meio que te seja conveniente. Boa sorte!
Vamos lá, Kairi. Antes de qualquer coisa, parabéns pela escolha — um tanto quanto rara. Fico feliz em ver novas náiades por aqui. Sua ficha me deixou com certas dúvidas, então comentarei os detalhes da sua ficha que me chamaram a atenção.
A princípio de conversa, creio que você poderia ter detalhado melhor a sua personagem, principalmente no quesito psicológico, pois sua caracterização acabou por ficar demasiadamente superficial. Além disso, pude notar pequenos deslizes — relativos a pontuação, escolha de palavras (ou esquecimento das mesmas), causando confusão em alguns momentos — como nos seguintes trechos:
Aqui a palavra náiade é omitida.Em um dia ensolarado em algum local não muito longe do acampamento, uma fonte de água límpida brotou da terra e com ela uma surgiu junto."
O local onde ficava era afastado das outras criaturas mágicas, estas ficavam no acampamento para semideuses e este a jovem Naiáde não sabia da existência."
No fragmento acima, a repetição do pronome causou certa confusão. Uma dica é tentar variar os pronomes utilizados, usando sinônimos, ou mesmo reorganizando a estrutura da frase. Observe como simples alterações tornam o trecho melhor compreensível:
O local onde ela vivia era afastado das outras criaturas mágicas, que ficavam no acampamentos para semideuses, cuja existência a jovem náiade desconhecia."
Ou ainda:
O local onde ela vivia era afastado do acampamento para semideuses, onde as outras criaturas mágicas ficavam, do qual a jovem náiade desconhecia a existência."
Outro erro foi a utilização de inicial maiúscula, exclusiva para nomes próprios, na palavra "náiade", que, por ser um pronome simples que denota um tipo de criatura mágica, exige inicial minúscula. Além disso, atente-se à revisão do seu texto, pois há pequenos erros que acabamos por não perceber durante a escrita.
Sugiro que você tente deixar a sua escrita mais... pessoal. Você disse que a sua personagem é fofa, tímica, brincalhona e medrosa, certo? Mas de que forma ela é tudo isso? Narre as sensações, os sentimentos da Kairi. Mostre como ela se sente diante das situações, como ela pensa, como ela reage, não apenas narrando as ações, entende?
Ressalto que a sua história é boa e você possui potencial suficiente para não somente passar numa próxima vez, como também se dar bem aqui no fórum. Apenas tente se atentar aos pontos acima citados, e com o seu esforço conseguirá evoluir sempre mais. Por enquanto está reprovada, mas não desista, cara náiade, pois espero encontrá-la em breve narrando pelo rio do acampamento. Seja bem-vinda ao fórum, e havendo dúvidas ou algo mais em que eu possa ser útil, basta me contatar — seja por mp, seja por chat ou qualquer outro meio que te seja conveniente. Boa sorte!
Reprovada
Darya Archer-Gilligan
Filhos de DeimosPanteão Grego
Mensagens :
241
Localização :
Into the Badlands
Re: Ficha de Reclamação
- Por qual deus deseja ser reclamado e por quê?
Thanatos, a personificação da morte. Por refletir um pouco da personalidade de Leah, a frieza, a leve dificuldade para se relacionar e a naturalidade, falta de medo e até mesmo conforto em relação à morte são comuns para ela.
- Perfil do Personagem:
Características Físicas:
Cabelos pretos cacheados, olhos castanhos, queixo não muito fino, pele muito branca, leves traços de origem espanhola ou portuguesa. Tem olhos grandes, sobrancelhas espessas e ambos muito expressivos, apesar de geralmente carregarem apenas uma expressão pensativa ou fria. Costuma ter sorrisos irônicos, os verdadeiros são raros porém sinceros. Usa em geral roupas escuras em tons de preto, vermelho, cinza, azul e verde e sem estampa. Ama botas e jeans rasgados, usa óculos grandes com armações pretas.
Características psicológicas:
Leah é uma pessoa que fala pouco e escolhe bem suas palavras, a não ser em seus momentos de impulsividade. Apesar de gostar de assistir ao sofrimento alheio, Leah não gosta de saber que foi a causadora deste, por isso e por saber que sua aura mortal causa desconforto ou pior às pessoas, gosta de evitá-las e ficar sentada sozinha. Por isso tem dificuldades em se relacionar com pessoas, preferindo a companhia de livros e animais, coisa provavelmente proveniente de seu passado. Carrega geralmente um olhar pensativo e curioso ao redor, sempre perdida em pensamentos e desligada da realidade. Gosta de lugares escuros e calmos. Suas cores favoritas são preto e azul escuro. Gosta de rock, emo e algumas bandas folk como "Of Monsters and Men" e "Mumford & Sons".
Possui um fraco por crianças, e odeia o fato de nenhuma gostar de chegar perto dela.
É bissexual, mas não dá muito alarde para isso.
Ama morangos, café, livros, cachorros, cavalos.
- História:
Nasci em uma cidade ridiculamente pequena no Sul da Inglaterra, onde morei com minha mãe até os 13 anos de idade. E eu teria mil motivos para reclamar dessa parte da minha vida, mas hoje eu desejaria ter tido mais tempo com ela, apesar de nunca termos sido muito próximas. Maryse era uma mulher fria, estressada e não muito carinhosa. Trabalhava com controle de qualidade em uma pequena empresa de carnes e estava sempre ocupada. O que me forçou a me tornar um tanto quanto independente bem cedo.
Quando menor, eu tinha ataques frequentes de raiva, o que meus professores insistiam em justificar com a minha “Falta de uma figura paterna”. Estes ataques me faziam dizer coisas que eu não queria, e machucar pessoas à minha volta. Mesmo que eu me agradasse do sofrimento alheio, nunca gostei de ser a causa deste.
Eu não fazia ideia do que me fazia me sentir tão diferente de todos à minha volta. Nunca me relacionei bem com ninguém e meus colegas se sentiam desconfortáveis perto de mim. Eu apenas me entretia em ver as caras de apreensão de meus colegas ao me verem se aproximar. Tive problemas de violência na escola e eu preferia e prefiro ainda hoje, a companhia de livros à de pessoas.
Com nove anos fui matriculada em uma aula de arquearia, que é um esporte que sempre admirei. Eu acredito que tinha um certo talento para a coisa, modestamente falando. Demorei menos que meus colegas para conseguir puxar a corda e acertar o alvo, e em menos de seis meses eu já conseguia acertar um alvo há 50 metros. Apesar de não sermos tão ligadas, minha mãe nunca perdia uma competição e nem escondia o sorriso quando via as poucas medalhas que eu ganhava.
Eu não estava esperando no dia em que a notícia veio. Estava sentada em uma carteira da sala de aula, o livro enfiado no nariz como sempre, e meus pensamentos distantes foram afastados por batidas na porta. Eu literalmente senti meu coração saltar quando vi a expressão no rosto da diretora. Ela olhava diretamente para mim e eu soube que estava prestes a receber uma notícia ruim.
Ela me chamou para fora da sala para me dizer que minha mãe estivera envolvida em um acidente fatal na empresa.
Eu corri para casa. Não peguei minha mochila, ou dei satisfações a ninguém, apenas corri. Passei boa parte do dia quebrando tudo o que eu consegui e chorando tudo o que eu não havia chorado em toda a minha vida.
Tentava agarrar e ao mesmo tempo soltar tudo o que me ligava à ela. Eu não considero a morte um destino tão ruim, na verdade foi algo quase reconfortante. Mas chorei por não ter outra alternativa, chorei por estar sozinha. Uma dormência se instalou dentro de mim, eu praticamente não sentia nada, meus sentimentos eram como se vistos dos meus óculos embaçados em um dia de chuva.
Eu mal conhecia meu tio, com quem a assistente social me deixou dois dias depois. Ed Harley devia ter o dobro do meu tamanho (O que não é difícil devido à minha baixa estatura), tinha uma espessa barba preta e uma pança de cerveja. Ele nunca se casara e não falava muito com a família.
A dormência que se instalara dentro de mim permaneceu ali por um bom tempo apesar de Ed fazer o possível para me animar. Ele pintou uma parede do meu novo quarto de bordô, e me fazia chocolate de noite, o que era até bem legal da parte dele. Com o tempo nos tornamos algo como amigos.
Eu tinha 14 anos quando tive meu primeiro encontro com um monstro... Era uma tarde cinzenta de domingo, o sol saia por uma frestinha minúscula entre as nuvens, batendo direto no meu rosto. Eu estava sentada em uma praça perto de casa, havia acabado de sair da aula de arquearia, e estava distraída e perdida em pensamentos como sempre. As folhas das árvores me pareciam particularmente interessantes naquele dia, e eu demorei demais para perceber algo estranho se movendo em minha direção. O sol irritante em meus olhos custou a me deixar enxergar o esqueleto avançando de modo ameaçador.
Eu não tinha ideia de onde aquilo tinha saído. Ele tinha um ferro pontudo na mão esquerda e não tinha o braço direito. Apesar do osso meio lascado da perna, andava rápido, na verdade corria. Não me veio nada à cabeça, meu primeiro pensamento foi “corra”. Como diabos aquilo podia ser possível? Tentei me manter calma, mas isso não fez nenhuma solução me aparecer, então apenas corri.
Fui em direção minha casa, dobrando a primeira de três esquinas. Eu não conseguia gritar, minha cabeça girava. Corri por uma avenida (A única na cidade) e virei a segunda rua. Estava perto de casa quando finalmente algo estalou em minha cabeça e lembrei-me de que havia acabado de sair de uma aula de arquearia (O quão óbvio foi isso?). E é claro que eu sabia que flechas em um esqueleto não me ajudariam muito, era a minha única alternativa, sendo que eu não conseguiria correr para sempre. Tomei a maior distância que pude, me virei, estendi o arco, encaixei uma flecha e esperei uma fração de segundo antes de soltá-la.
A flecha o acertou com força, se prendendo entre suas costelas e o impacto o fez cambalear para trás, o que me deu tempo. Soltei outra flecha, e outra. Elas atrasavam a coisa mas não matavam. Quando ele estava praticamente em cima de mim não vi outra alternativa, usei o arco como um bastão de baseball e acertei o esqueleto algumas vezes. Ele lutava, conseguiu rasgar um pouco do meu antebraço esquerdo com a coisa pontuda que tinha na mão e meus golpes pareciam não ajudar muito em minha defesa.
Quando eu jurava não ter mais alternativas, tive a surpresa. Uma faca surge das costelas da coisa, e depois novamente da cabeça. Eu estava no chão nesse momento e só vi quem havia acertado o esqueleto quando o mesmo virou pó, bem diante de meus olhos.
James. Que era um garoto novo na escola, houvera chegado um mês antes e era provavelmente a única pessoa a parecer mais isolada do que eu. O garoto tinha um problema nas pernas, andava engraçado, era moreno, baixinho e não falava com ninguém. Na verdade eu não prestara muita atenção nele até aquele momento.
- Você é algum tipo de 'caçador de esqueletos'? - Perguntei quase gritando, em uma mistura de atordoamento e surpresa.
-Não exatamente. - Disse me encarando. - De nada, aliás! - Disse depois de uma longa pausa. Olhava para a minha perna, que agora eu via, tinha um corte grande na altura do joelho.
- O que diabos? - Falei em um tom baixo.
- Olha... Preciso te dizer uma coisa... - Ele disse, sendo interrompido por mim.
- Eu preciso ir agora! - Falei finalmente me levantando e me virei para sair.
- Espera!- Gritou. E quando me virei para trás vi algo que eu não esperaria nem em sonho. O garoto havia levantado um pouco a calça e tirado o sapato. Ele tinha pernas peludas e cascos.
A princípio achei que se tratasse de uma pegadinha, mas logo vi que não quando ele “trotou” para perto de mim. “Um sátiro” Me lembrei de um livro de mitologia grega muito ruim que eu lera quando menor. Tive um choque momentâneo e então não tive reação, apenas ouvi a longa, ainda que resumida, explicação que ele me deu sobre minhas origens. Estava boquiaberta e com dificuldades sérias para acreditar naquele papo estranho sobre Deuses e monstros.
- Existe um lugar, sabe... Para pessoas como você! Filhos de Deuses- Disse. - Os semideuses ficam seguros lá! E nós, sátiros somos enviados para leva-los em segurança para lá!
Começara a cair uma chuva fina, minha mente bloqueava parte do que ele dizia, recusando-se com todas as forças a acreditar. Em algum momento eu consegui que James me deixasse em paz, dizendo que eu precisava “pensar no assunto”. Depois disso, foi preciso muito tempo de convencimento da parte dele para me fazer pelo menos aceitar a ideia.
Eu e James conversamos todos os dias desde então, apesar de eu notar que até ele se sentia desconfortável perto de mim. Todos os dias ele tentava me convencer a ir com ele a Nova York, insistindo que estávamos em perigo ficando ali.
Eu finalmente aceitei a ideia uma semana depois. Disse a ele que falaria com meu tio. Inventaria uma desculpa. Na noite seguinte, arrumei uma mala enorme, planejando mentir para o tio Ed. Disse que faria uma viagem da escola, mas um sátiro batendo na porta de casa fez questão de contar a verdade por mim. Levamos mais ou menos duas horas e meia para convencê-lo do que James estava dizendo e mais uma hora para explicar o risco que corríamos enquanto eu estivesse longe do acampamento.
Ele aceitou um pouquinho melhor do que eu esperava, e mais cedo do que eu pretendia, estava me despedindo dele e partindo para um aeroporto.
Fomos ao Aeroporto e não precisamos esperar mais de duas horas para embarcar, já que o que mais se tinha naquele lugar eram voos para os Estados Unidos. Embarcamos, e a viagem se seguiu normal, comprei uns lanches nada saudáveis com um pouco de dinheiro que Ed havia me dado e tentei dormir sem sucesso. Em dado momento, notei uma mulher estranha sentada alguns bancos à nossa frente. Ela olhava para trás de tempos em tempos, coisa que eu fiz força para ignorar.
Quando finalmente desembarcamos na manhã seguinte, precisamos esperar mais uns vinte minutos por um táxi para a tal de Long Island. A viagem foi longa, tediosa, e me era estranho que o motorista dirigisse do “lado errado do carro”. Fiquei estressada durante um bom tempo até descermos no pé de uma colina, tudo corria normalmente até eu olhar para o lado. Lá estava ela. A mulher do avião, que aliás, me parecia tudo menos uma pessoa normal no momento. Tinha as pernas que eram exatamente como cobras e carregava uma espada juntamente com uma expressão assassina.
Me olhava de modo estranho quando começou a avançar. Eu não tinha tempo de pegar meu arco na mala, nem achava que aquelas flechas fossem ajudar. James me lançou um olhar significativo, jogou uma faca para mim, e avançou com outra na direção da “mulher cobra”.
A faca cor de bronze que ele me dera era leve e parecia ótima, mas eu não tinha ideia de como usá-la. Eu juro que tentei, mas meus ataques foram ridículos, eu mais me defendia precariamente e recuava do que qualquer outra coisa. As coisas melhoraram quando em algum momento, James conseguiu ir para atrás da mulher réptil, assim flanqueando-a e diminuindo sua defesa.
A confusão momentânea dela foi o suficiente para eu conseguir dar meu primeiro golpe. Eu certamente preferiria armas maiores, que me mantivessem a uma distância um pouco maior de meu alvo. Apesar disso, consegui fazer um talho no braço da criatura, mas meu recuo foi lento e me custou um corte na lateral da minha barriga. A dor foi suficiente para me fazer cair. Para falar a verdade, eu juro que teríamos morrido se não estivéssemos aparentemente sendo esperados, porque do nada uma flecha surgiu em uma das “pernas” da coisa, e logo outra e mais outra. Vi que duas pessoas desciam a colina correndo, uma com uma espada, e um cara com algo que se parecia muito com uma foice.
Tudo virou uma confusão. A garota atacava o monstro pela lateral esquerda, o garoto manejava a foice de um jeito incrível, se mantendo sempre em movimento e não dando chance do bicho contra atacar. Não sei o que, mas algo tomou conta de mim naquele momento, parecia-me que todos os meus ossos e músculos queriam estar junto com os garotos na batalha. Não sei o que me fez levantar, ou conseguir dar mais um golpe na perna da criatura antes de minha faca ser jogada para longe de mim.
Virei para trás por puro reflexo ao ver algo se movendo, mais dois daqueles monstros, na verdade. Foi difícil não entrar em pânico. Principalmente quando o garoto da foice foi derrubado pelas costas por um deles. Minha faca estava longe, o garoto havia caído perto de mim, e um dos monstros avançava diretamente para mim. Sua espada reluzindo estaria pronta para cortar meu pescoço, mas de algum modo algo dentro de mim me impelia a pegar aquela foice para me defender.
Foi muito mais útil que a faca e até mais fácil de manusear. Por ser uma arma longa, eu deveria ter mais dificuldades, mas o peso e balanço daquilo em minhas mãos foi simplesmente perfeito. Bloquear os ataques da mulher-réptil se tornou algo fácil, girei na ponta dos pés com a foice esticada para evitar outro golpe. Então me abaixei e de algum modo ergui a foice num arco acima de mim. O tempo foi perfeito e o balanço e peso da arma me fizeram dar um golpe muito mais forte do que eu poderia.
Me levantei novamente e ataquei, mais um golpe pela direita contra o peito da mulher monstro, que ela desviou com o escudo e fez um corte na minha perna com sua espada, mas apesar da dor, o tempo que a mesma perdeu foi o suficiente para me permitir acertar o pescoço da criatura pela esquerda, usando a foice e meus braços como uma alavanca. A força foi o suficiente para decepá-la.
Olhei para a cabeça e o corpo no chão segundos antes de ela virar pó. Uma satisfação incrível me atingiu, o pouco de sangue que vi antes de o corpo se desfazer foi algo poético para meu estado de espírito naquela hora.
Os outros tinham matado as outras mulheres-cobra e agora me encaravam enquanto eu olhava maravilhada para o pó no chão. Percebi que observavam algo acima de minha cabeça com expressões que eu não consegui identificar.
- Que foi? – Perguntei seca. Ninguém me respondeu. O dono da foice me encarava de um jeito diferente dos outros e eu pensei que fosse por eu ter pego sua arma, mas quando olhei para cima, vi o que provocava os olhares. Um tipo de luz com a imagem de uma foice dentro flutuava acima de minha cabeça, e a “luzinha” continuou ali quando eu tentei me mover para o lado. Parecia não ter a intenção de sair de cima da minha cabeça.
- Alguém pode me dizer o que diabos é isso? – Perguntei num tom baixo e calmo, apesar de que eu não estivesse tão tranquila assim com a situação.
- Você está... Sendo reclamada. – Disse James, cauteloso. – Esse é o símbolo de Thanatos! – Terminou em um som quase assombrado. Eu já lera sobre Thanatos e sabia de quem se tratava. Eu não havia pensado muito nisso desde que me James me falara que algum deus era meu pai. Mas por algum motivo, não foi uma surpresa. Na verdade, a ideia era quase reconfortante.
Fiquei atônita por alguns segundos até que algo em minha barriga doeu. Eu olhei para baixo, fiquei subitamente tonta e não vi mais nada além de uma quantidade perigosa de sangue saindo da minha barriga.
Acordei em um cômodo branco e limpo, estava em uma cama com minhas feridas fechadas apesar de ainda doerem. Meus olhos ardiam com a claridade, minha cabeça doía e parecia que eu tinha sido atingida na barriga por uma bala de canhão. Tudo no local transmitia uma certa paz, que por algum motivo me parecia levemente desconfortável. Eu quase sentia falta do escuro. Olhei para o lado e vi um homem se aproximando, e eu jurei que estava delirando quando vi que metade dele era um cavalo branco. Ele me lançou um sorriso caloroso.
- Bom dia criança! – Fez uma pausa - Por favor, me chame de Quiron - Falou. Não me lembro muito do resto do que ele disse, mas depois disso eu tive mais três dias para me recuperar e para ter um milhão de dúvidas esclarecidas. Quiron disse que meu pai eta Thanatos, me explicou sua história e me disse que eu encontraria alguns irmãos e ficaria em um chalé só para os filhos de Thanatos. Saber que eu tinha irmãos me deixou apreensiva, porém curiosa e ainda mais ansiosa para sair dali. Fiz de tudo para não soar muito fria com as pessoas, mas meu grau de ansiedade aumentando não me ajudou.
Uma ou duas pessoas apareceram por perto, e umas quatro foram trazidas desacordadas. Comecei a me perguntar se me fariam ficar ali para sempre, quando no quarto dia eles finalmente decidiram que eu já estava recuperada o suficiente para sair.
- Acho que agora já podemos deixa-la no chalé 19, não é James? - Perguntou Quiron, depois de eu não sentir mais dores. Estávamos passando pela porta, eu via muitas pessoas lá fora, pessoas demais, na verdade. – Boa sorte. – Disse Quiron, e entrou novamente na enfermaria.
Olhei para James com cara de “O-que-diabos-vai-acontecer-agora-?”. Ele apenas deu uma risada fraca e me conduziu pelo gramado até um círculo de construções extremamente diferentes umas das outras. Fui levada até o Chalé de Thanatos, que foi de longe o meu favorito. Tudo era preto e emanava uma escuridão aconchegante apesar de James parecer nervoso. Ele me disse que eu ficaria ali, e que teria irmãos. Essa perspectiva me assustava levemente, não que eu houvesse demonstrado. Eu ignorei esse fato o máximo que pude, porque certamente saber que era ali que eu iria ficar foi ótimo, e provavelmente o chalé seria meu lugar favorito no acampamento.
Thanatos, a personificação da morte. Por refletir um pouco da personalidade de Leah, a frieza, a leve dificuldade para se relacionar e a naturalidade, falta de medo e até mesmo conforto em relação à morte são comuns para ela.
- Perfil do Personagem:
Características Físicas:
Cabelos pretos cacheados, olhos castanhos, queixo não muito fino, pele muito branca, leves traços de origem espanhola ou portuguesa. Tem olhos grandes, sobrancelhas espessas e ambos muito expressivos, apesar de geralmente carregarem apenas uma expressão pensativa ou fria. Costuma ter sorrisos irônicos, os verdadeiros são raros porém sinceros. Usa em geral roupas escuras em tons de preto, vermelho, cinza, azul e verde e sem estampa. Ama botas e jeans rasgados, usa óculos grandes com armações pretas.
Características psicológicas:
Leah é uma pessoa que fala pouco e escolhe bem suas palavras, a não ser em seus momentos de impulsividade. Apesar de gostar de assistir ao sofrimento alheio, Leah não gosta de saber que foi a causadora deste, por isso e por saber que sua aura mortal causa desconforto ou pior às pessoas, gosta de evitá-las e ficar sentada sozinha. Por isso tem dificuldades em se relacionar com pessoas, preferindo a companhia de livros e animais, coisa provavelmente proveniente de seu passado. Carrega geralmente um olhar pensativo e curioso ao redor, sempre perdida em pensamentos e desligada da realidade. Gosta de lugares escuros e calmos. Suas cores favoritas são preto e azul escuro. Gosta de rock, emo e algumas bandas folk como "Of Monsters and Men" e "Mumford & Sons".
Possui um fraco por crianças, e odeia o fato de nenhuma gostar de chegar perto dela.
É bissexual, mas não dá muito alarde para isso.
Ama morangos, café, livros, cachorros, cavalos.
- História:
Nasci em uma cidade ridiculamente pequena no Sul da Inglaterra, onde morei com minha mãe até os 13 anos de idade. E eu teria mil motivos para reclamar dessa parte da minha vida, mas hoje eu desejaria ter tido mais tempo com ela, apesar de nunca termos sido muito próximas. Maryse era uma mulher fria, estressada e não muito carinhosa. Trabalhava com controle de qualidade em uma pequena empresa de carnes e estava sempre ocupada. O que me forçou a me tornar um tanto quanto independente bem cedo.
Quando menor, eu tinha ataques frequentes de raiva, o que meus professores insistiam em justificar com a minha “Falta de uma figura paterna”. Estes ataques me faziam dizer coisas que eu não queria, e machucar pessoas à minha volta. Mesmo que eu me agradasse do sofrimento alheio, nunca gostei de ser a causa deste.
Eu não fazia ideia do que me fazia me sentir tão diferente de todos à minha volta. Nunca me relacionei bem com ninguém e meus colegas se sentiam desconfortáveis perto de mim. Eu apenas me entretia em ver as caras de apreensão de meus colegas ao me verem se aproximar. Tive problemas de violência na escola e eu preferia e prefiro ainda hoje, a companhia de livros à de pessoas.
Com nove anos fui matriculada em uma aula de arquearia, que é um esporte que sempre admirei. Eu acredito que tinha um certo talento para a coisa, modestamente falando. Demorei menos que meus colegas para conseguir puxar a corda e acertar o alvo, e em menos de seis meses eu já conseguia acertar um alvo há 50 metros. Apesar de não sermos tão ligadas, minha mãe nunca perdia uma competição e nem escondia o sorriso quando via as poucas medalhas que eu ganhava.
