Ficha de Reclamação

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Ficha de Reclamação

Mensagem por 142-ExStaff Dom 09 Nov 2014, 03:49

Relembrando a primeira mensagem :


Fichas de Reclamação


Orientações


Este tópico foi criado para que o player possa ingressar na sua vida como semideus ou criatura mitológica. Esta ficha não é válida sob nenhuma hipótese para os 3 grandes (Hades, Poseidon e Zeus) devendo os interessados para estas filiações fazerem um teste específico, como consta aqui [[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]]. Para os demais semideuses, a avaliação é comum - o que não quer dizer que ao postar será aceito. Avaliamos na ficha os mesmos critérios que no restante do fórum, mas fichas comuns exigem uma margem menor de qualidade, mas ainda será observada a coesão, coerência, organização, ortografia e objetividade. Abaixo, a lista de deuses e criaturas disponíveis em ordem alfabética, com as devidas observações.



Deuses / Criaturas
Tipo de Avaliação
Afrodite
Comum
Apolo
Comum
Atena
Rigorosa
Ares
Comum
Centauros/ Centauras
Comum
Deimos
Comum
Deméter
Comum
Despina
Rigorosa
Dionísio
Comum
Dríades (apenas sexo feminino)
Comum
Éolo
Comum
Eos
Comum
Espíritos da Água (Naiádes, Nereidas e Tritões)
Comum
Hades
Especial (clique aqui)
Hécate
Rigorosa
Héracles
Comum
Hefesto
Comum
Hermes
Comum
Héstia
Comum
Hipnos
Comum
Íris
Comum
Melinoe
Rigorosa
Nêmesis
Rigorosa
Nix
Rigorosa
Perséfone
Rigorosa
Phobos
Comum
Poseidon
Especial (clique aqui)
Sátiros (apenas sexo masculino)
Comum
Selene
Comum
Thanatos
Comum
Zeus
Especial (clique aqui)




A ficha


A ficha é composta de algumas perguntas e o campo para o perfil físico e psicológico e a história do personagem e é a mesma seja para semideuses seja para criaturas. O personagem não é obrigado a ir para o Acampamento, mas DEVE narrar na história a descoberta de que é um semideus e sua reclamação. Os campos da ficha são:

- Por qual deus deseja ser reclamado/ qual criatura deseja ser e por quê?

- Perfil do Personagem (Características Físicas e Características Psicológicas - preferencialmente separadas)

- História do Personagem

Plágio não será tolerado e, ao ser detectado, acarretará um ban inicial de 3 dias + aviso, e reincidência acarretará em ban permanente. Plágio acarreta banimento por IP.

Aceitamos apenas histórias originais - então, ao usar um personagem criado para outro fórum não só não será reclamado como corre o risco de ser punido por plágio, caso não comprove autoria em 24h. Mesmo com a comprovação a ficha não será aceita.

Fichas com nomes inadequados não serão avaliadas a menos que avisem já ter realizado o pedido de mudança através de uma observação na ficha. As regras de nickname constam nas regras gerais no fórum.

Não é necessário a utilização de template, mas caso opte por fazê-lo, a largura mínima do texto deverá ser de 400px, preferencialmente sem barra de rolagem — caso tenha, a altura deve ter o mesmo tamanho da largura ou maior. Templates que não sigam o disposto farão a ficha ser ignorada, bem como fichas ilegíveis - utilize colorações adequadas no texto.

Lembrando que o único propósito da ficha é a reclamação do personagem. Qualquer item desejado, além da faca inicial ganha no momento de inscrição do fórum e dos presentes de reclamação (adquiridos caso a ficha seja efetivada) devem ser conseguidos in game, através de forjas, mercado, missões e/ou DIY.



  • Obs: Somente envie sua ficha UMA vez para cada avaliação. Fichas postadas seguidamente (como double-post) serão desconsideradas, reincidência acarretará em ban de 3 dias + aviso.




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Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por Kuroyomi Ironwill Sex 02 Jan 2015, 14:07

Ficha Hermes Kuro Yomi
See? Aren't we having fun?



Por qual deus deseja ser reclamado/qual criatura deseja ser e por quê?

Hermes, pois sempre foi meu deus favorito, sempre procuro parecer com ele, ou com os filhos dele melhor dizendo. As pessoas dizem que eu tenho facilidade em aprender outros idiomas e que sou bem ágil principalmente quanto a esquivar de mangas(história real, longa história por sinal).

Perfil do Personagem (Características Físicas e Características Psicológicas - preferencialmente separadas)

— Físicas: Kuroyomi tem cerca de 163cm, baixo para a sua idade de 16 anos. Possui cabelos pretos e olhos de mesma cor, corpo esguio, magro, um perfeito corredor.

— Psicológicas: Kuro pode parecer arrogante e convencido por causa de seus olhos quase sempre de preguiça e deboche, mas isso é apenas para quem vê a superfície. Kuro é bem alegre e extrovertido para esconder a dor que passou, calmo as vezes, mas tem seus momentos de insanidade que ele mesmo não sabe controlar devido a traumas de seu passado.

História do personagem

Kuroyomi
selou os olhos numa atitude desesperada de se afastar daquele mundo, ir para qualquer outro lugar sem ser aquela pequena casa nos subúrbios de New York. Por que tinha que passar por tudo aquilo, por que ele? Tampou os ouvidos também, tentando de todas as formas se afastar daquele mundo, mas mesmo assim, era inútil, seu corpo tremia com os ruídos que ouvia vindos da cozinha, som de mesa quebrando, o som metálico de talheres caindo no chão, sentia medo de tudo aquilo.

Os barulhos cessaram de repente, agora sentia-se seguro para abrir os olhos, e o fez. Encontrou seu quarto, escuro, a luz dos postes da rua era a única luz que se encontrava naquele quarto, cama desarrumada, brinquedos no chão, era o quarto de uma criança, tímido e tremendo, andou até a porta, com muito cuidado para não fazer barulho, antes de abrir a sua porta do quarto, ouvir a porta da casa ser fechada com força, fazendo um barulho estrondoso que fez o garoto fechar os olhos novamente por impulso.

Não queria ter aberto a porta, queria ter continuado encolhido no canto de seu quarto, aquilo era demais pra ele.

M-Mamãe...! — Correu até ela, com um aperto no coração, com medo de que o pior teria acontecido, sua mãe estava caída no chão ao lado de uma poça de sangue, examinou ela com cuidado, com as mãos tremulas, ainda com medo, por que ele tinha que passar pro tudo aquilo? Ele era apenas uma criança.

Encontrou um ferimento na cabeça de sua mãe, felizmente ela continuava viva, ainda respirava, o que abriu o primeiro pequeno sorriso no rosto de Kuroyomi naquele dia, mas ela ainda estava desacordada. Seu pequeno corpo de doze anos precisou de muito esforço para levá-la para o quarto e fazer curativos improvisados, não tinham dinheiro para ir ao hospital, sua mãe não trabalhava e o padrasto gastava todo o dinheiro do mês em cerveja.

O garoto cresceu nesta mesma rotina, até completar dezesseis anos, quando aquele homem que sempre maltratava sua mãe passou dos limites da agressão.

Hey! — Kuro abriu a porta de seu quarto com violência, sua expressão era de extrema raiva, apertava seu pulso com força, suas unhas, a um tempo não cortadas, perfurava a própria pele por causa dos apertos de seu punho. — Qual o seu problema?!

O que foi? Não está se divertindo? — Ele riu em deboche.

O padrasto colocou a mãe do garoto sentada na cadeira da sala de estar, puxando os longos cabelos dela com força, tirando um canivete do bolso, o padrasto durante toda a ação, mantinha os olhos fixos no garoto, enquanto o garoto tinha os olhos fixos no rosto banhado de lágrimas da mãe, trêmulo, sem saber o que fazer. A faca do canivete foi cravada sem dó nem piedade no pescoço da mulher, muito sangue jorrou no chão, misturando com o grito agonizante da mãe do garoto. Kuroyomi assistiu a tudo calado, mas ele não iria deixar isso desse jeito, basta. A insanidade havia se tornado a nova melhor amiga do garoto de cabelos negros, com um movimento rápido, apanhou um cutelo na pia da cozinha e com outra ação rápida, o atirou em direção aquele homem. Arregalou os olhos, surpreso, se perguntando como aquilo havia entrada na casa dele. Não era mais seu padrasto ali, não conseguia reconhecer que forma de vida era aquela, seu padrasto havia se tornado um monstro, mas não ligava agora, o que quer que fosse, apenas queria matar quem tivesse matado sua mãe, o cutelo atingiu em cheio o ombro da criatura, sangue verde jorrou no chão e ela gritou de dor, "Bem, pelo menos dor essa coisa sente..." falou para si mesmo.

Agarrou qualquer faca a sua disposição e correu até o monstro, numa fúria que ele não sabia como explicar, queria apenas matar.

Não se lembrava do que aconteceu após ter corrido em direção aquela criatura, com a insanidade consumindo a sua mente. Sabia apenas que havia acordado num acampamento para pessoas especiais, o acampamento meio-sangue.

I Lollita
Kuroyomi Ironwill
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Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por 096-ExStaff Sex 02 Jan 2015, 14:41

avaliação

Kuroyomi Ironwill. Reprovado.

Então, eu até gostei da sua ficha, não notei nenhum erro ortográfico gritante ou que não pudesse ser sanado com a experiência no fórum, mas a história ficou muito corrida, de fato, e você não ressaltou um ponto primordial que a ficha exige, que é o momento de reclamação. Ficou bastante confusa, também, com o salto de tempo que deu sem um marcador fixo, e também a repetição de termos como "porta", que eu notei ser utilizada mais de três vezes no mesmo parágrafo; você pode utilizar sinônimos para te ajudar, substituindo por termos de mesma equivalência. Tente refazer, dessa vez corrigindo esses pequenos erros e introduzindo uma narração sobre como descobriu ser semideus. Boa sorte na próxima!


nem precisa de atualização, rs

096-ExStaff
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Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por Bárbara Watson Sex 02 Jan 2015, 15:26


ARES
FICHA DE RECLAMAÇÃO


-Por qual deus deseja ser reclamado e por quê?

Ares.

Primeiramente porque me identifico com tal deus. Admiro sua audácia e ousadia que o torna diferente de outros deuses e que o faz ser odiado por sua natureza tão explosiva, não por mim, é claro.  Sendo filha de Ares vejo possibilidades de aprofundar mais a narrativa de meu personagem principalmente em batalhas e combates.

-Perfil do Personagem

Físicas: Tem uma estatura baixa, baixíssima inclusive, que a faz parecer um pouco acima do peso. Grandes olhos verdes e cabelos negros e volumosos que cobrem suas costas como uma cortina de breu quando soltos.  Com peculiares sinais de nascença no pescoço e costas. Carrega na face um olhar de desdém e uma expressão indiferente que a torna mal vista fisicamente aos olhos de quem não a conhece. Por se a melhor jogadora do time de futebol feminino de sua escola tem um físico que pode ser definido como excelentemente satisfatório escondido atrás de roupas largas e um tanto masculinas.

Psicológicas: Tem gênio forte e difícil de lidar. Não gosta de muitas coisas e pouquíssimas coisas agradam-na. É gulosa e respondona, já se envolveu em brigas por ser chamada de burra. Descobriu no futebol uma maneira de ser aceita e até fez umas duas amigas melhor dizendo, companheiras de detenção. Tem uma relação nada saudável com o padrasto com direito a tapas e palavras de baixo calão, é tratada como mais uma na fila do pão pela mãe e ameaçada constantemente a ir para um colégio de freiras. E apesar de toda pose de forte e decidida leva dentro de si uma menina doce e confusa e que pode até ser legal com quem merecer.


- História do Personagem

Desde sempre nada foi fácil. Nada nunca é fácil. Talvez existam mil formas de se falar a mesma coisa em uma única língua, mas tem coisas que podem me falar um milhão de vezes em todas as línguas existentes e eu nunca vou ser capaz de aceitar. Que Monique é minha mãe por exemplo.

Fui criada em um lar de caças e caçadores, onde me sinto forçada a ser a presa, pelo menos, por enquanto. Não tenho irmãos, não tenho mãe que mereça tal título, não conheço meu pai e minha vida é uma droga.

_ Sou Bárbara Watson, francesa, 12 anos, odeio pessoas, meios sociais, detesto aulas sobre coisas que nunca vou usar na vida, não gosto de perguntas e apresentações é coisa de mané, valeu, falou.

_ Ahn, muito bem, vamos ao próximo...

E esse é mais um fatídico início de ano. Estudo em uma escola de manés com professores manés nos brigando a fazer coisas de manés. Tenho sérias dúvidas de qual pior, casa ou escola?  Com ‘casa’ eu não sei lidar, com a ‘escola’ meus métodos soariam sórdidos.

Lucy e Gerda, umas das minhas amigas, melhor dizendo, minhas melhores e únicas amigas, estão duas séries acima da minha. Embora tenhamos a mesma idade, fato explicado pelos dois anos consecutivos que faço a mesma série sempre me sinto superior a tais. Não sou burra, sei que não, mas tenho certa dificuldade de leitura e me canso rápido. Sempre gostei mais das aulas de Educação Física, sou boa em quase todos os esportes tanto que sou capitã do time de futebol feminino e já ganhamos três títulos intercolegiais desde que entrei para o time.


Chego ao pátio na hora do recreio, para mim a melhor hora do dia, o lanche. Não que isso importe, posso comer muito e de tudo visto que estou sempre em forma graças aos treinos.

Algumas pessoas me encaram, mas logo desviam o olhar. As crianças menores abrem caminho quando passo, pois pode não parecer, mas já entrei em brigas com garotos bem maiores e não fui só eu quem saiu machucada.  

Minhas "cúmplices" me esperam já com meu lanche em uma bandeja e então nos dirigimos para trás da escola onde sempre ficamos no intervalo, eu realmente detesto meios sociais. Essas duas não são como eu, mas não me fazem perguntas e me entendem mesmo quando as palavras não vêm.  Gerda é calma e reservada, também não fala muito de si. Loira de olhos claríssimos, eu não consigo distinguir a cor, verde ou azul. Me sentiria incomodada se os meus fossem assim, como se sua alma pudesse ser lida, mas ainda assim é difícil de desvenda-la. Ela tem uma família problemática, sua mãe tem depressão e seus irmãos estão em um negócio ilícito. Ressalto como no início, nada é fácil.  Lucy é meio emo, tem cabelos lisos e desfiados com uma franja lateral que cai sobre os olhos. Carrega meio kg de maquiagem na cara, já usou drogas duas vezes e corta os pulsos quase toda semana, o que eu acho uma bobeira, a louca além de um pai ausente quer contrair tétano com aquelas lâminas enferrujadas. Ambas jogam no time. Podem até ser problemáticas, mas se saem bem quando esquecem os problemas.

Depois de quase dez minutos sentadas olhando fixamente de uma para a outra desmanchamos em risadas, o que é muito raro da minha parte.

_ Por que isso? - Pergunta Lucy ainda risonha, deixando subtendida a dúvida que agora todas nós compartilhamos.

_ Ela foi embora... - De súbito, Gerda se pronúncia com um olhar perdido no horizonte e aponta para o céu fazendo Lucy e eu a olharmos com curiosidade e uma pergunta implícita no olhar.

_ Mamãe não estava bem ontem à noite, se trancou no quarto e tomou muitos remédios. Ela morreu. - Responde a pergunta que nem se quer foi feita, sem parecer nem um pouco abalada ou ressentida como se tivesse dando bom- dia.

_ E você... Não deveria estar em casa? Se quiser..._ Realmente não sabia o que fazer. Se fosse a minha "mãe" eu agradeceria aos céus, mas não consigo imaginar como ela deve estar se sentindo.

_ Em pensar que agora a pouco ríamos, não sabíamos..._ Lucy tentou um pedido mudo de desculpas.

_ Não precisa se incomodar, eu acho que agora as coisas podem se ajeitar. Ainda vai querer esse leite, Bárbara?

_ Não. - Não tínhamos mais assunto depois de tal noticia. Lucy e eu não éramos boas com palavras e alguma coisa dizia que Gerda precisava de silêncio e só... Alguém por perto.

Ficamos sentadas ali naquele banco de mármore ouvindo os comentários de Gerda sobre o formato das nuvens e os gritos das outras crianças que corriam pelo pátio. Quanto o sinal do fim do intervalo bateu, mais uma vez no olhamos fixamente e explodimos em gargalhas sem nenhum motivo aparente. Mas precisávamos daquilo. Éramos crianças tristes, condenadas e subjugadas a um mundo perverso e aquelas gargalhadas e os olhares eram nosso ritual de libertação. Éramos crianças e estávamos nos conhecendo. Um dia seriamos boas amigas e talvez nesse dia já saibamos usar as palavras. Eu precisava de amigos assim.

Depois de uma longíssima e tediosa manhã, com exceção do recreio, voltei me arrastando para casa.  Planejei meus próximos passos quando atravessasse a porta, esses eram: ignorar as ameaças do Patrick, encontrar algo comestível na geladeira e ir para o quarto dormir o resto do dia até Monique vir me obrigar a arrumar a casa e brigar com o Patrick o que já é de praxe.

Não sei em que momento do caminho de volta para casa um estranho de barba começou a me seguir, também não sei em que momento eu decidi fugir de uma briga, logo eu, e corri. Nosso bairro já não era movimentado, e ao meio dia então, era deserto. Não era por medo, nunca sinto medo, era só incredulidade. O cara estranho de barba tinha pernas de bode.

Cheguei em casa quase derrubando a porta, já sem fôlego e quando esta foi aberta Patrick, meu padrasto, me puxou para dentro. Ele estava armado com um desses canivetes que você encontra em feiras.

Tentou me apunhalar, mas mesmo sendo maior, eu com meus 1.45cm, segurei sua mão e apertei fazendo cortar a própria mão, soltando a arma. Vi uma brecha de soltar meu outro braço de seu agarre com uma cotovelada no seu queixo e não só me libertei do seu aperto como o deixei inconsciente, um golpe certeiro. Monique, minha "mãe", olhava com frieza e ao mesmo tempo, medo. O que me causou ao invés de dor, uma raiva maior, como nunca havia sentido e naquele instante com o canivete ainda em vista jogado em um canto no chão próximo ao sofá eu tive vontade de mata-la e fazê-la sentir o ódio e a frieza que aquele olhar me causou.  Quando me preparava para pôr meus pensamentos em ações, percebo que o homem que me seguia observava tudo encostado a porta da frente. Ele aponta para uma sinistra luz vermelha acima da minha cabeça e encara minha mãe.

_ Filha de Ares? _ Direciona a pergunta a Monique, que trêmula responde em um sussurro:

_ Sim. _ Estavam fazendo piada comigo?

_ Vocês estão curtindo com a minha cara?

_ Você é uma semideusa Bárbara. E de acordo com a sua mãe... Filha de Ares. - Não sei por que, mas aquela loucura parecia tão certa para mim. Senti todas as minhas dúvidas serem sanadas e de repente tudo fez sentido. Com respiração pesada e coração batendo freneticamente no peito, senti como se pudesse fazer qualquer coisa. Eu era filha de Ares, o deus da guerra.

O cara estranho de barba era um sátiro, o que eu mesma supus por já conhecer um pouco de mitologia grega. Deixei Monique no chão tentando acordar o Patrick e fui embora daquela casa sem olhar para trás, esperando não ter que voltar mais, e seguimos até o acampamento meio-sangue, que o sátiro que descobri se chamar Thomas me disse que encontraria outros como eu. Filhos de deuses e até meios-irmãos.


?
Bárbara Watson
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Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por 129-ExStaff Sex 02 Jan 2015, 23:32


Avaliação — DE RECLAMAÇÃO, Ficha
QUÉQUÉ
Não foi desta vez, mas eu juro que não fui cruel


Bárbara Watson — Reprovada

Tudo na sua ficha me levou a te reprovar, Bárbara. A história em si foi clichê em vários pontos — dá para fazer melhor do quea menina revoltada com problemas em casa —, a ficha foi corrida, como se você escrevesse na pressa — se fosse uma missão, tudo bem, era compreensível mesmo que ainda passível de descontos —, sem falar no tamanho. Não que eu tenha algo contra fichas de reclamação curtas, mas normalmente, quando a história está bem desenvolvida, ela tem um tamanho maior. Você também não soube utilizar as vírgulas de maneira correta, deixando a leitura longa e cansativa, além de ter inserido divagações da personagem em pontos que deixaram a narração completamente fragmentada, sem ligação. Você não soube fazer isso, e em sua maior parte, foi isso que te reprovou.

Qualquer dúvida ou observação, me mande uma MP. c:





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Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por Saki A. Shinoda Sáb 03 Jan 2015, 00:27

[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]


this bouquet that surrounds us is iron poison, see.

.parente divino Perséfone, a deusa das ervas, flores, frutos e perfumes. Eu escolhi essa deusa mais por causa dela ser a deusa das flores. A maioria da trama da Saki vai ter como elemento a flor de cerejeira, que é uma flor típica do Japão, e que também é a tatuagem que ela tem nas costas como membra da yakuza, que é o símbolo do seu clã. Eu também achei que os poderes vão entrar bem no que eu planejo para ela, então fiquei com Perséfone mesmo.

.perfil do personagem Os cabelos de Saki são tingidos de um tom de verde próximo ao azul-ciano. São bem grandes, já que ela se recusou a cortá-los desde pequena. Ela mantem os mesmos presos em duas maria-chiquinhas, algumas mechas caindo em seu rosto. Seus olhos também são de um azul forte e atrativo, cheios de mistério. Sua pele é bem pálida, sendo bem sensível ao sol. Em suas costas, ela tem tatuada uma flor de cerejeira, que é o símbolo do clã Shinoda, um dos mais fluentes na Yamaguchi-gumi, a maior família yakuza do Japão.

