Rio do Acampamento ♠Local Público Oficial♠

por **072-ExStaff** Sáb 08 Set 2012, 04:54

Relembrando a primeira mensagem :

Cortando boa parte do Acampamento Meio-Sangue, um córrego límpido se esconde. A água, normalmente, é gélida, o que desencoraja muitos à nadar no mesmo. O ponto de maior encontro dos campistas é próximo ao Punho de Zeus - mesmo que todos saibam do perigo que existe dentro da Floresta, muitos gostam da ideia de se arriscarem dentro do mesmo -, embora haja muitos mais; isso só depende de quem o visita.

Uma parte da extensão do Rio é usado para a prática de Canoagem; também é deste local que é retirada a água para os Estábulos e irrigação dos Campos de Morango.

Rio do Acampamento ♠Local Público Oficial♠ - Página 43 __________133_

Rio do Acampamento ♠Local Público Oficial♠ - Página 43 __________133_

por **Alessio B. Constantino** Dom 15 maio 2016, 09:22

Onde beleza tamanha se escondera por tanto tempo? Eram os olhos esbranquiçados irradiando serenidade em sinergia com a voz de entoação majestosamente atraente. Esforços regados a dúvida e ansiedade apenas traziam angústia, pois no fim nenhuma linha de pensamento se completava. O que é essa luz? Quem é essa garota?

Bom ouvinte e bem intencionado, tocava a mão da garota em cumprimento, quase afagando. Entendia perfeitamente o que ela estava dizendo, pois até mesmo num simples gesto e contato, estranhava estar próximo a uma pessoa viva. Seus olhos encontraram aqueles confusos e intimidantes, não sanhudos, mas angustiados. Uma fina e leve corrente de ar correu por entre eles no exato momento do toque.

— Meu nome é Alessio. Alessio Constantino — as palavras saíam sem pensar, sem medo, sem cautela.

De alguma forma, a presença daquela o mantinha relaxado como mais nunca estivera desde que chegou ali no acampamento. Como poderia esconder sua identidade se ansiava pela dela? Uma bela troca, julgou sua mente, em pedido aturdido de lembrança daquela face. Nenhum nome o trazia resquícios ou momentos de quando esteve enfiado na multidão de campistas. Não deveria ser alguém que sempre estivera ali, a relacionar com seus problemas e curvas ao procurar a luz. E ao desejar que Alessio encontrasse a luz, não parecia mentir.

— Não precisa se desculpar. — levou a mão da garota, inspirando leveza, até a grama que antes tocava e sorriu. — Todos nós temos nossos próprios demônios, e às vezes, nem a cela e o maior de nossos esforços podem segurá-los.

Aquele rápido e provisório olhar nos lábios bem feitos e dispostos trouxe um leve arrepio. Não costumava falar bastante como era perceptível, porém novamente estava surpreso por liberdade inexplicável com uma recém-conhecida. Afinal, quem é essa garota?

AHN:

por **Ayla Lennox** Dom 15 maio 2016, 13:00

Under The Moonlight.

Everything seems almost... Lovely.

She whispered to the moon
And sang to the darkness
She called to the shadows
Until it was all done.

• • •

O toque dele era cauteloso, gentil, como uma criança temendo quebrar algo que lhe era igualmente novo e valioso. Um pouco destoante do que sua aparência - para alguns parecendo bruta - prometia, o que mais uma vez foi uma surpresa agradável para a filha de Selene.

Seu nome era Alessio. A garota repetiu o nome em silêncio, apenas movendo os lábios - um péssimo hábito que possuía - e ao fim desse gesto, sorriu.

Tendo substituído o toque de sua mão quente contra a da garota pela terra úmida e irregular, o rapaz voltou a falar.

— Todos nós temos nossos próprios demônios, e às vezes, nem a cela e o maior de nossos esforços podem segurá-los. — Afirmou em tom suave.

Então ele também não era mais tão ingênuo diante do jogo dos deuses. Conhecia os bastidores da vida semidivina e possivelmente a falta de glamour que ali existia. O sangue, a guerra, as condenações e perdas.

Ayla inspirou profundamente e soltou o ar com uma lufada.

— Foi quando percebi isso — fitou o horizonte por alguns instantes — que resolvi partir. Não é como se o acampamento precisasse de mais uma preocupação, entende?

O termo saudade não era o melhor para descrever sua relação com o lugar, mas talvez tivesse precisão se usado para descrever o que sentia ao lembrar quem era quando havia chegado ali.

— Eu costumava ser monitora. Eu sei, não pareço um bom exemplo agora, mas deveria ter me visto nos treinos de chalé. — Disse enquanto ria. — Mas as coisas começaram a dar errado com o acampamento, com as fronteiras, os monstros, as pessoas... Comigo. — A seriedade parecia ter sufocado o tom de divertimento presente segundos atrás. — Então achei que seria melhor me afastar até que pudesse conviver com meus demônios de forma boa o bastante para saber que eles não me fariam ferir ninguém além de mim mesma.

A correnteza e os sons da própria noite preencheram o ar, impedindo que o silêncio desconfortável se instalasse de forma muito aparente. Se arrependeu por ter falado demais e acabou por virar o rosto o bastante para que não encarasse o semideus que lhe fazia companhia.

Poderia ter permanecido em silêncio, mas ela escolhera a pior alternativa: Havia falado a verdade.

Spoiler:

Ayla, roubado de.

por **Alessio B. Constantino** Seg 16 maio 2016, 09:46

O silêncio é a arma que o instinto humano usa para afirmar algumas certezas. Na maioria das hipóteses, são verdades doídas e recheadas de emoções. Para os meios-sangues, o silêncio reflete como um desapego. Desapego da realidade, fruto do cansaço e esforços incessantes apenas para tentar ver algo utópico; que de nome já diz, nunca irá acontecer.