Eu não estava esperando no dia em que a notícia veio. Estava sentada em uma carteira da sala de aula, o livro enfiado no nariz como sempre, e meus pensamentos distantes foram afastados por batidas na porta. Eu literalmente senti meu coração saltar quando vi a expressão no rosto da diretora. Ela olhava diretamente para mim e eu soube que estava prestes a receber uma notícia ruim.
Ela me chamou para fora da sala para me dizer que minha mãe estivera envolvida em um acidente fatal na empresa.
Eu corri para casa. Não peguei minha mochila, ou dei satisfações a ninguém, apenas corri. Passei boa parte do dia quebrando tudo o que eu consegui e chorando tudo o que eu não havia chorado em toda a minha vida.
Tentava agarrar e ao mesmo tempo soltar tudo o que me ligava à ela. Eu não considero a morte um destino tão ruim, na verdade foi algo quase reconfortante. Mas chorei por não ter outra alternativa, chorei por estar sozinha. Uma dormência se instalou dentro de mim, eu praticamente não sentia nada, meus sentimentos eram como se vistos dos meus óculos embaçados em um dia de chuva.
Eu mal conhecia meu tio, com quem a assistente social me deixou dois dias depois. Ed Harley devia ter o dobro do meu tamanho (O que não é difícil devido à minha baixa estatura), tinha uma espessa barba preta e uma pança de cerveja. Ele nunca se casara e não falava muito com a família.
A dormência que se instalara dentro de mim permaneceu ali por um bom tempo apesar de Ed fazer o possível para me animar. Ele pintou uma parede do meu novo quarto de bordô, e me fazia chocolate de noite, o que era até bem legal da parte dele. Com o tempo nos tornamos algo como amigos.
Eu tinha 14 anos quando tive meu primeiro encontro com um monstro... Era uma tarde cinzenta de domingo, o sol saia por uma frestinha minúscula entre as nuvens, batendo direto no meu rosto. Eu estava sentada em uma praça perto de casa, havia acabado de sair da aula de arquearia, e estava distraída e perdida em pensamentos como sempre. As folhas das árvores me pareciam particularmente interessantes naquele dia, e eu demorei demais para perceber algo estranho se movendo em minha direção. O sol irritante em meus olhos custou a me deixar enxergar o esqueleto avançando de modo ameaçador.
Eu não tinha ideia de onde aquilo tinha saído. Ele tinha um ferro pontudo na mão esquerda e não tinha o braço direito. Apesar do osso meio lascado da perna, andava rápido, na verdade corria. Não me veio nada à cabeça, meu primeiro pensamento foi “corra”. Como diabos aquilo podia ser possível? Tentei me manter calma, mas isso não fez nenhuma solução me aparecer, então apenas corri.
Fui em direção minha casa, dobrando a primeira de três esquinas. Eu não conseguia gritar, minha cabeça girava. Corri por uma avenida (A única na cidade) e virei a segunda rua. Estava perto de casa quando finalmente algo estalou em minha cabeça e lembrei-me de que havia acabado de sair de uma aula de arquearia (O quão óbvio foi isso?). E é claro que eu sabia que flechas em um esqueleto não me ajudariam muito, era a minha única alternativa, sendo que eu não conseguiria correr para sempre. Tomei a maior distância que pude, me virei, estendi o arco, encaixei uma flecha e esperei uma fração de segundo antes de soltá-la.
A flecha o acertou com força, se prendendo entre suas costelas e o impacto o fez cambalear para trás, o que me deu tempo. Soltei outra flecha, e outra. Elas atrasavam a coisa mas não matavam. Quando ele estava praticamente em cima de mim não vi outra alternativa, usei o arco como um bastão de baseball e acertei o esqueleto algumas vezes. Ele lutava, conseguiu rasgar um pouco do meu antebraço esquerdo com a coisa pontuda que tinha na mão e meus golpes pareciam não ajudar muito em minha defesa.
Quando eu jurava não ter mais alternativas, tive a surpresa. Uma faca surge das costelas da coisa, e depois novamente da cabeça. Eu estava no chão nesse momento e só vi quem havia acertado o esqueleto quando o mesmo virou pó, bem diante de meus olhos.
James. Que era um garoto novo na escola, houvera chegado um mês antes e era provavelmente a única pessoa a parecer mais isolada do que eu. O garoto tinha um problema nas pernas, andava engraçado, era moreno, baixinho e não falava com ninguém. Na verdade eu não prestara muita atenção nele até aquele momento.
- Você é algum tipo de 'caçador de esqueletos'? - Perguntei quase gritando, em uma mistura de atordoamento e surpresa.
-Não exatamente. - Disse me encarando. - De nada, aliás! - Disse depois de uma longa pausa. Olhava para a minha perna, que agora eu via, tinha um corte grande na altura do joelho.
- O que diabos? - Falei em um tom baixo.
- Olha... Preciso te dizer uma coisa... - Ele disse, sendo interrompido por mim.
- Eu preciso ir agora! - Falei finalmente me levantando e me virei para sair.
- Espera!- Gritou. E quando me virei para trás vi algo que eu não esperaria nem em sonho. O garoto havia levantado um pouco a calça e tirado o sapato. Ele tinha pernas peludas e cascos.
A princípio achei que se tratasse de uma pegadinha, mas logo vi que não quando ele “trotou” para perto de mim. “Um sátiro” Me lembrei de um livro de mitologia grega muito ruim que eu lera quando menor. Tive um choque momentâneo e então não tive reação, apenas ouvi a longa, ainda que resumida, explicação que ele me deu sobre minhas origens. Estava boquiaberta e com dificuldades sérias para acreditar naquele papo estranho sobre Deuses e monstros.
- Existe um lugar, sabe... Para pessoas como você! Filhos de Deuses- Disse. - Os semideuses ficam seguros lá! E nós, sátiros somos enviados para leva-los em segurança para lá!
Começara a cair uma chuva fina, minha mente bloqueava parte do que ele dizia, recusando-se com todas as forças a acreditar. Em algum momento eu consegui que James me deixasse em paz, dizendo que eu precisava “pensar no assunto”. Depois disso, foi preciso muito tempo de convencimento da parte dele para me fazer pelo menos aceitar a ideia.
Eu e James conversamos todos os dias desde então, apesar de eu notar que até ele se sentia desconfortável perto de mim. Todos os dias ele tentava me convencer a ir com ele a Nova York, insistindo que estávamos em perigo ficando ali.
Eu finalmente aceitei a ideia uma semana depois. Disse a ele que falaria com meu tio. Inventaria uma desculpa. Na noite seguinte, arrumei uma mala enorme, planejando mentir para o tio Ed. Disse que faria uma viagem da escola, mas um sátiro batendo na porta de casa fez questão de contar a verdade por mim. Levamos mais ou menos duas horas e meia para convencê-lo do que James estava dizendo e mais uma hora para explicar o risco que corríamos enquanto eu estivesse longe do acampamento.
Ele aceitou um pouquinho melhor do que eu esperava, e mais cedo do que eu pretendia, estava me despedindo dele e partindo para um aeroporto.
Fomos ao Aeroporto e não precisamos esperar mais de duas horas para embarcar, já que o que mais se tinha naquele lugar eram voos para os Estados Unidos. Embarcamos, e a viagem se seguiu normal, comprei uns lanches nada saudáveis com um pouco de dinheiro que Ed havia me dado e tentei dormir sem sucesso. Em dado momento, notei uma mulher estranha sentada alguns bancos à nossa frente. Ela olhava para trás de tempos em tempos, coisa que eu fiz força para ignorar.
Quando finalmente desembarcamos na manhã seguinte, precisamos esperar mais uns vinte minutos por um táxi para a tal de Long Island. A viagem foi longa, tediosa, e me era estranho que o motorista dirigisse do “lado errado do carro”. Fiquei estressada durante um bom tempo até descermos no pé de uma colina, tudo corria normalmente até eu olhar para o lado. Lá estava ela. A mulher do avião, que aliás, me parecia tudo menos uma pessoa normal no momento. Tinha as pernas que eram exatamente como cobras e carregava uma espada juntamente com uma expressão assassina.
Me olhava de modo estranho quando começou a avançar. Eu não tinha tempo de pegar meu arco na mala, nem achava que aquelas flechas fossem ajudar. James me lançou um olhar significativo, jogou uma faca para mim, e avançou com outra na direção da “mulher cobra”.
A faca cor de bronze que ele me dera era leve e parecia ótima, mas eu não tinha ideia de como usá-la. Eu juro que tentei, mas meus ataques foram ridículos, eu mais me defendia precariamente e recuava do que qualquer outra coisa. As coisas melhoraram quando em algum momento, James conseguiu ir para atrás da mulher réptil, assim flanqueando-a e diminuindo sua defesa.
A confusão momentânea dela foi o suficiente para eu conseguir dar meu primeiro golpe. Eu certamente preferiria armas maiores, que me mantivessem a uma distância um pouco maior de meu alvo. Apesar disso, consegui fazer um talho no braço da criatura, mas meu recuo foi lento e me custou um corte na lateral da minha barriga. A dor foi suficiente para me fazer cair. Para falar a verdade, eu juro que teríamos morrido se não estivéssemos aparentemente sendo esperados, porque do nada uma flecha surgiu em uma das “pernas” da coisa, e logo outra e mais outra. Vi que duas pessoas desciam a colina correndo, uma com uma espada, e um cara com algo que se parecia muito com uma foice.
Tudo virou uma confusão. A garota atacava o monstro pela lateral esquerda, o garoto manejava a foice de um jeito incrível, se mantendo sempre em movimento e não dando chance do bicho contra atacar. Não sei o que, mas algo tomou conta de mim naquele momento, parecia-me que todos os meus ossos e músculos queriam estar junto com os garotos na batalha. Não sei o que me fez levantar, ou conseguir dar mais um golpe na perna da criatura antes de minha faca ser jogada para longe de mim.
Virei para trás por puro reflexo ao ver algo se movendo, mais dois daqueles monstros, na verdade. Foi difícil não entrar em pânico. Principalmente quando o garoto da foice foi derrubado pelas costas por um deles. Minha faca estava longe, o garoto havia caído perto de mim, e um dos monstros avançava diretamente para mim. Sua espada reluzindo estaria pronta para cortar meu pescoço, mas de algum modo algo dentro de mim me impelia a pegar aquela foice para me defender.
Foi muito mais útil que a faca e até mais fácil de manusear. Por ser uma arma longa, eu deveria ter mais dificuldades, mas o peso e balanço daquilo em minhas mãos foi simplesmente perfeito. Bloquear os ataques da mulher-réptil se tornou algo fácil, girei na ponta dos pés com a foice esticada para evitar outro golpe. Então me abaixei e de algum modo ergui a foice num arco acima de mim. O tempo foi perfeito e o balanço e peso da arma me fizeram dar um golpe muito mais forte do que eu poderia.
Me levantei novamente e ataquei, mais um golpe pela direita contra o peito da mulher monstro, que ela desviou com o escudo e fez um corte na minha perna com sua espada, mas apesar da dor, o tempo que a mesma perdeu foi o suficiente para me permitir acertar o pescoço da criatura pela esquerda, usando a foice e meus braços como uma alavanca. A força foi o suficiente para decepá-la.
Olhei para a cabeça e o corpo no chão segundos antes de ela virar pó. Uma satisfação incrível me atingiu, o pouco de sangue que vi antes de o corpo se desfazer foi algo poético para meu estado de espírito naquela hora.
Os outros tinham matado as outras mulheres-cobra e agora me encaravam enquanto eu olhava maravilhada para o pó no chão. Percebi que observavam algo acima de minha cabeça com expressões que eu não consegui identificar.
- Que foi? – Perguntei seca. Ninguém me respondeu. O dono da foice me encarava de um jeito diferente dos outros e eu pensei que fosse por eu ter pego sua arma, mas quando olhei para cima, vi o que provocava os olhares. Um tipo de luz com a imagem de uma foice dentro flutuava acima de minha cabeça, e a “luzinha” continuou ali quando eu tentei me mover para o lado. Parecia não ter a intenção de sair de cima da minha cabeça.
- Alguém pode me dizer o que diabos é isso? – Perguntei num tom baixo e calmo, apesar de que eu não estivesse tão tranquila assim com a situação.
- Você está... Sendo reclamada. – Disse James, cauteloso. – Esse é o símbolo de Thanatos! – Terminou em um som quase assombrado. Eu já lera sobre Thanatos e sabia de quem se tratava. Eu não havia pensado muito nisso desde que me James me falara que algum deus era meu pai. Mas por algum motivo, não foi uma surpresa. Na verdade, a ideia era quase reconfortante.
Fiquei atônita por alguns segundos até que algo em minha barriga doeu. Eu olhei para baixo, fiquei subitamente tonta e não vi mais nada além de uma quantidade perigosa de sangue saindo da minha barriga.
Acordei em um cômodo branco e limpo, estava em uma cama com minhas feridas fechadas apesar de ainda doerem. Meus olhos ardiam com a claridade, minha cabeça doía e parecia que eu tinha sido atingida na barriga por uma bala de canhão. Tudo no local transmitia uma certa paz, que por algum motivo me parecia levemente desconfortável. Eu quase sentia falta do escuro. Olhei para o lado e vi um homem se aproximando, e eu jurei que estava delirando quando vi que metade dele era um cavalo branco. Ele me lançou um sorriso caloroso.
- Bom dia criança! – Fez uma pausa - Por favor, me chame de Quiron - Falou. Não me lembro muito do resto do que ele disse, mas depois disso eu tive mais três dias para me recuperar e para ter um milhão de dúvidas esclarecidas. Quiron disse que meu pai eta Thanatos, me explicou sua história e me disse que eu encontraria alguns irmãos e ficaria em um chalé só para os filhos de Thanatos. Saber que eu tinha irmãos me deixou apreensiva, porém curiosa e ainda mais ansiosa para sair dali. Fiz de tudo para não soar muito fria com as pessoas, mas meu grau de ansiedade aumentando não me ajudou.
Uma ou duas pessoas apareceram por perto, e umas quatro foram trazidas desacordadas. Comecei a me perguntar se me fariam ficar ali para sempre, quando no quarto dia eles finalmente decidiram que eu já estava recuperada o suficiente para sair.
- Acho que agora já podemos deixa-la no chalé 19, não é James? - Perguntou Quiron, depois de eu não sentir mais dores. Estávamos passando pela porta, eu via muitas pessoas lá fora, pessoas demais, na verdade. – Boa sorte. – Disse Quiron, e entrou novamente na enfermaria.
Olhei para James com cara de “O-que-diabos-vai-acontecer-agora-?”. Ele apenas deu uma risada fraca e me conduziu pelo gramado até um círculo de construções extremamente diferentes umas das outras. Fui levada até o Chalé de Thanatos, que foi de longe o meu favorito. Tudo era preto e emanava uma escuridão aconchegante apesar de James parecer nervoso. Ele me disse que eu ficaria ali, e que teria irmãos. Essa perspectiva me assustava levemente, não que eu houvesse demonstrado. Eu ignorei esse fato o máximo que pude, porque certamente saber que era ali que eu iria ficar foi ótimo, e provavelmente o chalé seria meu lugar favorito no acampamento.
Leah Harley
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De uma longa distância, e pelo canto do olho. Quando a lua brilhar por trás de um morro, meu caminho eu posso ver para onde, para sempre! Eu corro!
Re: Ficha de Reclamação
Kórah Lhayl
"Quando os deuses nos querem punir, respondem às nossas preces" Oscar Wilde
Por qual deus deseja ser reclamado?
Hécate, a deusa da magia. Meu personagem é inteligente, curioso e possui um espírito livre. Uma mulher forte de corpo e mente, que divide com a deusa o apreço pela noite e pelo conhecimento, daquilo que não é facilmente captado pelos olhos.
Perfil do Personagem
Kórah é uma jovem garota nascida em Athenas, filha de um casal Árabe. Seu corpo é esguio, com poucas curvas devido aos poucos 15 anos. Sua pele ao brilho do sol é como canela em pó. Seus cabelos negros e rebeldes espelham a personalidade da garota descendo até sua cintura. Por vezes ela os doma numa trança que revela seu rosto expressivo. Grandes olhos com pupilas ametistas, bochechas macias e lábios carnudos e vermelhos como uma fruta madura. Porém tal beleza não é admirada, pois quase todo seu corpo é coberto pelas vestes de sua cultura.
Personalidade
Em frente aos olhos julgadores de sua comunidade, Kórah é uma boa filha que respeita os dogmas de sua religião. Dentro de casa é como todas as outras garotas de sua época. Seu espírito é como uma ave, que abre suas asas indo aonde o vento pode levá-lo, porém é impedido de seguir adiante devido as grades que a cercam. Suas grades não são feitas de metal. Kórah é inteligente, mais do que as garotas que convive, o suficiente para questionar a vida que leva. Ela não sonha com casamento, ou uma vida de esposa que lhe prometeram desde seu nascimento. Sua vontade é de sair pelo mundo, conhecendo tudo aquilo que tentaram tão fortemente lhe proibir de ver. Assim como seu pai é muito curiosa e sente que sua mente funciona melhor à noite, quando o silencio e o escuro tornam tudo mais claro. Muitos admiram a presença tão marcante desta jovem, mas a maioria dos olhos a condenam e isso que ela mais odeia nesse mundo.
História do Personagem
Nos momentos de maior desespero nos agarramos a qualquer coisa que seja firme. Quando sua fé não lhe proporciona aquilo que você almeja você busca em todo lugar uma saída para alcançar seus desejos. Nesses momentos os deuses ouvem nosso suplico e nos dão um castigo. Os deuses não se importam conosco. Eles só querem se divertir com nossas dores, paixões e esperanças.
É assim que um Deus castiga um homem. Dando-lhe o que ele deseja.
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Athenas, 1997
Amal era uma mulher fiel. Estava sempre ao lado de seu marido, e era o suporte que ele precisava nos momentos bons e ruins. Seu marido, Jhassim era um arqueólogo, e devido a seu trabalho ela se mudou com ele para o berço histórico de Athenas. Durantes noites e dias ele saia pela porta para estudar o passado daquela cidade, e sua esposa o esperava em casa. Ela nunca saia de seu lar, mas seus ouvidos recebiam com prazer as histórias contadas por Jhassim. A cada palavra ela conhecia mais das paixões de seu marido. E também de sua paixão por ela. Amal não poderia reclamar do amor de seu marido. Ele lhe dava presentes, conforto e carinho, mas em troca ela apenas lhe dava um lar. Anos se passaram desde o inicio do casamento e uma criança ainda não gritava a plenos pulmões naquela casa. O peso da comunidade, que havia recebido eles, era pesada demais. "Como uma esposa Muçulmana não dá um filho a seu esposo?" era o que Amal ouviu entre cochichos na mesquita. Cada palavra lhe apunhalava como uma faca.
Ela tentou de tudo para engravidar. Desde sua fé, até os procedimentos modernos da medicina, mas seu ventre continuava tão seco quanto a terra que seu marido cavava todos os dias em busca de conhecimento. O pesar mudou de ombros passando para Jhassim, que via sua mulher sofrer mais a cada dia, mas ele sabia que só um milagre iria conceder uma vida. Movido por álcool e por uma esperança vazia, Jhassim entrou num antigo templo da antiga deusa Hécate. A fé pela deusa era tão forte na Grécia Antiga, que talvez um pouco desta força pudesse ter restado naquelas pedras frias. Envolto em lágrimas e ódio ele rogou pela misericórdia da deusa e recebeu apenas o silencio da noite como resposta. Desolado ele vagou sem destino. Em uma encruzilhada, perdido ele parou. Sem saber por onde seguir ele se viu ainda mais desesperado, quando de repente uma mão tocou seu ombro e uma jovem mulher surgiu a sua frente.
Amal era uma mulher fiel. Depois de nove meses, seu marido voltou para casa. E mesmo que em seu colo ele carregasse uma criança ela o abraçou e lhe recebeu feliz dentro de casa. A esposa nunca perguntou o que havia acontecido com ele ou de quem era aquela menina. Amal a pegou no colo, beijou sua testa, lhe deu um nome e chamou de filha.
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Athenas. Tempos Atuais.
Um vulto percorria as ruas de Athenas. Uma sombra invisível aos olhos das pessoas. Era assim que Kórah se via. Quando o escuro tomava o céu e as pessoas se rendiam ao sono era a melhor hora para ela. A hora em que podia andar livre sem que ninguém a visse. Sem que ninguém a julgasse. Deste modo ela podia conhecer o mundo, mesmo que no escuro. E quando a luz do sol ameaça retornar ela se enfiava na segurança de seu quarto. Porém naquela noite alguém a viu. Seu pai a esperava em seu quarto quando ela voltou de seu passeio noturno
- Onde você esteve? – perguntou seu pai. Sua voz parecia exausta ao mesmo tempo que severa.
- Eu fui dar uma volta. – Kórah se jogou na cama e olhou para o teto pintado com estrelas.
- Eu já te proibi uma vez e não vou me repetir. Você não pode sair à noite. É perigoso!
- Ultimamente eu não posso nada. Desde que mamãe morreu eu sou uma prisioneira. Porque simplesmente não me prende aqui nesse quarto? – retrucou a garota. Ela viu seu pai se aproximar com o rosto vermelho de fúria, mas como se temesse algo ele parou.
- Amanhã você não será mais problema meu...
Jhassim saiu do quarto batendo a porta. O mistério daquelas palavras assustou Kórah. “O que ele quis dizer com aquilo?”. Desde a morte de sua mãe há dois anos, o homem gentil que era seu pai deu lugar a uma pessoa cheia de fúria e nervos. Ele nunca chegava perto da filha e a proibia de sair de casa. A tratava como uma estranha com quem dividia a casa. Se no passado eles dividiam o teto da casa para olhar as estrelas, hoje ele divide rancor e pesar com ela.
Na manhã seguinte ela acordou com o bater de gavetas e portas. Seu pai colocava seus pertences dentro de uma mala. Kórah se levantou da cama e se aproximou do pai. Quando ela tocou em seu braço ele se virou assustado batendo sem intenção no rosto da filha. Temeroso ele deu um passo para trás e sem pedir desculpas continuou a colocar os pertences na mala.
- O que você está fazendo? – perguntou Kórah entre lágrimas.
- Você irá embora. Vivera com os Malik agora. – respondeu o pai.
- Eu não quero morar com eles. Esta é minha casa.
- ESTA NÃO É MAIS SUA CASA! – esbravejou. – O pai de Mohamed pediu sua mão em casamento para o filho, e eu aceitei. Agora você e esta casa pertencem a eles. Não é mais problema meu.
Jhassim se aproximou da filha e pegou em seu braço. Kórah tentou fugir, mas o pulso firme de seu pai a puxou para fora do quarto. Ela gritava e xingava, mas era em vão. Quando chegou no batente da porta da frente dois homens a pegaram de cada lado. Ela tentou chutar, morder e socar os homens com toda sua fúria, mas a força deles subjulgava a dela. Os homens a carregaram pelas ruas, onde sua suplicam eram ignoradas pelas outras famílias de sua comunidade. Ela foi levada até dentro de uma casa e jogada no chão de uma sala. Seu pai chegou logo depois trazendo sua mala. Um senhor se aproximou dele lhe entregando um pacote. Era o dote que sua filha valia. O preço dela.
Koráh ergueu o rosto e olhou para o pai. Um ultimo pedido de ajuda do homem que tanto a amara. Ela apenas recebeu de volta o pavor daquele homem. Ele se virou e andou em direção à porta.
- Que o gosto amargo que eu sinto agora seja sempre presente na sua boca. – amaldiçoou a filha antes de ele partir.
- Cala boca sua pequena Lilith. – disse o senhor que havia comprado a ela. Era Salim Malik. Um velho comerciante, que acreditava que seu dinheiro fazia dele o senhor da região. Desde que Kórah havia despertado interesse em seu filho ele vinha tentando convencer ela a casar com seu herdeiro. Depois de muitas recusas Salim espalhou a todos na comunidade que Koráh era uma bruxa. Uma Lilith.
- Engula sua língua. Porco!
Um tapa atingiu o rosto de Kórah. Envergonhada ela tocou o rosto sentindo ódio. Ódio daquele homem. Ódio de todos que obedeciam a ele. Ódio da forma como a tratavam na rua. Mas acima de tudo, ódio de ser tão impotente. Ela não podia mais recuar e chorar. Se a garota aceitasse tudo aquilo ela sempre seria escrava da vontade dos homens. Malik mandou seus capamgas deixarem eles a sós. Era o momento que ela tinha. Sua última esperança.