.psicológico do personagem Foi tratada como uma princesa desde seu nascimento, e isso gerou alguns traços desagradáveis, como sua arrogância. Desenvolveu também um orgulho enorme, algo que com certeza vai a atrapalhar algum dia. A aparência dócil muitas vezes pode enganar, algo que ela consegue fazer muito bem. Em reuniões, usa seu charme para persuadir outros clãs, mostrando-se fria e gananciosa quando quer. Porém, tem grande compaixão, e reconhece verdadeiros guerreiros. É extremamente dedicada, e pode muito bem ser gentil e delicada quando quer.

.história do personagem Saki Asuka Shinoda, herdeira do clã Shinoda, foi considerada uma princesa desde o momento que nasceu. Seu papel na Yamaguchi-gumi já estava completamente planejado quando fez um ano de idade, e antes até mesmo de nascer, seu pai, Jun Shinoda, já havia encontrado professores para lhe ensinar todo tipo de assunto. Passou os primeiros doze anos de sua vida focando-se em sua educação. Chegou até mesmo a aprender a arte do desenho. Nos restantes 4 anos, ela foi educada em vários tipos de luta, principalmente o de katanas e armas de fogo, embora ela preferisse armas de fogo. Treinou seu corpo para que conseguisse correr o bastante, jogar esportes bem, e várias coisas da qual ela se orgulhava de esfregar na cara de seus irmãos mais novos, Kai e Kei.

Ela adorava fazer isso.

Naquele dia, ela estava treinando com sua katana, uma das únicas armas que era literalmente um lixo ao manejá-la. Bem, pelo menos ela podia ganhar de Kai e Kei, e realmente, era só isso que ela queria. Fechou os olhos e respirou fundo, lembrando-se de como seu professor havia a ensinado. Não parecia muito difícil. E além do mais, no final, ela ficou simplesmente maravilhada com a elegância e precisão do movimento. Ela ia fazer de tudo para aprender a técnica, mesmo que no final do dia estivesse molhada com suor e a ponto de desmaiar.

Passou a manhã inteira treinando as diferentes formas que aprendera em suas aulas de kendo, e estava prestes a passar para a realização da habilidade quanto ouviu uma série de palmas vinda da porta que dava para o jardim. Virou a cabeça, surpresa a encontrar seu professor, que carregava um lanche em suas mãos. — Ah, ojou-sama! Esplêndido, simplesmente esplêndido! Você aprendeu muito bem!

Ela mostrou uma reverência, um sorriso implantado nos lábios. — Obrigada, sensei! Eu estou honrada, sério mesmo.

Estava prestes a continuar, quando o homem a interrompeu. — Que tal um duelo, ojou-sama? — ele recebeu uma cara de interrogação. Saki definitivamente não era boa o bastante para ganhar de seu sensei. Ele sabia disso. Sério que um homem de seu clã iria desafiar alguém que ele ia conseguir ganhar facilmente? Isso era errado. Iria avisar para Chichiue depois disso.

Mas sensei... — ela se interrompeu. Se ele estava a desafiando para um duelo, então quer dizer que ele queria alguma coisa com ela. Por acaso ele a queria morta? Era uma possibilidade. E não, ela não iria esmagar seu orgulho se recusando a lutar com alguém que estava prestes a lhe matar. Forçou um sorriso. — Claro, sensei! Vamos começar!

O homem sorriu também. — Então, ojou-sama, vamos lutar como verdadeiros samurais. Pegue sua katana, não vai fazer nenhum bem usar essa boken. — É, ele realmente estava querendo lhe matar. Para falar a verdade, isso era bem normal. Aconteceu muitas vezes, e em todas ela chutava o assassino onde o sol não brilhava, seguindo com um tiro com sua arma na cabeça do mesmo. Mas, daquela vez, ela não tinha sua pistola consigo. Isso definitivamente ia ser difícil.

Cautelosamente, a garota tirou a katana da bainha, o professor logo investindo em sua direção. Foi por pouco que ela bloqueou seu ataque, sendo empurrada contra a parede em questão de segundos. O resto foi um borrão em sua mente. Ela sabia que havia recebido vários golpes, mas ao mesmo tempo não sabia. Só via a silhueta do professor, os golpes finalmente fazendo efeito, sendo que ela começava a sentir o gosto metálico de sangue em sua garganta.

Tentou bloquear os ataques, tentou usar suas pernas, seus braços, qualquer coisa. Remexia os pés, com a esperança que talvez acertasse o homem com um de seus fortes chutes. Tentou realizar o golpe que estava treinando a mais de quatro horas, mas ela parou de sentir as partes do corpo. Os olhos, cansados, tentaram fechar. Ela rangeu os dentes, apoiando-se na parede, tentando se impedir de cair. O que não foi muito fácil com os golpes rápidos e bruscos do homem.

Alguns segundos, ela tinha certeza que a forma do homem mudava. Ela tinha certeza que o corpo alto e magro do seu instrutor virava a figura de um gigante, um sorriso maníaco nos olhos. Mas ela puxou isso para o lado, tendo quase certeza que era somente uma ilusão. Um efeito colateral do cansaço, da espada que cortava cortes finos e constantes em todas as partes de seu corpo.

Estava prestes a desmaiar, quando ouviu o barulho de uma arma sendo carregada e disparada, uma série de tiros atingindo o alvo com êxito. Levantou os olhos, o corpo caindo no chão, a última coisa que viu sendo Kai correndo em sua direção, sua pistola de mão agora jogada no chão.

::❀::

Aneue, Aneue! Ah, graças a deus que você está bem. Eu morri de medo, achei que você estivesse morta! Já falei com Chichiue e ele me disse que solicita a sua presença. Pode não parecer, mas ele também está super preocupado! — Kai piscou um dos olhos para ela, um sorriso aliviado no rosto. Ao lado dele, seu irmão gêmeo, Kei, também sorria.

Saki olhou em volta, tremendo. Ela tinha certeza que havia morrido. Mas é mesmo, Kai a havia salvado. Mostrou um de seus raros sorrisos, abraçando o irmão mais novo com força. — Obrigada, Kai. — logo sentiu uma dor excruciante eletrificar seu corpo, e gemeu baixo. — Eu estou indo agora. Muito obrigada, de novo, Ototo. — mostrou uma reverência para o moreno, saindo do quarto.

O que será que seu pai queria com ela? Tentou formular respostas idiotas, coisas com que nunca se preocupou, e até coisas erradas que fez quando criança e que o pai nunca havia descoberto. Parou na frente da porta do mesmo, batendo levemente. — Pode entrar. — ouviu a voz abafada de dentro. Respirou fundo, deslizando a porta para o lado. — Ah, Saki! Que bom, achei que você fosse demorar mais tempo para acordar. Venha, sente-se. — o homem se encontrava assentado na mesa japonesa, apontando na direção de uma almofada na sua frente.

Ela não aguentava mais. — Chichiue, no que você precisa de mim? — tentou manter o tom de voz baixo e calmo, escondendo qualquer tipo de agressividade para não ameaçar o líder do clã Shinoda, Jun Shinoda.

O membro da yakuza suspirou. — Ah, Saki, eu tenho tanta coisa a te contar. Você acabou de atingir 16 anos, e eu já recebi vários avisos de que você precisa de ir... — Jun olhou para baixo, envergonhado. — Eu devia ter te contado antes. Saki, você sabe quem é sua mãe? — a pergunta pegou a azulada de surpresa. Fez que não com a cabeça, um modo de fazer o pai continuar mais rápido. Deu outro suspiro, dessa vez mais longo e sofrido. — Sua mãe é a deusa das flores. Você, Saki, é uma semideusa. Junto com seus irmãos.

Então minha mãe é Konohanasakuya-hime?

Não, minha filha. Você não se lembra de seus velhos livros de história? Sua mãe é Perséfone, a deusa grega das flores e da primavera. — passou alguns segundos em silêncio, os dois olhando para a mesa de madeira. — Saki, eu não quero que você deixe de se tornar líder do clã. Eu tenho--

O homem foi interrompido com dois meninos abrindo a porta bruscamente. — Chichiue, porque você não falou isso antes? — o primeiro resmungou, suas vestes vermelhas balançando enquanto olhava o pai com uma expressão acusadora.

Isso mesmo, isso mesmo! — o outro, vestido de azul, mostrou um bico. — A gente também entende dessas coisas!

A garota de cabelos azuis levantou a cabeça, ignorando os irmãos atrás de si. — Chichiue, eu não vou acreditar nisso sem prova nenhuma! — ela estava decidida, os olhos azuis fixados no pai. E no segundo que as palavras deixaram sua boca, um holograma verde com uma flor de cerejeira apareceu em cima de sua cabeça, assim como em cima da cabeça dos dois irmãos. O pai abriu a boca lentamente.

Pois parece que sua mãe te ouviu, Saki.

A garota ficou parada, olhando de relance para cima de si. Rangeu os dentes, irritada. Agora ela finalmente ouviu? Depois de dezesseis anos, ela finalmente prestou atenção? Aquela "deusa" estava seriamente pedindo para ser odiada. Levantou da almofada com força, abrindo a porta do pai bruscamente. Ela ia ver. Ela simplesmente estava pedindo. Pois bem, agora aquela "deusa" fajuta ia ver. Ela ia se tornar a mais forte de seus filhos, e ela ia se arrepender de não ter prestado atenção nela por dezesseis anos. Ela ia provar para aquela escória de mãe o quanto ela seria perfeita.

observações.:
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Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por 117-ExStaff Sáb 03 Jan 2015, 14:31


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Saki A. Shinoda - Reclamado como filha de Perséfone: Seu texto ficou bom, e bastou uma leitura para eu resolver te aprovar, Saki. Contudo senti falta de uma descrição mais detalhada dos fatos, como na parte da batalha, na qual você apenas citou que tentava se defender dos golpes, mas não dizia exatamente a direção que os golpes vinham, muito menos como você os defendia. No mais, meus parabéns.
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Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por 139-ExStaff Sáb 03 Jan 2015, 16:08

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Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por Willow Demurrage Dom 04 Jan 2015, 17:54



I’m a little different

I believe in the power of optimism



- Por qual deus deseja ser reclamado/ qual criatura deseja ser e por quê? Gostaria que minha personagem fosse filha de Íris. E bem, não existe uma justificativa muito "boa", eu apenas gosto da deusa e de, acordo com o plot da personagem, ela teria de ser filha de uma Deusa (não de algum Deus), e eu escolhi Íris.

- Perfil do Personagem

Seus cabelos já passaram por todos os tamanhos que se possa imaginar, mas sempre com coloração escura. No entanto, em sua nova fase, completando seu estilo atual, seus cabelos tem as pontas tingidas de rosa, preservando o comprimento longo e o castanho natural na parte onde não está colorida. Sendo os olhos de coloração castanho escuro, quase sempre confundido com o preto. As feições do rosto de Min são tipicamente asiáticas, exceto pelos olhos, que são arredondados e maiores do que o de costume. Possui a pele clara, já que não costuma pegar sol com frequência. Seu corpo, a primeira impressão, pode parecer extremamente magro, sem músculos e doente – graças a sua pele clara demais –, porém não é bem assim, afinal a menina costumava ajudar as pessoas, como é costume entre os ciganos, o que incluía desde trabalhos braçais até regar plantas. Min possui 1,61 de altura, o que a torna relativamente pequena.


À primeira vista, Min pode parecer uma garota extremamente social e sorridente, quase sempre disposta a ajudar as pessoas sem precisar receber nada em troca, além de gratidão. Pode-se afirmar com toda certeza que Min pode se dar bem com as pessoas sem fazer o mínimo esforço, já que possui um senso de humor – mesmo que mínimo – e uma paciência de dar inveja. Mas, infelizmente, até agora, realmente ninguém nasceu perfeito e ela não é diferente. São raras as vezes que a garota perde a paciência e, quando isso ocorre, não é algo agradável de observar. Às vezes, ela pode simplesmente se isolar das outras pessoas, sem grandes explicações, ignorando todos que possam vir a atrapalhar sua vontade de ficar sozinha. Além de odiar ser interrompida, tenha a certeza que vai conhecer os espinhos e boca suja da garota se o fizer com frequência. Ela também pode ser extremamente sarcástica e critica quando está em um dia ruim, mas se arrepende com uma frequência absurda dos seus atos desagradáveis, o que a leva a se desculpar varias vezes.

- História do Personagem


Califórnia



A noite despontara, trazendo consigo as estrelas e o brilho brando do luar, cobrindo tudo com seu manto negro. É engraçado como as coisas parecem distorcidas na escuridão, como tudo aparenta ser muito pior do que realmente é, quando, na realidade, tudo está exatamente igual ao que era antes - tirando apenas pelo fato de que não há iluminação suficiente para que se vejam todos os detalhes. A lua cheia anunciava uma noite escura como breu que, contraditoriamente, teria a companhia da luz do astro imponente até o amanhecer.

Não demorou até que as luzes estivessem acessas e as pessoas em busca de farra fossem às ruas, anunciando uma comemoração até a madrugada - transformando pessoas que costumavam ser aparentemente calmas durante o dia em baladeiros sem limites.

O corpo chamativo do rapaz moreno caminhava pelas ruas sujas de um bairro qualquer; Os cabelos já haviam crescido desde a última vez que os cortara e, consequentemente, caiam em torno aos ombros bem delineados do castanho. As roupas eram baratas e já haviam sido remendadas várias vezes, mais isso não tirava a beleza estonteante do rapaz - que praticamente tinha que esquivar de algumas mulheres baixas que se jogavam contra seu corpo com sorrisos nem um pouco puros. Nenhuma delas servia naquele momento, afinal, estava à procura de certa mulher e, até que completasse o serviço, teria de ignorar todas aquelas mulheres e, caso completasse o serviço até o fim da noite, poderia finalmente se entregar aos prazeres físicos de fato.

Jonghyun vivia assim, naquelas ruas imundas, nos bares com pessoas de todo o tipo, motéis que, à luz do dia, fingiam ser hotéis (...) mas não estava ali porque queria  - vivia à procura de pessoas ricas que frequentavam aqueles bares com a intenção de relaxar e ele os ajudava de certa forma e, depois, tirava-lhes todo dinheiro e objetos caros. Porém, todo aquele dinheiro acabava indo para os donos da espelunca onde dormia e lhe serviam algumas refeições.


Na verdade, Jonghyun nunca conheceu os seus pais ou qualquer outro familiar; A única família que tinha era as ruas solitárias da Califórnia. Desde cedo, havia aprendido a lidar com pessoas de todo o tipo e ter de fazer serviços em troca de dinheiro, e tal dinheiro o mantinha vivo ou longe da perseguição dos chefes que controlavam a área.


Cinco minutos foram o suficiente para que o rapaz estivesse prestes a entrar no bar escolhido da noite - poderia demorar pra que alguma mulher que aparentasse ter dinheiro aparecesse. O rapaz tratou de se sentar confortavelmente em um lugar que pudesse visualizar a entrada e não demorou a pedir uma bebida qualquer, afinal, o lucro do dia anterior havia sido satisfatório – o que havia lhe garantido uma pequena quantia para seus gastos – e também não poderia ser expulso do bar antes de sua vitima aparecer, pois, se isso ocorresse, provavelmente passaria o almoço e jantar sem comer ou teria de pedir esmolas.


Sem demonstrar animação, bebericou o conteúdo contido dentro do copo de vidro e, antes de fitar a entrada, passou os olhos pelas pessoas que ali se encontravam - homens com tatuagens cobrindo os braços, pessoas de diversos países. Suspirou e voltou a atenção para entrada do estabelecimento, vendo uma loira romper pela porta com os cabelos presos em um coque frouxo. Ela usava uma calça jeans apertada e um sapato altíssimo que a deixava um pouco maior do que Jonghyun. O rapaz, por sua vez, só sorriu, afinal, sabia reconhecer quando uma mulher tinha dinheiro ou não: Algumas delas eram mais extravagantes, já outras eram simples demais, porém sempre elegantes e bem cuidadas - o que era o caso da mulher que acabara de entrar.


O garoto sorriu fitando a loira com interesse, a noite seria longa.



◣◥◣◥◣◥◣◥




O corpo da criança estava precariamente envolvido por alguns panos velhos que certamente seriam incapazes de protegê-la do frio, porém Jonghyun pouco ligava. Carregava a criança pra longe dos bairros boêmios que costumava frequentar, levando-a para o lugar mais distante possível. Afinal, a garota viria a se tornar um peso na sua vida, provavelmente acabaria sendo vendida para quitar as suas dividas ou, na pior das hipóteses, ele teria que criá-la, trabalhando para sustentar uma criança que nunca havia desejado.


Fazia pouco mais de um ano que ele possuía uma cliente fixa, uma loira bem vestida com um sorriso fácil e bom humor, claro, ele se sentia extasiado por não ter que ir atrás de mulheres que ele poderia facilmente furtar, já que aquela vinha até ele, lhe oferecendo dinheiro de bom grado. E todos aqueles encontros regados a sexo pareceram dar resultado: ela tinha engravidado, ainda que falasse que a criança não era dele, ele acreditava porque, ao que parecia, aquela mulher era casada.

Eles continuaram a se ver, mesmo quando a barriga da mulher havia começado a se mostrar evidente. E, no final da gravidez, a mulher havia parado de frequentar aquele lugar boêmio, prometendo que em breve retornaria. O que de fato ocorreu. Ela, porém, carregava uma criança nos braços, largando-a com seu pai biológico – Jonghyun –, sumindo quando o prostituto estava em uma espécie de choque. Ele se sentiu incrivelmente estúpido por ter acreditado naquela mulher.


Assim que Jonghyun cruzou a avenida pouco movimentada ele se aproximou de um beco pouco iluminado, não hesitando em deixar a criança atrás de alguns sacos de lixo, saindo do lugar sem ao menos olhar pra trás, não percebendo que duas mulheres o observavam de longe, com suas roupas coloridas e olhos grandes.


Ambas se aproximaram, temerosas, do beco. As ciganas conheciam aquele tipo de rapaz, sabiam que quase sempre estavam envolvidos em coisas ruins e temiam que encontrassem ali algum tipo de arma. Porém, se surpreenderam com o choro de uma criança.


◣◥◣◥◣◥◣◥




A garota de cabelos tingidos estava sobre a calçada com o sorriso bonito desenhado no rosto, segurava uma placa e cumprimentava todas as pessoas que passavam por ela, sendo ignorada pela maioria, que sequer pareciam vê-la. Ela gostava de pensar que estavam apressados demais para notá-la. Eram poucas as pessoas que paravam para ler o que estava escrito na placa bem desenhada e menos ainda eram as que pareciam realmente interessadas nos serviços descritos na placa.


Min suspirou quando o movimento se tornou quase escasso, a noite já havia caído e, infelizmente, não havia conseguido nenhum cliente para sua mãe. A garota sentia como se sua cultura fosse estúpida ou ridícula aos olhos daquelas pessoas que passavam por si todos os dias. Ela não gostava de pensar naquilo, mas sabia que era verdade, muitas pessoas viam os ciganos como estorvos, um povo sem país ou leis e com uma fama de serem festeiros ou filhos do demônio. Recriminavam sua cultura, fingindo aceitá-la.


Quase indignada, a garota desceu a rua, indo em direção a casa onde vivia com sua mãe e uma tia, sendo também onde ambas trabalhavam, lendo a sorte das pessoas. Min apenas as ajudava com anúncios, esperando conseguir mais clientes e, de fato conseguia, apesar de serem poucos. E, especialmente naquele mês as coisas estavam apertadas, afinal um dos ciganos do seu grupo havia pedido ajuda para comprar uma casa e, claro, todos haviam se unido e dado algo de valor para o rapaz, mesmo que não tivessem muita coisa, o que era o caso de sua família.


Min rompeu pela porta, deixando a placa pendurada nela e rumando para o quarto que dividia com a tia. Provavelmente ela e sua mãe estavam trabalhando e ela não iria incomodar. A menina deixou o corpo cair na cama de solteiro, se acomodando com facilidade e encarando o teto. A vida delas era difícil, mas era vivida com alegria e simplicidade. Min se sentia verdadeiramente amada pelas mulheres que a haviam criado e pela comunidade cigana que havia a acolhido como se fosse de fato uma deles. Quando criança ela soube que não era, de fato, filha da mulher que havia a criado, ninguém sabia de quem ela era filha realmente, e ela apenas sabia que havia sido deixada por um homem e a haviam encontrado. E, sinceramente, ela preferia não saber quem eram seus pais, afinal fora abandonada.


Os olhos se fecharam à medida que a menina limpava os pensamentos, mantendo a mente longe de quem seriam seus pais biológicos, as pessoas capazes de abandonar uma criança indefesa à própria sorte.


- Min? Sua mãe precisa falar com você, querida. – A voz da tia soou dentro do quarto, fazendo a adolescente abrir os olhos e se levantar quase de imediato, seguindo a mulher mais velha para a sala que ambas usavam para trabalhar.


Era um quarto tingido de amarelo, com uma fraca iluminação onde alguns objetos estranhos estavam arrumados na estante ao lado da entrada, uma mesa estava em frente à porta e tinha varias cadeiras de madeira dispostas pela sala. Min adorava entrar naquele lugar quando era criança, imaginava que era algum tipo de adivinha famosa que previa o futuro como ninguém. Sua mãe estava sentada numa das cadeiras com uma expressão abatida no rosto, ela sabia que havia algo muito errado.