As lufadas de vento castigaram em sintonia com as palavras. Apesar de duras, condiziam bastante com a realidade. Eis mais dois descompromissados com a ilusão em que foram imersos ao conhecer o acampamento. Apesar de ser um bom ouvinte, em algumas vezes Alessio figurava imagens na mente e imaginava o que estava ouvindo, se perdendo da realidade. Essa capacidade de sua mente estava sendo bem explorada até que percebeu a garota virar o rosto, como se quisesse se esconder.

Sua boca se enchia de saliva e cada nova tentativa de falar algo, tinha que engolir as palavras que já estavam ditas, mas pelo silêncio, pelo som da natureza evocado em momento perfeito. Anteriormente, essa aproximação não seria possível, menosprezando a timidez e solidão do garoto. Porém diante dos fatos, compadeceu-se por eviterno.

— Ei, Ayla. — chamou calmamente. Tirou as mãos que sentiam a grama molhada da beirada do rio, buscando trazê-la para seu aconchego, um pequeno encaixe entre seu braço e peitoral. Provavelmente estava fazendo algo bastante impensado, mas virou para recebê-la e assim o fez. — Você fez o seu melhor. Não adianta fugir e tentar proteger a todos, se está se machucando ou se afundando. Se você teve o bastante para não ficar, tudo bem ter saído, mas não foge e deixa essa preocupação. Você, com certeza, é uma pérola deste lugar. A poeira baixando ou não, vai precisar de amigos, pessoas que possa contar. — sem forçar nenhuma retribuição no olhar, falou apelando para um sorriso brincalhão. — Tudo bem se eu me candidatar a ser um destes, né?

Alessio não pensava se estava a enganando com todas aquelas palavras, pois nem ele mesmo antes de falar acreditava. A partir do momento em que tudo saiu, pareceu ser provável, uma fina chama de realidade intangível que poderia acender momento ou outro. A fé, nessa alegria de viver por tudo que ama, ainda poderia ser pequena e frágil, no entanto, foi capaz de depositar todo o amor que tinha escondido e nunca explorado, na esperança de um dia tudo poder dar certo.

AHN:

por **Ayla Lennox** Seg 16 maio 2016, 23:36

Under The Moonlight.

Everything seems almost... Lovely.

She whispered to the moon
And sang to the darkness
She called to the shadows
Until it was all done.

• • •

A garota, de súbito, sentiu algo diferente logo depois que seu nome foi chamado. Não era um diferente ruim, o mais correto seria definir como inesperada tal sensação.

Sentia calor.

Dentro de si, mas também ao seu redor, humano, envolvendo-a de forma literal e cautelosa. Hesitante de forma efêmera em seu início, mas logo se alastrando sem pensar duas vezes.

Acima disso, sentia também que não estava mais sozinha, e isso foi o que fez com que Ayla não se afastasse ou recusasse o toque. Se aninhou, ajustando suas curvas - mesmo que não muito avantajadas - às linhas do corpo de Alessio. Sua cabeça estava apoiada um pouco abaixo do ombro do rapaz e por alguma razão não se importou em saber que suas bochechas certamente estavam rosadas.

Sorriu de canto e finalmente se achou capaz de responder aos dizeres de Constantino.

— Acho que você tem razão. — Admitiu. — Você conhece a história de Atlas, não conhece? Ele não é capaz de segurar muito bem o peso do céu sozinho, mas não é como se ele tivesse muita escolha. — Deu de ombros enquanto esperava que o garoto compreendesse.

Diante da última pergunta, Lennox sentiu uma pontada de dúvida. Não queria envolver mais alguém na desordem que se resumia cada capítulo de sua vida, mas ao contrário dela em algumas ocasiões, ele tinha uma escolha.

— Por favor, permita-me. — As palavras saíram quase em um sussurro enquanto a mentalista levava as palmas das mãos ao rosto do semideus.

Fechando os olhos, finalmente resolveu encostar sua testa na dele. Não precisou se concentrar muito, sabia que as memórias viriam sem dificuldade alguma.

Uma trombeta soou, rasgando o ar noturno de forma impiedosa. Foi uma questão de poucos segundos até que todos os campistas deixassem de lado as devidas refeições e começassem a correr.

Tudo se tornava caos. Fogo, espadas se encontravam e produziam sons tão altos quanto os gritos semidivinos e bestiais que lutavam entre si.

Sangue era derramado no chão, em metais, em árvores. Ela lutava, mas todos aos seu redor também o faziam.

Não foram todos que permaneceram de pé, e aquilo havia ficado claro no anúncio de Quíron na fogueira.

Fumaça. Escuro. Já não estava mais no acampamento.

Nova Iorque, uma mulher, duas. Rostos inconstantes, mas com algo em comum: Desejo, curiosidade pela lupina. Tinham ofertas, mas também ordens.

"Vá."

E ela foi.

Estava caída no chão de uma igreja, rachaduras se espalhando ao seu redor. Medo. Sim, tomava cada parte de seu ser enquanto gritava agonizando e tentando conter os tremores em seu corpo.

Veias escuras, sombras pairando ao seu redor, saindo de suas mãos. Seus olhos se abriram de forma repentina, revelando a mais pura escuridão.

Choraram. Seus amigos, seu pai, seus aprendizes, todos que tinham estado ao seu lado.

E tudo que restou foi o vazio.

— Me perdoe. — Pediu enquanto sentia os olhos marejarem. — Se ainda achar que é uma boa ideia ficar por perto, fique.

Apesar da afirmação, não ficaria surpresa se ele levantasse e partisse.

Spoiler:

Ayla, roubado de.

por **Alessio B. Constantino** Ter 17 maio 2016, 11:00

Moonlighht

Mister moonlight, pensou, enquanto a garota repousava em seu colo. Ela provavelmente teria hesitado, mas por motivos que Alessio não conseguia explicar, ela se deixou abraçar e ficar envolta sem nenhuma objeção. You came to me one summer night and from your beam you made my dream, cantarolou em sua mente, rindo após isto, parecia até engraçado o rumo que as coisas estavam tomando. Realmente estava se sentindo muito bem.

— Sim, como eu entendo. — concordou espremendo os lábios, sem tirar o sorriso.