Koráh se ergueu. Olhando nos olhos do homem que a comprou. Podia ver neles sua cobiça ardendo como chamas. Ela levou suas mãos até o rosto dele sentindo o calor e o suor de sua pele. De todo seu coração ela desejava todo o mal possível a aquele homem.
“Se ele me chama de Lilith, eu serei uma Lilith”.
- Engula sua língua... PORCO! – Kórah deu um tapa no rosto do homem. Seus dedos marcaram a carne dele.
O homem começou a rir. Ele gargalhava e perdia o ar de tanto rir. Salim não conseguia se controlar. Algo naquela mulher o fazia rir. A esperança tola que ela tinha. Ele sabia que teria que quebrar isso. Seu pulmão começou a doer e o ar entrava com força por sua boca, até que ele parou de entrar. As luzes da sala começaram a piscar. Portas e janelas bateram com força. Um cheiro fétido de enxofre irradiava do chão, como se o próprio inferno fosse embaixo daquelas madeiras. Ele olhou para Kórah e seus olhos eram pura fúria, brilhantes e ametistas. Era como olhar para a própria Lilith de pé a sua frente.
Malik apertou seu peito. O medo que sentia naquele momento chegou em seu coração fraco. Ele já havia tido um enfarte antes, mas naquele momento ninguém o socorreria. O ar faltava em sua boca. Seu corpo suava. Sua cabeça ardia de dor. Seu coração não aguentaria tanto. A visão de Kórah a sua frente seria a última que veria e assim seus olhos se fecharam. Quando seu corpo tocou o chão a morte beijou seu lábios.
Koráh não teve tempo de pensar no que havia feito. Caiu de joelhos e assustava encarava o corpo inerte daquele homem desprezível. Ela agarrou sua mala e partiu porta afora sem olhar para trás. Do lado de fora seu pai cuspia a saliva da boca, como se algo amargo estivesse nela. Ao olhar para filha ele não pensou duas vezes e correu na direção oposta.
Ela precisava fugir dali. Logo todos saberiam o que ela fez. “O que eu fiz? Eu sou uma bruxa?”. Descalça ela corria pelas ruas de Athenas. Lagrimas e suor se misturavam em seu rosto, enquanto seguia sem destino certo. Ela só precisava chegar o mais longe possível daquele inferno que deixou para trás. Quando o cansaço a venceu ela estava parada no porto de Pireu. Kórah se sentou na beirada de um cais e deixou que a brisa da noite refrescasse seu corpo dolorido. Debaixo das estrelas ela se sentia mais calma, como se tudo que havia acontecido naquele dia fosse apenas uma fagulha passageira.
Kórah olhou seu reflexo na água. Seus olhos violetas pareciam mais vividos, como se a luz de uma estrela tivesse lhe emprestado seu brilho. Seu corpo começou a tremer. Vozes iam e vinham com o vento, sussurrando palavras sem compreensão. Uma luz surgia das profundezas da água emergindo. Era uma tocha de chamas incandescentes, e enrolada nela uma serpente de escamas negras. O grasnar de um corvo ecoou no céu e Kórah teve um espasmo. Por fim ela caiu desmaiada no chão do cais.
Ela nunca saberia explicar o que havia lhe acontecido ali em Pireu. Kórah presenciou seu reclame. Um dos deuses a havia proclamado como sua filha. E a única testemunha de tal ato era uma criatura. O aroma doce da semi-deusa atraiu uma Dracanae. A criatura salivava enquanto se aproximava do corpo desmaiado. Com suas garras ela segurou a garganta de Kórah e estava pronta para devorar sua cabeça. Quando suas presas estavam próximas de ferir a carne da garota a Dracanae sumiu no ar. Uma espada cortou sua cabeça.
O balanço do mar acordou Kórah. Ela não estava mais no cais de Pireu. Estava em um barco, deitava em uma cama, dentro da cabine. Seu pescoço doía como se tivesse torcido, mas fora isso estava bem. Ao sair para a proa viu um homem controlando o remo. Era um veleiro que agora cruzava o mar e estava longe da costa de Athenas.
- Fique tranquila. Eu não te farei mal garota. – disse o homem com uma voz grossa. Ele era forte e sua pele bronzeada mostrava que certamente era um marinheiro. O vento da noite dançava em seus cabelos loiros. Ele parecia severo, mas seus olhos refletiam preocupação. – Eu salvei sua vida. Estou te levando para um lugar seguro.
- Lugar seguro? Salim veio atrás de mim? – perguntou a jovem.
- Temo que um mal pior que um homem tenha ido atrás de você.
O marinheiro era Patrício Scoba, um filho de Éolo que havia ancorado seu barco em Pireu. Ele viu tudo que havia acontecido com Kórah e salvou sua vida. Logo depois a levou a seu barco. Patricio sabia que em sua idade ela atrairia muito perigo. Tomando cuidado com as palavras ele explicou a garota quem ela era e porque tantos problemas a espreitavam. O símbolo do reclame brilhou ao lado de seu barco quando tudo aconteceu, e então ele soube que Kórah não era uma simples mortal. A verdade entrou dura pelos ouvidos dela. Não era fácil engolir tal história, mas apenas isso poderia explicar os últimos acontecimentos de sua vida.
Com lágrimas nos olhos ela aceitou sua sina e se despediu de sua terra natal. Em algumas semanas o barco velejou pelo mar, com ajuda dos ventos sempre presentes. Kórah não reconhecia o trajeto, mas Patrício a explicou que seu destino era a América. A terra dos sonhos. Em poucos dias já estavam caminhando pelas florestas de Long Island. O cheiro bucólico daqueles pinheiros lhe era muito agradável. Era como se ela sentisse o cheiro de um lar nunca descoberto. Patrício apontou um pequeno vale após uma colina. Com um brilho do sol, o que antes era nada se revelou aos olhos da garota. Um acampamento cheio de vida.
Esta seria sua nova casa. Um novo começo. O primeiro passo da sua jornada.
"Engula a língua... PORCO!"
Kora Layla
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Re: Ficha de Reclamação
Avaliação
Leah - Aprovada
Algo na sua ficha me lembrou muito a minha primeira aqui no fórum, srta. Harley. Sua ficha foi comum, nada de surpreendente, porém boa o bastante para passar. Atente-se a alguns erros bobos de pontuação (vírgula e ponto), recomendo que você leia o texto em voz alta para não deixar que esses errinhos passem. Apenas recomendo que você use um template, não precisa ser algo muito elaborado, um simples já deixa o texto com outra cara. Sem mais enrolação, seja bem-vinda, filha de Thanatos!
Kórah - Aprovada
Fiquei muito feliz em acompanhar sua evolução em apenas dois posts, Kórah! Parece que as dicas que eu dei realmente funcionaram, deu para notar um grande salto de qualidade entre aquele post e esse. Não tenho nada a comentar sobre a ficha, meus parabéns, filha de Hécate!
Alexey Rzaenov
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Re: Ficha de Reclamação
Reclamação
● Por qual deus deseja ser reclamado?
Desejo ser reclamado por Selene, deusa da lua. Andei dando uma olhada pela lista de deuses e poderes disponíveis procurando por algo que pudesse se encaixar na trama do personagem. Sua história nega alguns tipos de habilidades e restringe um pouco minha busca, facilitando-a de certa forma. Por fim, acabei optando pela deusa.
● Características Físicas:
Não muito alto, pode-se dizer que Stephan possui um físico respeitável. Não ultrapassa a linha do aceitável, mantendo certa sincronia entre a habilidade e força que precisa para seus feitos. Considerando seus quase dezenove anos, fica claro que sua imagem não poderia ser usada como símbolo de corpo ideal para a sociedade, por mais que não esteja abaixo dos padrões considerados bons.
Seus cabelos são castanhos escuros, quase pretos, exibindo em conjunto uma pequena barba que é cuidadosamente aparada para apresentar a mesma altura sempre. Uma pequena cicatriz quase imperceptível se encontra na base de seu abdômen como marca de um combate que aconteceu por conta da tentativa de reação a um assalto que sofreu quando criança.
● Características Psicológicas:
Stephan é um garoto mentalmente estável na maior parte do tempo. Guarda pra si boa parte de seus sentimentos e lembranças, as quais vez ou outra opta por enterrar onde ninguém jamais poderia encontrar, apagando-as de sua mente. Sabe ser amigável quando necessário, mas sua verdadeira personalidade é fria e dificilmente pode ser alterada por alguém. Certas vezes acaba por tratar a si mesmo de tal maneira, recebendo uma boa resistência ao álcool das bebidas com o passar dos anos como resultado.
Sua inteligência é um dos pontos mais importantes a serem citados. Claramente não é um gênio, mas terminou o ensino médio aos quinze anos e foi forçado a se adaptar à vida de órfão poucos meses depois, lidando precocemente com uma vida puxada enquanto se esforçava para sobreviver e sustentar a si mesmo.
● História:
A capacidade de lembrar-se de fatos antigos é comum para alguns, um dom para outros, mas o que acontece quando você se lembra de muito mais do que deveria? Não, não falo de memória fotográfica ou nada do tipo, falo de ter memórias que não são suas invadindo sua mente de um momento para o outro sem nenhuma explicação aparente. Stephan teve que aprender a conviver com essas memórias desde seu aniversário de quinze anos. Pode-se dizer que sua vida mudou muito a partir dali, e é aí que nossa história começa de verdade. Mesmo assim, alguns fatos são importantes para entender um pouco de como sua mente funciona.
O pequeno garoto nasceu em uma família simples na Alemanha no dia 12 de novembro de 1997. Para seu pai, aquela seria apenas mais uma noite como outra qualquer. Ninguém espera receber uma pequena visita noturna de uma mulher misteriosa com a qual teve um caso meses antes dizendo que a partir daquele momento ela seria pai solteiro. A reação inicial do homem foi entrar em desespero quase que imediatamente, pensando por um momento em se livrar da criança de alguma forma. Talvez apenas não o tenha feito por insistência da mãe, que desapareceu logo após uma longa conversa com o mais novo papai.
Por meses a existência de Stephan fora ocultada para que sua família não os julgasse, mas com o tempo, sem aguentar mais, seu pai decidiu se mudar com seu filho secreto para Los Angeles, onde passaram os próximos catorze anos, até o dia do acidente. Como se não pudesse esperar por uma data melhor, no dia do aniversário de quinze anos do jovem semideus, seu pai acabou batendo o carro em alta velocidade contra um ônibus. Esta história foi noticiada anunciando uma provável embriaguez por parte do motorista do carro.
Sozinho, Stephan acabou trabalhando com qualquer coisa que aparecesse durante um ano e meio, conseguindo assim o básico para sobreviver em um pequeno apartamento que conseguia pagar com os pequenos salários que recebia. Raramente sobrava dinheiro para que pudesse fazer algo além de comer, se vestir e pagar as contas que todo mês tinha o cuidado de não deixar chegar a um valor muito alto. Vez ou outra tinha ajuda de sua vizinha, que concordou em ajudá-lo a se esconder do governo para que não fosse mandado para um orfanato e pagar algumas coisas para ele quando tinha condições.
Aos dezesseis anos, tendo algum dinheiro guardado, mudou-se para Nova Iorque onde começou com seu emprego fixo como detetive particular. Era pago para descobrir coisas discretamente para clientes que muitas vezes pediam total sigilo sobre o contrato formado entre eles. Aos poucos ganhou certa reputação e conseguiu alguns contatos que indicavam seu serviço para certos clientes em troca de uma pequena parte dos lucros. De certa forma, não era tão difícil no início. Poucas pessoas acreditavam que realmente estavam sendo seguidas por um garoto tão jovem.
As memórias que o atingiam como flashbacks aos poucos passaram a ser controladas pelo garoto que mantinha em segredo seu pequeno dom a fim de não ser tachado de louco. Enquanto aprendia a controlá-las, passou a enxergar suas visões de uma maneira mais limpa, compreendendo muitas vezes o que elas queriam dizer. Com o tempo, acabou percebendo que muitas das memórias vinham de pessoas em comum. Era como se estivesse ligado de alguma forma com o passado daquelas pessoas, adquirindo os conhecimentos e habilidades de algumas delas em momentos específicos, fato que o ajudou a resolver alguns casos.
Os anos se passaram e Stephan optou por aprender um estilo de luta denominado “Krav Maga” a fim de saber como se defender ou até mesmo atacar nas situações de risco que sua carreira muitas vezes oferecia, tornando-se muito habilidoso em tal arte. Já próximo de seus dezoito anos, acreditava que estava apto para combater todo e qualquer tipo de situação que se apresentasse.
Mas é claro, estava enganado.
●●●
Eram cerca de onze horas da noite quando tudo começou. Stephan voltava para seu escritório com as fotos recém-tiradas de um homem que traía sua mulher. Um caso simples e rápido do tipo que dificilmente apresenta algum tipo de risco e é facilmente resolvido em um único dia. A brisa suave e levemente gelada atingia a parte descoberta do rosto do garoto que silenciosamente caminhava pelas ruas desertas próximas de seu lar. Mais cinco minutos naquele ritmo e já chegaria ao local esperado. Foi quando passou a sentir os tremores.
Ignorando-o inicialmente, continuou a caminhar como se nada diferente estivesse acontecendo. Os tremores começavam a aumentar de intensidade gradativamente, ainda que não representassem qualquer tipo de ameaça aos moradores. Por mais que o risco não fosse imediato, algo apitava em sua mente como se tentasse avisá-lo sobre o que estava por vir. E então a visão chegou como se um raio atingisse sua visão e deixasse absolutamente tudo branco. Antes de entrar de fato na visão, colocou ambas as mãos sobre a cabeça, afinal, nunca tivera uma experiência tão nítida e forte como aquela. De joelhos no chão, aceitou a visão para que pudesse ver o que ela queria dizer.
Conforme permitia que as informações rondassem por sua mente, o flashback tornava-se mais real, como se ele estivesse nos olhos daquela pessoa naquele momento. Ouviu e sentiu tremores semelhantes aos que sentia de verdade, e então, a pessoa da visão agarrou com mais força seu arco prateado e puxou de uma aljava em suas costas uma única flecha, encaixando-a no arco com uma incrível destreza. Mesmo um pouco trêmula e ofegante, a garota puxou a corda do arco mirando na direção de uma rua que dava de encontro com a sua. Stephan tentou reconhecer o corpo que estava assistindo por meio das características que podia ver. Cabelos loiros levemente encaracolados caindo sobre os ombros até a altura dos seios, pele branca, braços e mãos com aspectos de frágeis. Não era a primeira vez que tinha experiências com as lembranças daquela garota.
— Vamos, é só acertar o olho, você consegue... — disse pra si mesma com uma voz doce que transpassava certo medo.
Em poucos segundos, um ser enorme de pele azul escura apareceu, fitando a garota com seu único olho. Stephan já tinha visto criaturas como aquelas em filmes que encenavam algum tipo de mitologia. Sabia que era um ciclope, mas não podia acreditar no que estava vendo. Ou melhor, no que ela estava vendo.
A garota, após respirar fundo, puxou com um pouco mais de força a corda do arco enquanto a criatura monstruosa corria em sua direção deixando algumas rachaduras no chão a cada passo. Seu grito enraivecido podia certamente poderia ser ouvido de muito longe, e mesmo assim, ninguém apareceu para ajudar. Como era possível que ninguém notasse um bicho daquele? Por mais que as ruas noturnas no local da visão também estivessem pouco movimentadas, era de se esperar que qualquer pessoa curiosa saísse de sua casa para ver o que estava acontecendo.
— Pode vir, desgraçado! — gritou a garota soltando a flecha que cortou o vento em direção ao único olho do ciclope, atingindo-o quase que exatamente no centro. A criatura parou de correr imediatamente, soltando um grito de dor ensurdecedor. Em seguida, quase que imediatamente, tentou arrancar a flecha de uma única vez, arrancando junto com ela seu único olho. O grito desta vez foi ainda maior. Sem pensar duas vezes, a garota pegou mais uma flecha e repetiu o processo, mirando no mesmo lugar. — Agora acabou. — Sussurrou para si mesma lançando a flecha que penetrou a cabeça do ciclope pelo buraco onde antes estava seu olho.
O enorme corpo da criatura parou de emitir sons e caiu de uma única vez no chão, causando um tremor ainda maior. Em poucos segundos, ele se desfez aos poucos, deixando um rastro de pó no lugar onde antes estava seu corpo. Com isso, a visão parou e Stephan se viu ajoelhado no mesmo lugar como se tudo aquilo tivesse acontecido em pouquíssimos segundos.
— Eu devo estar ficando louco mesmo... — comentou consigo mesmo enquanto levantava. E foi então que viu um pequeno garoto correndo, não muito longe de onde estava. Tinha em mãos um arco semelhante ao da garota em sua visão. Stephan observou por um momento incrédulo antes de optar por correr atrás da criança.
Na maior velocidade que conseguia atingir, correu até a rua para a qual o garoto havia corrido, dando de cara com uma cena semelhante à que tinha visto. O pequeno garoto de no máximo catorze anos estava preparado para atirar na direção da rua que dava de encontro com o lugar onde estavam. Parando poucos metros atrás da criança, recuperou o ar nos pulmões e observou-o.
— Acerte no olho. — falou, sabendo que poderia se arrepender de fazer isso. A atenção do arqueiro foi de seu alvo para Stephan imediatamente e, após alguns segundos sem entender nada, um sorriso surgiu em sua face.
— Burkhard? — perguntou o garoto para a surpresa de Stephan, que assentiu lentamente com certo medo. — Quem diria que no fim você me encontraria. Assim que acabar com isso aqui, precisamos ter uma conversa.
- Observações:
- Acho que fiz tudo certo. Espero. Devem ter alguns erros por aí porque eu sinceramente não vou revisar isso aqui. Sobre as visões, fazem parte da trama que pensei em criar para o personagem, espero que entendam, porque não posso explicar muito delas nessa ficha.
Stephan F. Burkhard
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Re: Ficha de Reclamação
Avaliação
Stephan F. Burkhard
Well, well, wel... Olá, jovem.
Primeiramente, me permita dizer o quão feliz eu fico ao ver que existe mais alguém tentando conseguir seu cantinho no chalé 18. Agora vamos ao que realmente importa, certo?
Olha, sua ficha foi bem legal. Gostei da trama do personagem, a história de ser detetive e tudo mais e principalmente a parte das visões - que eu espero que sejam explicadas em DIY's futuramente. Eu encontrei poucos erros na escrita, só alguns trechos onde ocorria a repetição de palavras por duas ou três vezes, mas nada absurdo.
However, percebi que você cometeu o mesmo erro que 9 em cada 10 pessoas está cometendo recentemente. Acontece uma narração da história, da vida, desenrolar da trama, um combate, algo que prende, mas... Cadê a reclamação?
Nas regras da ficha está explícito o seguinte ponto:
O personagem não é obrigado a ir para o Acampamento, mas DEVE narrar na história a descoberta de que é um semideus e sua reclamação.
Não senti nenhuma pista de sua ascendência divina - entenda que eu não estou mandando você escrever clichês como alguém que ame a noite, adore a lua -, nada que entregasse uma leve ligação com o mundo mitológico, nada que fizesse com que você descobrisse que, de fato, é um semideus (e olha que reli o texto pra procurar).
O fato de ver a luta e tudo mais não é exatamente uma reclamação, pois existem mortais capazes de ver através da névoa. As visões poderiam ser uma forma de explorar isso, porque sério, quem não vê esse tipo de coisa e fica confuso, curioso?
A reclamação é algo muito simples. Não precisa de lutas épicas, monstros estrambólicos ou coadjuvantes sensacionais. Geralmente é apenas um pequeno símbolo flutuando sobre sua cabeça ou a aparição de uma habilidade no momento em que você mais precisa.
Você tem potencial, eu sei disso, eu vejo isso. Trabalhe nesses aspectos que apontei, narre sua reclamação e tenho certeza de que será aprovado.
Por enquanto, reprovado.
Não desista.
Dúvidas, reclamações, elogios, desabafos, mimimis... MP
Atenciosamente, a líder da família lunática.
Atenciosamente, a líder da família lunática.
Ayla Lennox
Filhos de SelenePanteão Grego
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Re: Ficha de Reclamação
Riley Stirling |
-Por qual deus deseja ser reclamado/ qual criatura deseja ser e por quê?
Atena. Combina com a personagem e o que escrevi para ela.
- Perfil do Personagem (Características Físicas e Características Psicológicas - preferencialmente separadas)
Física
Riley é baixa e muito magra, o que leva todos a pensarem que está sempre doente. Mesmo assim, não deixa de ter um corpo torneado demais para o seu porte. Tem a pele clara, mas não pálida. Seus olhos são azuis, tão claros que, às vezes, ficam em uma tonalidade cinza quase branca. Seu cabelo é castanho, com as pontas mais claras do que o resto, mas de uma forma natural.
Psicológicas
Apesar de parecer sempre triste por causa de sua aparência, nem sempre está triste. Para muitos, aparenta ser uma menina antissocial, mas isso acontece porque desconfia de todo mundo e é mais fechada do que a maioria das pessoas de sua idade. Também é um pouco tímida. É responsável, madura e extremamente inteligente, por isso acham que é mais velha do que realmente é. É calma e paciente. Não é tão sensível igual a maioria das garotas, sabendo controlar bem suas emoções em situações extremas. Mesmo tendo uma desordem neurológica (PBA) que a faz rir em momentos tristes, ou chorar por nada, mas que nela se evidencia mais em situações de estresse.
- História do Personagem
Riley nasceu em Londres, Inglaterra. Viveu lá até os seus 12 anos de idade, quando seu pai resolveu que era melhor se mudar para Texas, bem na fronteira com o México, porque, segundo ele, lá eles teriam mais oportunidades. De primeira, não gostou muito do lugar, ela se sentiu deslocada, como se lá não fosse seu lugar.
Depois de praticamente dois anos nos Estados Unidos, seu pai a abandonou, trocando-a por dinheiro. Foi vendida para uma maquiladora, no México, onde trabalhava praticamente o dia inteiro, com um salário que mal conseguia pagar a sua comida. Era mantida em um porão na própria fábrica, junto com outros “escravos”.
— Eu não aguento mais! — A menina sem querer pensou alto demais, o que era uma simples reflexão acabou saindo em um grito, o que fez o resto do grupo que morava no porão olhá-la como se fosse louca. Já trabalhava lá há dois anos, e nunca viu nenhum que conseguira fugir. Devia ser árduo, mas ela havia de tentar.
“Vai ser amanhã à noite, quando estiverem todos dormindo.” Pensou, com muita convicção. Não sabia como, mas ela ia. Foi dormir pensando num plano de fuga, e antes de cair no sono, já tinha todo o plano em sua mente. Só era necessário estudar um pouco o terreno de fora, o que era fácil pois o local era repleto de janelas.
— Hey. — Foi acordada por uma voz estranha que nunca ouvira antes. Assim que abriu os olhos, deu de cara com um garoto barbudo. Não fazia a mínima ideia de quem era, mas de alguma forma sua aparência era tranquilizadora.
— Quem é você? — Perguntou, com os olhos arregalados. Não é porque ele tem uma aparência inofensiva que ela não baixaria a guarda perto de um estranho.
— Precisamos fugir, agora. Eu te explico depois. — O garoto falou e se levantou, ajudando Riley a se levantar. Bateu em suas calças para limpar a sujeira e apontou com a sua cabeça que ela deveria segui-lo para a saída. Depois deles saírem do porão e irem para um lugar mais seguro, ou mais reservado, o garoto prosseguiu. — Meu nome é Brock. Eu estou aqui para te ajudar a fugir e te levar para casa.
— Eu não quero ir para casa. — Falou a jovem. — Eu não quero ver o meu pai.
A menina achava que jamais seria possível perdoar seu pai, o que ele fizera fora algo inaceitável. Ela ainda estava muito magoada e não queria nunca mais ter de olhar na cara dele. Não era algo que deveria ser feito com ninguém, nem com seu inimigo, e pior, o fato dela ser sua filha fazia tudo ficar pior.
— Hmm... É... — O garoto coçou sua barba, pensativo. — Digamos que aquela não é sua verdadeira casa... Que você tem uma família muito maior e que são como você.
— Como eu em que sentido? — A menina já estava desconfiada, ela sabia que tinha alguma coisa errada ali, mas não sabia o que era. De qualquer jeito, a vontade de sair de lá era tão grande que ela ignorou que o estranho podia ser mau.
— Então... Você sabe sobre mitologia grega?
— Sim. — Riley pareceu espantada. Por que diabos mitologia grega estaria relacionada ao seu plano de fuga? Não fazia sentido.
— E se eu te falasse que tudo é real e você... Hmm... Faz parte disso? — Brock parou e olhou diretamente para os olhos da menina, que tinha uma expressão mista de felicidade com espanto.
— Uau... Isso é engraçado. — Enfim sorriu.
— Ok. Isso foi fácil. Agora nós precisamos sair daqui.