Quase instantaneamente Min arrastou uma cadeira, se sentando perto da mãe e passando o braço em torno da mulher, achando que talvez a situação financeira tivesse ficado pior. Se fosse esse o caso, a garota não hesitaria em arrumar um emprego de meio período para não atrapalhar a escola.


- Mãe, vai ficar tudo bem, a senhora sabe. Nós vamos dar um jeito nisso, vamos ter dinheiro para pagar as contas no fim do mês, não se preocupe. – murmurou, sorrindo e encarando a mais velha. Sua tia continuava no quarto, porém havia caminhado até a janela que antes estava ocultada pelas persianas.


- Min, você sabe que alguns de nós tem o dom da adivinhação, não sabe?! Nós usamos as cartas para ver o nosso próprio futuro e o de outras pessoas. – a mulher murmurou, evitando olhara para a garota. – Aconteceu algo hoje e eu preciso olhar o seu futuro, tudo bem?


A garota concordou, observando a mãe arrumar a mesa enquanto ela havia arrastado a cadeira para perto, tentando não pensar no que a aquilo significava. Ela conhecia previamente as cartas e sabia as varias interpretações que tinham, ainda que nunca tivesse tentando ler a sorte de alguém. Sentia um nervosismo crescente, algo estava errado.


A cigana mais velha embaralhou as cartas varias vezes, respirando nervosa antes de pedir que Min retirasse quatro cartas do baralho. A garota respirou fundo algumas vezes, puxando a primeira carta: A roda do destino. A expressão da mãe de Min se fechou, encarando a carta sobre a mesa. Com um suspiro pesado Min puxou a segunda carta: O Louco.


- Isso não está certo, mãe! As cartas devem ter errado. – Min murmurou, temerosa com o próprio futuro. A cigana indicou que ela pegasse a terceira carta, ignorando por completo o que a mais nova havia dito.


Quase tremula a garota puxou a terceira carta: Eremita. Aquilo não fazia sentido algum, parecia uma brincadeira das cartas, ela nunca havia duvidado dos dons que sustentavam sua família, mas agora, aquilo tudo parecia errado, errado demais. Se as cartas estivessem realmente certas... Quase indignada à garota se levantou, derrubando a cadeira e levando consigo todo o baralho, que caiu esparramado no chão: todas as cartas estavam viradas, exceto quatro delas.

Todas as cartas que Min havia tirado e a quarta, que havia sido tirada sem que ela sequer tocasse na carta: Arcano sem nome.


Um arrepio desceu pela coluna da garota e as mulheres se encararam quase em pânico, elas tinham que tirar Min da cidade o mais rápido possível.


◣◥◣◥◣◥◣◥



Califórnia, Orangevale




O céu estava escuro, consequência da noite, e nuvens em tons alaranjados comprimiam toda a extensão da cidade e uma fina chuva já caia e dava indícios que viria a engrossar. Felizmente era impossível que a chuva penetrasse na imponente construção que ocupava uma das avenidas da cidade pequena.

Em um estampido, um trovão soou no céu alto e imponente, despertando a garota que, sobressaltada, se sentou de forma ereta sobre a cadeira que usava como cama e carregando uma expressão assustada no rosto. Min odiava o inverno, odiava a chuva e todo aquele frio - que agora só ressaltavam toda a atmosfera de tristeza instalada pelos corredores gélidos da biblioteca onde trabalhava, e que parecia prestes a engoli-la.


Um novo estrondo se fez presente, e dessa vez, se tratava de um rapaz de feições tipicamente europeias, olhos azuis e cabelos claros, assim como um corpo alto e rosto másculo. Laurence era um dos funcionários da biblioteca também, um dos poucos com quem ela mantinha contato, alguém que certamente era importante pra Min. Importante por sempre tê-la amparado quando se sentia abalada e sozinha, a garota mantinha certamente um apreço pela personalidade atenta e cuidadosa do amigo.


- Espero que tenha aproveitado o descanso, e desculpe se te acordei. – ditou o loiro sem jeito, olhando para Min que ainda transparecia o susto na expressão facial.


- Não, tudo bem...


Fazia um tempo desde que Min resolvera deixar sua mãe e sua tia para trás, as cartas haviam lhe dito que algo ruim iria acontecer, podendo resultar em morte e de maneira alguma a garota deixaria que elas a acompanhassem. E, agora, estava ali, numa cidade do interior, sozinha e trabalhando numa biblioteca, mal tendo dinheiro para viver. Na realidade a garota havia fugido de ambas, deixando apenas um bilhete preso na geladeira e levando apenas uma mochila velha com alguns trocados e roupas. Às vezes, quando a saudade parecia sufocante Min pegava o telefone de Laurence emprestado, ligando pra mãe e dando poucas noticias antes de desligar.


Com um suspiro a menina se levantou, indo se acomodar perto do rapaz  que lia algumas fichas e fazia algumas anotações. Apesar da fuga conturbada e das noites que Min havia passado pedindo carona sem nem perguntar pra onde estava indo, aquela cidade era relativamente calma e tranquila, assim como o trabalho que havia conseguido. Não havia muitos estudantes interessados na biblioteca e os que tinham eram bem tranquilos, não atrasavam na entrega dos livros e nem os destruíam.


- Eu realmente queria me trancar em casa hoje... Laurence, você pode me dar uma carona? – Min perguntou, finalmente terminando o trabalho que havia deixado pendente antes de dormir, por sorte era pouca coisa e a biblioteca fecharia em menos de uma hora.


- Hum, pode ser, mas se minha gasolina ficar vermelha você enche o tanque.


A castanha concordou, se perguntando se dez dólares seria o suficiente pra encher um tanque..


Por fim, ambos terminaram o trabalho, trancaram a porta da biblioteca, desceram algumas poucas escadas e logo os dois estavam correndo embaixo da chuva, rumo ao carro de Laurence. A biblioteca não possuía um estacionamento próprio, o que levava os funcionários que possuíam carro a estacionarem a alguns metros de distância.


Laurence era um estudante do ensino médio, com uma carteira provisória e bom senso, então seus pais haviam lhe dado um carro que era, no mínimo, precário. O motor mal funcionava direito e, às vezes, ele ficava horas tentando fazer o carro ligar, e bem, naquelas condições, parecia melhor esperar o carro ligar do que ir pra casa naquela chuva.


Assim que entraram no automóvel – quase encharcados e tiritando de frio - fecharam as portas e se encararam, como se temessem que o carro não fosse funcionar. E, infelizmente, foi o que aconteceu. Não só se limitando a tal acontecimento como também parecia que o carro definitivamente não iria mais ligar, já que uma fumaça escura subia do capô do carro.


- Eu realmente não vou sair daqui pra olhar o estrago do motor...
– o rapaz falou, dando ombros e cruzando os braços, como se esperasse que a garota fosse consertar o carro.


- Provavelmente você ficaria sem carro se eu botasse minha mão no motor, então eu realmente não vou sair.


Ambos suspiraram, se acomodando melhor no banco. Aquele carro sequer havia um rádio.


- Então, muitas garotas querem passar um tempo comigo dentro de carro no meio de uma chuva, sabe como é. Um desculpa pra ficar na minha presença e eu não sabia que você era assim, Min. – A garota revirou os olhos, uma das coisas que ela odiava no mais alto era aquela vontade de flertar com toda alma viva que ele via.


- Eu não vou sair com você, Laurence. Desiste que dói menos.


- Desistir não está no meu dicionário. – Min abriu a boca para dar alguma resposta mal criada quando alguma coisa bateu no fundo do carro, fazendo com que os dois se olhassem em pânico.


Aquilo parecia um filme de terror. Min sufocou um grito quando algo tornou a bater na traseira do carro.


- Filho de uma mulher impura, esse desgraçado vai pagar pelo meu carrinho... – Laurence murmurou, saindo do carro antes que a menina tivesse tempo de reagir.


De acordo com algum filme de terror barato, era nessa hora que o mocinho morria e, logo em seguida, viriam atrás dela. Min simplesmente respirou fundo, pensando que provavelmente era um garoto com quem Laurence tinha problemas, possivelmente. E, pra piorar a situação, ela simplesmente não conseguia enxergar nada através do retrovisor por conta da chuva. A garota se encolheu no banco, ainda estava molhada e estava frio. Laurence iria resolver o problema, pelo menos era o que ela repetia para si mesma, até que algo se chocou com a lateral do veiculo, onde Laurence estava sentado minutos antes, deixando um rastro de baba escorrendo pelo vidro quase rachado. Ela respirou em pânico e simplesmente desceu do carro, descendo a rua correndo, em direção à biblioteca, pouco ligando pra chuva que caia.


Aquela criatura não era normal, não poderia ser. O carro deveria ter sido, no mínimo, amassado. Ela sequer pensou em Laurence, que provavelmente havia virado comida. Ela estava tão assustada que sequer conseguia pensar direito, apenas queria salvar a própria pele.

Estava ofegante, respirando de forma quase desesperada, suas roupas grudavam ao longo do corpo e os cabelos estavam colados pelo seu rosto e pescoço. Ela subiu as escadas correndo, tentando pegar a chave no bolso traseiro do jeans.

A Duchamps estava com os lábios roxos, sua pele branca parecia ainda mais branca sob a fraca iluminação que entrava pelas janelas, tudo estava silencioso demais. Seus olhos piscaram algumas vezes, tentando se acostumar com a escuridão, enquanto corria pelo caminho bem conhecido e que estava acostumada a percorrer todos os dias, a única diferença era que estava escuro e ela estava sendo perseguida por algo que, definitivamente, não era normal.

Suspirou, aliviada, e sentindo a cabeça latejar quando finalmente alcançou à porta da biblioteca, com a chave entre os dedos, ainda que estivesse tremula e nervosa demais. Tentou colocar a chave na fechadura de forma desesperada, até que a porta abriu. Fechando-a com violência assim que entrou e voltando a trancar a porta. Pouco ligava se tudo estava escuro, esta ali dentro significava que estava em segurança, ou era isso que pensava.

Min apoiou as mãos nos joelhos magros enquanto tentava recuperar o fôlego, inutilmente.

Fechou os olhos por um breve momento, sentindo-se tonta. E se afastou da porta, temerosa. Se aquela coisa havia feito o carro balançar e, provavelmente, o danificado, poderia muito bem ser capaz de arrancar a porta da biblioteca. Min se sentiu estúpida, enquanto caminhava para onde ficavam os computadores, puxando alguns da tomada e arrastando um gabinete pelo piso liso da biblioteca, o erguendo com certa dificuldade e apoiando o peso numa das mesas. Se alguma coisa entrasse ali, ela estaria pronta.


Um arrepio desceu pela espinha da castanha quando um rosnado animalesco soou, ela estava definitivamente morta. Aquele bicho deveria esta no corredor que ela mesma estivera há alguns minutos. Ela se moveu para trás de umas das estantes cheias de livros, com o gabinete em mãos. Estava quase chorando quando ouviu o baque de alguma coisa se chocando contra a porta, ouviu o mesmo barulho por intermináveis segundos até que a porta fora arrancada, fazendo um som metálico ao se arrastar pelo piso. Min sentiu lágrimas embaçarem sua visão, ela não queria morrer daquela forma ridícula.

Um rosnado havia soado alto, como se a criatura estivesse com dor demais, mas Min não parecia ouvir nada a sua volta. Seus pensamentos estavam fixos na imagem de sua mãe e tia, e na felicidade que ela sentiu durante todos aqueles anos.


Min? – A voz de Laurence soou, ainda que a garota não o ouvisse, o corpo do loiro surgiu no seu campo de visão, fazendo com que ela encarasse-o, assustada. Derrubando o gabinete no chão. – O que você... Você está bem, certo? Hey.


Questionava o garoto esfregando os olhos, embolando com as próprias palavras, enquanto murmurava algumas outras coisas, amaldiçoando alguma pessoa, pelo que parecia.


Porém a Duchamps estava assustada demais para responder, Laurence tinha um pedaço evidente da mão faltando e o sangue pingava no chão, pelo que parecia. Havia uma espécie de espada entre os dedos do rapaz também, o que a fez se sentir ainda mais assustada.


- Nós precisamos sair daqui, você deve está com medo... Oh droga. – Ele murmurou, notando a espada em sua mão, fazendo com ela diminuísse no segundo seguinte. Min sentiu a cabeça girar, aquilo era um sonho, certo?


- Levante daí, eu vou pedir uma carona pra minha mãe. Merda!


Min sentiu todo o seu lanche se revirar no estômago e não hesitou em colocá-lo pra fora, aos pés do amigo que parecia procurar o celular em algum lugar. Era insano. Min jurava que tudo aquilo não poderia ser normal.


- O que..?


Em um segundo ela sentiu o corpo mole e desabou sobre o piso da biblioteca, tudo ficando escuro. Deveria está precisando urgentemente de um médico.



Obs:

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Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por 129-ExStaff Dom 04 Jan 2015, 18:58


Avaliação — DE RECLAMAÇÃO, Ficha
QUÉQUÉ
Não foi desta vez, mas eu juro que não fui cruel


Min Duchamps — Reprovada

Min, olha, devo dizer que está doendo no meu coração te reprovar, mas você não cumpriu o ponto obrigatório fundamental da ficha: a descoberta que de seu personagem é um meio-sangue. Achei a sua ideia criativa, a sua narração boa — mesmo com algumas repetições facilmente evitadas —, mas você não disse como a personagem se viu como uma semideusa. Só parou no combate e depois... Onde está o resto? E, mesmo que a sua ficha fique grande, você deve narrar cada detalhe que julgue ser importante, seguindo a proposta do tópico. Tente mais uma vez, escreva tudo o que for necessário e evite repetições. Tenho certeza que você conseguirá se seguir essas dicas. <3

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Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por Willow Demurrage Dom 04 Jan 2015, 22:40



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I believe in the power of optimism



- Por qual deus deseja ser reclamado/ qual criatura deseja ser e por quê? Gostaria que minha personagem fosse filha de Íris. E bem, não existe uma justificativa muito "boa", eu apenas gosto da deusa e de, acordo com o plot da personagem, ela teria de ser filha de uma Deusa (não de algum Deus), e eu escolhi Íris.

- Perfil do Personagem

Seus cabelos já passaram por todos os tamanhos que se possa imaginar, mas sempre com coloração escura. No entanto, em sua nova fase, completando seu estilo atual, seus cabelos tem as pontas tingidas de rosa, preservando o comprimento longo e o castanho natural na parte onde não está colorida. Sendo os olhos de coloração castanho escuro, quase sempre confundido com o preto. As feições do rosto de Min são tipicamente asiáticas, exceto pelos olhos, que são arredondados e maiores do que o de costume. Possui a pele clara, já que não costuma pegar sol com frequência. Seu corpo, a primeira impressão, pode parecer extremamente magro, sem músculos e doente – graças a sua pele clara demais –, porém não é bem assim, afinal a menina costumava ajudar as pessoas, como é costume entre os ciganos, o que incluía desde trabalhos braçais até regar plantas. Min possui 1,61 de altura, o que a torna relativamente pequena.


À primeira vista, Min pode parecer uma garota extremamente social e sorridente, quase sempre disposta a ajudar as pessoas sem precisar receber nada em troca, além de gratidão. Pode-se afirmar com toda certeza que Min pode se dar bem com as pessoas sem fazer o mínimo esforço, já que possui um senso de humor – mesmo que mínimo – e uma paciência de dar inveja. Mas, infelizmente, até agora, realmente ninguém nasceu perfeito e ela não é diferente. São raras as vezes que a garota perde a paciência e, quando isso ocorre, não é algo agradável de observar. Às vezes, ela pode simplesmente se isolar das outras pessoas, sem grandes explicações, ignorando todos que possam vir a atrapalhar sua vontade de ficar sozinha. Além de odiar ser interrompida, tenha a certeza que vai conhecer os espinhos e boca suja da garota se o fizer com frequência. Ela também pode ser extremamente sarcástica e critica quando está em um dia ruim, mas se arrepende com uma frequência absurda dos seus atos desagradáveis, o que a leva a se desculpar varias vezes.

- História do Personagem


Califórnia



A noite despontara, trazendo consigo as estrelas e o brilho brando do luar, cobrindo tudo com seu manto negro. É engraçado como as coisas parecem distorcidas na escuridão, como tudo aparenta ser muito pior do que realmente é, quando, na realidade, tudo está exatamente igual ao que era antes - tirando apenas pelo fato de que não há iluminação suficiente para que se vejam todos os detalhes. A lua cheia anunciava uma noite escura como breu que, contraditoriamente, teria a companhia da luz do astro imponente até o amanhecer.

Não demorou até que as luzes estivessem acessas e as pessoas em busca de farra fossem às ruas, anunciando uma comemoração até a madrugada - transformando pessoas que costumavam ser aparentemente calmas durante o dia em baladeiros sem limites.

O corpo chamativo do rapaz moreno caminhava pelas ruas sujas de um bairro qualquer; Os cabelos já haviam crescido desde a última vez que os cortara e, consequentemente, caiam em torno aos ombros bem delineados do castanho. As roupas eram baratas e já haviam sido remendadas várias vezes, mais isso não tirava a beleza estonteante do rapaz - que praticamente tinha que esquivar de algumas mulheres baixas que se jogavam contra seu corpo com sorrisos nem um pouco puros. Nenhuma delas servia naquele momento, afinal, estava à procura de certa mulher e, até que completasse o serviço, teria de ignorar todas aquelas mulheres e, caso completasse o serviço até o fim da noite, poderia finalmente se entregar aos prazeres físicos de fato.

Jonghyun vivia assim, naquelas ruas imundas, nos bares com pessoas de todo o tipo, motéis que, à luz do dia, fingiam ser hotéis (...) mas não estava ali porque queria  - vivia à procura de pessoas ricas que frequentavam aqueles bares com a intenção de relaxar e ele os ajudava de certa forma e, depois, tirava-lhes todo dinheiro e objetos caros. Porém, todo aquele dinheiro acabava indo para os donos da espelunca onde dormia e lhe serviam algumas refeições.


Na verdade, Jonghyun nunca conheceu os seus pais ou qualquer outro familiar; A única família que tinha era as ruas solitárias da Califórnia. Desde cedo, havia aprendido a lidar com pessoas de todo o tipo e ter de fazer serviços em troca de dinheiro, e tal dinheiro o mantinha vivo ou longe da perseguição dos chefes que controlavam a área.


Cinco minutos foram o suficiente para que o rapaz estivesse prestes a entrar no bar escolhido da noite - poderia demorar pra que alguma mulher que aparentasse ter dinheiro aparecesse. O rapaz tratou de se sentar confortavelmente em um lugar que pudesse visualizar a entrada e não demorou a pedir uma bebida qualquer, afinal, o lucro do dia anterior havia sido satisfatório – o que havia lhe garantido uma pequena quantia para seus gastos – e também não poderia ser expulso do bar antes de sua vitima aparecer, pois, se isso ocorresse, provavelmente passaria o almoço e jantar sem comer ou teria de pedir esmolas.


Sem demonstrar animação, bebericou o conteúdo contido dentro do copo de vidro e, antes de fitar a entrada, passou os olhos pelas pessoas que ali se encontravam - homens com tatuagens cobrindo os braços, pessoas de diversos países. Suspirou e voltou a atenção para entrada do estabelecimento, vendo uma loira romper pela porta com os cabelos presos em um coque frouxo. Ela usava uma calça jeans apertada e um sapato altíssimo que a deixava um pouco maior do que Jonghyun. O rapaz, por sua vez, só sorriu, afinal, sabia reconhecer quando uma mulher tinha dinheiro ou não: Algumas delas eram mais extravagantes, já outras eram simples demais, porém sempre elegantes e bem cuidadas - o que era o caso da mulher que acabara de entrar.


O garoto sorriu fitando a loira com interesse, a noite seria longa.



◣◥◣◥◣◥◣◥




O corpo da criança estava precariamente envolvido por alguns panos velhos que certamente seriam incapazes de protegê-la do frio, porém Jonghyun pouco ligava. Carregava a criança pra longe dos bairros boêmios que costumava frequentar, levando-a para o lugar mais distante possível. Afinal, a garota viria a se tornar um peso na sua vida, provavelmente acabaria sendo vendida para quitar as suas dividas ou, na pior das hipóteses, ele teria que criá-la, trabalhando para sustentar uma criança que nunca havia desejado.


Fazia pouco mais de um ano que ele possuía uma cliente fixa, uma loira bem vestida com um sorriso fácil e bom humor, claro, ele se sentia extasiado por não ter que ir atrás de mulheres que ele poderia facilmente furtar, já que aquela vinha até ele, lhe oferecendo dinheiro de bom grado. E todos aqueles encontros regados a sexo pareceram dar resultado: ela tinha engravidado, ainda que falasse que a criança não era dele, ele acreditava porque, ao que parecia, aquela mulher era casada.

Eles continuaram a se ver, mesmo quando a barriga da mulher havia começado a se mostrar evidente. E, no final da gravidez, a mulher havia parado de frequentar aquele lugar boêmio, prometendo que em breve retornaria. O que de fato ocorreu. Ela, porém, carregava uma criança nos braços, largando-a com seu pai biológico – Jonghyun –, sumindo quando o prostituto estava em uma espécie de choque. Ele se sentiu incrivelmente estúpido por ter acreditado naquela mulher.


Assim que Jonghyun cruzou a avenida pouco movimentada ele se aproximou de um beco pouco iluminado, não hesitando em deixar a criança atrás de alguns sacos de lixo, saindo do lugar sem ao menos olhar pra trás, não percebendo que duas mulheres o observavam de longe, com suas roupas coloridas e olhos grandes.


Ambas se aproximaram, temerosas, do beco. As ciganas conheciam aquele tipo de rapaz, sabiam que quase sempre estavam envolvidos em coisas ruins e temiam que encontrassem ali algum tipo de arma. Porém, se surpreenderam com o choro de uma criança.