Aquele clima estava parecendo perpétuo, quando ela levantou suas mãos para segurar o rosto do seu companheiro, encostando sua testa na dele. Ele nada mais fez, esperou de olhos fechados, engolindo seco e permitindo apenas no gesto de não se mover. Mas nem nos piores pesadelos, estava esperando algo assim.

A visão escurecida logo deu lugar à imensidão de imagens, como se em um caldeirão estivesse água refletindo imagens e uma concha estivesse mexendo, deixando tudo impossível de distinguir. Logo adiante, uma trombeta soou, mostrando em seguida um cenário horrendo. Alessio conhecia aquele lugar. Era o acampamento meio-sangue.

Era mais do que um campista, mesmo novato, poderia aguentar. A ideia de que tudo que respirava confiança e paz para ele estar sendo destruída em questão de minutos, sangue e fogo espalhados por todos os lados, era algo tão assustador que poderia jurar que estava boquiaberto. Em meio à alucinação, as imagens mudaram e retrataram um cenário bem diferente e desconhecido.

Duas mulheres que não conheceria se avistasse novamente, conversando e propondo coisas das quais segundos após surgir, ele nem lembrava. Depois mostrava uma garota, entregue ao chão, gritando e estremecendo. Aquela tormenta era poderosa e rachaduras se espalhavam ao seu redor. Suas veias enegrecidas compactuavam com as sombras que saíam de suas mãos. E de repente, abriu os olhos mostrando a pura escuridão. Muito choro dos entes queridos, pessoas que provavelmente vivenciaram ao redor daquela garota. Pessoas que tinham apostas naquela garota. Os olhos de Alessio lacrimejaram por Ayla.

Uma voz, que no começo parecia distante e ensurdecedora, o acordou do transe.

— Me perdoe. — O tom de calma se esvaiu. Olhava com apreensão, atônito e confuso para aquela que estava a dizer mais. — Se ainda achar que é uma boa ideia ficar por perto, fique. — Estava entendendo. A voz estava abatida.

Ainda boquiaberto, procurava palavras, porém nem conseguia explicar o que estava sentindo naquele momento, tampouco pôr isto em palavras. Ayla tinha sofrido aquilo tudo, mesmo assim, ainda podia exibir sorrisos, dispor de seu humor atraente, ter o prazer de estar viva. O calor de seu corpo denunciava sua sobrevivência, após aquelas visões assombradas que tivera do passado da garota. Engoliu seco, piscando os olhos, numa tentativa impossível de reverter tudo aquilo num pesadelo e acordar. Então abriu, vendo o belo e ferido rosto pelos fantasmas passados.

— Ah, Arya. — Foi tudo que conseguiu dizer, por hora. Investigava a menina branca, olhando nos seus olhos, sua boca. Espremeu os lábios e baixou o olhar. — Você já teve muito pelo que lutar e viver. Você perdeu tudo. Eu compreendo, também tive pelo que lutar e viver e perdi. Você tem fantasmas e dores. Eu tenho, não quero proporcionar e comparar. Fantasmas são fantasmas, dores são dores, você é Ayla e eu sou Alessio. Pensar que existe um grau progressivo ou regressivo não vai acabar ou resolver nossos problemas. — Pausou e engoliu mais saliva, sabendo que qualquer desvio que pudesse cometer iria machuca-la. — Parte de mim anseia que tudo isso acabe. Não nossos problemas. Seria fácil demais se tudo fosse resolvido em questão de segundos. — Sorriu, como se aquilo fosse piada. — Somos fadados a buscar o êxito, só assim seremos recompensados. Você está aqui por algum motivo. E eu também. Nós não desistimos. E não estamos dividindo emoções, momentos e confissões para desistir agora. Posso estar fazendo maluquice em dizer isso. — Riu. — Mas, oficialmente, me declaro seu novo amigo. Sem abandono, certo?

Tudo fluiu de uma maneira decisiva para que até mesmo ele revivesse suas esperanças. Estava bem, assustado, porém destemido, enfrentando seus maiores medos, claramente entregue a luta e não aceitaria a derrota. Olhou-a nos seus olhos alvos e sorriu, desejando que pudesse ajuda-la.

AHN:

por **Ayla Lennox** Ter 17 maio 2016, 15:29

Under The Moonlight

Everything looks almost... Lovely.

She whispered to the sun
And sang to the darkness
She called to the shadows
Until it was all done.

• • •

De imediato, o sentimento de que havia cometido um erro a atingiu como uma punhalada.

Cada uma das cenas possuía informação de mais, confusão de mais e dor de mais. Eram longas histórias cuja própria mente da filha de Selene ainda não se sentia capaz de lidar bem mesmo depois de tanto tempo passado. De certo, tudo aquilo também estava além do que Alessio estava pronto para conhecer, ver e sentir.

Como se guiados por seu pedido de desculpas - que se sentia impulsionada a repetir mais algumas vezes -, os olhos do semideus se abriram. Denotavam o choque que o dono deles estava após presenciar tudo aquilo, mas mesmo depois de piscarem algumas vezes, algo permanecia: pareciam estar buscando pelos de Ayla.

Encontraram.

Constantino abriu e fechou a boca algumas vezes, buscando e sentindo as palavras escaparem cada vez que repetia o gesto.

Está tudo bem. Não precisa dizer nada. Pensava a garota de forma compassiva.

Mas mesmo assim ele o fez e, diferentemente do que a semideusa esperava, ele não a julgou, não temeu, não partiu. Os dizeres saíam de forma serena e ela sentiu que ele a compreendia.

— Somos fadados a buscar o êxito, só assim seremos recompensados. Você está aqui por algum motivo. E eu também. Nós não desistimos. E não estamos dividindo emoções, momentos e confissões para desistir agora. Posso estar fazendo maluquice em dizer isso. — Afirmou rindo. — Mas, oficialmente, me declaro seu novo amigo. Sem abandono, certo?

Ela sorriu e involuntariamente voltou a repousar a cabeça no peitoral do rapaz. Mesmo que não se conhecessem a muito tempo, uma sensação como paz começava a lavar seu rosto.