Não foi tão difícil. Estava de madrugada ainda, então estavam todos dormindo. Riley sabia os caminhos e onde ficavam certas chaves. Tirar elas das cabines dos seguranças sem acordá-los não foi muito trabalhoso visto que todos roncavam como porcos.
O clima lá fora estava bem mais frio, o que fez Riley estremecer assim que deu de cara com uma ventania logo quando abriu a porta. Depois que Brock falou que ela ia se acostumar com frio, que estava realmente suportável, Riley parou de tentar se aquecer. Ela reparou que não era lá que estava muito frio e sim lá dentro que era bem quente e ela havia se adaptado ao clima da indústria.
Depois eles correram. Muito. Não que Riley soubesse para onde estavam indo, ela não fazia a mínima ideia. Depois de alguns minutos, quando não viam mais os portões, avistaram uma estrada e pararam.
— Aqui nós estamos extremamente vulneráveis. Precisamos chegar até a cidade.
— Mas ela não fica longe?
— Fica, mas nós temos carona. — No mesmo segundo que ele falou isso, um carro parou bem na frente deles. — Não seria um plano de fuga sem um automóvel chegando bem na hora certa para nos salvar, não é mesmo?
Riley assentiu e os dois entraram no carro. Brock falou que era um “parente” do motorista e Riley não ligou muito, sabia que era mentira mas não se importava muito. Passou o tempo todo olhando o horizonte passar rapidamente e arrumando o que tinha em sua mochila. Não muita coisa, mas ela podia sobreviver. Depois de algum bom tempo adormeceu e quando acordou estavam em algum aeroporto, que não sabia qual era. Felizmente, o rapaz tinha dinheiro para as duas passagens. Depois de algumas horas esperando o voo, finalmente embarcaram. Não era primeira classe, mas os assentos eram bem mais confortáveis que a cama em que Riley houvera dormido pelos últimos meses.
Na viagem, Brock explicou que havia um lugar chamado Acampamento Meio-Sangue e os filhos dos Deuses treinavam lá. Explicou coisas básicas sobre seu “mundo” e Riley prestava toda a atenção possível, maravilhada. Tudo aquilo era novo para ela, mas aparentemente não a intimidava, ela estava extremamente curiosa. Fez várias perguntas quando ele disse que era um sátiro, ela tinha reparado que ele andava engraçado, mas não pensara na hipótese.
— Hmmm... Estou com um mau pressentimento. — Disse Riley assim que eles desembarcaram do avião.
— Deve haver algum monstro aqui por perto. Temos de ser rápidos, venha!
Eles saíram do aeroporto às pressas. Não correndo porque poderiam achar que eles fizeram algo errado e tudo o que eles queriam naquele momento era passar despercebidos. O aeroporto era relativamente perto do Acampamento, o que era muito bom, só que eles ainda não estavam lá, então continuavam vulneráveis a ataques.
— Não vamos conseguir chegar lá à pé. — Disse Brock, tirando a carteira do bolso. — Estamos no Brooklyn e precisamos chegar em... Long Island, por favor. — Falou, enquanto entrava em um táxi qualquer que passara em frente a ele.
Não demorou muito para que chegassem lá, talvez uma meia hora. Brock pagou o táxi e prosseguiram andando.
— Não é uma boa levar mortais para perto de lá. — O menino disse. — Ops... Isso não é bom...
Ele se virou e olhou para a esquerda e Riley seguiu seu olhar. Algo muito grande estava vindo em sua direção. Brock puxou a pequena pelo braço e começou a correr o mais rápido que podia.
— Ei, eu acho que correr não vai funcionar.
Brock a olhou com uma cara nervosa e se virou para a coisa que agora já estava bem perto.
— Mas nós não temos nada para usar contra um ciclope!
— É só pensar. Eu tenho uma faca, só é preciso acertar o único olho dele. Como ciclopes tem boa audição é só jogarmos algumas pedras na direção oposta que ele irá achar que estamos indo para lá. Depois, só temos que andar silenciosamente até o acampamento.
— Uau, como você sabe tudo isso?
— Digamos que eu sou uma pessoa que busca sempre conhecer novas coisas. — Riley piscou. — Você quer arremessar ou eu arremesso? Eu sou boa com dardos.
Brock fez um movimento com a cabeça para que ela atirasse. Quando o ciclope estava a uns 4 metros, Riley atirou a faca, que acertou bem na pupila única do monstro. O olho ficou vermelho no mesmo segundo que a lâmina o tocou, parecia que ia explodir, o que não aconteceu, mas começou a sangrar bastante e a sair um líquido estranho. Para o ciclope, a faca era como uma farpa, mas havia o fato de que ela enterrada no olho dele, doía mais que qualquer coisa que ele já houvera sentido. Ele não conseguia tirar de lá, fazendo ela entrar cada vez mais. Depois de um tempo tentando, ele tombou, continuando a se mexer e urrando de dor.
Os dois finalmente se deram conta que ele não ia levantar tão cedo e não ia mais tentar matá-los e saíram correndo para o acampamento.
— Como você fez aquilo? Foi perfeito! — Disse Brock já do ladro de dentro.
— Eu só pensei um pouco. Planejei com as coisas que nós tínhamos ao nosso dispor. E graças à Deus funcionou. — Brock olhou para ela com uma feição indecifrável. — aos Deuses, perdão.
Eles iam em direção à Casa Grande quando o menino parou, maravilhado.
— ATENA! — Ele gritou tão alto que a menina tomou um susto e deu um pulo para atrás.
— ONDE? — Ela perguntou, olhando para todos os lados.
— Você! — Brock apontou para um ponto sobre a cabeça da jovem. — Você é filha de Atena! Sabia!
— O quê?
— O símbolo de Atena, você está sendo reclamada como filha dela! — O jovem falou e sorriu, despertando um sorriso no rosto de Riley também.
Os dois explicaram para Quíron o ocorrido, que a deu as boas vindas e explicou como as coisas funcionavam lá. Pediu que Brock a levasse para um passeio pelo acampamento e assim o fez.
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Atena. Combina com a personagem e o que escrevi para ela.
- Perfil do Personagem (Características Físicas e Características Psicológicas - preferencialmente separadas)
Física
Riley é baixa e muito magra, o que leva todos a pensarem que está sempre doente. Mesmo assim, não deixa de ter um corpo torneado demais para o seu porte. Tem a pele clara, mas não pálida. Seus olhos são azuis, tão claros que, às vezes, ficam em uma tonalidade cinza quase branca. Seu cabelo é castanho, com as pontas mais claras do que o resto, mas de uma forma natural.
Psicológicas
Apesar de parecer sempre triste por causa de sua aparência, nem sempre está triste. Para muitos, aparenta ser uma menina antissocial, mas isso acontece porque desconfia de todo mundo e é mais fechada do que a maioria das pessoas de sua idade. Também é um pouco tímida. É responsável, madura e extremamente inteligente, por isso acham que é mais velha do que realmente é. É calma e paciente. Não é tão sensível igual a maioria das garotas, sabendo controlar bem suas emoções em situações extremas. Mesmo tendo uma desordem neurológica (PBA) que a faz rir em momentos tristes, ou chorar por nada, mas que nela se evidencia mais em situações de estresse.
- História do Personagem
Riley nasceu em Londres, Inglaterra. Viveu lá até os seus 12 anos de idade, quando seu pai resolveu que era melhor se mudar para Texas, bem na fronteira com o México, porque, segundo ele, lá eles teriam mais oportunidades. De primeira, não gostou muito do lugar, ela se sentiu deslocada, como se lá não fosse seu lugar.
Depois de praticamente dois anos nos Estados Unidos, seu pai a abandonou, trocando-a por dinheiro. Foi vendida para uma maquiladora, no México, onde trabalhava praticamente o dia inteiro, com um salário que mal conseguia pagar a sua comida. Era mantida em um porão na própria fábrica, junto com outros “escravos”.
— Eu não aguento mais! — A menina sem querer pensou alto demais, o que era uma simples reflexão acabou saindo em um grito, o que fez o resto do grupo que morava no porão olhá-la como se fosse louca. Já trabalhava lá há dois anos, e nunca viu nenhum que conseguira fugir. Devia ser árduo, mas ela havia de tentar.
“Vai ser amanhã à noite, quando estiverem todos dormindo.” Pensou, com muita convicção. Não sabia como, mas ela ia. Foi dormir pensando num plano de fuga, e antes de cair no sono, já tinha todo o plano em sua mente. Só era necessário estudar um pouco o terreno de fora, o que era fácil pois o local era repleto de janelas.
— Hey. — Foi acordada por uma voz estranha que nunca ouvira antes. Assim que abriu os olhos, deu de cara com um garoto barbudo. Não fazia a mínima ideia de quem era, mas de alguma forma sua aparência era tranquilizadora.
— Quem é você? — Perguntou, com os olhos arregalados. Não é porque ele tem uma aparência inofensiva que ela não baixaria a guarda perto de um estranho.
— Precisamos fugir, agora. Eu te explico depois. — O garoto falou e se levantou, ajudando Riley a se levantar. Bateu em suas calças para limpar a sujeira e apontou com a sua cabeça que ela deveria segui-lo para a saída. Depois deles saírem do porão e irem para um lugar mais seguro, ou mais reservado, o garoto prosseguiu. — Meu nome é Brock. Eu estou aqui para te ajudar a fugir e te levar para casa.
— Eu não quero ir para casa. — Falou a jovem. — Eu não quero ver o meu pai.
A menina achava que jamais seria possível perdoar seu pai, o que ele fizera fora algo inaceitável. Ela ainda estava muito magoada e não queria nunca mais ter de olhar na cara dele. Não era algo que deveria ser feito com ninguém, nem com seu inimigo, e pior, o fato dela ser sua filha fazia tudo ficar pior.
— Hmm... É... — O garoto coçou sua barba, pensativo. — Digamos que aquela não é sua verdadeira casa... Que você tem uma família muito maior e que são como você.
— Como eu em que sentido? — A menina já estava desconfiada, ela sabia que tinha alguma coisa errada ali, mas não sabia o que era. De qualquer jeito, a vontade de sair de lá era tão grande que ela ignorou que o estranho podia ser mau.
— Então... Você sabe sobre mitologia grega?
— Sim. — Riley pareceu espantada. Por que diabos mitologia grega estaria relacionada ao seu plano de fuga? Não fazia sentido.
— E se eu te falasse que tudo é real e você... Hmm... Faz parte disso? — Brock parou e olhou diretamente para os olhos da menina, que tinha uma expressão mista de felicidade com espanto.
— Uau... Isso é engraçado. — Enfim sorriu.
— Ok. Isso foi fácil. Agora nós precisamos sair daqui.
Não foi tão difícil. Estava de madrugada ainda, então estavam todos dormindo. Riley sabia os caminhos e onde ficavam certas chaves. Tirar elas das cabines dos seguranças sem acordá-los não foi muito trabalhoso visto que todos roncavam como porcos.
O clima lá fora estava bem mais frio, o que fez Riley estremecer assim que deu de cara com uma ventania logo quando abriu a porta. Depois que Brock falou que ela ia se acostumar com frio, que estava realmente suportável, Riley parou de tentar se aquecer. Ela reparou que não era lá que estava muito frio e sim lá dentro que era bem quente e ela havia se adaptado ao clima da indústria.
Depois eles correram. Muito. Não que Riley soubesse para onde estavam indo, ela não fazia a mínima ideia. Depois de alguns minutos, quando não viam mais os portões, avistaram uma estrada e pararam.
— Aqui nós estamos extremamente vulneráveis. Precisamos chegar até a cidade.
— Mas ela não fica longe?
— Fica, mas nós temos carona. — No mesmo segundo que ele falou isso, um carro parou bem na frente deles. — Não seria um plano de fuga sem um automóvel chegando bem na hora certa para nos salvar, não é mesmo?
Riley assentiu e os dois entraram no carro. Brock falou que era um “parente” do motorista e Riley não ligou muito, sabia que era mentira mas não se importava muito. Passou o tempo todo olhando o horizonte passar rapidamente e arrumando o que tinha em sua mochila. Não muita coisa, mas ela podia sobreviver. Depois de algum bom tempo adormeceu e quando acordou estavam em algum aeroporto, que não sabia qual era. Felizmente, o rapaz tinha dinheiro para as duas passagens. Depois de algumas horas esperando o voo, finalmente embarcaram. Não era primeira classe, mas os assentos eram bem mais confortáveis que a cama em que Riley houvera dormido pelos últimos meses.
Na viagem, Brock explicou que havia um lugar chamado Acampamento Meio-Sangue e os filhos dos Deuses treinavam lá. Explicou coisas básicas sobre seu “mundo” e Riley prestava toda a atenção possível, maravilhada. Tudo aquilo era novo para ela, mas aparentemente não a intimidava, ela estava extremamente curiosa. Fez várias perguntas quando ele disse que era um sátiro, ela tinha reparado que ele andava engraçado, mas não pensara na hipótese.
— Hmmm... Estou com um mau pressentimento. — Disse Riley assim que eles desembarcaram do avião.
— Deve haver algum monstro aqui por perto. Temos de ser rápidos, venha!
Eles saíram do aeroporto às pressas. Não correndo porque poderiam achar que eles fizeram algo errado e tudo o que eles queriam naquele momento era passar despercebidos. O aeroporto era relativamente perto do Acampamento, o que era muito bom, só que eles ainda não estavam lá, então continuavam vulneráveis a ataques.
— Não vamos conseguir chegar lá à pé. — Disse Brock, tirando a carteira do bolso. — Estamos no Brooklyn e precisamos chegar em... Long Island, por favor. — Falou, enquanto entrava em um táxi qualquer que passara em frente a ele.
Não demorou muito para que chegassem lá, talvez uma meia hora. Brock pagou o táxi e prosseguiram andando.
— Não é uma boa levar mortais para perto de lá. — O menino disse. — Ops... Isso não é bom...
Ele se virou e olhou para a esquerda e Riley seguiu seu olhar. Algo muito grande estava vindo em sua direção. Brock puxou a pequena pelo braço e começou a correr o mais rápido que podia.
— Ei, eu acho que correr não vai funcionar.
Brock a olhou com uma cara nervosa e se virou para a coisa que agora já estava bem perto.
— Mas nós não temos nada para usar contra um ciclope!
— É só pensar. Eu tenho uma faca, só é preciso acertar o único olho dele. Como ciclopes tem boa audição é só jogarmos algumas pedras na direção oposta que ele irá achar que estamos indo para lá. Depois, só temos que andar silenciosamente até o acampamento.
— Uau, como você sabe tudo isso?
— Digamos que eu sou uma pessoa que busca sempre conhecer novas coisas. — Riley piscou. — Você quer arremessar ou eu arremesso? Eu sou boa com dardos.
Brock fez um movimento com a cabeça para que ela atirasse. Quando o ciclope estava a uns 4 metros, Riley atirou a faca, que acertou bem na pupila única do monstro. O olho ficou vermelho no mesmo segundo que a lâmina o tocou, parecia que ia explodir, o que não aconteceu, mas começou a sangrar bastante e a sair um líquido estranho. Para o ciclope, a faca era como uma farpa, mas havia o fato de que ela enterrada no olho dele, doía mais que qualquer coisa que ele já houvera sentido. Ele não conseguia tirar de lá, fazendo ela entrar cada vez mais. Depois de um tempo tentando, ele tombou, continuando a se mexer e urrando de dor.
Os dois finalmente se deram conta que ele não ia levantar tão cedo e não ia mais tentar matá-los e saíram correndo para o acampamento.
— Como você fez aquilo? Foi perfeito! — Disse Brock já do ladro de dentro.
— Eu só pensei um pouco. Planejei com as coisas que nós tínhamos ao nosso dispor. E graças à Deus funcionou. — Brock olhou para ela com uma feição indecifrável. — aos Deuses, perdão.
Eles iam em direção à Casa Grande quando o menino parou, maravilhado.
— ATENA! — Ele gritou tão alto que a menina tomou um susto e deu um pulo para atrás.
— ONDE? — Ela perguntou, olhando para todos os lados.
— Você! — Brock apontou para um ponto sobre a cabeça da jovem. — Você é filha de Atena! Sabia!
— O quê?
— O símbolo de Atena, você está sendo reclamada como filha dela! — O jovem falou e sorriu, despertando um sorriso no rosto de Riley também.
Os dois explicaram para Quíron o ocorrido, que a deu as boas vindas e explicou como as coisas funcionavam lá. Pediu que Brock a levasse para um passeio pelo acampamento e assim o fez.
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XIII
Riley Stirling
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Re: Ficha de Reclamação
FICHA DE RECLAMAÇÃO
- Por qual deus deseja ser reclamado/ qual criatura deseja ser e por quê?
Desejo ser um tritão. Desde que os tritões foram abertos para a reclamação, isso tem despertado meu interesse. Seria muito interessante construir uma trama com um personagem assim. Também gosto muito dos poderes deste grupo, por estarem relacionados à água.
- Perfil do Personagem (Características Físicas e Características Psicológicas - preferencialmente separadas)
Fisicamente: Da cintura para cima, Yesol é como um adolescente de 16 anos normal, na medida do possível. Possui cabelos loiros rebeldes que vivem sempre desgrenhados, não importa a situação, e olhos de um verde intenso. Sua pele é bronzeada devido ao grande tempo que passa na água, e também têm algumas cicatrizes espalhadas pelos braços, consequências dos treinamentos para ser um guerreiro. Possui uma tatuagem de concha no braço, e ela é a coisa da qual o jovem sente mais orgulho. Da cintura para baixo, tem uma grande cauda verde-água, que possui tons mais escuros no início e tons mais claros no final.
Psicologicamente: Com um humor sarcástico e piadas sem graça, o jovem tritão conquista todos ao seu redor, também tendo fama por sua lealdade. Evita matar quando necessário, mas se for preciso, ele não hesita. Tem um forte fascínio por animais aquáticos, e os protege a qualquer custo. Procura sempre ajudar os outros, e é sempre visto por ai com um grande sorriso no rosto, mas sabe ser focado e disciplinado quando preciso, pois foi treinado para ser um soldado.
- História do Personagem
Emergi para fora da água, respirando o ar puro. Sentei-me na areia molhada, enquanto observava minha cauda virar, lentamente, um belo par de pernas.
Enquanto observava as ondas do mar se quebrarem na terra firme, comecei a pensar. Como eu cheguei a esse ponto? Como fui buscar auxílio com um grupo de semideuses?
Meu pai dizia que os semideuses e os mortais poluíam o mar com seu lixo imundo. Matavam as criaturas marinhas por puro prazer. Mas dizia também que podíamos confiar nos filhos de Poseidon. Eles respeitavam o mar e eram amigos dos seres marinhos. Eu apenas esperava que fosse verdade. Mais cedo ou mais tarde, iria descobrir.
Apoiei a mão direita no chão e levantei-me, com certa dificuldade. Era a primeira vez que usava meu novo conjunto de membros, e não estava gostando muito. Preferia minha cauda. Mas nem tudo é como a gente quer, não é?
Enquanto minhas pernas bambeavam e lutavam para sair da areia e chegar ao acampamento, pensei no que estaria acontecendo na aldeia. O que havia acontecido com meu pai, aquele que havia me protegido, me apoiado nas minhas decisões mais difíceis, como me tornar um tritão guerreiro?
Tritões guerreiros são aqueles que protegem nossa pequena cidade, são os mais bravos e corajosos, aqueles que são chamados de heróis quando conseguem sobreviver a um ataque. Recebiam uma tatuagem de concha no braço, perto do ombro, quando completavam seu treinamento. Eu já tinha a minha, claro.
Eu vim para o acampamento buscar abrigo. Embora eu fosse um guerreiro, não havia chance de escapatória. Nossa aldeia estava sendo dizimada aos poucos. Estávamos sendo atacados pelos Seastorms, um povo inimigo. Eles não eram leais à Poseidon como nós, e tinham muito mais habitantes. Em meio à confusão, lá estava eu, desnorteado. Tentava achar meu pai, mas este não estava em nossa casa, nem em lugar nenhum. Os atacantes eram mais de 500. Muito mais do que nosso exército defensivo poderia aguentar. Então eu fugi. Fiz a última coisa que meu treinamento mandava fazer.
Agora, eu sentia vergonha de quem eu era, vergonha da minha covardia. Minha tatuagem de guerreiro queimava em meu braço. Eu não era mais digno dela. Nem de ser chamado de um tritão valente.
Não, eu não iria chorar. Não iria desabar em lágrimas. Eu precisava ser forte.
Só me restava rezar á Poseidon para que meu pai estivesse bem, que tivesse fugido, como eu. Ele era minha única família, já que minha mãe morrera há muitos anos.
Agora eu já estava caminhando sob a terra, e já conseguia avistar a formação dos chalés. Enquanto observava as construções, eu jurei vingança. Eu iria vingar meu povo.
- Adendos, vem cá seu lindo:
Poderes utilizados:
Passivos:
Nível 1 - Transformação – Além de respirarem normalmente na água, também conseguem se manter fora dela sem problemas respiratórios, ainda que nesse nível só possam se manter 3 dias longe da água, após esse período devem mergulhar novamente em uma fonte de água natural, ou começarão a perder HP. O período de afastamento aumenta em 3 dias a cada nível. Além disso, aqueles que possuem caudas, como os tritões, adquirem pernas e características humanóides que os permitem agir na terra normalmente, controlando essa transformação quando em água.
Outras coisas sobre a ficha:
- A ficha ficou pequena, sim. Mas não tem muita coisa para escrever, de fato. Ia ficar monótono e eu garanto que o avaliador iria dormir se eu narrasse o ataque, portanto fiz apenas uma breve descrição de como foi.
- Esse povo inimigo vai ser muito importante para a trama do meu personagem, você vai ver no futuro.
- A história dele será mais desenvolvida em DIY, já que vai ter muito combate, e coisas do tipo. É melhor fazer em DIY, ai eu ganho meu xp, q
Yesol
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Re: Ficha de Reclamação
Avaliação - Riley Stirling:
A primeira coisa que me deixou curioso foi sua história - um pouco mirabolante, mas nada excêntrico demais. Porém, faltou trabalhar mais a narrativa, mostrando os sentimentos da personagem e descrevendo o que havia a sua volta. Além disso, o único problema que encontrei foi a falta de coerência em alguns pontos (cruciais) do escrito: o fato de trabalhar num local desses por dois anos e nem sequer ter pensado em alguma maneira de escapar (convenhamos, é algo que qualquer um pensaria, ainda mais uma filha de Atena), e a facilidade com que matou o ciclope (boa estratégia, mas não se arremessa facas da mesma forma que se arremessa dardos e mesmo assim não seria fácil ter a habilidade e controle sobre seus instintos para esperar a hora certa de atirar. Não para alguém destreinado e desacostumado com isso).
Entretanto, no geral sua escrita é boa e vejo que tem futuro, só precisa de alguns retoques. Bem-vinda filha de Atena.
A primeira coisa que me deixou curioso foi sua história - um pouco mirabolante, mas nada excêntrico demais. Porém, faltou trabalhar mais a narrativa, mostrando os sentimentos da personagem e descrevendo o que havia a sua volta. Além disso, o único problema que encontrei foi a falta de coerência em alguns pontos (cruciais) do escrito: o fato de trabalhar num local desses por dois anos e nem sequer ter pensado em alguma maneira de escapar (convenhamos, é algo que qualquer um pensaria, ainda mais uma filha de Atena), e a facilidade com que matou o ciclope (boa estratégia, mas não se arremessa facas da mesma forma que se arremessa dardos e mesmo assim não seria fácil ter a habilidade e controle sobre seus instintos para esperar a hora certa de atirar. Não para alguém destreinado e desacostumado com isso).
Entretanto, no geral sua escrita é boa e vejo que tem futuro, só precisa de alguns retoques. Bem-vinda filha de Atena.
Oliver H. Greyback
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Re: Ficha de Reclamação
Discovering Myself
as a son of love
- Por qual deus deseja ser reclamado/ qual criatura deseja ser e por quê?
Afrodite, por ser quem melhor se assemelha à personalidade do semideus.
- Perfil do Personagem (Características Físicas e Características Psicológicas - preferencialmente separadas):
Físicas:
Cabelos pretos lisos; olhos pretos e puxados; magro; 1,75m.
Psicológicas:
Sasuke é naturalmente extrovertido, mas não pôde mostrar muito isso quando estava próximo ao pai e aos irmãos. Ama cantar e dançar, além de ser um romântico incurável (adora livros, doramas e filmes com boas histórias de amor).
- História do Personagem:
Ele vivia numa família mais rígida que a maioria das outras no Japão. Não tinha alívio para com suas responsabilidades e muito menos regalias. Mas a vida de Sasuke era um pouco mais difícil que a de seus irmãos mais velhos por ser tão diferente deles, e, naquele momento, seu pai estava praticando seu esporte favorito: irritá-lo e aterrorizá-lo.