◣◥◣◥◣◥◣◥




A garota de cabelos tingidos estava sobre a calçada com o sorriso bonito desenhado no rosto, segurava uma placa e cumprimentava todas as pessoas que passavam por ela, sendo ignorada pela maioria, que sequer pareciam vê-la. Ela gostava de pensar que estavam apressados demais para notá-la. Eram poucas as pessoas que paravam para ler o que estava escrito na placa bem desenhada e menos ainda eram as que pareciam realmente interessadas nos serviços descritos na placa.


Min suspirou quando o movimento se tornou quase escasso, a noite já havia caído e, infelizmente, não havia conseguido nenhum cliente para sua mãe. A garota sentia como se sua cultura fosse estúpida ou ridícula aos olhos daquelas pessoas que passavam por si todos os dias. Ela não gostava de pensar naquilo, mas sabia que era verdade, muitas pessoas viam os ciganos como estorvos, um povo sem país ou leis e com uma fama de serem festeiros ou filhos do demônio. Recriminavam sua cultura, fingindo aceitá-la.


Quase indignada, a garota desceu a rua, indo em direção a casa onde vivia com sua mãe e uma tia, sendo também onde ambas trabalhavam, lendo a sorte das pessoas. Min apenas as ajudava com anúncios, esperando conseguir mais clientes e, de fato conseguia, apesar de serem poucos. E, especialmente naquele mês as coisas estavam apertadas, afinal um dos ciganos do seu grupo havia pedido ajuda para comprar uma casa e, claro, todos haviam se unido e dado algo de valor para o rapaz, mesmo que não tivessem muita coisa, o que era o caso de sua família.


Min rompeu pela porta, deixando a placa pendurada nela e rumando para o quarto que dividia com a tia. Provavelmente ela e sua mãe estavam trabalhando e ela não iria incomodar. A menina deixou o corpo cair na cama de solteiro, se acomodando com facilidade e encarando o teto. A vida delas era difícil, mas era vivida com alegria e simplicidade. Min se sentia verdadeiramente amada pelas mulheres que a haviam criado e pela comunidade cigana que havia a acolhido como se fosse de fato uma deles. Quando criança ela soube que não era, de fato, filha da mulher que havia a criado, ninguém sabia de quem ela era filha realmente, e ela apenas sabia que havia sido deixada por um homem e a haviam encontrado. E, sinceramente, ela preferia não saber quem eram seus pais, afinal fora abandonada.


Os olhos se fecharam à medida que a menina limpava os pensamentos, mantendo a mente longe de quem seriam seus pais biológicos, as pessoas capazes de abandonar uma criança indefesa à própria sorte.


- Min? Sua mãe precisa falar com você, querida. – A voz da tia soou dentro do quarto, fazendo a adolescente abrir os olhos e se levantar quase de imediato, seguindo a mulher mais velha para a sala que ambas usavam para trabalhar.


Era um quarto tingido de amarelo, com uma fraca iluminação onde alguns objetos estranhos estavam arrumados na estante ao lado da entrada, uma mesa estava em frente à porta e tinha varias cadeiras de madeira dispostas pela sala. Min adorava entrar naquele lugar quando era criança, imaginava que era algum tipo de adivinha famosa que previa o futuro como ninguém. Sua mãe estava sentada numa das cadeiras com uma expressão abatida no rosto, ela sabia que havia algo muito errado.


Quase instantaneamente Min arrastou uma cadeira, se sentando perto da mãe e passando o braço em torno da mulher, achando que talvez a situação financeira tivesse ficado pior. Se fosse esse o caso, a garota não hesitaria em arrumar um emprego de meio período para não atrapalhar a escola.


- Mãe, vai ficar tudo bem, a senhora sabe. Nós vamos dar um jeito nisso, vamos ter dinheiro para pagar as contas no fim do mês, não se preocupe. – murmurou, sorrindo e encarando a mais velha. Sua tia continuava no quarto, porém havia caminhado até a janela que antes estava ocultada pelas persianas.


- Min, você sabe que alguns de nós tem o dom da adivinhação, não sabe?! Nós usamos as cartas para ver o nosso próprio futuro e o de outras pessoas. – a mulher murmurou, evitando olhara para a garota. – Aconteceu algo hoje e eu preciso olhar o seu futuro, tudo bem?


A garota concordou, observando a mãe arrumar a mesa enquanto ela havia arrastado a cadeira para perto, tentando não pensar no que a aquilo significava. Ela conhecia previamente as cartas e sabia as varias interpretações que tinham, ainda que nunca tivesse tentando ler a sorte de alguém. Sentia um nervosismo crescente, algo estava errado.


A cigana mais velha embaralhou as cartas varias vezes, respirando nervosa antes de pedir que Min retirasse quatro cartas do baralho. A garota respirou fundo algumas vezes, puxando a primeira carta: A roda do destino. A expressão da mãe de Min se fechou, encarando a carta sobre a mesa. Com um suspiro pesado Min puxou a segunda carta: O Louco.


- Isso não está certo, mãe! As cartas devem ter errado. – Min murmurou, temerosa com o próprio futuro. A cigana indicou que ela pegasse a terceira carta, ignorando por completo o que a mais nova havia dito.


Quase tremula a garota puxou a terceira carta: Eremita. Aquilo não fazia sentido algum, parecia uma brincadeira das cartas, ela nunca havia duvidado dos dons que sustentavam sua família, mas agora, aquilo tudo parecia errado, errado demais. Se as cartas estivessem realmente certas... Quase indignada à garota se levantou, derrubando a cadeira e levando consigo todo o baralho, que caiu esparramado no chão: todas as cartas estavam viradas, exceto quatro delas.

Todas as cartas que Min havia tirado e a quarta, que havia sido tirada sem que ela sequer tocasse na carta: Arcano sem nome.


Um arrepio desceu pela coluna da garota e as mulheres se encararam quase em pânico, elas tinham que tirar Min da cidade o mais rápido possível.


◣◥◣◥◣◥◣◥



Califórnia, Orangevale




O céu estava escuro, consequência da noite, e nuvens em tons alaranjados comprimiam toda a extensão da cidade e uma fina chuva já caia e dava indícios que viria a engrossar. Felizmente era impossível que a chuva penetrasse na imponente construção que ocupava uma das avenidas da cidade pequena.

Em um estampido, um trovão soou no céu alto e imponente, despertando a garota que, sobressaltada, se sentou de forma ereta sobre a cadeira que usava como cama e carregando uma expressão assustada no rosto. Min odiava o inverno, odiava a chuva e todo aquele frio - que agora só ressaltavam toda a atmosfera de tristeza instalada pelos corredores gélidos da biblioteca onde trabalhava, e que parecia prestes a engoli-la.


Um novo estrondo se fez presente, e dessa vez, se tratava de um rapaz de feições tipicamente europeias, olhos azuis e cabelos claros, assim como um corpo alto e rosto másculo. Laurence era um dos funcionários da biblioteca também, um dos poucos com quem ela mantinha contato, alguém que certamente era importante pra Min. Importante por sempre tê-la amparado quando se sentia abalada e sozinha, a garota mantinha certamente um apreço pela personalidade atenta e cuidadosa do amigo.


- Espero que tenha aproveitado o descanso, e desculpe se te acordei. – ditou o loiro sem jeito, olhando para Min que ainda transparecia o susto na expressão facial.


- Não, tudo bem...


Fazia um tempo desde que Min resolvera deixar sua mãe e sua tia para trás, as cartas haviam lhe dito que algo ruim iria acontecer, podendo resultar em morte e de maneira alguma a garota deixaria que elas a acompanhassem. E, agora, estava ali, numa cidade do interior, sozinha e trabalhando numa biblioteca, mal tendo dinheiro para viver. Na realidade a garota havia fugido de ambas, deixando apenas um bilhete preso na geladeira e levando apenas uma mochila velha com alguns trocados e roupas. Às vezes, quando a saudade parecia sufocante Min pegava o telefone de Laurence emprestado, ligando pra mãe e dando poucas noticias antes de desligar.


Com um suspiro a menina se levantou, indo se acomodar perto do rapaz  que lia algumas fichas e fazia algumas anotações. Apesar da fuga conturbada e das noites que Min havia passado pedindo carona sem nem perguntar pra onde estava indo, aquela cidade era relativamente calma e tranquila, assim como o trabalho que havia conseguido. Não havia muitos estudantes interessados na biblioteca e os que tinham eram bem tranquilos, não atrasavam na entrega dos livros e nem os destruíam.


- Eu realmente queria me trancar em casa hoje... Laurence, você pode me dar uma carona? – Min perguntou, finalmente terminando o trabalho que havia deixado pendente antes de dormir, por sorte era pouca coisa e a biblioteca fecharia em menos de uma hora.


- Hum, pode ser, mas se minha gasolina ficar vermelha você enche o tanque.


A castanha concordou, se perguntando se dez dólares seria o suficiente pra encher um tanque..


Por fim, ambos terminaram o trabalho, trancaram a porta da biblioteca, desceram algumas poucas escadas e logo os dois estavam correndo embaixo da chuva, rumo ao carro de Laurence. A biblioteca não possuía um estacionamento próprio, o que levava os funcionários que possuíam carro a estacionarem a alguns metros de distância.


Laurence era um estudante do ensino médio, com uma carteira provisória e bom senso, então seus pais haviam lhe dado um carro que era, no mínimo, precário. O motor mal funcionava direito e, às vezes, ele ficava horas tentando fazer o carro ligar, e bem, naquelas condições, parecia melhor esperar o carro ligar do que ir pra casa naquela chuva.


Assim que entraram no automóvel – quase encharcados e tiritando de frio - fecharam as portas e se encararam, como se temessem que o carro não fosse funcionar. E, infelizmente, foi o que aconteceu. Não só se limitando a tal acontecimento como também parecia que o carro definitivamente não iria mais ligar, já que uma fumaça escura subia do capô do carro.


- Eu realmente não vou sair daqui pra olhar o estrago do motor...
– o rapaz falou, dando ombros e cruzando os braços, como se esperasse que a garota fosse consertar o carro.


- Provavelmente você ficaria sem carro se eu botasse minha mão no motor, então eu realmente não vou sair.


Ambos suspiraram, se acomodando melhor no banco. Aquele carro sequer havia um rádio.


- Então, muitas garotas querem passar um tempo comigo dentro de carro no meio de uma chuva, sabe como é. Um desculpa pra ficar na minha presença e eu não sabia que você era assim, Min. – A garota revirou os olhos, uma das coisas que ela odiava no mais alto era aquela vontade de flertar com toda alma viva que ele via.


- Eu não vou sair com você, Laurence. Desiste que dói menos.


- Desistir não está no meu dicionário. – Min abriu a boca para dar alguma resposta mal criada quando alguma coisa bateu no fundo do carro, fazendo com que os dois se olhassem em pânico.


Aquilo parecia um filme de terror. Min sufocou um grito quando algo tornou a bater na traseira do carro.


- Filho de uma mulher impura, esse desgraçado vai pagar pelo meu carrinho... – Laurence murmurou, saindo do carro antes que a menina tivesse tempo de reagir.


De acordo com algum filme de terror barato, era nessa hora que o mocinho morria e, logo em seguida, viriam atrás dela. Min simplesmente respirou fundo, pensando que provavelmente era um garoto com quem Laurence tinha problemas, possivelmente. E, pra piorar a situação, ela simplesmente não conseguia enxergar nada através do retrovisor por conta da chuva. A garota se encolheu no banco, ainda estava molhada e estava frio. Laurence iria resolver o problema, pelo menos era o que ela repetia para si mesma, até que algo se chocou com a lateral do veiculo, onde Laurence estava sentado minutos antes, deixando um rastro de baba escorrendo pelo vidro quase rachado. Ela respirou em pânico e simplesmente desceu do carro, descendo a rua correndo, em direção à biblioteca, pouco ligando pra chuva que caia.


Aquela criatura não era normal, não poderia ser. O carro deveria ter sido, no mínimo, amassado. Ela sequer pensou em Laurence, que provavelmente havia virado comida. Ela estava tão assustada que sequer conseguia pensar direito, apenas queria salvar a própria pele.

Estava ofegante, respirando de forma quase desesperada, suas roupas grudavam ao longo do corpo e os cabelos estavam colados pelo seu rosto e pescoço. Ela subiu as escadas correndo, tentando pegar a chave no bolso traseiro do jeans.

A Duchamps estava com os lábios roxos, sua pele branca parecia ainda mais branca sob a fraca iluminação que entrava pelas janelas, tudo estava silencioso demais. Seus olhos piscaram algumas vezes, tentando se acostumar com a escuridão, enquanto corria pelo caminho bem conhecido e que estava acostumada a percorrer todos os dias, a única diferença era que estava escuro e ela estava sendo perseguida por algo que, definitivamente, não era normal.

Suspirou, aliviada, e sentindo a cabeça latejar quando finalmente alcançou à porta da biblioteca, com a chave entre os dedos, ainda que estivesse tremula e nervosa demais. Tentou colocar a chave na fechadura de forma desesperada, até que a porta abriu. Fechando-a com violência assim que entrou e voltando a trancar a porta. Pouco ligava se tudo estava escuro, esta ali dentro significava que estava em segurança, ou era isso que pensava.

Min apoiou as mãos nos joelhos magros enquanto tentava recuperar o fôlego, inutilmente.

Fechou os olhos por um breve momento, sentindo-se tonta. E se afastou da porta, temerosa. Se aquela coisa havia feito o carro balançar e, provavelmente, o danificado, poderia muito bem ser capaz de arrancar a porta da biblioteca. Min se sentiu estúpida, enquanto caminhava para onde ficavam os computadores, puxando alguns da tomada e arrastando um gabinete pelo piso liso da biblioteca, o erguendo com certa dificuldade e apoiando o peso numa das mesas. Se alguma coisa entrasse ali, ela estaria pronta.


Um arrepio desceu pela espinha da castanha quando um rosnado animalesco soou, ela estava definitivamente morta. Aquele bicho deveria esta no corredor que ela mesma estivera há alguns minutos. Ela se moveu para trás de umas das estantes cheias de livros, com o gabinete em mãos. Estava quase chorando quando ouviu o baque de alguma coisa se chocando contra a porta, ouviu o mesmo barulho por intermináveis segundos até que a porta fora arrancada, fazendo um som metálico ao se arrastar pelo piso. Min sentiu lágrimas embaçarem sua visão, ela não queria morrer daquela forma ridícula.

Um rosnado havia soado alto, como se a criatura estivesse com dor demais, mas Min não parecia ouvir nada a sua volta. Seus pensamentos estavam fixos na imagem de sua mãe e tia, e na felicidade que ela sentiu durante todos aqueles anos.


Min? – A voz de Laurence soou, ainda que a garota não o ouvisse, o corpo do loiro surgiu no seu campo de visão, fazendo com que ela encarasse-o, assustada. Derrubando o gabinete no chão. – O que você... Você está bem, certo? Hey.


Questionava o garoto esfregando os olhos, embolando com as próprias palavras, enquanto murmurava algumas outras coisas, amaldiçoando alguma pessoa, pelo que parecia.


Porém a Duchamps estava assustada demais para responder, Laurence tinha um pedaço evidente da mão faltando e o sangue pingava no chão, pelo que parecia. Havia uma espécie de espada entre os dedos do rapaz também, o que a fez se sentir ainda mais assustada.


- Nós precisamos sair daqui, você deve está com medo... Oh droga. – Ele murmurou, notando a espada em sua mão, fazendo com ela diminuísse no segundo seguinte. Min sentiu a cabeça girar, aquilo era um sonho, certo?


- Levante daí, eu vou pedir uma carona pra minha mãe. Merda!


Min sentiu todo o seu lanche se revirar no estômago e não hesitou em colocá-lo pra fora, aos pés do amigo que parecia procurar o celular em algum lugar. Era insano. Min jurava que tudo aquilo não poderia ser normal.


- O que..?


Em um segundo ela sentiu o corpo mole e desabou sobre o piso da biblioteca, tudo ficando escuro. Deveria está precisando urgentemente de um médico.


◣◥◣◥◣◥◣◥


Embateu os cílios algumas minuciosas e repetidas vezes, se acostumando com a luminosidade quase inexistente que preenchia o local. Abriu os olhos, logo depois de deslizar os dedos pelos mesmos, sentando-se no banco traseiro onde estivera deitada e carregando uma expressão de sono em mescla com o cansaço, acompanhada de um bocejo lânguido. Ela estava enrolada com uma coberta e suas roupas estavam quase secas, exceto pelos jeans, que ainda estavam molhados, mesmo que minimamente. Por fim ela notou que não estava sozinha.

Laurence estava no banco de passageiro, com um curativo improvisado na mão – que já sangrava, sujando a gaze com o liquido avermelhado –, e ao lado do loiro estava a sua mãe, a senhora Khoury. Min se sentiu levemente confusa, ela lembrava-se vagamente de um sonho estranho, onde fora perseguida – junto com Laurence – por uma espécie de criatura anormal...  No seu sonho Laurence havia se ferido na mão. Certo, isso é só uma coincidência, ela repetiu mentalmente.


- Finalmente você acordou! Como você se sente? – A mãe do amigo questionou, encarando a menina por alguns breves segundos através do retrovisor interno.


- Eu... Onde estou? – Min perguntou, finalmente notando que estavam numa estrada, estava escuro e a única coisa que conseguia enxergar direito era a estrada iluminada pelos faróis do carro. Aquilo parecia uma espécie de sequestro. – Senhora Khoury, eu gostaria de saber para onde a senhora está me levando...


Sua boca estava com um gosto amargo e seu estômago protestava de fome, ao mesmo tempo em que ela sabia que não seria capaz de comer algo tão cedo.


- Para um lugar seguro. – A mulher ditou, quase sorrindo compreensiva quando notou o tom desconfiado da menina. Laurence tinha lhe contado há algumas noites que desconfiava que a recém-amiga fosse que nem ele, filha de algum Deus. E a mulher sabia que acabaria dando carona para aquelas crianças. – Eu tomei a liberdade de ligar para o senhor Harry, para avisar que você estava desocupando o apartamento. Quando você e o Laurence voltarem do acampamento você pode ir morar conosco, vou começar a preparar um lugar confortável pra você... Não se preocupe, meu marido vai aceitar e o Laurence também.


- Acampamento?


- Sim, querida. Eu não sei muita coisa, mas é um lugar que vai te ensinar tudo que você precisa saber.


Min arqueou as sobrancelhas, as coisas estavam fazendo cada vez menos sentido. Simplesmente havia acordado de um sonho estranho no carro da mãe do seu amigo e que, agora, lhe falava coisas que não faziam o mínimo sentido. Era louco pensar que alguém a sequestraria para levar para um acampamento.


- Me desculpe, mas isso não faz sentido algum... – Ela murmurou, quase sendo interrompida por uma tosse, vinda de Laurence.


- Claro que faz. – Ele ditou, a voz soando arrastada e sonolenta demais. – Mãe, o que você disse pra ela?


- Não fale comigo seu irresponsável descuidado. – A mulher falou em um tom cantado, sequer olhando pra o filho que suspirou, recostando a cabeça no banco do carro de forma quase dramática.


Eles não pareciam sequestradores, na realidade eles pareciam pessoas confiáveis – como sempre havia os julgado. Talvez ela ainda estivesse sonhando, afinal tudo aquilo soava estranho demais.


- Infelizmente essa é a vida real, babe. – Laurence falou, como se estivesse lendo os pensamentos da garota, depois de um longo suspiro. – Vou te contar uma história... Um belo dia minha mãe conheceu meu pai, um cara gato e sensual e rolou aquela química, sabe?! Ai eles resolveram ter um filho e nasceu essa coisa maravilhosa, que sou eu, claro. Depois, meu pai teve que ir embora e minha mãe se casou com o Jonh.


- Eu realmente não quero saber da sua história de vida, Laurence. – Min revirou os olhos, se acomodando melhor no banco traseiro.


- Shh, essa é uma história muito bonita e interessante. – Ele revirou os olhos, mesmo que ninguém pudesse ver tal gesto. – Ai eu cresci e virei esse cara gostoso, só que às vezes apareciam bichos tentando me matar, como aquele que acabou com meu carrinho hoje... E eu comecei a achar que tinha drogas nas minhas bebidas, cara eu nunca fui fã de drogas. Só que depois de quase ter minha rosca queimada por um desses bichos bonitinhos e fofos eu fui conversar com a bela senhora ao meu lado. E ela me contou que meu pai biológico era Apolo, o Deus grego. E desde então eu sou um frequentador assíduo do acampamento meio-sangue, sabe?! Um lugar pra pessoas como nós.


Min sinceramente acreditava que, de fato, Laurence usava drogas, drogas fortes. Ela cruzou os braços e quase riu debochada, aquela história era ridícula. Ela só estava tendo um sonho ruim, nada daquilo era real, não poderia ser.


- Como assim “pessoas como nós”? Quer dizer que eu sou filha de Apolo? Olha só, com todo respeito, mas eu acho que vocês não estão no juízo perfeito de vocês. Minha mãe está em Lake Tahoe e eu não tenho pai e nunca quis ter, eu estou bem sem um, entendeu? – a garota quase gritou, as palavras soando raivosas.


- Você é filha de algum Deus e calminha ai, gata. Então como você explica o que nós vimos hoje? Hein?


- Isso é um sonho! Eu ainda estou sonhando na realidade, eu só quero acordar, que droga!


- Isso não é um sonho, infelizmente. Eu queria que fosse um, eu queria ser um cara normal, sabe?! Pegar umas gatas, me preocupar com as garotas que engravidei e não me preocupar em ser perseguido por cães infernais, juro pra você.