— Certo. A recíproca é verdadeira.— e quase em um sussurro, completou — É bem mais do que eu mereço.

A luz da lua pareceu ficar um pouco mais forte naquele momento, permitindo que vissem o cenário como um todo de forma clara, mais bela. Era assim que Ayla tentava acreditar que seriam seus próximos dias também.

Spoiler:

Ayla, roubado de.

por **Alessio B. Constantino** Sáb 21 maio 2016, 03:05

Will you still need me, will you still feed me,

WHEN I'M SIXTY-NINE

As palavras atingiram a mente do garoto como um direto bastante efetivo. O que ela fez de tão horrível para não merecer minha pobre amizade?, pensava, sem compreender aquela resposta melancólica. Alessio já tinha passado por bastante coisa, mas sempre que começava conhecer alguém a fundo, compadecia com as dores e horrores. Na maioria das vezes, acabava por se envolver e não ter mais saída; ou libertava, ou apenas afundava. Como um rapaz muito insistente, mesmo sem conseguir ter salvo uma pessoa ao seu redor, esperava pelo primeiro êxito.

— Bem, eu tenho certeza que merece estar com alguém melhor que eu. — sussurrou desdenhando de si mesmo. — Aposto que nunca esteve ao lado de um rapaz tão saudável como eu, aos 69 anos. — Sorriu de jeito malicioso.

Era sua fantástica e reconhecida forma de humor. Nenhuma duplicata, imitação ou pessoa poderia se passar por Alessio sem ter um humor corrosivo sempre mirando a si mesmo. Obviamente, ela não conhecia sua história, mas não teria dificuldade em saber se continuasse dando oportunidades. Ele estava à vontade. Ao lado dela, não conseguia mais pensar em nada a não ser desfrutar do momento e da beleza sensacional, tanto da noite, quanto de sua companhia.

— Pensando bem, aposto que não viu ninguém com sensualidade tão viva em uma pessoa com 69 anos. Existem pessoas que chegam a essa idade? —Riu, tentando envolve-la melhor em seus braços. — Provavelmente meios-sangues não. Você tem algo pior a apostar?

AHN:

por **Ayla Lennox** Dom 22 maio 2016, 21:56

Under The Moonlight

Everything looks almost... Lovely.

She whispered to the moon
And sang to the darkness
She called to the shadows
Until it was all done.

• • •

A garota estava inegavelmente distraída quando finalmente sentiu o peito de Alessio reverberar conforme ele voltava a quebrar o silêncio que havia se instalado entre os dois por alguns instantes.

— Aposto que nunca esteve ao lado de um rapaz tão saudável como eu, aos 69 anos.

Lennox afastou a cabeça, antes apoiada no peito do semideus, o bastante para que pudesse virar o rosto e encará-lo com um sorriso igualmente maldoso. Inclinou o rosto para os lados e semicerrou os olhos por poucos segundos como se estivesse a analisar suas feições de forma cautelosa.

Finalmente, deu de ombros e falou em tom brincalhão:

— Você está até bem conservado pra alguém dessa idade. — Riu enquanto erguia uma das sobrancelhas. — Depois me passe uma lista dos cosméticos que usa, posso acabar precisando.

Sendo novamente acolhida pelo braço do rapaz, a lupina, quase sem querer, viu-se mordendo o lábio inferior. Depois de muito tempo, finalmente sentia-se bem na companhia de outro indivíduo.

— E provavelmente também não conheci ninguém tão humilde. — Falou enquanto mostrava a língua. — Bom, acho que entre os mortais não é algo exatamente raro, mas entre nós... Chegar à metade disso é quase um milagre. — Deu de ombros e voltou a fitar o rosto de Constantino. — Mas então, existe alguma história no decorrer dessa idade nem um pouco sugestiva que gostaria de dividir comigo? Acho que já falei demais sobre mim.

E aguardou a resposta enquanto observava a correnteza levar para longe alguns gravetos que ali arremessava de forma displicente.

Spoiler:

Ayla, roubado de.

por **Alessio B. Constantino** Ter 24 maio 2016, 00:04

For your eyes only

I'LL SHOW YOU MY...

— É segredo de família. — Sorriu maliciosamente, mostrando as covinhas. — Entre e descubra.

Era difícil escolher o que contar para sua companheira. Sua mente buscava numa espécie de filtro, pois de horripilante não faltava, mas precisava de algo que sustentasse o clima longe de ser hostil. Alessio já foi um adolescente muito ativo em sua vida antes do acampamento, apesar dos problemas que consecutivamente arranjava na cidade, tinha muito a contar.

— Bem, você não, mas seus avós devem se lembrar do pós-guerra. Ah, os pubs e... — Fingiu fantasiar, claramente não iria fazer propaganda ruim de si mesmo. — Depende, você pode escolher entre: Suicida, +18, mancadas públicas, como sobreviver no inferno, como quebrar uma empresa. — bufou. — Acho que não me esqueci de nada.

Olhava profundamente naqueles majestosos e não mais gélidos olhos alvos, pois estavam trazendo calma e pureza, um olhar sereno e amável. O sorriso se desfez em seus lábios, transtornando-se novamente com a beleza incomparável daquele ser ao mínimo feixe de luz lunar. Eu poderia te contar toda a minha vida, mas tenho certeza que meu olhar passa tudo que eu tenho a falar e não digo, pensou, franzindo as sobrancelhas.

— Sei que já tivemos vivência, boas e más experiências. — Desviou o olhar, encorajando-se a dizer. — Eu realmente quero ter o que te contar de melhor no futuro. Que minha vida está dando certo. Que eu estou conseguindo. Mas... Eu não quero dizer isso. Bem melhor você viver isso, para que eu também não precise ouvir de você o quanto tudo melhorou. — mirou os olhos e atirou as palavras. — Gosto da sua presença. Eu não senti paz por um longo tempo. — desde que minha mãe faleceu, para ser sincero. — E você não me trouxe a paz. Você é a paz.