— Você é uma vergonha, Sasuke! Levante-se! — o mestre ordenava, tinha nítido asco na voz, diante de todos os seus outros alunos.
Sasuke se levantou e ergueu o sabre, mas sabia que cairia facilmente dentro de alguns golpes que recebesse do pai. Não que ele não tivesse talento, pelo contrário, mas ele simplesmente não queria fazer aquilo. Não gostava nem um pouco da vida de samurai de dojo, artes marciais e vida à la idade média japonesa. Seus gostos eram completamente opostos àquilo tudo e ele se sentia infeliz por não ser livre para expressar seus melhores dons.
O pai atacou. O garoto sustentou quatro golpes, mas se deixou ser chutado no peito pelo pai sem nem oferecer resistência. Fukui-san jogou a espada longe e virou as costas da mão no rosto de Sasuke, furioso, pois era um insulto máximo para ele que alguém propositalmente se mostrasse fraco. Pior ainda era que esse insulto vinha de seu próprio filho. Como aquele garoto podia ser tão diferente dele? Ele suspeitava que o problema estava no sangue da mãe do garoto.
Ela era tão diferente de todas as mulheres! Mais bela que todas! Uma estrangeira que viera àquela cidade tão esquecida e conservadora e o tirou dos eixos tão facilmente. Foi frustrante como ela conseguiu driblar sua filosofia de disciplina acima de tudo e o fizera trair a memória da falecida esposa, a quem prometera que jamais deixaria! Tempos depois o menino nasceu, a expressão física de sua queda, e antes que o homem pudesse perceber ela tinha ido embora e deixado o menino para trás. O tempo passou e mesmo com todos os esforços que Fukui Hiruzen tinha feito para transformar o filho caçula em um guerreiro forte e habilidoso, o menino odiava aquilo tudo.
O mais esquisito era que Sasuke conhecia seu potencial, entendia que sangue guerreiro corria em suas veias e sabia exatamente o que deveria fazer nos treinamentos, raros momentos em que não estava trancado em seu quartinho, mas jurara a si mesmo que apenas em momentos de muita raiva ou necessidadeque deixaria-se levar por seus instintos. E, pela primeira vez, um momento como aquele havia chegado.
Seu rosto queimava com a bofetada recebida pelo próprio pai e um olhar de ódio se mostrava em seu rosto, o que dificilmente acontecia. Sasuke se pôs de pé de um salto, habilidosamente, e apontou a espada para o rosto do pai. Seu rosto era altivo, apesar da marca vermelha em sua bochecha, e sua posição corporal era a de um perfeito espadachim. O pai o olhava com estranheza, como se estivesse perguntando a si próprio quem era aquele garoto, mas, antes que chegasse a uma resposta, Sasuke atacou com firmeza e destreza jamais vistas antes.
Sem deixar espaço para contra-ataques, Sasuke deu a volta por toda aquela arena do dojo atacando o pai de maneira implacável. Seu braço traçava arcos perfeitos, seu corpo girava com graça e precisão, seu rosto denotava a raiva de uma maneira estranhamente bela. Assistir Sasuke lutar era algo simplesmente lindo! E num golpe surpresa, Sasuke desviou o braço do pai e deu um forte chute em seu peito, derrubando o homem bem no centro do tatame. Seu rosto estava vermelho, pingando de suor, e nunca esteve mais admirável.
— Era isso que você queria?! Hein? É desse Sasuke que você gosta, não é? Adivinha só, papai. Eu não sou esse Sasuke! Eu gosto de música, de dança, de romances! Não vejo a graça em lutar sem um propósito maior que venha reger meu coração e eu não tenho esse propósito! Por que não me deixa ser quem eu sou?! — Sasuke esbravejava com todo o sentimento preso por tanto tempo. Por que era tão difícil ser quem era?
Bastou um olhar furioso do pai para que os irmãos mais velhos arrancassem o caçula do local e o jogassem de volta em seu quartinho, gritando com ódio que ele era uma vergonha para o clã Fukui. O garoto bufou assim que os irmãos saíram. Clã Fukui! Eu realmente não devo pertencer a esse clã. Utatane-obaa-chan disse que Fukui significa boa sorte, mas não deve significar isso pra mim. Ele se limitou a pegar o anel quadrado de rubi sobre a mesa de cabeceira e colocar no dedo, a única coisa que sua mãe deixara, dissera seu pai, e fechou os olhos para não ver o dia passar.
No dia seguinte, o esperado evento samurai organizado pelo pai todos os anos começou. Naquele evento, ele sempre apresentava os lutadores de sabres e artes marciais de seu dojo, fazia um torneio entre eles e condecorava os que haviam evoluído de nível ao longo do ano. Para Sasuke, uma baboseira sem propósito. E lá estava ele, logo atrás do pai, o terceiro dos herdeiros Fukui e o único que não estava nem aí para toda aquela tradição de família.
O evento se iniciou com uma demonstração de luta dos irmãos mais velhos de Sasuke e então um grupo de gueixas convidadas veio fazer sua apresentação de dança, mas... tinha algo diferente no meio delas. Do grupo de sete gueixas, duas não tiravam os olhos de Sasuke e ele começava a sentir que elas tentavam hipnotizá-lo, de alguma forma bem estranha. E então tudo aconteceu muito rápido.
No meio da apresentação das gueixas havia uma encenação com sabres, como se representasse a heroica luta de uma guerreira por seu amor. O problema foi que as tais gueixas que fitavam Sasuke começaram a atacar de verdade e caminharam até o tablado onde ele e sua família estavam. Os alunos samurais do dojo, depois de demorarem a perceber que um caos estava se instalando, se dividiram entre afastar os curiosos e tentar impedir que as duas atacassem a família, que a essa altura já se armava para batalhar.
— Durmam, meus amores! Não há nada para presenciarem aqui! — a primeira das gueixas estranhas falou e subitamente todas as pessoas assentiram e deixaram-se levar por um súbito sono. A mulher usara um charme mágico para fazer com que todos os mortais a obedecessem.
Sasuke pensou que tinha sido o único a ficar de pé até ver dois garotos trajados como ninjas mas que claramente não eram de nenhum país oriental do mundo. Ele sacou o sabre, sem entender o que estava acontecendo, e as mulheres se aproximaram mais dele com suas armas erguidas. E a coisa mais estranha que o garoto já tinha visto aconteceu: o ar tremulou em volta delas e suas formas vacilaram, alterando-se assustadoramente. Os cabelos, antes presos, agora se soltavam e transformavam-se em fogo, assim como seus olhos. O manto de gueixa desaparecia dando lugar a armaduras gregas antigas que cobriam corpos hibridos — da cintura pra cima, humanoides cuja pele parecia feita de mármore; da cintura para baixo, pernas diferentes uma da outra, uma peluda de bode e outra de bronze. Presas cresciam na boca de cada uma e finalmente a figura demoníaca estava formada. E Sasuke não fazia ideia do que eram aquelas coisas.
— Quem... O que são vocês? O que querem comigo? — sua voz saiu trêmula e suas pernas pareciam feitas de geleia enquanto ele tentava se manter afastado das estranhas criaturas.
Os dois garotos finalmente o alcançaram e se colocaram entre as monstras e ele. Pareciam fortes e muito experientes em enfrentar criaturas estranhas, pois sua linguagem corporal denotava receio e proteção e eles não olhavam diretamente nos olhos de fogo delas. Eles atacaram. Sasuke não sabia o que fazer! Sentia-se completamente impotente apesar de saber que podia lutar, mas o susto em ver criaturas tão estranhas era grande demais. O sabre tremia em sua mão, a voz do pai o chamando de "vergonha" ecoava em seus ouvidos e ele quase acreditou que realmente era verdade. Quase.
Aquelas coisas estavam ali por ele. Não entendia por que aqueles rapazes não tinham sido afetados, mas entendeu que o objetivo delas era matá-lo. A questão era: por quê? O que ele poderia ter de tão especial? O que quer que fosse, não poderia apenas assistir à batalha e deixar aqueles dois desconhecidos arriscarem suas vidas para salvá-lo. Ele precisava agir. Queria um propósito para lutar? Ali estava. Salvar a própria vida, ajudar aqueles dois guerreiros que o protegiam e jogar aquelas coisas para o mais longe possível daqueles inocentes adormecidos.
Ele correu para cima delas e foi direto para a que parecia levar vantagem sobre o oponente. Tentou perguntar ao rapaz quem eles eram e o que eram aquelas monstruosidades, mas o rapaz apenas disse que logo iria explicar tudo. A criatura tomou outro sabre em mãos, de algum dos guerreiros caídos em sono, para lutar com o rapaz misterioso e Sasuke. Ela não tirava os olhos dele e, de repente, começou a falar com a voz mais encantadora possível.
— Você não deve resistir a nós, lindinho. Nenhum de vocês deve. Entreguem-se, meus amores. — os rapazes titubearam, mas Sasuke sentiu apenas uma dor de cabeça muito, muito forte. O que era estranho: elas não conseguiam seduzi-lo.
Com raiva por ver que elas usavam truque tão baixo como seu charme, ele tornou a atacar, gritando aos rapazes que não as ouvissem e, para sua surpresa, eles o obedeceram! Sasuke nunca tinha dado ordens a ninguém, sempre sentira-se completamente impotente em convencer qualquer pessoa de suas opiniões, mas naquele momento as coisas foram diferentes.
As monstras perceberam que ele não era um qualquer. Resistir ao encanto delas era algo difícil de acontecer e rebater seu ataque com um igual era ainda mais difícil. Elas tentaram de novo, usando o mesmo argumento, mas Sasuke sequer deixou que elas terminassem a frase. O que quer que fosse aquele feitiço, ele sabia que elas precisavam somar a voz à beleza e não permitiria que aquilo acontecesse. Ele ordenava que não ouvissem às duas, que focassem em destruí-las, e os rapazes pareciam cada vez mais motivados em segui-lo.
Eles derrotaram a primeira, embora ele ainda não entendesse como tinha conseguido coordenar tão bem seus golpes aos de seu aliado. Ao ver a coisa se transformando em pó amarelo, Sasuke sentiu sua confiança inflar e pela primeira vez ele conseguiu acreditar em si mesmo. Acreditar que era capaz de fazer algo por si só, não porque alguém o pressionava. Ele se voltou para a outra monstra, que parecia um tanto abalada pela derrota de sua parceira, e atacou com força. Sentiu-se tomado por suas emoções e sentimentos, como se tudo estivesse canalizado na lâmina daquele sabre e em seu braço habilidoso.
Sua confiança aumentava mais a cada segundo. A monstra, já cheia de cortes adquiridos durante a batalha, viu-se encurralada entre dois rapazes fortes e furiosos e um garoto belo e esguio, que à primeira vista jamais pareceria um guerreiro, mas que mostrava mais fome por vencê-la do que os outros dois juntos. E estava cercado por uma aura rosa.
Ele não percebeu imediatamente, mas os outros dois sim. Enquanto lutavam, viram o kimono de luta branco e sem mangas do dojo do pai de Sasuke dar lugar a um kimono preto completo, de mangas longas e tecido luxuoso. Os cabelos adquiriram um corte meio rebelde, que cabia perfeitamente na aparência linda do garoto. Em seu dedo anelar esquerdo, o anel quadrado de rubi brilhou e ele deu o golpe final na monstra enfraquecida pelos três guerreiros. Mais uma que virava pó. E só então ele notou a aura rosa ao seu redor e a troca de roupa. O holograma de uma pomba branca surgiu sobre sua cabeça e as palavras fugiram de sua boca.
— A reclamação! Aura rosa, pomba. Ave, Sasuke Fukui. Filho de Afrodite, a deusa do amor!
~*~
As perguntas foram todas respondidas enquanto, numa carruagem puxada por cavalos alados, os rapazes levavam o garoto para o único lugar seguro para um semideus grego: o Acampamento Meio-Sangue. As pessoas adormecidas seriam acordadas e, graças à Névoa, não se lembrariam de nada estranho. A família acreditaria que tinha enviado o garoto para um internato, onde ele não os faria mais passar vergonha, como julgavam. As gueixas não sentiriam falta das duas monstras, empousai, eles disseram, e seria como se elas nunca tivessem aparecido. Contaram que, assim como Sasuke, eram semideuses. Eram irmãos, filhos de Ares, e tinham recebido a missão de viajar ao Japão para resgatá-lo. Tudo causava uma dor de cabeça ainda maior ao garoto, mas ele sabia que ouvir as respostas para cada pergunta que surgia em sua cabeça poderia deixá-lo louco, então ele resolveu dar um tempo e esperar a chegada no refúgio.
— Então tudo isso tem a ver com você, mãe — ele disse, olhando para o anel em seu dedo. — Eu sou um guerreiro, algo que nunca quis ser. Mas sinto que sou um guerreiro diferente, por ser seu filho. O jeito é esperar e pagar pra ver. — E assim ele começou sua jornada como um semideus, o mais novo morador do chalé 10, o novo filho de Afrodite.
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▲
Christian Myers
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Re: Ficha de Reclamação
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Yesol, foi uma ficha curtíssima, mas falou tudo que era preciso. Nunca tinha avaliado ficha pra tritão, não sabia como era e tive que dar uma pesquisada pra ver se você fez tudo dentro dos conformes. Por fim, sua ficha foi feita corretamente em termos de trama. Sobre ortografia e organização, devo dizer que você pecou muito pouco. Foram pequenos os erros que encontrei. Mínimas vírgulas fora do lugar e uma crase que saiu como acento agudo. Fora isso, acho que é uma boa você começar a escrever mais nos parágrafos antes de pular para outros. Tente desenrolar um pouco mais da história sempre que possível. De qualquer forma, foi o suficiente pra passar. Meus parabéns, tritão!
Fukui, vou ser bem sincero e objetivo com você... Quando vi seu nome pensei que seria um novato que faria as coisas erradas e ainda teria que aprender muito antes de passar na ficha de reclamação. Quebrei minha cara. Sua ficha está muito boa, cumpriu todos os requisitos e não passou em momento algum em minha mente a hipótese de te reprovar após o início da leitura. Meus parabéns, filho de Afrodite!
Obs: Roubei o bag e saiu meio bugado, mas sem problemas. q
Avaliação
Yesol
Yesol, foi uma ficha curtíssima, mas falou tudo que era preciso. Nunca tinha avaliado ficha pra tritão, não sabia como era e tive que dar uma pesquisada pra ver se você fez tudo dentro dos conformes. Por fim, sua ficha foi feita corretamente em termos de trama. Sobre ortografia e organização, devo dizer que você pecou muito pouco. Foram pequenos os erros que encontrei. Mínimas vírgulas fora do lugar e uma crase que saiu como acento agudo. Fora isso, acho que é uma boa você começar a escrever mais nos parágrafos antes de pular para outros. Tente desenrolar um pouco mais da história sempre que possível. De qualquer forma, foi o suficiente pra passar. Meus parabéns, tritão!
Fukui Sasuke
Fukui, vou ser bem sincero e objetivo com você... Quando vi seu nome pensei que seria um novato que faria as coisas erradas e ainda teria que aprender muito antes de passar na ficha de reclamação. Quebrei minha cara. Sua ficha está muito boa, cumpriu todos os requisitos e não passou em momento algum em minha mente a hipótese de te reprovar após o início da leitura. Meus parabéns, filho de Afrodite!
Obs: Roubei o bag e saiu meio bugado, mas sem problemas. q
Christian Marshell
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Re: Ficha de Reclamação
Atualizado.
Edit: A ficha que Yesol postou é plagiada desse mesmo tópico - conforme pode ser visto [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link] -, por isso sua reclamação foi anulada e ele, a partir do momento em que essa mensagem for postada, possui 24 horas para provar por MP que a conta com a ficha original pertence a ele. Caso não o faça, a conta Yesol será banida por 3 dias e, em caso de reincidência, receberá ban por IP permanente.
Edit: A ficha que Yesol postou é plagiada desse mesmo tópico - conforme pode ser visto [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link] -, por isso sua reclamação foi anulada e ele, a partir do momento em que essa mensagem for postada, possui 24 horas para provar por MP que a conta com a ficha original pertence a ele. Caso não o faça, a conta Yesol será banida por 3 dias e, em caso de reincidência, receberá ban por IP permanente.
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Re: Ficha de Reclamação
ficha de reclamação
1) Desejo ser reclamada por Hécate por dois motivos: primeiramente, é de suma importância pra trama ela ser filha dessa deusa em especial, já que em uma parte esse fato é essencial. Por outro ponto, posso dizer que sempre admirei os domínios de Hécate. Hm, é isso.
2) • Ariane tem os cabelos longos e loiros, embora alguns cheguem a dizer que o tom é mais parecido com dourado. Seus olhos são pretos, mas o lado oriental os domina, sendo que eles são levemente puxados; sua pele é branca , mas não chega a ser pálida, enquanto sua boca vermelha é bastante delicada.
• A garota não é muito normal, por assim dizer: cresceu com o pai adotivo, pessoa que fazia coisas estranhas em casa — coisa que será explicado em diy; convivendo com aquilo todos os dias, Ariane passou a ficar maluca, perder o controle de sua própria cabeça. Agora, ela está internada em um manicômio, onde foi colocada depois de destruir um restaurante.
Sendo emocionalmente instável, Graymark muda de humor rapidamente. Se em uma hora está feliz, em outra pode se irritar com um simples olhar. Não ama ninguém em sua vida, considerando que o pai adotivo nunca lhe deu atenção e ela nem sequer conhece o biológico. Não tem amigos nem família, nenhum apoio. Somente sua própria cabeça ocupada de maluquices.
3) Papai segurava o meu braço com delicadeza, tentando me manter calma enquanto falava sobre as comidas que o tal restaurante vendia. Eu não dava a mínima pra aquela merda toda, mas escutava algumas partes ao mesmo tempo em que olhava o cardápio. Lasanha? Talvez.
— Ah, o que você acha de comida italiana? Massas, eu amo massas! É incrível a textura e... — ele parou ao me ver revirar os olhos, cansada de explicá-lo sobre eu odiar massas. Mas eu entendia, ele não se importava. Ele estava fazendo tudo aquilo porque não queria uma instável destruindo sua casa, não porque me amava. Era compreensível.
Respirei profundamente e passei a página, parando nas comidas japonesas. Assim que Christian viu as imagens, sorriu e pegou minha mão direita, começando a falar logo em seguida.
— Eu entendo se você quiser comer comida japonesa, querida — fiz cara de quem não estava entendendo (porque eu não estava), e ele tratou de explicar. — Era a comida preferida de sua mãe, ela...
— ELA NÃO É MINHA MÃE! — gritei ao mesmo tempo em que me levantava, jogando a mesa em cima de Christian. Eu odiava quando ele se referia à Alyssa como minha mãe, esposa dele que me maltratava e me fazia de empregada antes de morrer. Eu odiava sequer ouvir o nome dela. — VOCÊ É UM PÉSSIMO PAI, NÃO PERCEBE? VOCÊ NÃO SE IMPORTA COM O QUE EU SINTO OU COM O QUE ELA FEZ COMIGO!
No exato momento em que ele tentou dizer alguma coisa, saí andando e o deixei falando sozinho. Mas, como a pessoa desequilibrada que eu sou, não resisti em destruir tudo pelo caminho. Derrubei as taças das mesas, quebrei pratos e gritei com as pessoas, até um segurança me pegar pelos braços. Tentei me libertar, mas ele era forte de mais.
Um outro já havia chamado a polícia, e foi assim que eu me vi indo parar em um manicômio. Bem... Pelo menos me livrei de Christian.
Estava sentada em uma das mesas do refeitório com uma bandeja à minha frente, observando cada detalhe ao redor. Eu não estava realmente comendo, mas ninguém estranhava. Estavam acostumados com a minha presença estranha. Todos os dias eu me sentava no meio do salão com minha comida, pegava o garfo e ficava fazendo desenhos na mesa. Ou, às vezes, observava as outras pessoas; era o que eu estava fazendo agora. Nada era interessante por ali, mas minha vida não era um exemplo de animação.
— Ei, você se chama Ariane? Estou procurando por você.
Um menino alto e moreno me chamou, sentando-se ao meu lado e pegando minha lata de refrigerante no ato. Olhei feio para ele, mas depois dei de ombros; não pretendia beber aquilo.
— É, sou eu — não tirei os olhos de meu prato, respondendo com um tédio impressionante. — O que quer?
Naquele momento, estranhei quando ele pegou meu pulso e o puxou, fazendo-me olhar em seus olhos. Murmurando as palavras "venha comigo", ele se levantou e saiu do refeitório.
Naturalmente, eu permaneci aonde estava. Não entraria em nenhum joguinho com aquele garoto, portanto não tinha nenhum motivo para eu o segui-lo. Começando a desenhar na mesa, deixei-me distrair por alguns segundos.
Até que uma coisa estranha aconteceu. Os vidros do refeitório se quebraram todos, fazendo a maioria das pessoas gritar; alguns começaram a correr, mas eu continuei parada encarando a cena. Que merda era aquela? Não podia ser coisa boa.
Com aquilo em mente, finalmente me levantei e, com meu garfo em mãos, segui para onde o garoto havia ido. Ele parecia saber de alguma coisa, já que saiu do local antes do acontecimento, e eu queria respostas.
Assim que atravessei a porta e me vi sozinha no corredor, ergui a mão com o garfo e comecei a andar lentamente. Eu podia estar paranóica — e eu realmente era —, mas alguma coisa poderia estar atrás de mim. Alguma coisa queria me pegar, por isso os vidros tinham se quebrado!
Comecei a correr em direção ao banheiro, mas fui detida quando uma mão me pegou pela cintura e me levou para dentro de uma sala. Fiquei irritada, mas pensei que era quem queria me ver morta. Levei o talher para onde eu achava que era a cara do raptor, mas novamente meus planos deram errado.
O garoto do refeitório se desviou do meu "golpe" e se posicionou à minha frente, mandando eu me acalmar. Cerrei os punhos e respirei fundo, começando a gritar em seguida.
— É você que quer me matar? Achei que tinha respostas, mas é um assassino!
— De que diabos está falando, garota? Eu estou de ajudando.
Ele parecia confuso e irritado, o que fez minha paranóia ir por água abaixo. Ninguém queria me matar? Estranho. Expliquei para o garoto o que estava acontecendo, ele riu de mim — o que me fez querer dar um murro nele, mas me segurei porque ainda estava confusa.
— Pra ser sincero, tem realmente alguém querendo te matar. Mas não sou eu, são os monstros.
O encarei como se ele fosse louco e me senti orgulhosa ao mesmo tempo, já que eu havia entendido a situação corretamente. Porém, um pensamento mais forte ocupava minha mente; na verdade, uma palavra: monstros.
As perguntas saíram quase automaticamente, mas o menino — que tinha se apresentado como Greg — me fez ficar calada levando um dedo aos lábios. Ele prometeu explicar tudo assim que saíssemos dali, e eu me tranquilizei. As nuvens de confusão iriam embora, finalmente.
De repente, a porta se abriu com um barulho ensurdecedor e uma mulher bonita entrou. Ela parecia ter a minha idade, mas Greg soltou um palavrão e pegou uma espada para lutar com ela. Não, quê? Uma espada! Agora sim eu estava confusa.
— Corra, Ariane! Eu estou atrás de você!
Revirei os olhos enquanto percebia que a porta estava interditada por uma mulher bonita e por um cara com uma espada. Mas aí encarei as janelas, abrindo-as com desespero enquanto pulava para fora do local. Olhei para trás uma última vez, tendo o prazer de me assustar com a nova aparência da figura feminina. Ela havia se transformado em um monstro. Um monstro, ela queria me matar!
Sentei na grama que ali havia e comecei a respirar com dificuldade, me perguntando se Greg ficaria bem — uma surpresa, já que eu não deveria me preocupar com um desconhecido. Porém os barulhos de espadas e sibilos chamavam mais minha atenção, e eu comecei a perceber que a situação era simplesmente incrível. Eu me sentia em casa no meio de tantas coisas loucas, coisa que nunca havia acontecido até aquele momento.
Estava pensando em uma vida feliz e saltitante com pessoas tão diferentes quanto eu, quando Greg pulou pela janela e colocou uma mão em meu ombro esquerdo. Me chamando para ir embora, ele pegou minha mão e me forçou a levantar.
— E o que seria um sátiro? — Eu estava fascinada com todas as notícias novas. Pra ser sincera, eu me sentia até mais normal! E estava aproveitando pra fazer inúmeras perguntas. — E por que você não sabe quem é minha mãe ou pai olimpiano?
Usei a palavra nova que tinha aprendido, "olimpiano", e me senti orgulhosa de estar pegando tudo. Pela primeira vez eu me sentia aceita e, mais incrível ainda, sem nenhuma vontade de destruir nada.