A castanha suspirou, se deitando novamente no banco e fechando os olhos. Ouvindo a voz da mãe de Laurence ditar que estariam no acampamento em menos de dois dias.




Obs:

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Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por Cameron Flames Seg 05 Jan 2015, 01:46


Ficha de reclamação



Detalhes:

Como eu vim parar nesse recanto para débeis mentais? Essa é uma pergunta fácil.

Lá estava eu, sentado numa praça e fazendo qualquer coisa que não era importante. Como deve imaginar, meu cheiro de semideus atraiu monstros. Na verdade, apenas um, e o mais clichê possível: dracaena. Ela me atacou, tentou me matar e esse tipo de coisa. Para o meu azar, havia um sátiro passeando no lugar errado e na hora errada.

Depois de me "salvar" — sinceramente, eu preferia que ele não tivesse se metido —, o sátiro me contou toda a história. Eu não dei bola para ele, obviamente. Por mais que fosse verdade, eu não estava nem aí. Mas o desgraçado insistiu. Permaneci ignorando-o, seguindo o meu rumo. Então, ele me apagou e me trouxe à força.

Por que permanecer nesse recanto para débeis mentais?

Primeiro que, embora haja regras, eu nunca as sigo. Isso me deixa à vontade e faz com que eu não odeie tanto o lugar. Segundo que as garotas são umas gracinhas, e eu tenho um gosto particular pelas filhas de Ares. Elas têm fogo. E, em terceiro lugar... Ah, sei lá, a comida é boa.

E a minha reclamação, como aconteceu? Bom, foi até muito sem graça. Para não dizer broxante.

x x x

Acordei sem muita disposição. Naquele dia, eu estava com uma dor de cabeça infernal. Queria ficar na cama o dia todo, mas o chalé de Hermes não permitia. Meu desejo era explodir um por um que tagarelava tão cedo. Ah, filhos da puta.

Arrastei-me para o banheiro, lavei a cara e fiz o possível para manter-me desperto. Voltei para o dormitório, vesti outra roupa sem me importar com os olhares e os comentários e saí do chalé.

A barriga roncando era um ótimo estímulo para andar.

O refeitório encheu em pouco tempo. As mesas, algumas cheias e outras vazias, dividiam a massa de campistas por chalé. Eu ficava com os irritantes e numerosos filhos de Hermes, sem contar os outros não-reclamados.

Sentei-me numa cadeira relativamente afastada dos outros, como se transmitisse uma mensagem bem clara: "Não fale comigo". Mas havia gente que não sabia a hora de ser inconveniente.

— Que que foi? — rosnei entre uma mastigada e outra, fulminando com os olhos o garoto que tentava se aproximar. — Vaza.

Ele se tocou e se afastou.

Quando eu estava quase terminando o café-da-manhã, aconteceu.

Brotou sobre a minha cabeça um enorme outdoor vermelho-sangue. Não percebi, de início, e encarei as pessoas que, pouco a pouco, começavam a olhar para mim. Alguns murmuraram entre si, outros voltaram para os seus pratos.

— Perderam o cu aqui? — questionei, olhando em volta.

As gargalhadas estouraram, vindas da mesa de Fobos. Os semideuses de lá começaram a se cotovelar e apontar na minha direção. Isso chamou a minha atenção e finalmente percebi.

O chalé de Fobos não era de todo mal, afinal. E, de certa forma, eu me encaixava nele. Só não sabia que arrumaria tanta briga futuramente. Ah, mas isso é história para outra hora.
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Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por 117-ExStaff Seg 05 Jan 2015, 13:09


Avaliação
ficha de reclamação

Min Duchamps - Não reclamada: Simplesmente adorei sua ficha. Gostei muito da forma como narra e também achei sua história bastante original. Contudo, como em sua ficha anterior, você não cumpriu um ponto obrigatório: não narrou a descoberta de sua personagem como filha de Íris. Pode dizer que alguém contou ou até mesmo que um arco-íris surgiu sobre a cabeça de sua personagem e coisas do tipo, mas a descoberta de seu pai/mãe divino é algo crucial na ficha. Tente novamente, acrescentando esse detalhe, e você conseguirá.

Doug Krueger - Não reclamado: Não encontrei nenhum erro de português em seu texto, mas sua história ficou muito curta e corrida, sem detalhe algum, sendo esse um dos principais motivos para sua reprovação. Melhore também a descrição das características físicas e psicológicas de seu personagem, bem como o motivo de querer ser filho de Phobos, e então volte a postar sua ficha.

Dúvidas ou reclamações, mande uma MP.
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Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por Natsya Nickolaevna Seg 05 Jan 2015, 15:02

Por qual deus deseja ser reclamado e por quê?: Phobos, deus do medo. Particularmente possuo certa admiração especial por tal divindade pois age em uma das áreas mais interessantes do psicológico humano. Fora isso, é o deus que acredito se encaixar melhor na trama da minha personagem, que é conhecida pelos maiores chefes do tráfico como A Menina sem Medo.

Perfil do Personagem: Características Psicológicas: Falar sobre como funciona minha mente é um tanto difícil, porque independente de como eu lhe explique eu não dou a mínima para o que você vai achar. Se eu quiser ser gentil com você, eu serei, mas não ligo se irá retribuir. Se eu quiser ser um pouco malvada com você, eu serei, e não me importo nem um pouco se irá se cobrar ou sair chorando. Sou muito boa com mentiras, então não se iluda se achar que é meu amigo ou inimigo. Aliás, pode se iludir sim. Eu não dou a mínima para você. Muitas pessoas me odeiam, e com certeza é porque eu as ignoro. Mas há uma verdade oculta, no lugar mais profundo, sombrio e obscuro do meu coração: eu tenho medo da morte. Nunca demonstrei medo ou emoção alguma depois que minha mãe morreu. Ver o sangue escorrer do centro de sua testa direto em minhas mãos foi um trauma grande o suficiente para que eu passasse a tomar cuidado ao sair na rua. Medo, eu tenho muito medo, e isso é irônico se for ver minha ascendência divina. O importante é que meu medo me protegeu durante vários anos. Impediu que tivesse uma bala cravada na cabeça, como minha mãe. Mas tudo bem. Não me importo com o medo. Aliás, não me importo com nada, muito menos com a sua conclusão baseada no que acabei de relatar. Afinal, isso é apenas o que eu quero que você pense sobre mim.

Características Físicas: Falar sobre minha aparência já é um pouco mais fácil. Só olhar-me no espelho e descrever o que vejo. Mas, sem mais delongas, tenho cabelos castanhos lisos e compridos. Meus olhos são da mesma tonalidade, porém, um pouco mais claros talvez. Devo ter aproximadamente 1,68 de altura, e meu peso deve estar entre 60 e 65 quilos. Nunca liguei muito para minha aparência. Dificilmente uso maquiagem como maioria das garotas, mas de vez em quando minha meia-irmã dá um jeito e convence-me a pintar a cara. Meu corpo, posso dizer, que até que não é feio. Até que estou em forma, se considerar que não faço dietas ou controlo minha alimentação. Não chego a ter a pele escura, mas não sou nenhum tipo de branquela. Possuo duas tatuagens em meu corpo e várias cicatrizes. A primeira tatuagem que me obrigaram a fazer foi uma folha de maconha, no antebraço direito, com a palavra "Traffic" em baixo. A segunda, que fui apenas 90% forçada, na nuca, escrito em letras padrões pequenas "Princesa do Tráfico". Quanto as cicatrizes, não há nenhuma marcante, apenas vários cortes em minhas costas - devido a várias sessões de chicotadas -, marcas de cinco tiros espalhados pelas duas pernas e uma marca de queimadura com formato de folha de maconha em meu punho - como se já não bastasse as tatuagens, meu padrasto queria deixar claro que eu fazia parte da gangue dele.

História do Personagem: Eu estaria me sentindo desconfortável se já não estivesse acostumada como situações como essa. Estou acorrentada pelos dois tornozelos e algemada. No início eu tentaria fugir até meus pulsos e tornozelos sangrarem, mas agora já não tenho todo esse empenho. Em alguns instantes, meu padrasto vai entrar na sala chutando tudo e metendo bala na cabeça de todos. É sempre assim quando ele deve dinheiro ou drogas pra alguém. Chega a ser rotina.
- Seu pai está demorando, não está? - disse o outro prisioneiro ao meu lado. Eu não sei seu nome, nem tenho interesse em saber, mas os vários curativos malfeitos em seu abdome indicam que ele está em uma situação muito pior que a minha. Grata por isso. Ele deve ser mais um cliente devedor do Minotauro, só que esse não tem uma bela garotinha pseudo-indefesa pra ser sequestrada em seu lugar.
- Graças a todos os deuses que existem, e se existem, ele não é meu pai - retruquei ao cara. O capanga do Minotauro mandou-nos calar a boca, mas o ignorei. Se estivéssemos sozinhos estaríamos jogando cartas, bebendo algumas cervejas, fumando um pouco, se agarrando, ou qualquer coisa do gênero. Ele já estava tão acostumado com minha presença naquela sala que posso considerá-lo uma das pessoas mais próximas de mim. Mas não pense que isso o torna imune a minha ignorância.
Passava-se aproximadamente dez horas desde que eu estava aqui. O prisioneiro ao meu lado teve seus curativos arrancados e acabou morrendo há duas horas de hemorragia, o que obrigou-me a me afastar dele e ir para o outro lado da sala. Jensen, meu pseudo-amigo capanga que me vigiava, já tinha me dado um pouco de cachaça para beber para que eu não morresse de sede. Ele estava sentado ao meu lado, me deixando dar algumas mordidas no pastel frio que ele estava comendo enquanto contava a respeito de um tiroteio que ele se envolveu na semana passada. Jensen era um cara nojento, bruto e insensível. Não era a toa que, de algum modo, eu tinha certa atração física por ele.
- Ele nunca demorou tanto. Estou começando a ficar entediada - disse à Jensen. Ele olhou para mim com um sorriso tapado no rosto, e eu apenas revirei os olhos. Em muitos momentos eu já me entregara aos seus mais mirabolantes desejos nesta sala. Mas fingir que estou realmente interessada nele de alguma maneira cansa. Era bonitinho tê-lo em minhas mãos, mas não hoje. Estou cansada de ficar aqui. Quero que meu padrasto chegue logo para eu deitar em minha cama e descansar.
Esperado alguns minutos, uma presença ilustre estava diante de meus olhos: Minotauro. Um russo brutamontes de cabelos grisalhos e uma camisa social com uma estampa ridícula. Ele estava com um charuto na boca e carregando um saco que pingava sangue. Minotauro jamais aparece para você a não ser que seja muito importante. Não é a primeira vez que o vejo, mas esse também não é um evento muito comum, o que me causou certa surpresa.
- Oh, pequena Natsya. Acho que seu pai se atrasou um pouco - ele disse, logo após dar uma tragada em seu charuto. Ele exibiu seus dentes de ouro com um sorriso de vitória. A princípio eu não entendi o motivo, até que ele largou no chão o saco ensanguentado. A bola orgânica e ensanguentada rolou no chão, e só então pude perceber que aquela era a cabeça de meu padrasto.
Na hora meu coração acelerou. Como sempre, demonstrei não sentir nada e apenas olhei nos olhos de Minotauro. Mas era impossível não ficar um pouco nervosa. Pela primeira vez em dez anos eu queria sair correndo daquela sala. Já enfrentara muitos traficantes, assassinos perigosos, os maiores criminosos da Rússia, mas aquilo era diferente. Aquele era o Minotauro, e ele havia decapitado meu padrasto, que não era pouca coisa também. É, eu estava bem encrencadinha. Precisava escapar de algum jeito, mas como?
- Oh, vejo que você trouxe o jantar - ironizei, o que com certeza fez ele arder de raiva. Ele cerrou os dentes e me ergueu do chão, bufando em minha cara. - Aí, escovar os dentes de vez em quando é bom sabia? - disse com uma careta feia. Fui lançada com força ao chão, e com um chute, voo até a parede de concreto a minha esquerda. Tento me erguer mas sou acertada com força pela cabeça de meu padrasto bem no meio das costas. Ouço alguns tiros, mas eles não me acertam. Quando olho para trás, vejo Jensen com a arma na mão e o sangue escorrendo das pernas de Minotauro.
- Venha. Não temos mais tempo, Natsya - Jensen começou a me puxar pelo braço. Levantei-me um pouco estabanada por ainda estar algemada, mas logo já estava correndo porta afora com ele - Preciso te levar até o Acampamento. Deuses, vai ser uma viagem bem longa - reclamava ele. Eu, sem entender necas.
- Acampamento? Mas o que... - questionei, logo sendo cortada.
- Não tenho tempo pra explicar. Temos que chegar aos Estados Unidos quanto antes possível - certo, não adiantou muito. Eu me negava a prosseguir enquanto não recebesse uma explicação digna. Insisti em bater boca com Jensen até que ele apontou para trás, e no corredor pude ver um tipo de criatura que eu nunca tinha visto antes. Uma mistura bizarra de leão gigante, com o mesmo rosto humano. Grandiosas asas dracônicas e negras brotavam em suas costas, e uma cauda de escorpião ao invés da cauda leônica comum. Seja lá o que botaram no meu último baseado, aquela com certeza era uma pira muito maligna.
Jensen insistia para que eu fosse com ele, e, independente de estar chapada ou não, eu não queria sentir a sensação de ser abocanhada por uma coisa daquelas.
- Natsya, aquilo é uma mantícora - ele dizia, mas minha admiração pela criatura que estava vindo parecia ser maior, de modo que sua voz soava abafada em meus ouvidos - Me escuta, você tem que vir comigo agora - desta vez eu pude ouvi-lo melhor, e não me contive em sair correndo atrás dele.
Disparamos em um corredor extenso, cheio de portas em que provavelmente já fui mantida refém. Jensen estava me puxando pelos pulsos ainda algemados, e de algum jeito parecia que ele estava se importando comigo, o que era estranho para o tipo de cara que ele era. Quem diria, Jensen.
Quando chegamos ao fim do corredor, abrimos uma porta de ferro grande e saímos em uma calçada malfeita já quebrada, seguindo morro abaixo de uma das favelas mais pobres e perigosas do Brasil. Não sou daqui, na verdade. Sou da Rússia, mas estamos aqui há alguns anos para resolver algumas coisinhas pendentes que os brasileiros arranjaram com os russos. Continuamos correndo, e quando olhamos para trás, a criatura vinha voando em alta velocidade, e era estranho que ninguém mais além da gente esteja o vendo.
Jensen parou um cidadão que estava de moto, e com um soco na cara dele, roubou-a para si. Logo subi na garupa e ele acelerou. Descemos o morro com mais velocidade, e ele não estava nem aí para o freio ou para qualquer pessoa que estivesse a nossa frente. Aquela situação toda era estranha, não só pela criatura atrás de nós, mas por Jensen estar se preocupando comigo. E eu que passei anos achando que ele era mais "Fuck the police" do que qualquer um.
- Certo, Jensen, vamos por partes. - disse para ele com a voz um pouco abafada pelo vento. - O que está acontecendo?
- Minotauro, na verdade, é um caçador de... crianças especiais.
- Tá dizendo que sou deficiente? - cortei-o.
- Não! Quer dizer, talvez. - disse ele com a voz um pouco mais grossa. - Acontece que, você estava na fila do jantar há anos, mas seu padrasto sempre chegava antes que ele te devorasse. - milhões de coisas passaram em minha cabeça com essa palavra. Estupro, canibalismo, ou o que fosse. Tudo estava muito estranho. - Sua mãe não se casou com seu padrasto por romance ou acaso. Assim como eu não me ofereci para trabalhar para ele por acaso. Seu padrasto e eu somos sátiros. - certo, já não estava entendendo mais nada. - Ele estava na Rússia em busca de semideuses estrangeiros, quando conheceu sua mãe e...
- Espere aí, você disse semideuses? Quer dizer que... - ok, agora eu estou realmente surpresa.
- É isso mesmo, Natsya. Seu pai é um deus. - disse ele com um tipo de orgulho na voz, mas eu debochei com um riso abafado.
- Então tá bom. - olhei para trás e agora a criatura estava ainda mais perto e voando baixo. Gritei para Jensen ir mais rápido, apesar de já estarmos a mais ou menos 180km/h. Por sorte, já estávamos saindo da favela e seguimos por uma avenida movimentada. Jensen quase atropelou uma senhora quando atravessou o sinal vermelho, o que o fez diminuir um pouco a velocidade. Antes de virarmos em uma curva para a esquerda, a mantícora dá uma patada na roda traseira da moto, fazendo-nos voar em direção a um carro da pista contrária. Eu não pude reagir muito bem pois ainda estava algemada, mas Jensen me puxou para si, agarrando-me e garantindo que seria meu amortecedor quando caímos com força no para-brisas do carro. Vários estilhaços de vidro cobertos com sangue estavam sobre mim. A diferença é que o sangue não era meu.
A mantícora pousou ao nosso lado, mas quando o encarei em seus olhos ele pareceu começar a hesitar. Jensen estava todo arrebentado. Seu rosto estava todo cortado e ensanguentado, e duvido que ele conseguiria andar agora. Ele rasgou sua calça e então pude perceber que suas pernas não eram humanas. Aquele dia estava ficando cada vez mais estranho. Ele me entregou uma espécie de faca feita de bronze.
- Ele está hesitando por enquanto graças a Aura do Medo - eu entendi bulhufas, mas ele resmungou algo do tipo "Como não percebi que era filho dele antes?" - Essa faca vai te ajudar se precisar. Não há muitos monstros no Brasil, então, espero que consiga sair daqui com vida. - ele fez uma pausa para respirar. Ele já está em suas últimas, e não é a toa, pois perdeu muito sangue só nessa pequena pancada. - [/b]Estados Unidos. Estreito de Long Island. Acampamento Meio-Sangue. Quíron.[/b] - e foi aí que seu coração finalmente parou. Ele se foi.
O cara que estava no carro em que caímos apareceu e começou a gritar comigo, perguntando o que estava acontecendo. Levantei-me de seu capô e dei uma joelhada no meio de suas pernas. Ele caiu no chão e chutei sua cabeça, tirando-o de sua consciência. Vários carros estavam parados ao meu redor, buzinando igual loucos. A mantícora resmungava algo e rosnava, mas ficava cada vez mais hesitante a cada passo que eu dava em sua direção. Eu não dei a mínima para a morte de Jensen, apesar de ter sentido uma leve frieza na espinha quando morreu.
Utilizei a faca para quebrar as algemas, o que não foi muito difícil, e apontei a arma para Minotauro. Ele estava visivelmente desnorteado e tentava desviar-se de meu olhar. É, talvez esse negócio de semideus seja verdade. E se for, acho que vou gostar disso.
Corri em sua direção e saltei, com a faca pronta para cravar em seu crânio.
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Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por 107-ExStaff Seg 05 Jan 2015, 17:20



Avaliação



Natsya Nickolaevna - Aprovada como filha de Phobos

Primeiro eu quero te dizer que tive bons motivos para te reprovar: um deles foi o fato da semideusa já saber que é filha de Phobos. Isso é extremamente incomum em fichas, que visam justamente esta descoberta, e não uma sabedoria imediata. Mas, no decorrer da história, percebi que muitos detalhes se encaixavam e deixavam tudo mais leve.

Sua escrita é impecável e toda a trama me favoreceu para a aprovação. Phobos não é um deus rigoroso, mas fica de aviso: Na hora de escrever a história, coloque na mente que o ideal é o indefinido ainda não saber do pai ou mão divino até chegar no acampamento. Mesmo assim, está aprovada. Parabéns, cria da fobia.

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Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por Willow Demurrage Seg 05 Jan 2015, 21:04



I’m a little different

I believe in the power of optimism



- Por qual deus deseja ser reclamado/ qual criatura deseja ser e por quê? Gostaria que minha personagem fosse filha de Íris. E bem, não existe uma justificativa muito "boa", eu apenas gosto da deusa e de, acordo com o plot da personagem, ela teria de ser filha de uma Deusa (não de algum Deus), e eu escolhi Íris.

- Perfil do Personagem

Seus cabelos já passaram por todos os tamanhos que se possa imaginar, mas sempre com coloração escura. No entanto, em sua nova fase, completando seu estilo atual, seus cabelos tem as pontas tingidas de rosa, preservando o comprimento longo e o castanho natural na parte onde não está colorida. Sendo os olhos de coloração castanho escuro, quase sempre confundido com o preto. As feições do rosto de Min são tipicamente asiáticas, exceto pelos olhos, que são arredondados e maiores do que o de costume. Possui a pele clara, já que não costuma pegar sol com frequência. Seu corpo, a primeira impressão, pode parecer extremamente magro, sem músculos e doente – graças a sua pele clara demais –, porém não é bem assim, afinal a menina costumava ajudar as pessoas, como é costume entre os ciganos, o que incluía desde trabalhos braçais até regar plantas. Min possui 1,61 de altura, o que a torna relativamente pequena.


À primeira vista, Min pode parecer uma garota extremamente social e sorridente, quase sempre disposta a ajudar as pessoas sem precisar receber nada em troca, além de gratidão. Pode-se afirmar com toda certeza que Min pode se dar bem com as pessoas sem fazer o mínimo esforço, já que possui um senso de humor – mesmo que mínimo – e uma paciência de dar inveja. Mas, infelizmente, até agora, realmente ninguém nasceu perfeito e ela não é diferente. São raras as vezes que a garota perde a paciência e, quando isso ocorre, não é algo agradável de observar. Às vezes, ela pode simplesmente se isolar das outras pessoas, sem grandes explicações, ignorando todos que possam vir a atrapalhar sua vontade de ficar sozinha. Além de odiar ser interrompida, tenha a certeza que vai conhecer os espinhos e boca suja da garota se o fizer com frequência. Ela também pode ser extremamente sarcástica e critica quando está em um dia ruim, mas se arrepende com uma frequência absurda dos seus atos desagradáveis, o que a leva a se desculpar varias vezes.