Engoliu em seco, sem saber o que dizer, alternando olhares compulsivos entre os olhos e a boca da garota.

AHN:

por **Ayla Lennox** Ter 24 maio 2016, 23:34

Under The Moonlight

Everything looks almost... Lovely.

She whispered to the moon
And sang to the darkness
She called to the shadows
Until it was all done.

• • •

Depois de mais uma resposta que por si só permitia mais de uma interpretação, Alessio pareceu um pouco inseguro. A garota não o culpava, afinal de contas, para a maior parte dos semideuses, vasculhar os fatos passados das próprias histórias era como adentrar em labirintos tortuosos cujas paredes eram feitas de lâminas com gumes afiados.

Aguardou pacientemente por breves instantes até que o rapaz tivesse escolhido o que dividiria com a lupina.

— Depende, você pode escolher entre: Suicida, +18, mancadas públicas, como sobreviver no inferno, como quebrar uma empresa. — Anunciou o semideus.

Lennox bufou e ergueu uma das sobrancelhas.

— Hm... Vejamos. O primeiro tema não me atrai muito. — afirmou enquanto batia o indicador contra o queixo algumas vezes fingindo um tom pensativo. — Quer dizer, não é como se já não existisse uma quantidade considerável de coisas tentando nos matar. — deu de ombros enquanto retomava em tom brincalhão — Bom, tenho quase dezenove, me identificaria bem com as vergonhas em público, as técnicas de sobrevivência lá embaixo podem ser muito úteis algum dia. Quanto às empresas, acho que prefiro uma quebra mais literal. — Enumerava com os dedos enquanto ria ao fim da frase.

Por alguma razão, a mentalista sentia que seu companheiro tinha algo mais a dizer e resistiu fortemente ao impulso de ler seus pensamentos, evitando até encontrar seus olhos de imediato, temendo não resistir.

Afastou-se de forma sutil e com as mãos apoiadas no chão, deslizou o corpo até que finalmente pudesse se encontrar sentada à frente de Alessio. Por sorte, ainda se encontrava a uma distância razoável da margem. Puxou o casaco até seu colo e por uma mera questão de hábito, passou os dedos pelos cabelos enquanto o escutava cuidadosamente.

Apesar de carregarem certo peso, os dizeres saíram de forma natural e tinham uma forte recíproca. Não conseguia desejar nada além de que as coisas dessem certo para ambos.

Ayla suspirou e só então percebeu que, de fato, todos carregavam nas costas o peso absurdo de seus mundos particulares - mas também dentro de si, o esplendor do universo. Existia algo bom.

— Eu não senti paz por um longo tempo. — Falou Alessio enquanto a fitava. — E você não me trouxe a paz. Você é a paz.

Aa palavras chegaram a seus ouvidos de forma súbita. Levou alguns minutos para entender e ter certeza do que havia escutado. Enrubesceu.

— Existem várias coisas que eu posso ser, Alessio. Mas não achava que essa fosse uma delas. — Afirmou em tom suave e um tanto melancólico. — Espero que não esteja enganado.

Sorriu de forma serena apenas com o canto dos lábios enquanto finalmente o encarava. Quase involuntariamente, sua voz alcançava a mente dele: "Eu quero finalmente ser e ter paz também."

Spoiler:

Ayla, roubado de.

por **Alessio B. Constantino** Sex 27 maio 2016, 02:11

I WAS STUMBLING, LOOKING IN THE DARK

with an empty heart

Por que faz isso comigo? franzia as sobrancelhas, mordendo o lábio contra a própria vontade. A intensidade presente ali poderia ser considerada mágica – era o que o garoto pensava. Jurava ter escutado a voz da garota soando e dizendo palavras confiantes, acabando com seu companheiro elaborando um sorriso sereno. Tentava não enrubescer, mas essa era uma das coisas menos preocupantes no momento.

— Passado não mais existe, futuro ainda vai existir. Portanto, congratulemos o presente, a maior dádiva. — demorou pra perceber, mas além de estar encarando-a, estava sorrindo. Riu, após refletir sobre o que disse. — Acho que andei esses anos todos lendo livros de autoajuda. Não devia ter feito isso, psicólogos são chatos. — riu sem jeito, mais uma vez. Estava tímido e falando sem pensar. — Ayla, eu nunca irei embora se continuar me olhando desse jeito.

Suas pálpebras se fecharam como mãos escondendo o rosto envergonhado, abaixando a cabeça, pensamentos desconexos a todo vapor. Mirou o luar e novamente impactado, inspirou todo ar que pudesse e disse:

— Sabe, tenho percebido uma coisa, após nosso encontro... — as árvores tomaram sua atenção, pescando a escuridão com seus globos oculares. — Nós, meios-sangues, sempre temos tanto para lutar. Alguns fogem da morte ou defendem os entes queridos. Outros querem a segurança de uns ou de todos. Muitas vezes somos o instinto da abnegação e acabamos nos esquecendo do que realmente importa. — voltou a fitá-la. — Você vai conseguir. Lute por você. Mesmo que seus melhores amigos, acampamento, deuses, afins e... Mesmo que eu entregue minha vida por você, ainda não é o bastante. Nada disso vai valer a pena se você mesma não lutar.

AHN:

por **Ayla Lennox** Seg 30 maio 2016, 20:29

Under The Moonlight

Everything looks almost... Lovely.

She whispered to the moon
And sang to the darkness
She called to the shadows
Until it was all done.

• • •

Alessio estava inquieto, um pouco sem jeito, era possível dizer, mas Ayla fingia não perceber nada disso enquanto ouvia seus dizeres mais uma vez. Apesar de toda a afirmação sobre o agora parecer um pouco repetitiva, não podia negar que ele tinha razão.

— Eu não diria que são chatos, acho que o dom que eles possuem em simplesmente ouvir faz bem. — Ergueu uma das sobrancelhas e riu. — Você foi meio que um psicólogo hoje, não acha?