Eu ia fazer outra pergunta, mas Greg começou a tirar as calças. Gritei com ele, mas quando ele completou o ato eu vi pernas peludas e... De bodes. Aquilo era um sátiro! Incrível, como tudo no meu novo mundo.
— Ok, chega de perguntas. E de andar também! Chegamos ao nosso destino.
Tínhamos pegado um ônibus de Carolina do Norte — local onde eu morava — até Nova Iorque, e depois disso começamos a andar. Eu estava cansada, mas a ansiedade me dominava.
Greg me empurrou até uma colina, e quando eu olhei para baixo vi um acampamento. Era bonito e parecia estar cheio de pessoas, e me lembrei do que o garoto havia falado antes: "vou te levar a um acampamento com pessoas iguais a você". E tínhamos chegado.
Eu ia fazer mais uma pergunta qualquer sobre o local, mas percebi que o sátiro — outra palavra recém aprendida — me olhava com incredulidade. Na verdade, ele olhava para cima de minha cabeça.
Deixei meu olhar pousar sobre tal lugar também, e vi já quase desaparecendo um chapéu de magia preto e roxo. Não sabia o que significava, mas aparentemente Greg sabia.
— Você me perguntou por que eu não sabia quem era sua mãe — notei que ele modificou minha pergunta, focando no gênero feminino. — Era por isso, você tinha que ser reclamada. E foi. Você é filha de Hécate, deusa da magia.
Ergui as sobrancelhas, sem palavras. Não conhecia a deusa, já que aquilo era novo para mim, mas a palavra "magia" me chamou a atenção de uma forma positiva. Sorrindo, me voltei para o acampamento.
Eu estava começando uma nova vida.
2) • Ariane tem os cabelos longos e loiros, embora alguns cheguem a dizer que o tom é mais parecido com dourado. Seus olhos são pretos, mas o lado oriental os domina, sendo que eles são levemente puxados; sua pele é branca , mas não chega a ser pálida, enquanto sua boca vermelha é bastante delicada.
• A garota não é muito normal, por assim dizer: cresceu com o pai adotivo, pessoa que fazia coisas estranhas em casa — coisa que será explicado em diy; convivendo com aquilo todos os dias, Ariane passou a ficar maluca, perder o controle de sua própria cabeça. Agora, ela está internada em um manicômio, onde foi colocada depois de destruir um restaurante.
Sendo emocionalmente instável, Graymark muda de humor rapidamente. Se em uma hora está feliz, em outra pode se irritar com um simples olhar. Não ama ninguém em sua vida, considerando que o pai adotivo nunca lhe deu atenção e ela nem sequer conhece o biológico. Não tem amigos nem família, nenhum apoio. Somente sua própria cabeça ocupada de maluquices.
3) Papai segurava o meu braço com delicadeza, tentando me manter calma enquanto falava sobre as comidas que o tal restaurante vendia. Eu não dava a mínima pra aquela merda toda, mas escutava algumas partes ao mesmo tempo em que olhava o cardápio. Lasanha? Talvez.
— Ah, o que você acha de comida italiana? Massas, eu amo massas! É incrível a textura e... — ele parou ao me ver revirar os olhos, cansada de explicá-lo sobre eu odiar massas. Mas eu entendia, ele não se importava. Ele estava fazendo tudo aquilo porque não queria uma instável destruindo sua casa, não porque me amava. Era compreensível.
Respirei profundamente e passei a página, parando nas comidas japonesas. Assim que Christian viu as imagens, sorriu e pegou minha mão direita, começando a falar logo em seguida.
— Eu entendo se você quiser comer comida japonesa, querida — fiz cara de quem não estava entendendo (porque eu não estava), e ele tratou de explicar. — Era a comida preferida de sua mãe, ela...
— ELA NÃO É MINHA MÃE! — gritei ao mesmo tempo em que me levantava, jogando a mesa em cima de Christian. Eu odiava quando ele se referia à Alyssa como minha mãe, esposa dele que me maltratava e me fazia de empregada antes de morrer. Eu odiava sequer ouvir o nome dela. — VOCÊ É UM PÉSSIMO PAI, NÃO PERCEBE? VOCÊ NÃO SE IMPORTA COM O QUE EU SINTO OU COM O QUE ELA FEZ COMIGO!
No exato momento em que ele tentou dizer alguma coisa, saí andando e o deixei falando sozinho. Mas, como a pessoa desequilibrada que eu sou, não resisti em destruir tudo pelo caminho. Derrubei as taças das mesas, quebrei pratos e gritei com as pessoas, até um segurança me pegar pelos braços. Tentei me libertar, mas ele era forte de mais.
Um outro já havia chamado a polícia, e foi assim que eu me vi indo parar em um manicômio. Bem... Pelo menos me livrei de Christian.
X X X
Estava sentada em uma das mesas do refeitório com uma bandeja à minha frente, observando cada detalhe ao redor. Eu não estava realmente comendo, mas ninguém estranhava. Estavam acostumados com a minha presença estranha. Todos os dias eu me sentava no meio do salão com minha comida, pegava o garfo e ficava fazendo desenhos na mesa. Ou, às vezes, observava as outras pessoas; era o que eu estava fazendo agora. Nada era interessante por ali, mas minha vida não era um exemplo de animação.
— Ei, você se chama Ariane? Estou procurando por você.
Um menino alto e moreno me chamou, sentando-se ao meu lado e pegando minha lata de refrigerante no ato. Olhei feio para ele, mas depois dei de ombros; não pretendia beber aquilo.
— É, sou eu — não tirei os olhos de meu prato, respondendo com um tédio impressionante. — O que quer?
Naquele momento, estranhei quando ele pegou meu pulso e o puxou, fazendo-me olhar em seus olhos. Murmurando as palavras "venha comigo", ele se levantou e saiu do refeitório.
Naturalmente, eu permaneci aonde estava. Não entraria em nenhum joguinho com aquele garoto, portanto não tinha nenhum motivo para eu o segui-lo. Começando a desenhar na mesa, deixei-me distrair por alguns segundos.
Até que uma coisa estranha aconteceu. Os vidros do refeitório se quebraram todos, fazendo a maioria das pessoas gritar; alguns começaram a correr, mas eu continuei parada encarando a cena. Que merda era aquela? Não podia ser coisa boa.
Com aquilo em mente, finalmente me levantei e, com meu garfo em mãos, segui para onde o garoto havia ido. Ele parecia saber de alguma coisa, já que saiu do local antes do acontecimento, e eu queria respostas.
Assim que atravessei a porta e me vi sozinha no corredor, ergui a mão com o garfo e comecei a andar lentamente. Eu podia estar paranóica — e eu realmente era —, mas alguma coisa poderia estar atrás de mim. Alguma coisa queria me pegar, por isso os vidros tinham se quebrado!
Comecei a correr em direção ao banheiro, mas fui detida quando uma mão me pegou pela cintura e me levou para dentro de uma sala. Fiquei irritada, mas pensei que era quem queria me ver morta. Levei o talher para onde eu achava que era a cara do raptor, mas novamente meus planos deram errado.
O garoto do refeitório se desviou do meu "golpe" e se posicionou à minha frente, mandando eu me acalmar. Cerrei os punhos e respirei fundo, começando a gritar em seguida.
— É você que quer me matar? Achei que tinha respostas, mas é um assassino!
— De que diabos está falando, garota? Eu estou de ajudando.
Ele parecia confuso e irritado, o que fez minha paranóia ir por água abaixo. Ninguém queria me matar? Estranho. Expliquei para o garoto o que estava acontecendo, ele riu de mim — o que me fez querer dar um murro nele, mas me segurei porque ainda estava confusa.
— Pra ser sincero, tem realmente alguém querendo te matar. Mas não sou eu, são os monstros.
O encarei como se ele fosse louco e me senti orgulhosa ao mesmo tempo, já que eu havia entendido a situação corretamente. Porém, um pensamento mais forte ocupava minha mente; na verdade, uma palavra: monstros.
As perguntas saíram quase automaticamente, mas o menino — que tinha se apresentado como Greg — me fez ficar calada levando um dedo aos lábios. Ele prometeu explicar tudo assim que saíssemos dali, e eu me tranquilizei. As nuvens de confusão iriam embora, finalmente.
De repente, a porta se abriu com um barulho ensurdecedor e uma mulher bonita entrou. Ela parecia ter a minha idade, mas Greg soltou um palavrão e pegou uma espada para lutar com ela. Não, quê? Uma espada! Agora sim eu estava confusa.
— Corra, Ariane! Eu estou atrás de você!
Revirei os olhos enquanto percebia que a porta estava interditada por uma mulher bonita e por um cara com uma espada. Mas aí encarei as janelas, abrindo-as com desespero enquanto pulava para fora do local. Olhei para trás uma última vez, tendo o prazer de me assustar com a nova aparência da figura feminina. Ela havia se transformado em um monstro. Um monstro, ela queria me matar!
Sentei na grama que ali havia e comecei a respirar com dificuldade, me perguntando se Greg ficaria bem — uma surpresa, já que eu não deveria me preocupar com um desconhecido. Porém os barulhos de espadas e sibilos chamavam mais minha atenção, e eu comecei a perceber que a situação era simplesmente incrível. Eu me sentia em casa no meio de tantas coisas loucas, coisa que nunca havia acontecido até aquele momento.
Estava pensando em uma vida feliz e saltitante com pessoas tão diferentes quanto eu, quando Greg pulou pela janela e colocou uma mão em meu ombro esquerdo. Me chamando para ir embora, ele pegou minha mão e me forçou a levantar.
X X X
— E o que seria um sátiro? — Eu estava fascinada com todas as notícias novas. Pra ser sincera, eu me sentia até mais normal! E estava aproveitando pra fazer inúmeras perguntas. — E por que você não sabe quem é minha mãe ou pai olimpiano?
Usei a palavra nova que tinha aprendido, "olimpiano", e me senti orgulhosa de estar pegando tudo. Pela primeira vez eu me sentia aceita e, mais incrível ainda, sem nenhuma vontade de destruir nada.
Eu ia fazer outra pergunta, mas Greg começou a tirar as calças. Gritei com ele, mas quando ele completou o ato eu vi pernas peludas e... De bodes. Aquilo era um sátiro! Incrível, como tudo no meu novo mundo.
— Ok, chega de perguntas. E de andar também! Chegamos ao nosso destino.
Tínhamos pegado um ônibus de Carolina do Norte — local onde eu morava — até Nova Iorque, e depois disso começamos a andar. Eu estava cansada, mas a ansiedade me dominava.
Greg me empurrou até uma colina, e quando eu olhei para baixo vi um acampamento. Era bonito e parecia estar cheio de pessoas, e me lembrei do que o garoto havia falado antes: "vou te levar a um acampamento com pessoas iguais a você". E tínhamos chegado.
Eu ia fazer mais uma pergunta qualquer sobre o local, mas percebi que o sátiro — outra palavra recém aprendida — me olhava com incredulidade. Na verdade, ele olhava para cima de minha cabeça.
Deixei meu olhar pousar sobre tal lugar também, e vi já quase desaparecendo um chapéu de magia preto e roxo. Não sabia o que significava, mas aparentemente Greg sabia.
— Você me perguntou por que eu não sabia quem era sua mãe — notei que ele modificou minha pergunta, focando no gênero feminino. — Era por isso, você tinha que ser reclamada. E foi. Você é filha de Hécate, deusa da magia.
Ergui as sobrancelhas, sem palavras. Não conhecia a deusa, já que aquilo era novo para mim, mas a palavra "magia" me chamou a atenção de uma forma positiva. Sorrindo, me voltei para o acampamento.
Eu estava começando uma nova vida.
- observações:
- 1. A segunda cena se passa no manicômio;
2. Ele pode parecer pouco protegido (por causa dos vidros e tal), mas no refeitório há muita gente vigiando. E na sala citada não é lugar dos doidos, e sim dos cuidadores;
3. Tudo sobre a trama será explicado em diy.
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Ariane Y. Graymark
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Re: Ficha de Reclamação
Avaliação
Ariane: Bem, devo dizer que gostei bastante da sua ficha. Situações simples, narração simples e um desenvolvimento satisfatório. Como você pode ver na tabela logo acima dessa página, fixada, fichas para filhos e filhas de Hécate costumam ser bem rigorosas quanto à avaliação. Você cumpriu todos os quesitos sem problemas e criou uma trama muito interessante, apesar de simplória demais em alguns detalhes que poderiam ser mais elaborados para encaixarem-sem ao padrão de rigor. Durante a leitura de seu texto, só encontrei um erro: “Eu estou de ajudando.”
Não vejo motivos para te reprovar, já que esse só foi um problema de digitação. Bem-vinda, filha de Hécate.
APROVADA
roubado de Harmonia
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Re: Ficha de Reclamação
Atualizado.
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Re: Ficha de Reclamação
Ficha de Reclamação
▬ Por qual Deus você deseja ser reclamado? Caso não queira ser um semideus, qual criatura mitológica deseja ser?[/size]
Hécate.
▬ Cite suas principais características físicas e emocionais.
Oliver tem penetrantes olhos azuis claros com a borda da íris mais escuras. Seus cabelos negros, assim como os de sua mãe, frequentemente estão caídos à frente do seu olho direito e o garoto raramente os mantém arrumados ou os penteia. Seu tom de pele claro, beira o pálido. Oliver é um garoto de 16 anos mais alto que a média e aparenta ser mais magro do que os outros garotos de sua idade, no entanto, diferentemente de sua primeira impressão, o garoto tem seus músculos aparentes e definidos. Apesar de não ser musculoso e não ser atlético, possui uma força aquém daqueles de sua idade. Oliver tende a usar cores neutras e claras em suas roupas, sendo suas favoritas o cinza, azul, índigo e preto. O seu traje mais comum é uma camiseta de malha cinza mesclada, por baixo de uma jaqueta college preta com detalhes em azul escuro e uma calça jeans quase skinny.
O garoto de olhos azuis tende a ser calmo e reservado, e aprecia a solidão, frequentemente passando a impressão de ser misterioso, às vezes até mesmo estranho. Porém, no fundo, Oliver também é uma pessoa sociável, que se sente bem em estar perto daqueles de quem ele gosta e com quem se preocupa. Oliver, apesar de não ser rancoroso, tende a ficar resentido com certa facilidade, mesmo perdoando com a mesma facilidade. Mesmo com os seus esforços para ser diferente, ele é costumeiramente crítico e relativamente melancólico. Assim como sua mãe, uma vez que Oliver possui alguma forma de laço com o outro, ele passa a defendê-lo fervorosamente e dedicar-se para o bem daqueles a sua volta.[/size]
▬ Diga-nos: por que quer ser filho de tal Deus - ou ser tal ser mitológico?
Oliver se considera filho de Hécate por sempre ter se sentido único, como a mãe, pertencendo a tudo e todos, porém, ao mesmo tempo, não pertencendo a lugar algum. Misterioso, como a mãe, Oliver gosta da solidão e a usa para ficar especulando sobre o futuro e relembrando o passado. Além das características que Oliver acredita compartilhar com a deusa, ele a admira muito e sempre sentiu-se atraído por sua aura misteriosa e cheia de força.[/size]
▬Relate a história da sua personagem - não haverá um limite de linhas definidos, deixe a sua criatividade fluir.
Nascido na chuvosa cidade de Seattle, no dia 20 de Julho de 1999, filho único de um excêntrico diretor de uma grande empresa, Oliver nunca conheceu a sua mãe e raramente conseguia a atenção do seu pai, sempre ocupado com os negócios ou com as moças que ele levava para casa. Não tendo irmãos para compartilhar a sua dor, a ausência de seu pai, juntamente à dificuldade de fazer amigos tornou o garoto melancólico e reservado. Ele sempre tentava chamar a atenção do pai, sem sucesso. Oliver odiava todas as mulheres que seu pai levava em casa e fazia de tudo para que elas não ficassem mais do que um dia em sua casa. Ele acreditava que era por causa das suas travessuras, mas seu pai o amaldiçoava, sabendo que era pela sua aura estranha e pelas coisas estranhas que aconteciam quando o garoto estava perto.
“Pai, por que você traz tantas meninas para casa, mas nunca trouxe a mamãe?”, perguntava o jovem Oliver, querendo saber o que havia acontecido com sua mãe e o porquê de o pai a odiar tanto. O senhor Stone olhava com desdém para ele, lhe enxotava, e em seguida gritava: “Sai daqui moleque chato! Não quero saber nada sobre sua mãe! Ela me paga!”.
Quando Oliver fez dez anos, as coisas só pioraram; Robert, seu pai, perdeu o emprego, começou a beber, a tomar calmantes, e o garoto começou a apanhar frequentemente. Além disso, fenômenos bizarros começaram a acontecer. Sua dislexia e TDAH pioraram, estranhos na rua começaram a tentar atacá-lo, corvos de olhos roxos apareciam à sua janela durante a noite e pareciam chamá-lo. Seu pai dizia que ele estava cada vez mais parecido com a mãe e batia ainda mais nele cada mês que passava. Estranhamente, Oliver não se incomodava mais, afinal, ele agora sabia alguma coisa sobre sua mãe, ““Somos parecidos, mãe, somos parecidos!”, ele dizia a si mesmo e isso bastava para que o garoto ficasse um pouco mais feliz ou, talvez, um pouco menos triste. Com certeza, isso o dava mais esperança.
Três anos se passaram e Oliver acabou se mudando com seu pai para um sobrado bem tradicional em Newcastle, uma cidade pequena ao leste de Seattle. Os ataques de estranhos se intensificaram, agora que ele estava no subúrbio, assim como os ataques do seu pai também apenas pioravam e o número de roxos só aumentava. Certa noite, um outro corvo apareceu em sua janela e repetiu, incessantemente, em um tom monótono e sereno “Tenha calma”. Revoltado com o animal, Oliver atirou uma de suas canetas na direção dele. O pássaro desviou-se sem dificuldade, porém a caneta, ao encostar no batente da janela, explodiu, como se fora encantada. O menino caiu para trás com um baque.
“Oliver!” gritou seu pai, prolongando as vogais de seu nome, após ouvir o barulho, claramente enfurecido.
O garoto, ainda atordoado pela explosão, tremendo, apavorado, pegou uma mochila de couro surrada, colocou algumas mudas de roupa, algumas besteiras que ele pudesse comer e pulou a janela, correndo para o bosque que envolvia o lado direito de sua casa. Após correr por algumas horas, exausto, Oliver chegou ao lado oposto da cidadezinha, julgando estar longe o suficiente de seu pai, ele deitou em um banco próximo a um ponto de ônibus e, em instantes, estava dormindo profundamente.
“Ei! Ei, garoto!”, chamava uma voz doce. Oliver acordou assustado, uma menina o chacoalhava. Já estava amanhecendo. Ele, ainda meio assustado, sentou-se no banco, esfregou os olhos e observou o pequeno grupo de jovens que o observavam com expressões repletas de dúvidas. A garota que o havia acordado estava a frente de outros dois garotos. Ela tinha cabelos ruivos, cor de fogo, e serenos olhos azuis, como os mares caribenhos, que ressaltavam as sardas espalhadas pelas maçãs do rosto. Os outros dois olhavam desconfiados para ele. O moreno e mais alto, tinha a pele escura como a noite e seu cabelo estava trançado em grossos dreads, era musculoso e aparentava ser mais velho. O outro, um menino baixinho e meio gordinho, aparentava ser uns três anos mais novo que Oliver, tinha cabelos castanhos claros, encaracolados, que escorriam ao longo do seu rosto redondo e rosado.
“Prazer, eu sou Melissa, sou daqui de Newcastle, esses são Trevor” a menina disse apontando para o garoto baixinho, “e esse é Dan”, enquanto apontava para o moço alto. “Eles também são daqui”, completou. Trevor sorriu e acenou, enquanto bebia Coca-cola através de um canudinho. Dan manteve sua expressão séria e rígida.
“Qual é seu nome?”, perguntou Trevor, enquanto dava uma mordia em seu donut.
“O-Oliver. Me chamo Oliver. Sou de Seattle.”, gaguejou o garoto, olhando ainda meio atordoado para o grupo.
“Prazer, Oliver!” disse Melissa, de forma delicada e simpática, “você pode me chamar de Mel, se quiser. Desculpa me intrometer, mas por que você tá dormindo sozinho aqui?”, ela olhou, com uma cara confusa.
“Eu...Eu fugi de casa ontem à noite.”, Oliver respondeu, enquanto sentava-se e ajeitava as suas roupas.
“Hm...Nós também não temos um lar, quer se juntar à nós, Oliver?”, Dan finalmente falou, com olhos penetrantes e que pareciam saber de algo que os outros não sabiam. Algo que nem mesmo Oliver sabia. Ele passava uma sensação estranha de segurança ao garoto, mas ao mesmo tempo era uma sensação estranha. “Nós estamos indo para Nova York, tentar arranjar algo por lá”, ele continuou.
“Nova York? Mas fica do outro lado do país! Por que tão longe?”, Oliver perguntou, confuso.
“Sim, sim. É longe, mas Dan disse que lá nossas chances são melhores, como ele tem quase 17 anos, nós confiamos nele né?”, Melissa sorriu, soltando um risinho leve.
“Acho que sim”, Oliver sorriu e sentiu que aquele era seu primeiro sorriso em muito tempo. Tempo demais.
“Bom, levante-se, que temos um longo caminho pela frente”, o mais velho disse, enquanto estendia a mão ao mais novo membro do grupo de órfãos e foragidos, Oliver.
Os quatro então embarcaram em um ônibus intermunicipal que levava em direção ao centro Seattle. Dan dissera que lá, eles conseguiriam juntar dinheiro para uma passagem de ônibus para chegarem mais perto da Big Apple.
O tempo foi passando e o grupo foi se tornando cada vez mais próximo, eles se defendiam contra os estranhos que os atacavam, se sustentavam, dormiam juntos, fazendo rondas. Dan sempre estava a frente do grupo, tomando conta para que eles estivessem seguros e não passassem fome. Ele era muito mais um pai do que o que Oliver tivera por toda sua vida. Três anos se passaram e eles já estavam quase chegando em Nova York. Eles haviam já passado por várias cidades, sofrido com a fome, com o frio, com os ataques repentinos. Pouco tempo após eles chegarem à Chicago eles foram emboscados por um grupo de homens altíssimos e extremamente largos. Eles se defendiam como podiam, usando as facas de um bronze estranho que Dan arranjava. Oliver se mostrou bom em manusear um bastão com a faca amarrada na ponta, algo que se assemelhava a uma lança, Melissa usava um arco feito por ela mesma e flechas criadas de madeira com a ponta revestida das facas de bronze de Dan. Trevor, por outro lado, ia para cima dos inimigos com uma espécie de maça rústica. Dan era incrível enquanto lutava, ele conseguia pular extremamente alto, era ágil, tinha uma enorme destreza com suas facas e parecia um perito em artes marciais diversas, apesar de viver mancando enquanto viajavam. Eles formavam um ótimo time. No entanto, nesse dia, os atacantes estavam um nível acima do comum. Trevor não conseguiu atacar com a maestria de sempre. A sua maça estilhaçou-se em vários pedaços ao bater no braço de um dos homens. Sem defesa, o homem enfiou sua mão no estômago de Trevor, jogando o para o lado, revestindo-o de sangue. Por um segundo, Oliver teve certeza de que a mão do homem havia se transformado em uma garra. Dan gritou, “precisamos correr! Não vamos conseguir vencer essa, eles são muitos!”, Melissa, chorando, respondeu, “mas e Trevor? Temos que ajudá-lo!”, ela gritava desesperada, sem forças para lançar suas flechas caseiras nos homens. “Não podemos fazer nada, temos que correr!”.
Trevor, jogado no chão, murmurou, enquanto tentava estancar o sangramento com a mão e gemia de dor, “vão! vocês precisam se salvar! Eu vou ficar...eu vou ficar...”, mas antes que ele pudesse terminar, seus olhos miraram o céu e seu corpo cedeu. Os três sobreviventes saíram correndo e conseguiram se esconder dentro de uma casa abandonada.
“Dan, o que está acontecendo? Eu vi uma garra na mão daquele homem, eu tenho certeza”, questionou Oliver. O rapaz parecia saber mais do que ele deixava claro. Apesar de confiar nele, Oliver estava desconfiado. A única coisa que Dan respondeu foi que tudo ficaria claro quando eles chegassem em Nova York, mas que por ora eles precisavam se apressar. Os ataque estavam ficando cada vez mais intensos e cada vez mais difíceis de serem superados.
Um ano passou, cheio de viagens, lutas, mas tirando a perda de Trevor, tudo corria bem. Oliver tinha acabado de fazer seus dezesseis anos e Melissa estava próxima de completar quinze anos quando eles chegaram em Nova York. Dan sentou com eles no Central Park e disse:
“Preciso explicar para vocês porque trouxe vocês até aqui e para onde vamos agora. Acontece que vocês são crianças especiais, vocês não são como seus colegas de sala ou outras crianças, e eu vou levá-los até um lugar seguro, aonde esses ataques não vão mais acontecer e vocês entenderam muito melhor tudo lá. Por favor, confiem em mim.”, Dan suplicou.