- História do Personagem


Califórnia



A noite despontara, trazendo consigo as estrelas e o brilho brando do luar, cobrindo tudo com seu manto negro. É engraçado como as coisas parecem distorcidas na escuridão, como tudo aparenta ser muito pior do que realmente é, quando, na realidade, tudo está exatamente igual ao que era antes - tirando apenas pelo fato de que não há iluminação suficiente para que se vejam todos os detalhes. A lua cheia anunciava uma noite escura como breu que, contraditoriamente, teria a companhia da luz do astro imponente até o amanhecer.

Não demorou até que as luzes estivessem acessas e as pessoas em busca de farra fossem às ruas, anunciando uma comemoração até a madrugada - transformando pessoas que costumavam ser aparentemente calmas durante o dia em baladeiros sem limites.

O corpo chamativo do rapaz moreno caminhava pelas ruas sujas de um bairro qualquer; Os cabelos já haviam crescido desde a última vez que os cortara e, consequentemente, caiam em torno aos ombros bem delineados do castanho. As roupas eram baratas e já haviam sido remendadas várias vezes, mais isso não tirava a beleza estonteante do rapaz - que praticamente tinha que esquivar de algumas mulheres baixas que se jogavam contra seu corpo com sorrisos nem um pouco puros. Nenhuma delas servia naquele momento, afinal, estava à procura de certa mulher e, até que completasse o serviço, teria de ignorar todas aquelas mulheres e, caso completasse o serviço até o fim da noite, poderia finalmente se entregar aos prazeres físicos de fato.

Jonghyun vivia assim, naquelas ruas imundas, nos bares com pessoas de todo o tipo, motéis que, à luz do dia, fingiam ser hotéis (...) mas não estava ali porque queria  - vivia à procura de pessoas ricas que frequentavam aqueles bares com a intenção de relaxar e ele os ajudava de certa forma e, depois, tirava-lhes todo dinheiro e objetos caros. Porém, todo aquele dinheiro acabava indo para os donos da espelunca onde dormia e lhe serviam algumas refeições.


Na verdade, Jonghyun nunca conheceu os seus pais ou qualquer outro familiar; A única família que tinha era as ruas solitárias da Califórnia. Desde cedo, havia aprendido a lidar com pessoas de todo o tipo e ter de fazer serviços em troca de dinheiro, e tal dinheiro o mantinha vivo ou longe da perseguição dos chefes que controlavam a área.


Cinco minutos foram o suficiente para que o rapaz estivesse prestes a entrar no bar escolhido da noite - poderia demorar pra que alguma mulher que aparentasse ter dinheiro aparecesse. O rapaz tratou de se sentar confortavelmente em um lugar que pudesse visualizar a entrada e não demorou a pedir uma bebida qualquer, afinal, o lucro do dia anterior havia sido satisfatório – o que havia lhe garantido uma pequena quantia para seus gastos – e também não poderia ser expulso do bar antes de sua vitima aparecer, pois, se isso ocorresse, provavelmente passaria o almoço e jantar sem comer ou teria de pedir esmolas.


Sem demonstrar animação, bebericou o conteúdo contido dentro do copo de vidro e, antes de fitar a entrada, passou os olhos pelas pessoas que ali se encontravam - homens com tatuagens cobrindo os braços, pessoas de diversos países. Suspirou e voltou a atenção para entrada do estabelecimento, vendo uma loira romper pela porta com os cabelos presos em um coque frouxo. Ela usava uma calça jeans apertada e um sapato altíssimo que a deixava um pouco maior do que Jonghyun. O rapaz, por sua vez, só sorriu, afinal, sabia reconhecer quando uma mulher tinha dinheiro ou não: Algumas delas eram mais extravagantes, já outras eram simples demais, porém sempre elegantes e bem cuidadas - o que era o caso da mulher que acabara de entrar.


O garoto sorriu fitando a loira com interesse, a noite seria longa.



◣◥◣◥◣◥◣◥




O corpo da criança estava precariamente envolvido por alguns panos velhos que certamente seriam incapazes de protegê-la do frio, porém Jonghyun pouco ligava. Carregava a criança pra longe dos bairros boêmios que costumava frequentar, levando-a para o lugar mais distante possível. Afinal, a garota viria a se tornar um peso na sua vida, provavelmente acabaria sendo vendida para quitar as suas dividas ou, na pior das hipóteses, ele teria que criá-la, trabalhando para sustentar uma criança que nunca havia desejado.


Fazia pouco mais de um ano que ele possuía uma cliente fixa, uma loira bem vestida com um sorriso fácil e bom humor, claro, ele se sentia extasiado por não ter que ir atrás de mulheres que ele poderia facilmente furtar, já que aquela vinha até ele, lhe oferecendo dinheiro de bom grado. E todos aqueles encontros regados a sexo pareceram dar resultado: ela tinha engravidado, ainda que falasse que a criança não era dele, ele acreditava porque, ao que parecia, aquela mulher era casada.

Eles continuaram a se ver, mesmo quando a barriga da mulher havia começado a se mostrar evidente. E, no final da gravidez, a mulher havia parado de frequentar aquele lugar boêmio, prometendo que em breve retornaria. O que de fato ocorreu. Ela, porém, carregava uma criança nos braços, largando-a com seu pai biológico – Jonghyun –, sumindo quando o prostituto estava em uma espécie de choque. Ele se sentiu incrivelmente estúpido por ter acreditado naquela mulher.


Assim que Jonghyun cruzou a avenida pouco movimentada ele se aproximou de um beco pouco iluminado, não hesitando em deixar a criança atrás de alguns sacos de lixo, saindo do lugar sem ao menos olhar pra trás, não percebendo que duas mulheres o observavam de longe, com suas roupas coloridas e olhos grandes.


Ambas se aproximaram, temerosas, do beco. As ciganas conheciam aquele tipo de rapaz, sabiam que quase sempre estavam envolvidos em coisas ruins e temiam que encontrassem ali algum tipo de arma. Porém, se surpreenderam com o choro de uma criança.


◣◥◣◥◣◥◣◥




A garota de cabelos tingidos estava sobre a calçada com o sorriso bonito desenhado no rosto, segurava uma placa e cumprimentava todas as pessoas que passavam por ela, sendo ignorada pela maioria, que sequer pareciam vê-la. Ela gostava de pensar que estavam apressados demais para notá-la. Eram poucas as pessoas que paravam para ler o que estava escrito na placa bem desenhada e menos ainda eram as que pareciam realmente interessadas nos serviços descritos na placa.


Min suspirou quando o movimento se tornou quase escasso, a noite já havia caído e, infelizmente, não havia conseguido nenhum cliente para sua mãe. A garota sentia como se sua cultura fosse estúpida ou ridícula aos olhos daquelas pessoas que passavam por si todos os dias. Ela não gostava de pensar naquilo, mas sabia que era verdade, muitas pessoas viam os ciganos como estorvos, um povo sem país ou leis e com uma fama de serem festeiros ou filhos do demônio. Recriminavam sua cultura, fingindo aceitá-la.


Quase indignada, a garota desceu a rua, indo em direção a casa onde vivia com sua mãe e uma tia, sendo também onde ambas trabalhavam, lendo a sorte das pessoas. Min apenas as ajudava com anúncios, esperando conseguir mais clientes e, de fato conseguia, apesar de serem poucos. E, especialmente naquele mês as coisas estavam apertadas, afinal um dos ciganos do seu grupo havia pedido ajuda para comprar uma casa e, claro, todos haviam se unido e dado algo de valor para o rapaz, mesmo que não tivessem muita coisa, o que era o caso de sua família.


Min rompeu pela porta, deixando a placa pendurada nela e rumando para o quarto que dividia com a tia. Provavelmente ela e sua mãe estavam trabalhando e ela não iria incomodar. A menina deixou o corpo cair na cama de solteiro, se acomodando com facilidade e encarando o teto. A vida delas era difícil, mas era vivida com alegria e simplicidade. Min se sentia verdadeiramente amada pelas mulheres que a haviam criado e pela comunidade cigana que havia a acolhido como se fosse de fato uma deles. Quando criança ela soube que não era, de fato, filha da mulher que havia a criado, ninguém sabia de quem ela era filha realmente, e ela apenas sabia que havia sido deixada por um homem e a haviam encontrado. E, sinceramente, ela preferia não saber quem eram seus pais, afinal fora abandonada.


Os olhos se fecharam à medida que a menina limpava os pensamentos, mantendo a mente longe de quem seriam seus pais biológicos, as pessoas capazes de abandonar uma criança indefesa à própria sorte.


- Min? Sua mãe precisa falar com você, querida. – A voz da tia soou dentro do quarto, fazendo a adolescente abrir os olhos e se levantar quase de imediato, seguindo a mulher mais velha para a sala que ambas usavam para trabalhar.


Era um quarto tingido de amarelo, com uma fraca iluminação onde alguns objetos estranhos estavam arrumados na estante ao lado da entrada, uma mesa estava em frente à porta e tinha varias cadeiras de madeira dispostas pela sala. Min adorava entrar naquele lugar quando era criança, imaginava que era algum tipo de adivinha famosa que previa o futuro como ninguém. Sua mãe estava sentada numa das cadeiras com uma expressão abatida no rosto, ela sabia que havia algo muito errado.


Quase instantaneamente Min arrastou uma cadeira, se sentando perto da mãe e passando o braço em torno da mulher, achando que talvez a situação financeira tivesse ficado pior. Se fosse esse o caso, a garota não hesitaria em arrumar um emprego de meio período para não atrapalhar a escola.


- Mãe, vai ficar tudo bem, a senhora sabe. Nós vamos dar um jeito nisso, vamos ter dinheiro para pagar as contas no fim do mês, não se preocupe. – murmurou, sorrindo e encarando a mais velha. Sua tia continuava no quarto, porém havia caminhado até a janela que antes estava ocultada pelas persianas.


- Min, você sabe que alguns de nós tem o dom da adivinhação, não sabe?! Nós usamos as cartas para ver o nosso próprio futuro e o de outras pessoas. – a mulher murmurou, evitando olhara para a garota. – Aconteceu algo hoje e eu preciso olhar o seu futuro, tudo bem?


A garota concordou, observando a mãe arrumar a mesa enquanto ela havia arrastado a cadeira para perto, tentando não pensar no que a aquilo significava. Ela conhecia previamente as cartas e sabia as varias interpretações que tinham, ainda que nunca tivesse tentando ler a sorte de alguém. Sentia um nervosismo crescente, algo estava errado.


A cigana mais velha embaralhou as cartas varias vezes, respirando nervosa antes de pedir que Min retirasse quatro cartas do baralho. A garota respirou fundo algumas vezes, puxando a primeira carta: A roda do destino. A expressão da mãe de Min se fechou, encarando a carta sobre a mesa. Com um suspiro pesado Min puxou a segunda carta: O Louco.


- Isso não está certo, mãe! As cartas devem ter errado. – Min murmurou, temerosa com o próprio futuro. A cigana indicou que ela pegasse a terceira carta, ignorando por completo o que a mais nova havia dito.


Quase tremula a garota puxou a terceira carta: Eremita. Aquilo não fazia sentido algum, parecia uma brincadeira das cartas, ela nunca havia duvidado dos dons que sustentavam sua família, mas agora, aquilo tudo parecia errado, errado demais. Se as cartas estivessem realmente certas... Quase indignada à garota se levantou, derrubando a cadeira e levando consigo todo o baralho, que caiu esparramado no chão: todas as cartas estavam viradas, exceto quatro delas.

Todas as cartas que Min havia tirado e a quarta, que havia sido tirada sem que ela sequer tocasse na carta: Arcano sem nome.


Um arrepio desceu pela coluna da garota e as mulheres se encararam quase em pânico, elas tinham que tirar Min da cidade o mais rápido possível.


◣◥◣◥◣◥◣◥



Califórnia, Orangevale




O céu estava escuro, consequência da noite, e nuvens em tons alaranjados comprimiam toda a extensão da cidade e uma fina chuva já caia e dava indícios que viria a engrossar. Felizmente era impossível que a chuva penetrasse na imponente construção que ocupava uma das avenidas da cidade pequena.

Em um estampido, um trovão soou no céu alto e imponente, despertando a garota que, sobressaltada, se sentou de forma ereta sobre a cadeira que usava como cama e carregando uma expressão assustada no rosto. Min odiava o inverno, odiava a chuva e todo aquele frio - que agora só ressaltavam toda a atmosfera de tristeza instalada pelos corredores gélidos da biblioteca onde trabalhava, e que parecia prestes a engoli-la.


Um novo estrondo se fez presente, e dessa vez, se tratava de um rapaz de feições tipicamente europeias, olhos azuis e cabelos claros, assim como um corpo alto e rosto másculo. Laurence era um dos funcionários da biblioteca também, um dos poucos com quem ela mantinha contato, alguém que certamente era importante pra Min. Importante por sempre tê-la amparado quando se sentia abalada e sozinha, a garota mantinha certamente um apreço pela personalidade atenta e cuidadosa do amigo.


- Espero que tenha aproveitado o descanso, e desculpe se te acordei. – ditou o loiro sem jeito, olhando para Min que ainda transparecia o susto na expressão facial.


- Não, tudo bem...


Fazia um tempo desde que Min resolvera deixar sua mãe e sua tia para trás, as cartas haviam lhe dito que algo ruim iria acontecer, podendo resultar em morte e de maneira alguma a garota deixaria que elas a acompanhassem. E, agora, estava ali, numa cidade do interior, sozinha e trabalhando numa biblioteca, mal tendo dinheiro para viver. Na realidade a garota havia fugido de ambas, deixando apenas um bilhete preso na geladeira e levando apenas uma mochila velha com alguns trocados e roupas. Às vezes, quando a saudade parecia sufocante Min pegava o telefone de Laurence emprestado, ligando pra mãe e dando poucas noticias antes de desligar.


Com um suspiro a menina se levantou, indo se acomodar perto do rapaz  que lia algumas fichas e fazia algumas anotações. Apesar da fuga conturbada e das noites que Min havia passado pedindo carona sem nem perguntar pra onde estava indo, aquela cidade era relativamente calma e tranquila, assim como o trabalho que havia conseguido. Não havia muitos estudantes interessados na biblioteca e os que tinham eram bem tranquilos, não atrasavam na entrega dos livros e nem os destruíam.


- Eu realmente queria me trancar em casa hoje... Laurence, você pode me dar uma carona? – Min perguntou, finalmente terminando o trabalho que havia deixado pendente antes de dormir, por sorte era pouca coisa e a biblioteca fecharia em menos de uma hora.


- Hum, pode ser, mas se minha gasolina ficar vermelha você enche o tanque.


A castanha concordou, se perguntando se dez dólares seria o suficiente pra encher um tanque..


Por fim, ambos terminaram o trabalho, trancaram a porta da biblioteca, desceram algumas poucas escadas e logo os dois estavam correndo embaixo da chuva, rumo ao carro de Laurence. A biblioteca não possuía um estacionamento próprio, o que levava os funcionários que possuíam carro a estacionarem a alguns metros de distância.


Laurence era um estudante do ensino médio, com uma carteira provisória e bom senso, então seus pais haviam lhe dado um carro que era, no mínimo, precário. O motor mal funcionava direito e, às vezes, ele ficava horas tentando fazer o carro ligar, e bem, naquelas condições, parecia melhor esperar o carro ligar do que ir pra casa naquela chuva.


Assim que entraram no automóvel – quase encharcados e tiritando de frio - fecharam as portas e se encararam, como se temessem que o carro não fosse funcionar. E, infelizmente, foi o que aconteceu. Não só se limitando a tal acontecimento como também parecia que o carro definitivamente não iria mais ligar, já que uma fumaça escura subia do capô do carro.


- Eu realmente não vou sair daqui pra olhar o estrago do motor...
– o rapaz falou, dando ombros e cruzando os braços, como se esperasse que a garota fosse consertar o carro.


- Provavelmente você ficaria sem carro se eu botasse minha mão no motor, então eu realmente não vou sair.


Ambos suspiraram, se acomodando melhor no banco. Aquele carro sequer havia um rádio.


- Então, muitas garotas querem passar um tempo comigo dentro de carro no meio de uma chuva, sabe como é. Um desculpa pra ficar na minha presença e eu não sabia que você era assim, Min. – A garota revirou os olhos, uma das coisas que ela odiava no mais alto era aquela vontade de flertar com toda alma viva que ele via.


- Eu não vou sair com você, Laurence. Desiste que dói menos.


- Desistir não está no meu dicionário. – Min abriu a boca para dar alguma resposta mal criada quando alguma coisa bateu no fundo do carro, fazendo com que os dois se olhassem em pânico.


Aquilo parecia um filme de terror. Min sufocou um grito quando algo tornou a bater na traseira do carro.


- Filho de uma mulher impura, esse desgraçado vai pagar pelo meu carrinho... – Laurence murmurou, saindo do carro antes que a menina tivesse tempo de reagir.


De acordo com algum filme de terror barato, era nessa hora que o mocinho morria e, logo em seguida, viriam atrás dela. Min simplesmente respirou fundo, pensando que provavelmente era um garoto com quem Laurence tinha problemas, possivelmente. E, pra piorar a situação, ela simplesmente não conseguia enxergar nada através do retrovisor por conta da chuva. A garota se encolheu no banco, ainda estava molhada e estava frio. Laurence iria resolver o problema, pelo menos era o que ela repetia para si mesma, até que algo se chocou com a lateral do veiculo, onde Laurence estava sentado minutos antes, deixando um rastro de baba escorrendo pelo vidro quase rachado. Ela respirou em pânico e simplesmente desceu do carro, descendo a rua correndo, em direção à biblioteca, pouco ligando pra chuva que caia.


Aquela criatura não era normal, não poderia ser. O carro deveria ter sido, no mínimo, amassado. Ela sequer pensou em Laurence, que provavelmente havia virado comida. Ela estava tão assustada que sequer conseguia pensar direito, apenas queria salvar a própria pele.

Estava ofegante, respirando de forma quase desesperada, suas roupas grudavam ao longo do corpo e os cabelos estavam colados pelo seu rosto e pescoço. Ela subiu as escadas correndo, tentando pegar a chave no bolso traseiro do jeans.

A Duchamps estava com os lábios roxos, sua pele branca parecia ainda mais branca sob a fraca iluminação que entrava pelas janelas, tudo estava silencioso demais. Seus olhos piscaram algumas vezes, tentando se acostumar com a escuridão, enquanto corria pelo caminho bem conhecido e que estava acostumada a percorrer todos os dias, a única diferença era que estava escuro e ela estava sendo perseguida por algo que, definitivamente, não era normal.

Suspirou, aliviada, e sentindo a cabeça latejar quando finalmente alcançou à porta da biblioteca, com a chave entre os dedos, ainda que estivesse tremula e nervosa demais. Tentou colocar a chave na fechadura de forma desesperada, até que a porta abriu. Fechando-a com violência assim que entrou e voltando a trancar a porta. Pouco ligava se tudo estava escuro, esta ali dentro significava que estava em segurança, ou era isso que pensava.

Min apoiou as mãos nos joelhos magros enquanto tentava recuperar o fôlego, inutilmente.

Fechou os olhos por um breve momento, sentindo-se tonta. E se afastou da porta, temerosa. Se aquela coisa havia feito o carro balançar e, provavelmente, o danificado, poderia muito bem ser capaz de arrancar a porta da biblioteca. Min se sentiu estúpida, enquanto caminhava para onde ficavam os computadores, puxando alguns da tomada e arrastando um gabinete pelo piso liso da biblioteca, o erguendo com certa dificuldade e apoiando o peso numa das mesas. Se alguma coisa entrasse ali, ela estaria pronta.


Um arrepio desceu pela espinha da castanha quando um rosnado animalesco soou, ela estava definitivamente morta. Aquele bicho deveria esta no corredor que ela mesma estivera há alguns minutos. Ela se moveu para trás de umas das estantes cheias de livros, com o gabinete em mãos. Estava quase chorando quando ouviu o baque de alguma coisa se chocando contra a porta, ouviu o mesmo barulho por intermináveis segundos até que a porta fora arrancada, fazendo um som metálico ao se arrastar pelo piso. Min sentiu lágrimas embaçarem sua visão, ela não queria morrer daquela forma ridícula.

Um rosnado havia soado alto, como se a criatura estivesse com dor demais, mas Min não parecia ouvir nada a sua volta. Seus pensamentos estavam fixos na imagem de sua mãe e tia, e na felicidade que ela sentiu durante todos aqueles anos.


Min? – A voz de Laurence soou, ainda que a garota não o ouvisse, o corpo do loiro surgiu no seu campo de visão, fazendo com que ela encarasse-o, assustada. Derrubando o gabinete no chão. – O que você... Você está bem, certo? Hey.


Questionava o garoto esfregando os olhos, embolando com as próprias palavras, enquanto murmurava algumas outras coisas, amaldiçoando alguma pessoa, pelo que parecia.


Porém a Duchamps estava assustada demais para responder, Laurence tinha um pedaço evidente da mão faltando e o sangue pingava no chão, pelo que parecia. Havia uma espécie de espada entre os dedos do rapaz também, o que a fez se sentir ainda mais assustada.