Talvez a própria também tivesse desempenhado um pouco desse papel também. Quem sabe não tivesse um pequeno dedo de sua patrona nessa natureza inconsciente que marcara presença ali.

— Desculpe, é o único olhar que tenho. —Brincou enquanto colocava uma mecha de cabelo atrás da orelha

Percebia o desconcerto do rapaz em cada desviar de olhos, nas vezes em que a cor chegava a suas bochechas e nos sorrisos tímidos. Não conseguia conter o impulso de achar tudo aquilo um tanto adorável.

Constantino mais uma vez fez com que a lupina refletisse sobre algo. Pelo quê ela lutava? Pelo que achava certo, pela própria vida, pelo que lhe era interessante. Poder? Talvez. Glória? Não fazia muito seu estilo. Queria proteger os que amava, mas sabia que não era uma heroína.

Lutava por tudo e ao mesmo tempo, por nada.

— Mesmo que eu entregue minha vida por você, ainda não é o bastante. Nada disso vai valer a pena se você mesma não lutar. — A voz rouca do semideus a tirou de seus devaneios.

Um calafrio percorreu sua espinha diante da menção de "entregar a vida". Não. Não era isso que queria. De ninguém. Não mais. Com a cabeça baixa, negou com movimentos laterais por alguns segundos antes de olhar o jovem nos olhos novamente.

— Ah, Alessio... — suspirou. — Eu tenho lutado desde o momento em que cruzei essas fronteiras. Por mais que eu queira, não vou parar. Nunca. Provavelmente não pararei nem quando o próprio Hades me levar pra debaixo da terra. — Sorriu com o canto dos lábios. — Eu prometo.

Um uivo longo e solitário rasgou o ar noturno do coração da floresta. Era sua deixa.

Ayla levou uma das mãos até a nuca de Alessio e aproximou os dois rostos até que sentisse a respiração do rapaz contra sua própria pele. As duas íris claras encontravam as do companheiro o tempo todo.

Lentamente encostou os lábios na bochecha do semideus, pouco acima de onde ficavam as covinhas quando ele sorria. Afastou-se e mentalmente pedia também: "Me prometa o mesmo."

Então levantou-se, tomou a jaqueta que estava nas mãos e finalmente a vestiu. Colocou as mãos nos bolsos e começou a caminhar sem pressa alguma para onde quer que seus passos a levassem. Daquela vez, não tinha como companheiro o silêncio, mas uma canção baixa entoada sob a luz do luar.

I'll be good, I'll be good / and I'll love the world like I should...

Spoiler:

Ayla, roubado de

por **Chelsea H. Drevoir** Sáb 24 Set 2016, 19:40

Dreamcatcher

A day off

"Once upon a different life
We rode our bikes into the sky
But now we crawl against the tide
Those distant days are flashing by"
— James Bay

✚ ✚ ✚ ✚ ✚

Semideusa. Semi deusa.

Esse prefixo deixava claro que apenas metade de minha essência era inabalável, imortal e inquebrável, incansável; era essa porção que seria capaz de mover montanhas e, quem sabe, colocar um país inteiro para dormir.

No entanto, os outros cinquenta por cento compensavam transbordando as fragilidades de um mortal. A principal delas talvez fosse a exaustão - especialmente depois que Jhonn havia saído em missão com uma filha de Selene dias atrás. Era por esse motivo que eu precisava de um dia de folga.

A mesmice era incontestável na rotina da Healing Hills. Cura, ingratidão dos demais campistas, cafeina e muitos livros na prateleira. Nada novo debaixo do sol.

Era bom respirar um ar que não tivesse mais cheiro de álcool e demais produtos de limpeza. Era melhor ainda ver através do óculos escuro que variava em muito mais cores que o branco das paredes de uma enfermaria.

A raposa mecânica de seu patrão caminhava ao meu lado, claramente desacostumada a mais do que uma dezena de passos antes de entrar em economia de energia na sala de atendimentos.

— Vamos, Illya... Não é como se você fosse explodir se me fizesse companhia. — Bufei. — Quer saber? Pode voltar pra a enfermaria.

Apontei na direção de onde havíamos vindo, duvidando que ela de fato iria. Por um breve segundo, a face da ingratidão reinou na autômata e sem pensar duas vezes, ela foi aos trotes de volta ao seu lar.

Revirei os olhos e me sentei às margens do rio, dobrando a barra da calça jeans até a panturrilha e colocando os pés na água fria. Não deitei pelo medo de sujar a blusa branca, mas mantive as mãos apoiadas na grama úmida e apenas por aquele instante me permiti desfrutar da beleza do lugar, do momento como havia visto Dylan fazer tantas vezes.

Por um segundo, ter uma parte humana em mim não parecia tão ruim.

obs:

por **Xander Wolfie** Sáb 24 Set 2016, 20:23

I follow rivers

O sol reinava no acampamento, meu corpo doía do treinamento do dia anterior, era incrível, nunca me senti tão animado em toda minha vida. Antes de vir para cá, de conhecer este mundo mitológico meus dias eram uma cópia de carvão do dia anterior. Acordar, ler algum livro que meu pai trouxe da cidade no fim de semana passado, ter aulas de matérias exatas com minha professora particular, matérias humanas com meu vizinho e treinar hipismo com o treinador de meu pai.

Mas agora tudo mudou, todo dia tenho algo novo e exótico para fazer, até fui em uma missão. Essa vida, em contra partido, é exaustiva, precisava de um dia de descanso. Meus irmãos me recomendaram tomar um banho no rio, o que era uma ótima ideia. Entrei no meu quarto para trocar de roupa, retirei minha camiseta e coloquei um calção de praia branco com detalhes em azul-claro junto com um chinelo preto. Observando a cor dos detalhes de minha roupa pensei se conseguiria utilizar meus recém-adquiridos poderes para mudar a cor de meu cabelo e meus olhos para combinar com eles.

Observava-me no espelho enquanto respirava fundo e pensava em meus cabelos e meus olhos tomando um tom semelhante àquele azul, que para minha surpresa tornou-se praticamente idêntico. Com um sorriso orgulhoso peguei uma toalha de banho e segui em direção ao rio.