“Mas, que lugar é esse? Onde ele fica? Por que ir para lá?”, Melissa balbuciou, se atrapalhando em suas próprias palavras. Oliver manteve-se quieto, reservado, apenas observando e tentando entender o que estava acontecendo.
“É um acampamento em Long Island, não estamos longe, em poucos dias estaremos lá. Prometo que tudo ficará claro quando chegarmos lá.”, ele disse, olhando para os dois que estavam extremamente nervosos.
Os três se levantaram e partiram para o que seria a última jornada até a segurança. Mas a segurança ainda estava longe. Enquanto eles estavam andando próximos da Highway, em sentido a Long Island, um carro preto saiu da estrada em direção a eles. Dan empurrou conseguiu empurrar Oliver para fora da rota, porém Melissa estava muito longe do seu alcance e foi pega pelo carro. Ela foi arremessada para a grama, completamente ensanguentada.
“Melissaaaa!”, gritou Oliver. Desolado, ele saiu correndo para onde a menina havia caído. Ele sentou ao seu lado, segurou sua mão, enquanto ela tossia sangue. “Me desculpa, não fui capaz de protegê-la! Não fui capaz de proteger Trevor! Vocês salvaram minha vida há quatro anos atrás, me salvaram da maldição que era viver com meu pai, me salvaram de tudo e eu não pude protegê-los!”, Oliver chorava incontrolavelmente, soluçando, tentando manter seu nariz sem escorrer.
“Oliver, pare! Você foi um ótimo companheiro! Você é uma pessoa incrível e eu agradeço por ter tido a oportunidade de te conhecer naquele banco lá em Newcastle.”, Melissa sorriu como ela sorrira a primeira vez que eles tinham se visto, de forma calma e serena, passando a mão ensanguentada pelo rosto de Oliver. “Eu fico muito feliz de ter visto você crescer e ver hoje esse homem aqui na minha frente. Obrigado.” Ela, mais uma vez, passou a mão no rosto do garoto, tentando tirar o cabelo que caía sobre seu olho, sem sucesso, olhou para ele e murmurou, sem sair som, "Obrigado.", sua mão caiu, sem força e seus olhos se fecharam. O menino apoiou o rosto no peito da garota já sem vida, chorando.
Dan estava mais a frente, ao lado do carro que batera em uma árvore. Ele lutava contra uma mulher que havia saído de dentro do carro. “Oliver, você precisa ir até o acampamento! Corra! Siga em frente até chegar a um morro, o acampamento estará logo após esse morro! Eu cuido dessa daqui!”. Um flash veio de onde os dois lutavam e Oliver se assustou. “Isso são espadas?", Oliver reparou também que ele estava descalço e que seus pés se assemelhavam muito ao de um bode, "Dan tem cascos no lugar dos pés?”, ele disse a si mesmo, “O que está acontecendo?”. Mas, ele confiava no amigo, afinal, ele sempre tentou proteger o grupo, Trevor, Melissa e ele. Ele levantou-se, cobriu o rosto de Melissa com uma camiseta sobressalente que ele tinha em sua mochila, pediu desculpas mais uma vez e saiu correndo na direção que Dan havia dito. Após alguns minutos correndo, Oliver avistou o morro. Ele juntou todas as forças que ele tinha para superara a exaustão, saiu correndo, ensanguentado, chorando, subiu o morro se agarrando as raízes das árvores que ali cresciam e chegou ao topo do monte. Ao olhar para baixo, ele instantaneamente foi tomado por uma onda de segurança e felicidade ao ver diversas cabines, ao ver o pôr-do-sol laranja encostando em um imenso lago. Ele estava, finalmente, a salvo. "Queria que vocês estivessem aqui".
Oliver Stone
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Re: Ficha de Reclamação
Avaliação
Oliver Stone - Reprovado como filho de Hécate
Oliver, eu estava pronta para digitar sua aprovação. Sério. Você escreve muito bem, apenas usa algumas poucas vírgula onde não deve, como nos trechos abaixo:
Seu tom de pele claro, beira o pálido.
O garoto de olhos azuis tende a ser calmo e reservado, e aprecia a solidão, frequentemente passando a impressão de ser misterioso [...]
O problema foi que você não narrou a parte em que é reclamado pela Hécate. Estava escrito lá em cima, na primeira postagem: O personagem não é obrigado a ir para o Acampamento, mas DEVE narrar na história a descoberta de que é um semideus e sua reclamação. Se você inserir esta parte na sua narrativa acredito que tenha muitas chances de ser aceito.
Preciso lhe dar dicas quanto a parte estética da ficha, já que vi que se atrapalhou um pouco nela. Não precisa colorir as falas, sério, deve dar um trabalho enorme e não é uma coisa cobrada aqui — duvido que alguma vez na vida você tenha lido um livro, um conto, um texto do Enem desta maneira; Outra coisa, use o texto justificado, ele deixa muito mais atrativo para o leitor e facilita muito na organização; Evite usar itálico em trechos muito grandes, como você fez na parte descritiva do personagem. Fica bem feio e não combina com o resto do que você fez ali. Opte por usá-lo em falas, pensamentos, trechos de um texto que seu personagem possa estar lendo, etc; Divida melhor seus parágrafos, vi que em algumas partes você não usou quebra de linha, principalmente no final. Ficou um bloco enorme de coisas misturadas.
Se precisar de ajuda com qualquer coisa pode em enviar uma MP, ficarei feliz em ajudá-lo. Espero que não desista, você tem um bom enredo, boa sorte na próxima vez!
Dúvidas, reclamações, desabafos: MP
[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]Lavinia S. Larousse
Filhos de DespinaPanteão Grego
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Re: Ficha de Reclamação
Ficha de Reclamação
▬ Por qual Deus você deseja ser reclamado? Caso não queira ser um semideus, qual criatura mitológica deseja ser?
Hécate.
▬ Cite suas principais características físicas e emocionais.
Oliver tem penetrantes olhos azuis claros com a borda da íris mais escuras. Seus cabelos negros, assim como os de sua mãe, frequentemente estão caídos à frente do seu olho direito e o garoto raramente os mantém arrumados ou os penteia. Seu tom de pele claro, beira o pálido. Oliver é um garoto de 16 anos mais alto que a média e aparenta ser mais magro do que os outros garotos de sua idade, no entanto, diferentemente de sua primeira impressão, o garoto tem seus músculos aparentes e definidos. Apesar de não ser musculoso e não ser atlético, possui uma força aquém daqueles de sua idade. Oliver tende a usar cores neutras e claras em suas roupas, sendo suas favoritas o cinza, azul, índigo e preto. O seu traje mais comum é uma camiseta de malha cinza mesclada, por baixo de uma jaqueta college preta com detalhes em azul escuro e uma calça jeans quase skinny.
O garoto de olhos azuis tende a ser calmo e reservado, aprecia a solidão, frequentemente passando a impressão de ser misterioso, às vezes até mesmo estranho. Porém, no fundo, Oliver também é uma pessoa sociável, que se sente bem em estar perto daqueles de quem ele gosta e com quem se preocupa. Oliver, apesar de não ser rancoroso, tende a ficar resentido com certa facilidade, mesmo perdoando com a mesma facilidade. Mesmo com os seus esforços para ser diferente, ele é costumeiramente crítico e relativamente melancólico. Assim como sua mãe, uma vez que Oliver possui alguma forma de laço com o outro, ele passa a defendê-lo fervorosamente e dedicar-se para o bem daqueles a sua volta.
▬ Diga-nos: por que quer ser filho de tal Deus - ou ser tal ser mitológico?
Oliver se considera filho de Hécate por sempre ter se sentido único, como a mãe, pertencendo a tudo e todos, porém, ao mesmo tempo, não pertencendo a lugar algum. Misterioso, como a mãe, Oliver gosta da solidão e a usa para ficar especulando sobre o futuro e relembrando o passado. Além das características que Oliver acredita compartilhar com a deusa, ele a admira muito e sempre sentiu-se atraído por sua aura misteriosa e cheia de força.
▬ Relate a história da sua personagem - não haverá um limite de linhas definidos, deixe a sua criatividade fluir.
Nascido na chuvosa cidade de Seattle, no dia 20 de Julho de 1999, filho único de um excêntrico diretor de uma grande empresa, Oliver nunca conheceu a sua mãe e raramente conseguia a atenção do seu pai, sempre ocupado com os negócios ou com as moças que ele levava para casa. Não tendo irmãos para compartilhar a sua dor, a ausência de seu pai, juntamente à dificuldade de fazer amigos tornou o garoto melancólico e reservado. Ele sempre tentava chamar a atenção do pai, sem sucesso. Oliver odiava todas as mulheres que seu pai levava em casa e fazia de tudo para que elas não ficassem mais do que um dia em sua casa. Ele acreditava que era por causa das suas travessuras, mas seu pai o amaldiçoava, sabendo que era pela sua aura estranha e pelas coisas estranhas que aconteciam quando o garoto estava perto.
“Pai, por que você traz tantas meninas para casa, mas nunca trouxe a mamãe?”, perguntava o jovem Oliver, querendo saber o que havia acontecido com sua mãe e o porquê de o pai a odiar tanto. O senhor Stone olhava com desdém para ele, lhe enxotava, e em seguida gritava: “Sai daqui moleque chato! Não quero saber nada sobre sua mãe! Ela me paga!”.
ᐧ ᐧ ᐧ
Quando Oliver fez dez anos, as coisas só pioraram; Robert, seu pai, perdeu o emprego, começou a beber, a tomar calmantes, e o garoto começou a apanhar frequentemente. Além disso, fenômenos bizarros começaram a acontecer. Sua dislexia e TDAH pioraram, estranhos na rua começaram a tentar atacá-lo, corvos de olhos roxos apareciam à sua janela durante a noite e pareciam chamá-lo. Seu pai dizia que ele estava cada vez mais parecido com a mãe e batia ainda mais nele cada mês que passava. Estranhamente, Oliver não se incomodava mais, afinal, ele agora sabia alguma coisa sobre sua mãe, ““Somos parecidos, mãe, somos parecidos!”, ele dizia a si mesmo e isso bastava para que o garoto ficasse um pouco mais feliz ou, talvez, um pouco menos triste. Com certeza, isso o dava mais esperança.
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Três anos se passaram e Oliver acabou se mudando com seu pai para um sobrado bem tradicional em Newcastle, uma cidade pequena ao leste de Seattle. Os ataques de estranhos se intensificaram, agora que ele estava no subúrbio, assim como os ataques do seu pai também apenas pioravam e o número de roxos só aumentava. Certa noite, um outro corvo apareceu em sua janela e repetiu, incessantemente, em um tom monótono e sereno “Tenha calma”. Revoltado com o animal, Oliver atirou uma de suas canetas na direção dele. O pássaro desviou-se sem dificuldade, porém a caneta, ao encostar no batente da janela, explodiu, como se fora encantada. O menino caiu para trás com um baque.
“Oliver!” gritou seu pai, prolongando as vogais de seu nome, após ouvir o barulho, claramente enfurecido.
O garoto, ainda atordoado pela explosão, tremendo, apavorado, pegou uma mochila de couro surrada, colocou algumas mudas de roupa, algumas besteiras que ele pudesse comer e pulou a janela, correndo para o bosque que envolvia o lado direito de sua casa. Após correr por algumas horas, exausto, Oliver chegou ao lado oposto da cidadezinha, julgando estar longe o suficiente de seu pai, ele deitou em um banco próximo a um ponto de ônibus e, em instantes, estava dormindo profundamente.
ᐧ ᐧ ᐧ
“Ei! Ei, garoto!”, chamava uma voz doce. Oliver acordou assustado, uma menina o chacoalhava. Já estava amanhecendo. Ele, ainda meio assustado, sentou-se no banco, esfregou os olhos e observou o pequeno grupo de jovens que o observavam com expressões repletas de dúvidas. A garota que o havia acordado estava a frente de outros dois garotos. Ela tinha cabelos ruivos, cor de fogo, e serenos olhos azuis, como os mares caribenhos, que ressaltavam as sardas espalhadas pelas maçãs do rosto. Os outros dois olhavam desconfiados para ele. O moreno e mais alto, tinha a pele escura como a noite e seu cabelo estava trançado em grossos dreads, era musculoso e aparentava ser mais velho. O outro, um menino baixinho e meio gordinho, aparentava ser uns três anos mais novo que Oliver, tinha cabelos castanhos claros, encaracolados, que escorriam ao longo do seu rosto redondo e rosado.
“Prazer, eu sou Melissa, sou daqui de Newcastle, esses são Trevor” a menina disse apontando para o garoto baixinho, “e esse é Dan”, enquanto apontava para o moço alto. “Eles também são daqui”, completou. Trevor sorriu e acenou, enquanto bebia Coca-cola através de um canudinho. Dan manteve sua expressão séria e rígida.
“Qual é seu nome?”, perguntou Trevor, enquanto dava uma mordia em seu donut.
“O-Oliver. Me chamo Oliver. Sou de Seattle.”, gaguejou o garoto, olhando ainda meio atordoado para o grupo.
“Prazer, Oliver!” disse Melissa, de forma delicada e simpática, “você pode me chamar de Mel, se quiser. Desculpa me intrometer, mas por que você tá dormindo sozinho aqui?”, ela olhou, com uma cara confusa.
“Eu...Eu fugi de casa ontem à noite.”, Oliver respondeu, enquanto sentava-se e ajeitava as suas roupas.
“Hm...Nós também não temos um lar, quer se juntar à nós, Oliver?”, Dan finalmente falou, com olhos penetrantes e que pareciam saber de algo que os outros não sabiam. Algo que nem mesmo Oliver sabia. Ele passava uma sensação estranha de segurança ao garoto, mas ao mesmo tempo era uma sensação estranha. “Nós estamos indo para Nova York, tentar arranjar algo por lá”, ele continuou.
“Nova York? Mas fica do outro lado do país! Por que tão longe?”, Oliver perguntou, confuso.
“Sim, sim. É longe, mas Dan disse que lá nossas chances são melhores, como ele tem quase 17 anos, nós confiamos nele né?”, Melissa sorriu, soltando um risinho leve.
“Acho que sim”, Oliver sorriu e sentiu que aquele era seu primeiro sorriso em muito tempo. Tempo demais.
“Bom, levante-se, que temos um longo caminho pela frente”, o mais velho disse, enquanto estendia a mão ao mais novo membro do grupo de órfãos e foragidos, Oliver.
Os quatro então embarcaram em um ônibus intermunicipal que levava em direção ao centro Seattle. Dan dissera que lá, eles conseguiriam juntar dinheiro para uma passagem de ônibus para chegarem mais perto da Big Apple.
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O tempo foi passando e o grupo foi se tornando cada vez mais próximo, eles se defendiam contra os estranhos que os atacavam, se sustentavam, dormiam juntos, fazendo rondas. Dan sempre estava a frente do grupo, tomando conta para que eles estivessem seguros e não passassem fome. Ele era muito mais um pai do que o que Oliver tivera por toda sua vida. Três anos se passaram e eles já estavam quase chegando em Nova York. Eles haviam já passado por várias cidades, sofrido com a fome, com o frio, com os ataques repentinos. Pouco tempo após eles chegarem à Chicago eles foram emboscados por um grupo de homens altíssimos e extremamente largos. Eles se defendiam como podiam, usando as facas de um bronze estranho que Dan arranjava. Oliver se mostrou bom em manusear um bastão com a faca amarrada na ponta, algo que se assemelhava a uma lança, Melissa usava um arco feito por ela mesma e flechas criadas de madeira com a ponta revestida das facas de bronze de Dan. Trevor, por outro lado, ia para cima dos inimigos com uma espécie de maça rústica. Dan era incrível enquanto lutava, ele conseguia pular extremamente alto, era ágil, tinha uma enorme destreza com suas facas e parecia um perito em artes marciais diversas, apesar de viver mancando enquanto viajavam. Eles formavam um ótimo time. No entanto, nesse dia, os atacantes estavam um nível acima do comum. Trevor não conseguiu atacar com a maestria de sempre. A sua maça estilhaçou-se em vários pedaços ao bater no braço de um dos homens. Sem defesa, o homem enfiou sua mão no estômago de Trevor, jogando o para o lado, revestindo-o de sangue. Por um segundo, Oliver teve certeza de que a mão do homem havia se transformado em uma garra. Dan gritou, “precisamos correr! Não vamos conseguir vencer essa, eles são muitos!”, Melissa, chorando, respondeu, “mas e Trevor? Temos que ajudá-lo!”, ela gritava desesperada, sem forças para lançar suas flechas caseiras nos homens. “Não podemos fazer nada, temos que correr!”. Trevor, jogado no chão, murmurou, enquanto tentava estancar o sangramento com a mão e gemia de dor, “vão! vocês precisam se salvar! Eu vou ficar...eu vou ficar...”, mas antes que ele pudesse terminar, seus olhos miraram o céu e seu corpo cedeu. Os três sobreviventes saíram correndo e conseguiram se esconder dentro de uma casa abandonada.
“Dan, o que está acontecendo? Eu vi uma garra na mão daquele homem, eu tenho certeza”, questionou Oliver. O rapaz parecia saber mais do que ele deixava claro. Apesar de confiar nele, Oliver estava desconfiado. A única coisa que Dan respondeu foi que tudo ficaria claro quando eles chegassem em Nova York, mas que por ora eles precisavam se apressar. Os ataque estavam ficando cada vez mais intensos e cada vez mais difíceis de serem superados.
ᐧ ᐧ ᐧ
Um ano passou, cheio de viagens, lutas, mas tirando a perda de Trevor, tudo corria bem. Oliver tinha acabado de fazer seus dezesseis anos e Melissa estava próxima de completar quinze anos quando eles chegaram em Nova York. Dan sentou com eles no Central Park e disse:
“Preciso explicar para vocês porque trouxe vocês até aqui e para onde vamos agora. Acontece que vocês são crianças especiais, vocês não são como seus colegas de sala ou outras crianças, e eu vou levá-los até um lugar seguro, aonde esses ataques não vão mais acontecer e vocês entenderam muito melhor tudo lá. Por favor, confiem em mim.”, Dan suplicou.
“Mas, que lugar é esse? Onde ele fica? Por que ir para lá?”, Melissa balbuciou, se atrapalhando em suas próprias palavras. Oliver manteve-se quieto, reservado, apenas observando e tentando entender o que estava acontecendo.
“É um acampamento em Long Island, não estamos longe, em poucos dias estaremos lá. Prometo que tudo ficará claro quando chegarmos lá.”, ele disse, olhando para os dois que estavam extremamente nervosos.
Os três se levantaram e partiram para o que seria a última jornada até a segurança. Mas a segurança ainda estava longe. Enquanto eles estavam andando próximos da Highway, em sentido a Long Island, um carro preto saiu da estrada em direção a eles. Dan empurrou conseguiu empurrar Oliver para fora da rota, porém Melissa estava muito longe do seu alcance e foi pega pelo carro. Ela foi arremessada para a grama, completamente ensanguentada.
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“Melissaaaa!”, gritou Oliver. Desolado, ele saiu correndo para onde a menina havia caído. Ele sentou ao seu lado, segurou sua mão, enquanto ela tossia sangue. “Me desculpa, não fui capaz de protegê-la! Não fui capaz de proteger Trevor! Vocês salvaram minha vida há quatro anos atrás, me salvaram da maldição que era viver com meu pai, me salvaram de tudo e eu não pude protegê-los!”, Oliver chorava incontrolavelmente, soluçando, tentando manter seu nariz sem escorrer.
“Oliver, pare! Você foi um ótimo companheiro! Você é uma pessoa incrível e eu agradeço por ter tido a oportunidade de te conhecer naquele banco lá em Newcastle.”, Melissa sorriu como ela sorrira a primeira vez que eles tinham se visto, de forma calma e serena, passando a mão ensanguentada pelo rosto de Oliver. “Eu fico muito feliz de ter visto você crescer e ver hoje esse homem aqui na minha frente. Obrigado.” Ela, mais uma vez, passou a mão no rosto do garoto, tentando tirar o cabelo que caía sobre seu olho, sem sucesso, olhou para ele e murmurou, sem sair som, "Obrigado.", sua mão caiu, sem força e seus olhos se fecharam. O menino apoiou o rosto no peito da garota já sem vida, chorando.
Dan estava mais a frente, ao lado do carro que batera em uma árvore. Ele lutava contra uma mulher que havia saído de dentro do carro. “Oliver, você precisa ir até o acampamento! Corra! Siga em frente até chegar a um morro, o acampamento estará logo após esse morro! Eu cuido dessa daqui!”. Um flash veio de onde os dois lutavam e Oliver se assustou. “Isso são espadas?", Oliver reparou também que ele estava descalço e que seus pés se assemelhavam muito ao de um bode, "Dan tem cascos no lugar dos pés?”, ele disse a si mesmo, “O que está acontecendo?”. Mas, ele confiava no amigo, afinal, ele sempre tentou proteger o grupo, Trevor, Melissa e ele. Ele levantou-se, cobriu o rosto de Melissa com uma camiseta sobressalente que ele tinha em sua mochila, pediu desculpas mais uma vez e saiu correndo na direção que Dan havia dito. Após alguns minutos correndo, Oliver avistou o morro. Ele juntou todas as forças que ele tinha para superara a exaustão, saiu correndo, ensanguentado, chorando, subiu o morro se agarrando as raízes das árvores que ali cresciam e chegou ao topo do monte. Ao olhar para baixo, ele instantaneamente foi tomado por uma onda de segurança e felicidade ao ver diversas cabines, ao ver o pôr-do-sol laranja encostando em um imenso lago. Ele estava, finalmente, a salvo. "Queria que vocês estivessem aqui". Disse, caindo no chão e apoiando-se numa árvore ao seu lado, completamente exausto.
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"É, eu tinha certeza que eu estava certo!", Oliver ouviu uma voz se aproximando. A voz de Dan.
"Dan, você está vivo!", o garoto sorria e ao mesmo tempo lágrimas banhavam seu rosto pálido. O sátiro continuou subindo o monte, chegou ao topo e sentou-se ao lado de Oliver.
"Sim, estou e agora estamos aqui, no Acampamento Meio-Sangue. Vou poder te explicar tudo direitinho."
"M-Meio-Sangue?", perguntou Oliver, confuso, sem entender direito.
"Isso, garoto, Meio-Sangue. Acontece que os deuses gregos existem. Eles nunca deixaram de existir, eles apenas passaram para outros polos. Depois da Grécia, os deuses passaram por vários países, até chegar, atualmente, nos E.U.A.", Dan explicou, sentindo-se um professor, e colocou a mão no ombro do garoto, tentando reconfortá-lo. "Eu, por exemplo, sou um sátiro. Tenho o meu corpo metade homem, metade bode. E você...você é filho de uma Deusa! Por isso que tantos estranhos te atacavam! Eles são monstros que sentem o cheiro de semideuses, como você, Melissa e Trevor."
"Como assim? Filho de uma Deusa? Monstros? Melissa e Trevor também eram filhos de deuses?", Oliver não estava acreditando, aquilo era demais para ele, mas Dan não parecia estar brincando.
"Sim, meu caro, filho de uma Deusa! Você nunca reparou que era diferente dos demais, assim como seus amigos também? Nunca aconteceu nada que te desse a impressão de ser fantástico?"
Oliver começou a refletir, em sua tradicional expressão pensativa. Ele lembrou da caneta explodindo, da facilidade que ele te em desviar de um golpe, dos corvos que falavam com eles. Dan interrompeu seu pensamento, "você nunca se perguntou o porquê de seu pai odiar tanto sua mãe, não ter nenhum retrato dela e nunca ter contado nada sobre ela?"
"A-Acho que sim. Mas, nunca tinha pensado que seria possível algo dessa magnitude!", ele falou, franzindo a testa, "ainda não está fazendo sentido para mim".
"Talvez demore um tempo, mas pense comigo, você conhece um pouco sobre mitologia grega, não conhece?", Dan perguntou, enquanto esticava suas pernas, numa tentativa de ajudar a convencer o garoto.
"Conheço sim, mas não sei se o suficiente para entender tudo o que tá acontecendo agora."
Dan gargalhou, "então, vamos tentar descobrir quem é sua mãe, ok? Vamos lá, me conte as coisas que você acha mais sobrenatural que já te aconteceu! Se esforce, porque eu quero descer pro Acampamento!"
Oliver, ainda muito confuso e um pouco relutante, balbuciou, "a-a caneta que explodiu"
"Hm, realmente, é um tanto quanto estranho isso! Mas, existem vários deuses que poderiam ter te dado essa habilidade. Continue!", Dan parecia estar se divertindo mais do que Oliver gostaria.