- Nós precisamos sair daqui, você deve está com medo... Oh droga. – Ele murmurou, notando a espada em sua mão, fazendo com ela diminuísse no segundo seguinte. Min sentiu a cabeça girar, aquilo era um sonho, certo?


- Levante daí, eu vou pedir uma carona pra minha mãe. Merda!


Min sentiu todo o seu lanche se revirar no estômago e não hesitou em colocá-lo pra fora, aos pés do amigo que parecia procurar o celular em algum lugar. Era insano. Min jurava que tudo aquilo não poderia ser normal.


- O que..?


Em um segundo ela sentiu o corpo mole e desabou sobre o piso da biblioteca, tudo ficando escuro. Deveria está precisando urgentemente de um médico.


◣◥◣◥◣◥◣◥


Embateu os cílios algumas minuciosas e repetidas vezes, se acostumando com a luminosidade quase inexistente que preenchia o local. Abriu os olhos, logo depois de deslizar os dedos pelos mesmos, sentando-se no banco traseiro onde estivera deitada e carregando uma expressão de sono em mescla com o cansaço, acompanhada de um bocejo lânguido. Ela estava enrolada com uma coberta e suas roupas estavam quase secas, exceto pelos jeans, que ainda estavam molhados, mesmo que minimamente. Por fim ela notou que não estava sozinha.

Laurence estava no banco de passageiro, com um curativo improvisado na mão – que já sangrava, sujando a gaze com o liquido avermelhado –, e ao lado do loiro estava a sua mãe, a senhora Khoury. Min se sentiu levemente confusa, ela lembrava-se vagamente de um sonho estranho, onde fora perseguida – junto com Laurence – por uma espécie de criatura anormal...  No seu sonho Laurence havia se ferido na mão. Certo, isso é só uma coincidência, ela repetiu mentalmente.


- Finalmente você acordou! Como você se sente? – A mãe do amigo questionou, encarando a menina por alguns breves segundos através do retrovisor interno.


- Eu... Onde estou? – Min perguntou, finalmente notando que estavam numa estrada, estava escuro e a única coisa que conseguia enxergar direito era a estrada iluminada pelos faróis do carro. Aquilo parecia uma espécie de sequestro. – Senhora Khoury, eu gostaria de saber para onde a senhora está me levando...


Sua boca estava com um gosto amargo e seu estômago protestava de fome, ao mesmo tempo em que ela sabia que não seria capaz de comer algo tão cedo.


- Para um lugar seguro. – A mulher ditou, quase sorrindo compreensiva quando notou o tom desconfiado da menina. Laurence tinha lhe contado há algumas noites que desconfiava que a recém-amiga fosse que nem ele, filha de algum Deus. E a mulher sabia que acabaria dando carona para aquelas crianças. – Eu tomei a liberdade de ligar para o senhor Harry, para avisar que você estava desocupando o apartamento. Quando você e o Laurence voltarem do acampamento você pode ir morar conosco, vou começar a preparar um lugar confortável pra você... Não se preocupe, meu marido vai aceitar e o Laurence também.


- Acampamento?


- Sim, querida. Eu não sei muita coisa, mas é um lugar que vai te ensinar tudo que você precisa saber.


Min arqueou as sobrancelhas, as coisas estavam fazendo cada vez menos sentido. Simplesmente havia acordado de um sonho estranho no carro da mãe do seu amigo e que, agora, lhe falava coisas que não faziam o mínimo sentido. Era louco pensar que alguém a sequestraria para levar para um acampamento.


- Me desculpe, mas isso não faz sentido algum... – Ela murmurou, quase sendo interrompida por uma tosse, vinda de Laurence.


- Claro que faz. – Ele ditou, a voz soando arrastada e sonolenta demais. – Mãe, o que você disse pra ela?


- Não fale comigo seu irresponsável descuidado. – A mulher falou em um tom cantado, sequer olhando pra o filho que suspirou, recostando a cabeça no banco do carro de forma quase dramática.


Eles não pareciam sequestradores, na realidade eles pareciam pessoas confiáveis – como sempre havia os julgado. Talvez ela ainda estivesse sonhando, afinal tudo aquilo soava estranho demais.


- Infelizmente essa é a vida real, babe. – Laurence falou, como se estivesse lendo os pensamentos da garota, depois de um longo suspiro. – Vou te contar uma história... Um belo dia minha mãe conheceu meu pai, um cara gato e sensual e rolou aquela química, sabe?! Ai eles resolveram ter um filho e nasceu essa coisa maravilhosa, que sou eu, claro. Depois, meu pai teve que ir embora e minha mãe se casou com o Jonh.


- Eu realmente não quero saber da sua história de vida, Laurence. – Min revirou os olhos, se acomodando melhor no banco traseiro.


- Shh, essa é uma história muito bonita e interessante. – Ele revirou os olhos, mesmo que ninguém pudesse ver tal gesto. – Ai eu cresci e virei esse cara gostoso, só que às vezes apareciam bichos tentando me matar, como aquele que acabou com meu carrinho hoje... E eu comecei a achar que tinha drogas nas minhas bebidas, cara eu nunca fui fã de drogas. Só que depois de quase ter minha rosca queimada por um desses bichos bonitinhos e fofos eu fui conversar com a bela senhora ao meu lado. E ela me contou que meu pai biológico era Apolo, o Deus grego. E desde então eu sou um frequentador assíduo do acampamento meio-sangue, sabe?! Um lugar pra pessoas como nós.


Min sinceramente acreditava que, de fato, Laurence usava drogas, drogas fortes. Ela cruzou os braços e quase riu debochada, aquela história era ridícula. Ela só estava tendo um sonho ruim, nada daquilo era real, não poderia ser.


- Como assim “pessoas como nós”? Quer dizer que eu sou filha de Apolo? Olha só, com todo respeito, mas eu acho que vocês não estão no juízo perfeito de vocês. Minha mãe está em Lake Tahoe e eu não tenho pai e nunca quis ter, eu estou bem sem um, entendeu? – a garota quase gritou, as palavras soando raivosas.


- Você é filha de algum Deus e calminha ai, gata. Então como você explica o que nós vimos hoje? Hein?


- Isso é um sonho! Eu ainda estou sonhando na realidade, eu só quero acordar, que droga!


- Isso não é um sonho, infelizmente. Eu queria que fosse um, eu queria ser um cara normal, sabe?! Pegar umas gatas, me preocupar com as garotas que engravidei e não me preocupar em ser perseguido por cães infernais, juro pra você.


A castanha suspirou, se deitando novamente no banco e fechando os olhos. Ouvindo a voz da mãe de Laurence ditar que estariam no acampamento em menos de dois dias.



◣◥◣◥◣◥◣◥



Uma sobrancelha se arqueou enquanto ela observa – quase descrente – as pessoas que circulavam, erguendo o queixo, movendo as mãos as apoiando na curvatura da cintura, visivelmente atônita. Ninguém ali parecia realmente desacostumado ou surpreso ao vê-los: sujos, há pouco mais de um dia sem um banho decente e, no caso de Laurence, com manchas de sangue até na blusa. Na realidade ninguém parecia se incomodar ou ligar com a recém-chegada de ambos.

Min encarou o lugar vazio onde Laurence estava há alguns segundos antes de – misteriosamente – sumir. Ela suspirou, ainda não havia se acostumado com a ideia de ser filha de algum Deus ou Deusa... Durante os quase dois dias de viagem Laurence havia a convencido de que era verdade tudo o que havia lhe contado, mas ainda era difícil aceitar. Ela estava acostumada a pensar que viveria uma vida saudável, longe de coisas perigosas e talvez pudesse se casar com algum rapaz... E toda aquela mudança repentina havia deixado-a sem grandes expectativas para seu futuro. Laurence havia lhe dito que era comum semi-deuses morrerem ainda jovens. Ela só não sabia se aquilo era uma brincadeira.


- Hey! – Alguém a chamou ao seu lado, era uma garota um pouco menor que ela, que a encarava com um sorriso no rosto. – Você precisa de ajuda pra achar os chalés, filha de Íris?


- Hã? – Min a questionou, uma expressão confusa desdenhada no rosto, a garota apenas apontou pra algum ponto acima da cabeça da castanha, que acompanhou o dedo da baixinha e olhou pra cima.


Havia uma espécie de holograma multicolor acima da cabeça de Min, na forma de um arco-íris. E, quase horrorizada a castanha sacudiu a cabeça, tentando fazer aquilo sumir, o que fez a outra garota quase urrar de rir.


- Calma, calma, já já vai sumir. – A garota falou, com as mãos sobre o estômago, tendo uma visível dificuldade em controlar o riso.



Obs:

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Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por Henry Christian Campbell Seg 05 Jan 2015, 23:55



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Ficha de Proclamação


Por qual deus deseja ser reclamado/ qual criatura deseja ser e por quê?
Quero ser um filho de Afrodite, pois acho que seria perfeito para a história de vida do personagem (e porque quero domesticar pombos e ensina-los onde podem defecar).

Perfil de Personagem:
Características Físicas: A primeira vista é como todo filho de Afrodite deve ser: um traços definidos. Seus olhos são como um caleidoscópio, não tendo cor definida, como se a cada minuto em que se olha neles ele os desafie, mudando para uma cor mais bela que a anterior. As cores costumavam vagar do azul-céu ao verde-mar. Seu corpo é magro, mas muito bem definido. O garoto costuma vestir-se com roupas simples, como se não gostasse muito de atenção. Seus cabelos são castanhos e bagunçados naturalmente.

Características Psicológicas: Quando visto pela primeira vez pode aparentar ser mais um filho de Afrodite narcisista de egocêntrico, mas é muito mais do que isso, ou espera ser. Costuma ler livros sobre assuntos diversos, mas sua maior paixão é a psicologia e sonha cursar faculdade para se formar em tal. Não costuma se envolver muito nas atividades grosseiras dos outros filhos de Afrodite, que geralmente incluem ferir corações ou... ferir corações. Ele tem uma visão inflexível sobre o amor: deve ser natural e não forçado. Comumente pode ser visto no lago de canoagem, onde confia seus maiores segredos as dríades, sátiros e náiades que por lá vivem. Prefere a natureza perante muitas vezes, o que o difere dos filhos de Afrodite.

História do Personagem:
O dia estava chato e pacato, ou seja, um dia comum na vida de Henry. Ele não tinha ninguém, além do pai. E naquela noite o pai se tornara mais um ninguém na vida do garoto. E tudo culpa de um maldito pensamento, dum maldito desejo que nunca poderia se tornar realidade...

Henry estava encolhido no canto do quarto com um livro qualquer em suas mãos. Era um livro muito antigo, com o canto das páginas comido por traças e páginas amareladas. Mas apesar de tudo, era um bom livro. Contava a história sobre como um garoto derrotara um gigante, cem vezes maior que ele. Aquele tipo de história era a única coisa que mantinha Henry ancorado ao mundo. A falsa esperança de que poderia ter uma vida melhor, a falsa esperança de que a mãe voltaria e que o abraçaria e diria: “Desculpe, me perdi a caminho da padaria”. Era uma coisa boba, uma desculpa boba, uma esperança boba, mas Henry teimava em ostenta-la, sem motivo aparente. Ele gostava da sensação que tinha sempre que chegava a sua casa estilo vitoriano. Quando o falso cheiro de bolo de chocolate lhe preenchia os sentidos e lhe fazia acreditar, mesmo que por um segundo, sua mãe estaria na cozinha, coberta de bolo, usando um avental florido e terminando de preparar um bolo de chocolate enorme, que havia queimado em baixo por passar no ponto.

Henry continuou sua leitura, torcendo para que aqueles pensamentos ridículos não lhe atrapalhassem dali para frente. Sua mãe o havia abandonado desumanamente, deixado ele com o pai – e com os sérios problemas de autoestima que ele enfrentava – e, acima de tudo, o havia deixado só. Sem uma mãe. Ele passara a vida toda ouvindo seus amigos dizerem: “Cara, minha mãe me xingou por ter tirado B- na prova de matemática”, ou “Minha mãe me deixou sem internet”. Ele queria uma mãe que lhe xingasse quando tirasse notas baixas – o que nunca acontecia – e que lhe desse um abraço quando tirasse notas boas e dissesse: “Esse é meu garoto. Eu sempre soube que você seria melhor que todos eles!”.
Mas o destino havia sido cruel com ele. Havia-lhe deixado com um pai que, a cada noite, trazia para casa uma mulher diferente, tentando desesperadamente preencher um pedaço de si que não estava mais ali e que nunca estaria. Ele estava destroçado e transmitia aquilo com tamanha força que Henry só não havia se deixado abater por esperanças. Falsas esperanças.

A porta da sala se abriu vagarosamente. Uma pessoa cambaleando entrou, mas Henry não se importou com tal fato. O pai sempre chegava tarde e bêbado. Aquilo era um costume. Mesmo assim o garoto se levantou e pegou algumas toalhas, para levar o pai até o chuveiro e dar-lhe um banho de água gelada. Não sabia se seria certo se sentir bem por jogar água gelada sobre a cabeça dele, molhar toda sua roupa e deixa-lo desamparado com os diversos xingamentos que lhe dispara durante o processo, mas sempre se sentiu bem. Era estranho e assustador a maneira como ele achara para jogar na cara do pai tudo o que sentia. Sua raiva, aflição, medo, sonhos perdidos. Tudo era terrível demais para ser verdade, mas o garoto se obrigava a deixar tudo para trás a cada noite, quando o pai chegava. Era como se, junto com a água gelada, os pesares de Henry também fossem embora.

– Henry! – gritou a voz do pai. Ele parecia mais sóbrio do que normalmente.

O garoto se levantou, mas seguiu vagarosamente até a sala. O pai estava um caco. Seus cabelos castanhos estavam emaranhados, seus olhos vidrados e possuía cortes pelo corto todo. A primeira coisa que passou pela cabeça de Henry foi: briga de rua. Mas ele parecia mais ter sido atropelado por um caminhão.

– Filho, precisamos tirar você daqui – falou o pai, arfando. Henry ajudou o homem, evitando o bafo de cerveja que saia pela boca dele.

– OK. Vamos lá para cima e depois me tiramos daqui – falou Henry, que estava prestes a conduzir o pai para o banheiro da casa, para a ducha quando alguém entrou na casa. Alguém que não poderia ser uma das garotas com quem o pai saia.

– Corra, eu o distraio! – falou o pai, empurrando cambaleante o garoto para o outro cômodo.
Henry só teve uma mínima visão da criatura antes de cair no chão da cozinha. Era grande, de aproximadamente três metros de altura (quase do tamanho do hall de entrada). Henry não sabia como aquela criatura atravessara a porta sem estragos, nem como o pé direito do hall aumentara para quatro metros de altura, mas não decidiu ficar para saber. Os olhos... ou melhor... o olho da criatura era enorme e castanho era aterrorizante. O garoto correu. Como se sua vida dependesse daquilo – o que não era de todo uma mentira.

– Volte aqui, Henry – rosnou uma voz idêntica a de seu pai. – Lute como um homem, não fuja como sua mãe fez quando você nasceu! Volte aqui.
Henry parou e se virou assim que ouviu sua mãe se tocada no assunto. Ele viu que a criatura estava do lado de fora, com a boca suja de sangue e alguns trapos das roupas de seu pai nos dentes. Ele falava com a voz do pai, imitando perfeitamente ela.

– Não fale de minha mãe! Nunca! – gritou o garoto, encarando com seriedade aquele monstro, que ele identificou como sendo um ciclope. – Você pode ser grande, com um olho só e muito estranho. Não deveria existir e possivelmente é uma visão, mas cale essa maldita boca!

– Como semideuses falam... – resmungou ele, agora em uma voz grossa e cortante. Ele avançou para pegar Henry, mas algo acertou sua mão com força, cortando-a. Henry só teve tempo de ver uma adaga cortando o ar e decepando a mão do garoto, com uma sombra passando logo em seguida. A sombra acertou o nariz do ciclope, derrubando-o no chão.

– Sabe, filhos de Ares detonam! – falou uma garota. Ares? Era sério? – Então, acho bom deixar o garoto glitter em paz, ou terei que lhe machucar.

– Garoto glitter? – Henry não havia percebido, mas a sua volta um brilho sútil de rosa era emanado, fazendo com que seu corpo brilhasse. Sobre sua cabeça um pombo em 3D girava imponente.

– Filho de Afrodite, se quiser – falou a garota, cravando uma lança no peito do ciclope e fazendo-o se desintegrar. – Agora, garoto glitter, vamos para o acampamento!


Sorria :)
Bluee @ CG

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Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por 129-ExStaff Ter 06 Jan 2015, 11:17


Avaliação — DE RECLAMAÇÃO, Ficha
1UP
Parabéns, agora vocês podem correr risco de vida mortal como verdadeiros semideuses. *o*


Min Duchamps — Aprovada

Eita, Min. Terceira ficha, mas devo dizer que você conseguiu desta vez. Mesmo que a descoberta do Acampamento e de ser uma semideusa tenha ficado destacada da reclamação, não vi motivos para você não ser aprovada. Não tenho muito o que falar aqui, só o que disse na minha última avaliação: você escreve bem, no geral, somente algumas repetições desnecessárias, ainda que eu tenha notado que você sanou a maioria delas — fico feliz que tenha seguido minha dica <3 — e outra coisa que eu lhe dizer, mas acabei esquecendo: não se usa castanha para referir-se a um personagem pela cor do cabelo. Use "morena", é o termo correto. -v-

Henry Christian Campbell — Reprovado

Amigo, eu quase te aprovei, foi por muito pouco. A sua narração, por mais que não seja perfeita, seria satisfatória para a aprovação, a história, embora básica, também não me deu motivos para a reprovação. Mas achei a ficha muito cortada, pouco descritiva em detalhes, além de ter achado alguns pontos passíveis de descontos em fluência, mas o que me fez te reprovar foi você ter parado a ficha numa parte importantíssima, sem contar mais o resto. Como o seu personagem ficou depois de ser salvo? O que aconteceu com ele? Você tem que narrar essas partes, são de tanta importância quanto a reclamação.

Dúvidas, observações, reclamações? MP, Facebook.




Atualizado por Quíron.

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Pedido De Reclamação

Mensagem por Iara Medeiros Qua 07 Jan 2015, 03:35

▬ Por qual Deus você deseja ser reclamado? Caso não queira ser um semideus, qual criatura mitológica deseja ser?

Quero ser reclamada por Atena: deusa da sabedoria


▬ Cite suas principais características físicas e emocionais.

11 anos de idade 1,52 de altura cabelo castanhos e encaracolados claramente puxados do pai, olhos castanhos claro e covinhas na bochecha... alegre, animada, aracnofóbica e adora jogos de estratégia e 'se acha' um pouco


Por quê quer ser filho de tal Deus - ou ser tal ser mitológico?