Ao chegar próximo ao rio não consegui me conter, não nadava desde meus sete anos, corri como uma criança vendo o mar pela primeira vez e, jogando minha toalha e meus chinelos num canto, mergulhei no rio. A sensação da água gelada contra minha pele era refrescante, todos os músculos tensos de meu corpo relaxaram quase que instantaneamente, além do sol quente contra minha pele que me davam a lembrança que me arrependeria por não ter passado protetor solar, considerando minha pele quase albina. Percebi que na borda do rio estava uma bela garota ruiva, seus cabelos quase brilhavam ao reflexo do sol, ela era magra e suas feições eram um tanto quanto triste, percebi que poderia ter molhado a garota em meu mergulho. Nadei para me aproximar da garota e disse um tanto constrangido:

– Desculpe-me, não te vi. Não te molhei, certo? – Engoli em seco, esperava que eu não tivesse aborrecido a garota, embora ela parecesse bem simpática.

Eu a observei assustado, não queria deixar uma má impressão de mim, afinal era novato e nem conhecia muitas pessoas. Esperava não criar inimizades logo de cara.

Poderes:: Ativos:

Transformação Capilar - Os filhos de Íris poderão modificar a cor de seus cabelos de acordo com a sua vontade. As cores somente podem ser as do Arco-íris, mas em suas diversas tonalidades. É um poder simples, mas pode ser útil como parte de um disfarce ou similar, se usado com sabedoria. Cada ativação dura 3 turnos, mas o custo é baixo. Não altera outros aspectos do cabelo, apenas a cor. [Modificado]

Itens:: -x-

Notas:: Interagindo com Chelsea H. Drevoir

por **Chelsea H. Drevoir** Ter 27 Set 2016, 20:49

Dreamcatcher

A day off

"Once upon a different life
We rode our bikes into the sky
But now we crawl against the tide
Those distant days are flashing by"
— James Bay

✚ ✚ ✚ ✚ ✚

O silêncio parecia ser quase inquebrável, violado apenas pelo som das águas correntes do próprio rio, alguns pássaros nas árvores mais próximas, mas logo as braçadas firmes de alguém que se aproximava se juntaram à sinfonia.

Me afastei um pouco da margem com um movimento súbito, puxando o corpo com o auxílio dos braços apenas. Malditos tritões.

Mas ele não era um tritão.

— Desculpe-me, não te vi. Não te molhei, certo? — Indagou ele, parecendo genuinamente preocupado.

Ele era jovem. Talvez tanto quanto eu e, acima de qualquer outra característica normal que poderia ser notada - cabelos, cor dos olhos e afins - , o ponto importante para mim era que ele não possuía uma longa cauda escamosa.

— Ahn? Ah, não, sem problemas. — Respondi, um pouco sem jeito enquanto arrumava as mechas ruivas bagunçadas. — Só não levo muito muito jeito com essa coisa de... Nadar. — Expliquei.

Aquela habilidade certamente não estava na lista dos seguidores de Asclépio ou proles de Hipnos. Estava na hora de criar um sistema de atendimento às crias divina. Eu teria muito a reclamar.

obs:

por **Xander Wolfie** Qua 28 Set 2016, 20:50

Sleepy Rivers

– Ahn? Ah, não, sem problemas. – A garota mexia em seus cabelos. – Só não levo muito jeito com essa coisa de... Nadar.

Percebi que ela me observava com um tanto de curiosidade, talvez por meu pouco tempo no acampamento. Involuntariamente meus olhos tomaram uma tonalidade roxa. Confesso que me senti, e provavelmente demonstrava isso, bem desconfortável com a garota me olhando, como se procurasse algo em mim.

Mesmo assim não consegui evitar observa-la por um tempo, ela tinha um ar misterioso e ao mesmo tempo calmante, como de um médico. Não pude deixar de notar que ela tinha um ar cansado, como se tivesse trabalhado por longos períodos. Lentamente segui para a borda do rio e sai da água, sentei-me ao lado da campista. Arrumei meu cabelo e sorri cordialmente, apresentando-me:

– De qualquer maneira, perdoe minha má educação. Chamo-me Alexander Wolfienstain, mas pode me chamar de Xander Wolfie, é mais curto. E qual seria o nome da bela garota?

Esperava que a ruiva se apresentasse como líder de algum grupo de grande importância no acampamento, afinal me tornando amigo de alguém importante facilitaria bastante minha integração no acampamento.

Num instante comecei a fantasiar quem ela poderia ser. Ela tinha uma aparência nobre, como aquelas garotas de livros de ficção que matavam muitos monstros e lutavam contra caras maus, aquele tipo de garota que, apesar de eu repudiar violência e tentar evita-la a todo custo, eu não poderia deixar de admirar. Sabia que era bem infantil de minha parte fantasiar sobre alguém que eu acabara de conhecer, mas eu não conseguia evitar.

Informações:

por **Chelsea H. Drevoir** Qua 28 Set 2016, 22:18

Dreamcatcher

A day off

"Once upon a different life
We rode our bikes into the sky
But now we crawl against the tide
Those distant days are flashing by"
— James Bay

✚ ✚ ✚ ✚ ✚

Meus dedos percorriam as longas mechas ruivas, organizando-as em uma trança raiz cujo comprimento por pouco passava da escápula. Por cima dos óculos escuros, era possível ver algumas madeixas rebeldes escaparem do penteado, formando uma franja que logo foi afastada do campo de visão com um sopro.

O rapaz parecia um tanto quanto desconcertado com minha atitude de prescrutá-lo. Era uma atitude que eu não conseguia evitar, e a culpa pertencia tão somente ao tempo absurdo dentro da enfermaria. Curandeiros, antes de mais nada, conheciam as pessoas pelo que viam.

Especialmente quando se atende a uma série semideuses ingratos que se recusam a dizer suas mazelas ou preencher prontuários.

Meus devaneios rabugentos foram interrompidos pela voz do garoto.