"Ah! Os corvos falantes!", exclamou o garoto, num momento de entusiasmo.
"Ótimo, vamos lá então, caneta explodindo, corvo falante, você tem uma grande habilidade com lanças, é misterioso...", Dan o analisava de cabeça aos pés.
"O que que tem? Você tá me deixando confuso Dan!", Oliver estava cada vez mais perdido.
"Temos que confirmar, mas, com esse seu cabelo escuro como o Tártaro e todas suas habilidades, eu acredito que você seja filho de Hecate!"
"Hecate? A-A Deusa da Magia?", os olhos de Oliver brilhavam, emocionados e empolgados, uma mistura de sentimentos lhe dava frio na barriga. "Será...Será que sou filho de Hecate? Ela é incrível!", ele mal conseguia falar quando ele sentiu uma presença atrás deles. Virando assutado, ele viu um homem montado em um cavalo. Ele logo ficou em pé e pegou sua lança improvisada.
"Quem...Quem é você? O que você quer? De onde você veio? Porque você está montado nesse cavalo?", o adolescente estava ainda mais pálido. Dan ao seu lado começou a gargalhar. O homem montado no cavalo também.
"Por que vocês estão rindo?", Oliver parecia desesperado.
"Ah, jovem, eu não estou montado no cavalo, eu sou parte cavalo, assim como seu amigo é parte bode. Me chamo Quíron. Passaremos um bom tempo juntos ainda aqui no Campo. Prazer.", Quíron se abaixou, quase como em uma reverência, e penetrou o garoto com seus olhos.
"Pra-Prazer. Eu sou o Oliver. Oliver Stone. Você é um cen...", mas antes que ele pudesse terminar, Oliver percebeu que uma luz índigo incidia sobre o rosto do centauro, sobre Dan e sobre seu corpo.
"É, Daniel estava certo, você é mesmo filho de Hecate, esse é um dos símbolos usados por ela. Você foi reclamado!" Quíron comentou, enquanto fazia um gesto para cima.
Oliver olhou, maravilhado, para o símbolo que girava em cima de sua cabeça. "Eu. Sou. Filho. De Hecate.", o garoto disse, enquanto uma lágrima escorria pelo seu rosto.
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Oliver tem penetrantes olhos azuis claros com a borda da íris mais escuras. Seus cabelos negros, assim como os de sua mãe, frequentemente estão caídos à frente do seu olho direito e o garoto raramente os mantém arrumados ou os penteia. Seu tom de pele claro, beira o pálido. Oliver é um garoto de 16 anos mais alto que a média e aparenta ser mais magro do que os outros garotos de sua idade, no entanto, diferentemente de sua primeira impressão, o garoto tem seus músculos aparentes e definidos. Apesar de não ser musculoso e não ser atlético, possui uma força aquém daqueles de sua idade. Oliver tende a usar cores neutras e claras em suas roupas, sendo suas favoritas o cinza, azul, índigo e preto. O seu traje mais comum é uma camiseta de malha cinza mesclada, por baixo de uma jaqueta college preta com detalhes em azul escuro e uma calça jeans quase skinny.
O garoto de olhos azuis tende a ser calmo e reservado, aprecia a solidão, frequentemente passando a impressão de ser misterioso, às vezes até mesmo estranho. Porém, no fundo, Oliver também é uma pessoa sociável, que se sente bem em estar perto daqueles de quem ele gosta e com quem se preocupa. Oliver, apesar de não ser rancoroso, tende a ficar resentido com certa facilidade, mesmo perdoando com a mesma facilidade. Mesmo com os seus esforços para ser diferente, ele é costumeiramente crítico e relativamente melancólico. Assim como sua mãe, uma vez que Oliver possui alguma forma de laço com o outro, ele passa a defendê-lo fervorosamente e dedicar-se para o bem daqueles a sua volta.
▬ Diga-nos: por que quer ser filho de tal Deus - ou ser tal ser mitológico?
Oliver se considera filho de Hécate por sempre ter se sentido único, como a mãe, pertencendo a tudo e todos, porém, ao mesmo tempo, não pertencendo a lugar algum. Misterioso, como a mãe, Oliver gosta da solidão e a usa para ficar especulando sobre o futuro e relembrando o passado. Além das características que Oliver acredita compartilhar com a deusa, ele a admira muito e sempre sentiu-se atraído por sua aura misteriosa e cheia de força.
▬ Relate a história da sua personagem - não haverá um limite de linhas definidos, deixe a sua criatividade fluir.
Nascido na chuvosa cidade de Seattle, no dia 20 de Julho de 1999, filho único de um excêntrico diretor de uma grande empresa, Oliver nunca conheceu a sua mãe e raramente conseguia a atenção do seu pai, sempre ocupado com os negócios ou com as moças que ele levava para casa. Não tendo irmãos para compartilhar a sua dor, a ausência de seu pai, juntamente à dificuldade de fazer amigos tornou o garoto melancólico e reservado. Ele sempre tentava chamar a atenção do pai, sem sucesso. Oliver odiava todas as mulheres que seu pai levava em casa e fazia de tudo para que elas não ficassem mais do que um dia em sua casa. Ele acreditava que era por causa das suas travessuras, mas seu pai o amaldiçoava, sabendo que era pela sua aura estranha e pelas coisas estranhas que aconteciam quando o garoto estava perto.
“Pai, por que você traz tantas meninas para casa, mas nunca trouxe a mamãe?”, perguntava o jovem Oliver, querendo saber o que havia acontecido com sua mãe e o porquê de o pai a odiar tanto. O senhor Stone olhava com desdém para ele, lhe enxotava, e em seguida gritava: “Sai daqui moleque chato! Não quero saber nada sobre sua mãe! Ela me paga!”.
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Quando Oliver fez dez anos, as coisas só pioraram; Robert, seu pai, perdeu o emprego, começou a beber, a tomar calmantes, e o garoto começou a apanhar frequentemente. Além disso, fenômenos bizarros começaram a acontecer. Sua dislexia e TDAH pioraram, estranhos na rua começaram a tentar atacá-lo, corvos de olhos roxos apareciam à sua janela durante a noite e pareciam chamá-lo. Seu pai dizia que ele estava cada vez mais parecido com a mãe e batia ainda mais nele cada mês que passava. Estranhamente, Oliver não se incomodava mais, afinal, ele agora sabia alguma coisa sobre sua mãe, ““Somos parecidos, mãe, somos parecidos!”, ele dizia a si mesmo e isso bastava para que o garoto ficasse um pouco mais feliz ou, talvez, um pouco menos triste. Com certeza, isso o dava mais esperança.
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Três anos se passaram e Oliver acabou se mudando com seu pai para um sobrado bem tradicional em Newcastle, uma cidade pequena ao leste de Seattle. Os ataques de estranhos se intensificaram, agora que ele estava no subúrbio, assim como os ataques do seu pai também apenas pioravam e o número de roxos só aumentava. Certa noite, um outro corvo apareceu em sua janela e repetiu, incessantemente, em um tom monótono e sereno “Tenha calma”. Revoltado com o animal, Oliver atirou uma de suas canetas na direção dele. O pássaro desviou-se sem dificuldade, porém a caneta, ao encostar no batente da janela, explodiu, como se fora encantada. O menino caiu para trás com um baque.
“Oliver!” gritou seu pai, prolongando as vogais de seu nome, após ouvir o barulho, claramente enfurecido.
O garoto, ainda atordoado pela explosão, tremendo, apavorado, pegou uma mochila de couro surrada, colocou algumas mudas de roupa, algumas besteiras que ele pudesse comer e pulou a janela, correndo para o bosque que envolvia o lado direito de sua casa. Após correr por algumas horas, exausto, Oliver chegou ao lado oposto da cidadezinha, julgando estar longe o suficiente de seu pai, ele deitou em um banco próximo a um ponto de ônibus e, em instantes, estava dormindo profundamente.
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“Ei! Ei, garoto!”, chamava uma voz doce. Oliver acordou assustado, uma menina o chacoalhava. Já estava amanhecendo. Ele, ainda meio assustado, sentou-se no banco, esfregou os olhos e observou o pequeno grupo de jovens que o observavam com expressões repletas de dúvidas. A garota que o havia acordado estava a frente de outros dois garotos. Ela tinha cabelos ruivos, cor de fogo, e serenos olhos azuis, como os mares caribenhos, que ressaltavam as sardas espalhadas pelas maçãs do rosto. Os outros dois olhavam desconfiados para ele. O moreno e mais alto, tinha a pele escura como a noite e seu cabelo estava trançado em grossos dreads, era musculoso e aparentava ser mais velho. O outro, um menino baixinho e meio gordinho, aparentava ser uns três anos mais novo que Oliver, tinha cabelos castanhos claros, encaracolados, que escorriam ao longo do seu rosto redondo e rosado.
“Prazer, eu sou Melissa, sou daqui de Newcastle, esses são Trevor” a menina disse apontando para o garoto baixinho, “e esse é Dan”, enquanto apontava para o moço alto. “Eles também são daqui”, completou. Trevor sorriu e acenou, enquanto bebia Coca-cola através de um canudinho. Dan manteve sua expressão séria e rígida.
“Qual é seu nome?”, perguntou Trevor, enquanto dava uma mordia em seu donut.
“O-Oliver. Me chamo Oliver. Sou de Seattle.”, gaguejou o garoto, olhando ainda meio atordoado para o grupo.
“Prazer, Oliver!” disse Melissa, de forma delicada e simpática, “você pode me chamar de Mel, se quiser. Desculpa me intrometer, mas por que você tá dormindo sozinho aqui?”, ela olhou, com uma cara confusa.
“Eu...Eu fugi de casa ontem à noite.”, Oliver respondeu, enquanto sentava-se e ajeitava as suas roupas.
“Hm...Nós também não temos um lar, quer se juntar à nós, Oliver?”, Dan finalmente falou, com olhos penetrantes e que pareciam saber de algo que os outros não sabiam. Algo que nem mesmo Oliver sabia. Ele passava uma sensação estranha de segurança ao garoto, mas ao mesmo tempo era uma sensação estranha. “Nós estamos indo para Nova York, tentar arranjar algo por lá”, ele continuou.
“Nova York? Mas fica do outro lado do país! Por que tão longe?”, Oliver perguntou, confuso.
“Sim, sim. É longe, mas Dan disse que lá nossas chances são melhores, como ele tem quase 17 anos, nós confiamos nele né?”, Melissa sorriu, soltando um risinho leve.
“Acho que sim”, Oliver sorriu e sentiu que aquele era seu primeiro sorriso em muito tempo. Tempo demais.
“Bom, levante-se, que temos um longo caminho pela frente”, o mais velho disse, enquanto estendia a mão ao mais novo membro do grupo de órfãos e foragidos, Oliver.
Os quatro então embarcaram em um ônibus intermunicipal que levava em direção ao centro Seattle. Dan dissera que lá, eles conseguiriam juntar dinheiro para uma passagem de ônibus para chegarem mais perto da Big Apple.
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O tempo foi passando e o grupo foi se tornando cada vez mais próximo, eles se defendiam contra os estranhos que os atacavam, se sustentavam, dormiam juntos, fazendo rondas. Dan sempre estava a frente do grupo, tomando conta para que eles estivessem seguros e não passassem fome. Ele era muito mais um pai do que o que Oliver tivera por toda sua vida. Três anos se passaram e eles já estavam quase chegando em Nova York. Eles haviam já passado por várias cidades, sofrido com a fome, com o frio, com os ataques repentinos. Pouco tempo após eles chegarem à Chicago eles foram emboscados por um grupo de homens altíssimos e extremamente largos. Eles se defendiam como podiam, usando as facas de um bronze estranho que Dan arranjava. Oliver se mostrou bom em manusear um bastão com a faca amarrada na ponta, algo que se assemelhava a uma lança, Melissa usava um arco feito por ela mesma e flechas criadas de madeira com a ponta revestida das facas de bronze de Dan. Trevor, por outro lado, ia para cima dos inimigos com uma espécie de maça rústica. Dan era incrível enquanto lutava, ele conseguia pular extremamente alto, era ágil, tinha uma enorme destreza com suas facas e parecia um perito em artes marciais diversas, apesar de viver mancando enquanto viajavam. Eles formavam um ótimo time. No entanto, nesse dia, os atacantes estavam um nível acima do comum. Trevor não conseguiu atacar com a maestria de sempre. A sua maça estilhaçou-se em vários pedaços ao bater no braço de um dos homens. Sem defesa, o homem enfiou sua mão no estômago de Trevor, jogando o para o lado, revestindo-o de sangue. Por um segundo, Oliver teve certeza de que a mão do homem havia se transformado em uma garra. Dan gritou, “precisamos correr! Não vamos conseguir vencer essa, eles são muitos!”, Melissa, chorando, respondeu, “mas e Trevor? Temos que ajudá-lo!”, ela gritava desesperada, sem forças para lançar suas flechas caseiras nos homens. “Não podemos fazer nada, temos que correr!”. Trevor, jogado no chão, murmurou, enquanto tentava estancar o sangramento com a mão e gemia de dor, “vão! vocês precisam se salvar! Eu vou ficar...eu vou ficar...”, mas antes que ele pudesse terminar, seus olhos miraram o céu e seu corpo cedeu. Os três sobreviventes saíram correndo e conseguiram se esconder dentro de uma casa abandonada.
“Dan, o que está acontecendo? Eu vi uma garra na mão daquele homem, eu tenho certeza”, questionou Oliver. O rapaz parecia saber mais do que ele deixava claro. Apesar de confiar nele, Oliver estava desconfiado. A única coisa que Dan respondeu foi que tudo ficaria claro quando eles chegassem em Nova York, mas que por ora eles precisavam se apressar. Os ataque estavam ficando cada vez mais intensos e cada vez mais difíceis de serem superados.
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Um ano passou, cheio de viagens, lutas, mas tirando a perda de Trevor, tudo corria bem. Oliver tinha acabado de fazer seus dezesseis anos e Melissa estava próxima de completar quinze anos quando eles chegaram em Nova York. Dan sentou com eles no Central Park e disse:
“Preciso explicar para vocês porque trouxe vocês até aqui e para onde vamos agora. Acontece que vocês são crianças especiais, vocês não são como seus colegas de sala ou outras crianças, e eu vou levá-los até um lugar seguro, aonde esses ataques não vão mais acontecer e vocês entenderam muito melhor tudo lá. Por favor, confiem em mim.”, Dan suplicou.
“Mas, que lugar é esse? Onde ele fica? Por que ir para lá?”, Melissa balbuciou, se atrapalhando em suas próprias palavras. Oliver manteve-se quieto, reservado, apenas observando e tentando entender o que estava acontecendo.
“É um acampamento em Long Island, não estamos longe, em poucos dias estaremos lá. Prometo que tudo ficará claro quando chegarmos lá.”, ele disse, olhando para os dois que estavam extremamente nervosos.
Os três se levantaram e partiram para o que seria a última jornada até a segurança. Mas a segurança ainda estava longe. Enquanto eles estavam andando próximos da Highway, em sentido a Long Island, um carro preto saiu da estrada em direção a eles. Dan empurrou conseguiu empurrar Oliver para fora da rota, porém Melissa estava muito longe do seu alcance e foi pega pelo carro. Ela foi arremessada para a grama, completamente ensanguentada.
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“Melissaaaa!”, gritou Oliver. Desolado, ele saiu correndo para onde a menina havia caído. Ele sentou ao seu lado, segurou sua mão, enquanto ela tossia sangue. “Me desculpa, não fui capaz de protegê-la! Não fui capaz de proteger Trevor! Vocês salvaram minha vida há quatro anos atrás, me salvaram da maldição que era viver com meu pai, me salvaram de tudo e eu não pude protegê-los!”, Oliver chorava incontrolavelmente, soluçando, tentando manter seu nariz sem escorrer.
“Oliver, pare! Você foi um ótimo companheiro! Você é uma pessoa incrível e eu agradeço por ter tido a oportunidade de te conhecer naquele banco lá em Newcastle.”, Melissa sorriu como ela sorrira a primeira vez que eles tinham se visto, de forma calma e serena, passando a mão ensanguentada pelo rosto de Oliver. “Eu fico muito feliz de ter visto você crescer e ver hoje esse homem aqui na minha frente. Obrigado.” Ela, mais uma vez, passou a mão no rosto do garoto, tentando tirar o cabelo que caía sobre seu olho, sem sucesso, olhou para ele e murmurou, sem sair som, "Obrigado.", sua mão caiu, sem força e seus olhos se fecharam. O menino apoiou o rosto no peito da garota já sem vida, chorando.
Dan estava mais a frente, ao lado do carro que batera em uma árvore. Ele lutava contra uma mulher que havia saído de dentro do carro. “Oliver, você precisa ir até o acampamento! Corra! Siga em frente até chegar a um morro, o acampamento estará logo após esse morro! Eu cuido dessa daqui!”. Um flash veio de onde os dois lutavam e Oliver se assustou. “Isso são espadas?", Oliver reparou também que ele estava descalço e que seus pés se assemelhavam muito ao de um bode, "Dan tem cascos no lugar dos pés?”, ele disse a si mesmo, “O que está acontecendo?”. Mas, ele confiava no amigo, afinal, ele sempre tentou proteger o grupo, Trevor, Melissa e ele. Ele levantou-se, cobriu o rosto de Melissa com uma camiseta sobressalente que ele tinha em sua mochila, pediu desculpas mais uma vez e saiu correndo na direção que Dan havia dito. Após alguns minutos correndo, Oliver avistou o morro. Ele juntou todas as forças que ele tinha para superara a exaustão, saiu correndo, ensanguentado, chorando, subiu o morro se agarrando as raízes das árvores que ali cresciam e chegou ao topo do monte. Ao olhar para baixo, ele instantaneamente foi tomado por uma onda de segurança e felicidade ao ver diversas cabines, ao ver o pôr-do-sol laranja encostando em um imenso lago. Ele estava, finalmente, a salvo. "Queria que vocês estivessem aqui". Disse, caindo no chão e apoiando-se numa árvore ao seu lado, completamente exausto.
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"É, eu tinha certeza que eu estava certo!", Oliver ouviu uma voz se aproximando. A voz de Dan.
"Dan, você está vivo!", o garoto sorria e ao mesmo tempo lágrimas banhavam seu rosto pálido. O sátiro continuou subindo o monte, chegou ao topo e sentou-se ao lado de Oliver.
"Sim, estou e agora estamos aqui, no Acampamento Meio-Sangue. Vou poder te explicar tudo direitinho."
"M-Meio-Sangue?", perguntou Oliver, confuso, sem entender direito.
"Isso, garoto, Meio-Sangue. Acontece que os deuses gregos existem. Eles nunca deixaram de existir, eles apenas passaram para outros polos. Depois da Grécia, os deuses passaram por vários países, até chegar, atualmente, nos E.U.A.", Dan explicou, sentindo-se um professor, e colocou a mão no ombro do garoto, tentando reconfortá-lo. "Eu, por exemplo, sou um sátiro. Tenho o meu corpo metade homem, metade bode. E você...você é filho de uma Deusa! Por isso que tantos estranhos te atacavam! Eles são monstros que sentem o cheiro de semideuses, como você, Melissa e Trevor."
"Como assim? Filho de uma Deusa? Monstros? Melissa e Trevor também eram filhos de deuses?", Oliver não estava acreditando, aquilo era demais para ele, mas Dan não parecia estar brincando.
"Sim, meu caro, filho de uma Deusa! Você nunca reparou que era diferente dos demais, assim como seus amigos também? Nunca aconteceu nada que te desse a impressão de ser fantástico?"
Oliver começou a refletir, em sua tradicional expressão pensativa. Ele lembrou da caneta explodindo, da facilidade que ele te em desviar de um golpe, dos corvos que falavam com eles. Dan interrompeu seu pensamento, "você nunca se perguntou o porquê de seu pai odiar tanto sua mãe, não ter nenhum retrato dela e nunca ter contado nada sobre ela?"
"A-Acho que sim. Mas, nunca tinha pensado que seria possível algo dessa magnitude!", ele falou, franzindo a testa, "ainda não está fazendo sentido para mim".
"Talvez demore um tempo, mas pense comigo, você conhece um pouco sobre mitologia grega, não conhece?", Dan perguntou, enquanto esticava suas pernas, numa tentativa de ajudar a convencer o garoto.
"Conheço sim, mas não sei se o suficiente para entender tudo o que tá acontecendo agora."
Dan gargalhou, "então, vamos tentar descobrir quem é sua mãe, ok? Vamos lá, me conte as coisas que você acha mais sobrenatural que já te aconteceu! Se esforce, porque eu quero descer pro Acampamento!"
Oliver, ainda muito confuso e um pouco relutante, balbuciou, "a-a caneta que explodiu"
"Hm, realmente, é um tanto quanto estranho isso! Mas, existem vários deuses que poderiam ter te dado essa habilidade. Continue!", Dan parecia estar se divertindo mais do que Oliver gostaria.
"Ah! Os corvos falantes!", exclamou o garoto, num momento de entusiasmo.
"Ótimo, vamos lá então, caneta explodindo, corvo falante, você tem uma grande habilidade com lanças, é misterioso...", Dan o analisava de cabeça aos pés.
"O que que tem? Você tá me deixando confuso Dan!", Oliver estava cada vez mais perdido.
"Temos que confirmar, mas, com esse seu cabelo escuro como o Tártaro e todas suas habilidades, eu acredito que você seja filho de Hecate!"
"Hecate? A-A Deusa da Magia?", os olhos de Oliver brilhavam, emocionados e empolgados, uma mistura de sentimentos lhe dava frio na barriga. "Será...Será que sou filho de Hecate? Ela é incrível!", ele mal conseguia falar quando ele sentiu uma presença atrás deles. Virando assutado, ele viu um homem montado em um cavalo. Ele logo ficou em pé e pegou sua lança improvisada.
"Quem...Quem é você? O que você quer? De onde você veio? Porque você está montado nesse cavalo?", o adolescente estava ainda mais pálido. Dan ao seu lado começou a gargalhar. O homem montado no cavalo também.
"Por que vocês estão rindo?", Oliver parecia desesperado.
"Ah, jovem, eu não estou montado no cavalo, eu sou parte cavalo, assim como seu amigo é parte bode. Me chamo Quíron. Passaremos um bom tempo juntos ainda aqui no Campo. Prazer.", Quíron se abaixou, quase como em uma reverência, e penetrou o garoto com seus olhos.
"Pra-Prazer. Eu sou o Oliver. Oliver Stone. Você é um cen...", mas antes que ele pudesse terminar, Oliver percebeu que uma luz índigo incidia sobre o rosto do centauro, sobre Dan e sobre seu corpo.
"É, Daniel estava certo, você é mesmo filho de Hecate, esse é um dos símbolos usados por ela. Você foi reclamado!" Quíron comentou, enquanto fazia um gesto para cima.
Oliver olhou, maravilhado, para o símbolo que girava em cima de sua cabeça. "Eu. Sou. Filho. De Hecate.", o garoto disse, enquanto uma lágrima escorria pelo seu rosto.
Oliver Stone
IndefinidosPercy Jackson RPG BR
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Re: Ficha de Reclamação
Avaliação
Oliver Stone- Aprovado
Como é a segunda vez que você posta, precisei ler a avaliação passada. Vi que não arrumou alguns erros, como o "Seu tom de pele claro, beira o pálido." Também esqueceu de revisar algumas palavras, pois elas contém erros de ortografia:
Use um corretor online ou leia novamente seus textos depois de terminá-los, do contrário vai perder pontos de XP nas atividades que fizer. Também reforço o que foi dito anteriormente: Separe melhor seus parágrafos, de preferência com uma linha em branco entre eles. É bem mais facil para o leitor não se perder. Apesar dos deslizes, melhorou bastante nesta segunda vez, colocando a reclamação obrigatória no final. Não tenho motivos pra te reprovar, parabéns filho de Hécate!
Como é a segunda vez que você posta, precisei ler a avaliação passada. Vi que não arrumou alguns erros, como o "Seu tom de pele claro, beira o pálido." Também esqueceu de revisar algumas palavras, pois elas contém erros de ortografia:
tende a ficar resentido com certa facilidade
Virando assutado, ele viu um homem montado em um cavalo
Use um corretor online ou leia novamente seus textos depois de terminá-los, do contrário vai perder pontos de XP nas atividades que fizer. Também reforço o que foi dito anteriormente: Separe melhor seus parágrafos, de preferência com uma linha em branco entre eles. É bem mais facil para o leitor não se perder. Apesar dos deslizes, melhorou bastante nesta segunda vez, colocando a reclamação obrigatória no final. Não tenho motivos pra te reprovar, parabéns filho de Hécate!
Convidado
Convidado
Re: Ficha de Reclamação
Atualizado.
117-ExStaff
IndefinidosPercy Jackson RPG BR
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