Porque sempre me identifiquei por Atena afinal ela é a deusa da sabedoria e a imagem dela com um escudo e uma coruja sempre me encantou... eu sempre gostei de ouvir historias sobre ela como a que fala que os atenienses preferiram a oliveira de Atena em vez dos cavalos de Poseidon ou a história de Aracne e estratégia e inteligencia sempre foram meu forte

História da personagem: Iara estava entediada na aula enquanto seu professor de inglês explicava a diferença dos verbos em 1º, 2º e 3º pessoa. ela olhou para o lado e mandou por bilhete para seu melhor amigo que se chamava Jonathan. No bilhete estava escrito: 'na aula de Educação Física quando o professor mandar formar fila para escolher o time fique 3 alunos atrás de mim pois é mais ou menos com essa diferença que ele faz os times' .... um tempo depois ele respondeu com um bilhete que dizia tudo bem. Iara olhava o relógio esperando dar logo o horário do recreio para enfim elá ir á aula de Educação Física e então depois de 10 minutos que pareceram 10 horas finalmente eles puderam ir para o recreio.
Depois de comer um sanduíche de queijo ela, Jonathan e outra grande amiga que se chamava Letícia estavam se encaminhando á quadra apareceu de repente saindo do banheiro masculino uma figura alta e estranha que a olhou de de um jeito intimidador e deu um sorriso que pelo que Iara pode ver não tinha muitos dentes e Jonathan pareceu nervoso -O que foi Jonathan?-Perguntou ao vê-lo suar frio e ele respondeu -Nada de mais-
mas Iara sentiu um certo desconforto no seu tom de voz preocupado.
No ginásio havia três garotos estranhos como aquele então o professor disse: -Estamos pagando a esses jovens do orfanato para limpar algumas salas e pensei em chama-los para jogar futebol-... quando ele terminou de escolher os times como Iara previra ela acabou caindo no time de Jonathan e cada um escolheu suas posições.
Mas algo estranho acontecera: Um garotos grandes chutou a bola direto na barriga de Iara e então ela pode ver que ele só tinha um olho. Jonathan pegou a mão de Iara e saiu correndo dizendo -CICLOPES! FUJA!- Os dois fugiram e correram como nunca e ao ver que Jonathan a guiava á saída da escola Iara perguntou perplexa: -Nós vamos fugir da escola?- Quer dizer, está certo que ela achava a escola difícil por causa de sua dislexia mas como aquela era uma escola especial e ela tinha uma ótima memória para se lembrar dos ensinamentos não era tão ruim assim e Jonathan respondeu: -É preciso! Depois eu te explico!- E chegando perto do portão da escola ele gritou -Pule o portão okay?- Iara fez que sim com a cabeça e pulou o portão da escola que estava sem nenhum guarita porque estava na troca de turno e os dois conseguiram ouvir o barulho de destruição.
Já fora da escola Iara perguntou: -Agora você me diz o que está acontecendo?- E Jonathan contou tudo sobre o Acampamento Meio-Sangue e sobre os deuses e Iara falou perplexa -Ah! agora sei porque meu pai nunca me contou sobre minha mãe era para me manter segura de monstros! Mas então você realmente têm...- e Jonathan respondeu tirando os sapato e mostrando os cascos e depois falou: -Sim, e por falar em seu pai me siga! vamos avisa-lo!- Iara já não entendia mas depois de tudo aquilo resolveu seguir Jonathan.
Eles foram até um quintal recém lavado onde tinha um arco-iris -Oh deusa Íris aceite nossa oferenda-murmurou Jonathan jogando uma grande moeda que depois ela descobriria que era um dracma. E então apareceu a imagem de seu pai e Iara o chamou -Pai! EI! Pai!- que virou a cabeça e falou -Iara? E Jonathan? O que está acontecendo?- e Jonathan respondeu -A escola já não é mais segura, estamos ao lado da padaria que você costuma vir e então o pai de Iara gritou para esperarem ai e depois de 5 minutos estava com um carro ao lado deles -Eu lhes dou carona até o acampamento meio-sangue!- exclamou o pai da Iara -Ãhn... obrigado senhor- disse Jonathan, -Alan-respondeu o pai da Iara-Meu nome é Alan- Ele estava dirigindo absurdamente rápido e chegaram á Colina Meio-Sangue Rapidinho e então Alan abraçou Iara e disse que esperaria vê-la em breve.
Já fazia alguns dias que Iara estava ali e até que se dava bem com o chalé de Hermes e estava satisfeita lá e não tinha muitas esperanças de que fosse reclamada já que havia muitos meios-sangues que não foram até que certo dia dois garotos arrogantes do chalé de Hefesto começaram a implicar com um garotinho de 8 anos filho de apolo o que era uma tremenda covardia pois os filhos de Hefesto já tinham 14, Iara não queria deixar isso impune mas ela além de não querer briga com o chalé de Hefesto porque eles eram fortes ela era amiga de algumas pessoas desse chalé e isso poderia pegar mal mas mesmo assim ela foi lá, chamou a atenção deles e puxou sua lança dizendo para eles pararem com isso e os dois largaram os menino de Apolo e pegaram suas fortes espadas forjadas por eles mesmos e partiram pra cima dela que com rapidez e habilidade confundiu-os correndo e saltando de um lado para o outro até que desferiu um golpe num deles que lhe fez um profundo corte na perna e ele olhou para o irmão e disse -Acabe com ela- enquanto se arrastava para a enfermaria. Agora Iara duelava contra o outro filho de Hefesto que tinha uma espada muito boa mas Iara se concentrou fortemente usando sua capacidade de se lembrar bem dos ensinamentos e se lembrou de uma menina veterana no chalé de Hermes, grande amiga sua lhe ensinando a desarmar a alguns dias atras, Iara tentou se concentrar ao máximo até que ela conseguiu lembrar dos movimentos exatos e então ela desarmou o rapaz e lhe deu uma espetada no ombro que só derramou um pouco de sangue mas de qualquer jeito ele estava desarmado, com o ombro sangrando e a menina com quem estava duelando estava com sua espada na mão então ele se rendeu. Iara devolveu a espada para ele que foi atrás do irmão e quando Iara se deu conta muitas pessoas estavam olhando e então uma belíssima coruja chegou trazendo uma carta com uma coruja desenhada no selo prateado. Iara abriu o envelope que continha uma carta escrita com letra cursiva 'Tenho o prazer de reclamá-la como minha filha, assinado: Atena, A deusa da sabedoria' então uma imagem de uma coruja esculpida em um escudo de pedra surgiu no seu braço como uma tatuagem e desapareceu devagarzinho daí todas as pessoas que estavam olhando se ajoelharam e aplaudiram e Iara foi cumprimentada e levada ao chalé de Atenas obs: o meu texto não ficou alinhado porque meu computador está com bug daí eu não consigo alinhar
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Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por Henry Christian Campbell Qua 07 Jan 2015, 13:20



Ficha de Reclamação


Por qual deus deseja ser reclamado/ qual criatura deseja ser e por quê?
Afrodite, pois seria a deusa perfeita para a trama do personagem.

Perfil de Personagem:
Físicas: Seus cabelos são castanhos, curtos e bagunçados naturalmente, como se mesmo após serem penteados insistissem em ficar daquela maneira. Os olhos do garoto não possuem uma cor definida, mudando a cada instante. Suas íris costumam vagar entre o azul-safira e o verde-mar. O corpo do garoto sempre está em forma, devido ao esforço que este faz para mante-lo assim, indo a academia todos os dias e fazendo uma hora de exercícios sem interrupções. Dono de uma pele bronzeada, mas nada muito exagerado ou artificial. Possui aproximadamente um metro e setenta de altura, não podendo se vangloriar pela altura, que é consideravelmente baixa.

Psicológicas: Henry costuma ser muito sarcástico e irônico com desconhecidos, pegando muito pesado com estes. Seu egocentrismo – herdado da deusa do amor – pode ficar fora de controle certas vezes, o que o leva a parecer um amigo ruim, o que não é verdade. Quando ele se preocupa com as pessoas pode até esquecer um pouco desse papo de boa pinta, manter-se sempre bem vestido e arrumado, sorrir para estranhos e paquerar garotas, só para ajudar a salvar algum de seus amigos. Leonino, ou seja, dotado de uma personalidade forte e exigente, não costuma receber ordens de ninguém que não si próprio e, acima de tudo, nunca desiste de seus objetivos na vida.

História:
Não havia mais motivos para que Christian permanecesse no Tennessee. Ele havia perdido seu único emprego, sido despejado de seu apartamento e, para completar, sua namorada também lhe abandonara. Como alguém, com vinte e cinco anos, poderia passar por tantas coisas ruins? Parecia mais uma das peças infames do destino. Christian Campbell foi até o bar mais próximo, disposto a encher a cara, gastar até o último de seus centavos com tequila, vodca e qualquer outra bebida que lhe oferecessem. Ele não se importava com mais nada. Ele não tinha mais nada.

Christian entrou no bar e sentou-se no bar, com os olhos marejados. Sua cabeça girava e ele remoía tudo que a vida lhe havia disponibilizado: uma chance perfeita de se tornar advogado destruída; uma chance de se tornar alguém na vida destruída; uma chance de começar a criar uma família destruída; o sonho de uma casa própria destruída e, acima de tudo, seu coração, despedaçado.

Sem o emprego de meio-período que ele possuía, não haveria como pagar a faculdade, ou mesmo continuar a ter um teto sobre a cabeça. Ele sabia o que iria fazer, mas resolveu pensar naquilo somente no próximo dia, quando o efeito do álcool viesse cobrar a conta, com uma ressaca inesquecível.

Sob a luz tênue, num dos cantos do bar estava sentada uma mulher lindíssima. Seus cabelos, negros como o véu da noite estavam caídos sobre os ombros. Seus olhos, simpáticos e devastaodores eram de uma cor indecifrável, como se a cada instante mudassem, tão hipnotizantes que Christian poderia olha-los durante uma vida inteira, e ainda assim iria continuar fascinado. A mulher estava com um Martini e o bebericava lentamente, com as pernas cruzadas. O vestido vermelho de couro marcava cada mínima curva do corpo dela, mas incrivelmente ela não parecia uma prostituta como qualquer outra mulher parecia no lugar dela.

Os olhares se trocaram e, no mesmo instante, Christian se levantou e aproximou-se da mulher.

2 anos depois.
Nova York.

Depois daquela noite no bar, Christian nunca mais teve noticias da mulher, mas uma coisa acontecera na sua vida depois de conhecê-la: a sorte mudou. No dia seguinte ele jogou na loteria e venceu. O prêmio era milionário e mudou sua vida totalmente. Ele conseguiu se mudar para Nova York, comprar uma casa, abrir sua advocacia e tudo, aos poucos mudar sua vida, mas naquela tarde quente e abafada de verão, entretanto, ele teria uma surpresa que talvez valesse tanto quanto todos seus bens.

Ele caminhava pelo parque, se exercitando como sempre fazia, até que uma mulher lhe chamou atenção. Usava um vestido vermelho que delineava cada curva do corpo esbelto dela e seus cabelos eram negros. Ele se lembrava dela. Dois anos antes ela o havia incentivado a continuar seu caminho, depois de algumas intimidades. Seu coração bateu mais aceleradamente, talvez por vela, ou talvez só por saber que ela ainda estava viva. Se não fosse ela, talvez ele estivesse atirado num desses becos imundos.

Aos pés dela um cesto, e em seus braços um bebê de aproximadamente dois anos. Seria o filho ela?

Seu filho? – perguntou Christian, se aproximando lentamente.

Nosso – esclareceu ela, em uma expressão aborrecida.

Nosso? – Christian sentiu que seu coração apertar e sua cor se esvair rapidamente. Como ele poderia ter um filho? Ele tinha tomado cada mínima precaução para que isso não acontecesse. Ela deveria estar enganada.

Não estou enganada – esclareceu ela, como se lesse os pensamentos dele. – Eu nunca me engano. Ainda mais quando se trata de meus filhos.

Ele não pode ser meu filho! – falou Christian, entredentes.

A mulher deu de ombros e entregou o bebê no colo do homem, que não conseguiu recusar. Ela parecia angustiada com aquela decisão, como se a criança fosse o centro de seu mundo.

Até as melhores famílias cometem erros – constatou a mulher, com um sorriso amargo. – O meu será deixa-lo com você.... Durma com os deuses, Henry Christian Campbell.

14 anos depois.
Nova York.
Antes de ser caçado por duas empousai sanguinárias, Henry estava tendo mais um dia perfeitamente comum.

Ele havia acordado cedo, como fazia toda a manhã. O sol ainda não havia nascido, mas ele sabia que logo começariam suas aulas matinais. Os cabelos castanhos do garoto estavam bagunçados e seus olhos azul-safira ainda estavam embaçados, deixando com um nível reduzido de visão. Ele caminhava preguiçosamente pelo quarto de paredes cinza e chão branco. Deprimente era pouco para descrever o lugar, mas aquele era um internato não muito amigável. Era proibido todo e qualquer tipo de comunicação com o exterior. Celulares, computadores ou internet? Nem pensar.

Henry era obrigado a compartilhar o quarto com outros três garotos, mas estes ainda dormiam pesadamente em suas camas. Henry seguiu para o banheiro, onde tomou uma ducha rápida e rapidamente se vestiu, com um jeans preto e uma camiseta azul de manga curta. Sua mente estava enevoada, mas ele simplesmente suspirou e passou a mão por sua mochila, saindo do quarto em seguida. No corredor não havia muitas pessoas, mas as que tinham não pareciam se importar com a presença dele, ou com nada que fosse relacionado a ele. Ele não gostava muito da sensação de ser tão excluído assim, mas dava de ombros e continuava sua caminhada.

Duas garotas idênticas começaram a se aproximar de Henry. Eram bonitas, mas exalavam um cheiro extremamente doce e enjoativo, que criava uma terrível ânsia de vômito no garoto. Assim que elas chegaram perto o suficiente suas entranhas deram um salto mortal triplo de costas, o que não foi muito interessante. Ele gostaria de um antiácido – para tentar acalmar suas entranhas –, mas achou que seria grosseria falar aquilo em voz alta. As garotas possuíam olhos que vagavam entre a cor púrpura e o azul, corpos malhados e extremamente bronzeados e vestiam dois vestidos de líderes de torcida que lhes caiam super bem.

Está cedo para estar na rua, Henry – ronronou uma delas, tirando longas mechas de cabelo louro da frente do rosto.

Ebonny, você sabe, e não é de hoje, que eu acordo cedo – falou o garoto, dando um sorriso torto. – Não estou com tempo para suas besteiras.

Vá com calma – ronronou a outra, olhando no fundo dos olhos de Henry de uma maneira predatória. – Não precisa ser rude tão cedo.

Pelo visto está irritadinho – sugeriu Ebonny, sorrindo e mostrando seus dentes perfeitamente brancos e artificiais. Era possível mesmo alguém ser tão perfeita? Ela parecia ter vindo duma fabrica de Barbie’s.

Com licença, eu realmente preciso ir – falou o garoto. – Aliás, deveriam pensar em mudar de perfume. Já estou com vontade de vomitar e nunca mais comer um doce na minha vida.

Falando do meu perfume? Sabe quando custou isso, seu cretino?! – Ebonny, realmente parecia ofendida, mas Henry não se importou com o fato. Elas sempre se ofendiam com tudo.

Deveria ser mais gentil, afinal não queremos que Ebonny lhe machuque antes de podermos lhe preparar devidamente – falou a outra.

Me machucar? – perguntou ele, gargalhando. – Rebecca, com licença. Vou me atrasar se não for agora.

Não, não, não! – disse Rebecca, colocando a mão no peito de Elijah e o empurrando para trás. O garoto quase tropeçara em seus próprios pés. Ela era bem mais forte do que aparentava.

Estamos famintas! – disse Ebonny, com um sorriso torto. – Sabe quanto tempo passamos no Tártaro? Muito. Estou com muita fome e não como um semideus há muito tempo.

Será bom poder nos vingar de nossa mestra da melhor maneira possível – comentou Rebecca. – Ela nos matou com suas próprias mãos, só por termos errado uma poção, e nos lançou ao Tártaro.

Quando se está naquele lugar, existe muito tempo para aprender truques novos – ronronou Ebonny. – Ainda mais quando Pasifae e Medéia estão lá. Elas foram nossas mentoras, sabe?! Ensinaram-nos tantas coisas boas... Tantos truques, para termos nossa doce vingança.

Henry estava com vontade de rir, mas sentia a seriedade na voz delas e, no fundo – mesmo que uma pequena porção de si – sabia que o que elas estavam falando era verdade.
Ele não resistiu em provocar:

Mais doce que seu perfume? Acho difícil.

Nos tornamos muito mais fortes. Mais mortíferas. Mais letais – falou Rebecca, dando um passo a frente e ignorando o comentário de Henry. O barulho de sua caminhada foi como quando se deixa metal cair no chão.

Quando os olhos de Henry encontraram as pernas das garotas percebeu que haviam mudado. Elas possuíam pares de pernas estranhos: uma peluda e de coloração marrom, como as pernas de um burro; outra reluzente e metálica, aparentemente feitas de bronze.

Ele recuou dois passos e encarou-as assustado. Seus cabelos, anteriormente volumosos e perfeitos, agora estavam em chamas. Queimavam de forma uniforme, subindo, mas não deixando fumaça. Sua pele se tornara tão branca quanto os ossos de mortos e suas unhas se alongaram como garras. Dentes pontiagudos e amarelados substituíram os dentes perfeitos e seus olhos ficaram vermelhos-sangue.

Por favor, parem – pediu uma voz feminina atrás de Henry, fingindo súplica. Ele sentiu alguma coisa na voz da garota, mas era fraco demais. Virou-se para encara-la.

Ele fixou seus olhos numa garota não muito alta e de pele levemente bronzeada. Possuía o cabelo castanho e amarrado numa trança, com uma pequena pena azulada em seu fim. Ela era linda, mas, diferente de Ebonny e Rebecca – antes de se transformarem em monstros com pernas irregulares – sua beleza era natural e pacífica. Ela vestia uma camiseta branca com as letras CHB e um jeans simples. Em sua mão ela segurava um chicote, e na outra uma adaga.

Se importam se eu e minha namorada entrarmos na festa? – perguntou uma voz vinda da outra extremidade. Era masculina, sem sombra de dúvida, e parecia pertencer a alguém com aproximadamente dezoito anos. Esta voz não carregava o mesmo poder que a outra, mas soava firme e autoritária.

Henry virou-se novamente, vendo o garoto moreno que entrava pelas portas. Ele possuía mais de 1,80 e tinha olhos castanhos, que vez ou outra, pareciam fumegar, além de porte atlético. Seu cabelo não era muito comprido e estava em perfeito estado, como se cada fio estivesse em posição de sentido. Ele vestia uma camiseta laranja, exatamente como a da garota com as letras CHB. Em sua mão ele segurava uma lança de um metro e meio de comprimento com a ponta de bronze.

Mais semideuses – ronronou Ebonny, mostrando as garras. – Que bom que se juntaram a festa. Pelo cheiro são... filha de Afrodite e... filho de Ares.

Daria um ótimo ensopado – falou Rebecca, lambendo os beiços.

Vocês ficariam melhores no Tártaro – começou a garota –, a decoração lá exige algumas barangas como vocês.

Podemos começar pelas explicações?  – perguntou Henry, saltando para trás quando Ebonny tentou arranha-lo com suas garras. Ele estava assustado com aquilo, mas decidiu focar na sobrevivência.

Se você sobreviver – falou o garoto –, podemos ir para as explicações.

Ótimo – resmungou Henry, abaixando-se e chutando a perna de Rebecca, que tentou lhe arranhar. Ela caiu pesadamente no chão e Elijah retomou sua posição, preparando seus punhos.

Legal – falou a tal filha de Afrodite, com certa surpresa em sua vez. – Ele sabe lutar!

Como se fosse adiantar contra essas empousai – falou o filho de Ares, tentando acertar a lança no peito de Ebonny, que conseguiu desviar com uma velocidade incrível.

Como você é pessimista Elijah – resmungou a garota, filha de Afrodite.

Vai me dizer que não é verdade, Luna? – rebateu Elijah, continuando a lutar.

Luna pegou a adaga e a lançou para Henry, que a segurou firmemente e brandiu contra as empousai. Elas hesitaram, mas logo voltaram a ataca-lo de forma brutal, tentando a todo custo arranha-lo ou morde-lo. Henry, sem saber como, continuava esquivando e tentando esfaquear as empousai. O garoto começou a sentir-se mais motivado a cada vez que conseguia chutar a cara das empousai e isso o fez continuar. A lâmina da adaga que Luna dera-lhe atravessou o braço de uma das empousai e a fez cair pesadamente, se dissolvendo numa poeira dourada. Henry percebeu que acabara de derrotar Ebonny, e sozinho.

Rebecca lutava contra Elijah e Piper. Piper lançava-se contra ela e tentava golpeá-la com sua espada. Jason por sua vez perfurou a barriga de Rebecca com a lança, também fazendo-a se dissolver em um pó dourado.

Sério? – Elijah olhou para o céu, como se falasse com alguém. – Mais um Garoto Glitter? O que eu fiz para merecer isso, pai?

Henry não havia percebido, mas a sua volta um brilho sútil de rosa era emanado, fazendo com que seu corpo brilhasse. Sobre sua cabeça um pombo em 3D girava imponente. Luna parecia animada e abraçou Henry com força.

Bem vindo a família, irmão.

Como eu odeio resgatar filhos de Afrodite... – resmungou Elijah. – Vamos levar ele logo para o acampamento.

Horas depois.
Long Island (Nova York)

Depois de viajar – de pégasos – até Long Island, eles se prepararam para subir uma colina. Sobre esta uma estátua dourada brilhava, emanando poder. Até mesmo Henry sentia aquele poder, mas não parecia ser um tipo de poder agressivo. O coração dele acelerou. Ele não conseguia acreditar que estava subindo uma colina por achar que era um dos filhos de Afrodite, só por ter brilhado e por uma pomba girar sobre sua cabeça.

Atena Partenos original – esclareceu Luna, como se lesse os pensamentos do garoto.

Eles começaram a subir lentamente, o que não ajudava a manter Henry mais calmo, só servia para deixa-lo ainda mais nervoso do que anteriormente. Ele só se acalmaria depois de ouvir a história toda da boca de uma pessoa que não use uma lança para matar as colegas de Henry, que por sinal eram demônios-sanguessugas. Quando estavam quase atingindo o topo, Henry parou e respirou fundo, se preparando mentalmente para qualquer esquisitice que pudessem existir depois da Atena Partenos, que estava sumida a sabe-se-lá quanto tempo. Assim que se preparou para tudo que poderia acontecer, continuou a caminhar.

Na entrada do acampamento um homem-cavalo estava esperando por eles.

Esse é o centauro Quíron, nosso diretor de atividades. – Elijah pareceu insistir na palavra "centauro", como se estivesse dizendo, entrelinhas: "Centauro, não homem-cavalo, nem homem-mula ou super-cavalo-humano.".

Seja bem-vindo ao acampamento Meio-Sangue, Henry, filho de Afrodite.



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Re: Ficha de Reclamação

Mensagem por 096-ExStaff Qua 07 Jan 2015, 15:35

avaliação

iara medeiros. Reprovada.

Primeiro, 'cê tem que adequar seu nome, iniciá-lo com letras maiúsculas por questão de estética mesmo. Você pode postar [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link] e postar, pedindo as devidas mudanças. Segundo, sua ficha, de cara, não encheu os olhos. Tente usar mais cores, separar os parágrafos, tudo para deixar mais chamativo para o avaliador. As respostas, principalmente na questão de descrição do seu personagem — física e psicologicamente — deixaram a desejar; na próxima, tente aprofundar-se mais. Notei também vários erros ao longo do texto, e você tem um sério problema com vírgulas. Leia em voz alta e marque, com as vírgulas, as pausas, e separe uma oração da outra. Isso deixa seu texto mais fluente e agradável de se ler.  No mais, boa sorte na próxima!

Henry Christian Campbell. Reclamado como filho de Afrodite.

Então, Henry, fiquei muito indecisa, mas resolvi te dar essa chance. Notei alguns erros ortográficos, mas nada gritante e que não possa se resolver com uma revisão. Sugiro que utilize um corretor que não seja o word. Alguns erros de concordância, também, mas nada que te reprovasse. Gostei muito da sua história, apesar de encontrar um ou outro "Elijah" no lugar, creio eu, onde deveria estar o seu nome. No mais, parabéns.


atualiza aqui, porfa

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Re: Ficha de Reclamação

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