— De qualquer maneira, perdoe minha má educação. Chamo-me Alexander Wolfienstain, mas pode me chamar de Xander Wolfie, é mais curto. E qual seria o nome da bela garota? — Apresentou-se.

Alexander Wolfenstain. Repeti o nome em silêncio, apenas movendo os lábios. Era um péssimo hábito.

— Que curioso, a maior parte das pessoas utilizaria Alex. — Arqueei uma das sobrancelhas enquanto tirava o óculos e o pendurava na camiseta. — Mas vai ser da forma que preferir. A propósito, espero que não tenha nenhuma ligação com partidos que apoiem coisas como supremiacia branca, senhor Wolfenstern. — Brinquei enquanto fazia um falho bigode com o indicador acima do lábio superior e erguia a mão livre no ar.

Ri baixinho até perceber que faltava algo. Ah, claro, dizer quem eu era. Pequeno detalhe.

— Sou Chelsea. Chelsea Hayley Drevoir. — Anunciei em um falso tom pomposo. — Curandeira estagiária da Healing Hills e, nas horas vagas, filha de Hipnos.

E dei uma breve piscadela, como se dissesse "Pode bocejar agora." No fim das contas, talvez fosse apenas a água gelada a responsável por manter nós dois despertos.

obs:

por **Xander Wolfie** Qui 29 Set 2016, 21:19

Sleepy Rivers

Observei a reação da garota enquanto falava, era estranho me apesentar para alguém, as pessoas com quem convivi conheciam-me desde o nascimento, não sabia o que esperar. Ela mexeu os lábios como se dissesse algo, tentei, em vão, lê-los.

— Que curioso, a maior parte das pessoas utilizaria Alex. — A ruiva levantou uma sobrancelha e retirou seus óculos escuros. — Mas vai ser da forma que preferir. A propósito, espero que não tenha nenhuma ligação com partidos que apoiem coisas como supremacia branca, senhor Wolfenstern. — A garota colocou um dedo embaixo do nariz fazendo um gesto que não compreendi, mas fingi entender e dei uma risada. Nota mental: Procurar quem era Wolfenstern.

Ela ficou rindo por uns instantes, eu fiquei meio preocupado, como se ela estivesse esperando que eu dissesse algo, mas tentei não transparecer. Abri minha boca para falar algo, mas a garota continuou:

— Sou Chelsea. Chelsea Hayley Drevoir. — Ela disse de uma maneira fofa, com um tom sarcástico. — Curandeira estagiária da Healing Hills e, nas horas vagas, filha de Hipnos.

Ela piscou para mim, como se ela fizera uma piada que ninguém me contou ou algo do tipo. Encarei o chão tentando lembrar quem era Hipnos, as aulas de história de minha professora raramente incluíam coisas como mitologia grega, então conhecia muito pouco sobre esses deuses, tentei desviar o assunto da maneira mais sutil possível.

– Ah, sou filho de Íris, esqueço que progenitores são tão importantes aqui. É que é meio difícil engolir toda essa história de deuses e monstros, sabe? Claro que sabe, você também passou por isso.

Mordi meu lábio inferior e tentava não lembrar como minha antiga vida era. Sorri para a garota e disse:

– Mas me conte sobre esse negocio de curandeira e esse Healing Hills, é tipo Beverly Hills, mas com um estilo hospitalar? – Dei um sorriso bobo para a garota. – Você parece o tipo que machuca, não o que cura, sem ofensas.

Informações:

por **Christian Myers** Seg 03 Out 2016, 21:29

Such a Lovely Day

interação com Maryssa e Draco

Maryssa e eu deixamos James exatamente onde ele quis ficar e partimos para o rio do acampamento, embora eu só tenha percebido para onde estávamos indo na metade do caminho. O vento fresco sacudia nossos cabelos para trás e tornava o clima perfeito. Na colina do refeitório, a maioria dos campistas tomava seu café da manhã, mas nós dividíamos um pacote de biscoitos recheados com sorrisos no rosto.

Foi logo que chegamos ao rio e avistamos as calmas águas movendo-se com o vento. O lugar era lindo! Mais ao longe era possível ver a área da prática de canoagem, que me fez lembrar de outro tipo de treino alternativo do acampamento.

— Ei, já foi fazer um treino de hipismo? Filhos de Afrodite costumam se dar bem nisso. É bom demais!

.:: narração :: falas :: pensamentos :: falas de outros ::.

por **Maryssa Angelyky Lyverys** Seg 03 Out 2016, 22:03

Lugar :Chalé de Afrodite

Tags:Interação com Fukui Sasuke e Draco Baudelaire

Such a a Lovely Day

D urante todo o caminho eu me mantive calada e imparcial do que nunca. Eu e Sasuke deixamos o novato onde o mesmo deveria estar para conhecer outros campistas e logo nos dirigimos até o rio que era até bem próximo. Ao longe pude ver a área de canoagem, que era uma das áreas que eu ainda não tinha conhecimento sobre sua existência logo meus pensamentos foram cortados com a voz de Sasuke novamente, um comentário sobre hipismo, um esporte que eu não tinha conhecimento, nem muito menos tinha praticado na vida.
-Não sabia que existia outros tipos de treinos no acampamento, mas um dia se puder me mostrar, eu gostaria de ver e praticar o mesmo- um sorriso sincero surgiu em meus lábios, mas algo surgiu em minha mente, como eu encontraria meu amado anjo se nem ao menos tinha avisado a ele sobre aquele possível encontro? Fechei então os olhos e fiz uma prece para que minha mãe enviasse para o coração de Draco o desejo de me encontrar naquele local, e logo eu comecei a cantar uma das melodias da ária do Fantasma que tanto amávamos. -Angel of music , Guide and guardian ,Grant to me your glory -dei uma pequena pausa esperando por uma possível reação de meu irmão, mas logo continuei -Angel of music , Hide no longer ,Secret and strange angel -

STATS

: Hp= 100/100 Ω
MP= 100/100 Ω

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